segunda-feira, 20 de maio de 2013

“Muita festa para os pretos-velhos”, com padres e jovens participantes da JMJ.


Escravos e antepassados negros serão louvados em ritual religioso na Praia de Pedra de Guaratiba

Extra – A costa brasileira voltará a receber negros africanos vindos de um mundo bem diferente do nosso. E que se chama plano espiritual, afirmam os adeptos das religiões afro que, diferentemente do que acontecia na época da escravidão, preparam uma recepção com muita festa para os pretos-velhos, como são chamados e conhecidos os espíritos dos antigos escravos.
As sessões espíritas na Praça Adolfo Lemos, em Inhoaíba, onde há um ponto desenhado com pedras portuguesas, acontece a cada dois mesesE o desembarque deles no mundo terreno acontecerá neste domingo, a partir das 10h, na orla de Pedra de Guaratiba. É que o bairro sedia o “2º Encontro Inter-religioso para a juventude e homenagem aos pretos-velhos e à escrava Anastácia”. O primeiro foi no ano passado, em Sepetiba.
O evento vai reunir padres, pastores e até jovens participantes da Jornada Mundial da Juventude.
— O seminário é para ajudar os jovens a seguir o caminho verdadeiro da paz, do respeito e da dignidade humana — explica Jupira Nascimento, a mãe Fomo de Ewa, organizadora da festividade religiosa.
População poderá até tomar passe de graça
Na orla de Pedra de Guaratiba, será possível tirar qualquer impureza do corpo sem entrar na água. Basta um passe com os espíritos dos pretos-velhos, que vão incorporar nos médiuns, durante a sessão espírita ao ar livre.
— Eles purificam as pessoas trabalhando com arruda, guiné e até com a fumaça do cachimbo — afirma Mãe Fomo de Ewa.
O mesmo acontece a cada dois meses na Praça Adolfo Lemos, mais conhecida como Praça de Preto-Velho, em Inhoaíba. O local é ponto de culto espírita bem em frente à imagem de Tia Maria do Sul de Minas, a escrava de um fazendeiro local que foi ama de leite do filho dele.
— Mantenho os cultos aqui para divulgar a religião, já muito discriminada. Mas sem impor ela a ninguém — conta Mãe Penha Ferreira, organizadora dos cultos na praça.

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