sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Resposta do Bispo Dom Luiz G. Bergonzini, A IVONE GEBARA, a mulher de muitos deuses


Para conhecimento e divulgação
Não poderíamos deixar passar em branco uma agressão tão grave ao Papa Bento XVI, aos Bispos, entre os quais eu me incluo, e à Igreja Católica. A senhora Ivone Gebara, fundamentada em ideologia política, ataca a todos, como se estivesse querendo se vingar de algum ato praticado contra ela pela Igreja Católica, tal a agressividade de suas palavras.

No dia 21 de agosto de 2011, ela publicou um artigo com o título“Dois pesos e duas medidas: o Papa perdoa o aborto em Madri”, para atacar o Papa Bento XVI, os Bispos e a Igreja Católica. No texto, ela tenta colocar todos os católicos e, principalmente, todas as mulheres católicas contra a Igreja, por causa da absolvição do pecado concedida às mulheres que se confessaram, se arrependeram e se comprometeram a não mais praticar o aborto, em Madri.

A senhora Ivone Gebara, que se diz adepta de muitos deuses, portanto não é católica, declara que é formada em Filosofia pela Universidade Católica de São Paulo e em Ciências Religiosas pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica.

É bastante conhecido o provérbio “o dia do benefício é o da véspera da ingratidão.” Significa que, muitas vezes, recebemos benefícios e, já no dia seguinte, demonstramos nossa ingratidão. Muitas pessoas receberam e recebem muitos benefícios da Igreja Católica, mas retribuem com a ingratidão. A gratidão é difícil de ser praticada. Jesus curou dez leprosos, mas somente o estrangeiro, o samaritano, voltou para agradecer: “Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse a ele: “Levante-se e vá. Sua fé o salvou.” (Lucas 17: 17-19)

Além da ingratidão, a inimizade também pode brotar dentro de nossa própria casa. No Evangelho de São Mateus também está escrito: "Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa". (Mt 10:36). Os mal agradecidos e os inimigos que se formam dentro de nossa própria casa, começam a nos atacar. Ainda se o fizessem com a verdade, para corrigir possíveis falhas humanas, estariam dando uma contribuição. Mas não! No caso da Igreja Católica, os mal agradecidos e inimigos espalham informações distorcidas para criar animosidade e enganar pessoas com o propósito de afastá-las da Igreja Católica.

Vamos responder aos questionamentos dela, abaixo. Preambularmente, devemos esclarecer que:

a) Teologia ( do Grego, Theos -Deus+ logos-palavra, estudo) é o estudo de Deus. O texto da autora não é teológico, mas de pura ideologia política. Se fosse um texto teológico poderia questionar porque Jesus Cristo pode ou não perdoar o pecado do aborto através do Papa Bento XVI, dos Bispos e dos padres.

b) Jesus Cristo foi o primeiro a defender, proteger e perdoar as mulheres. Duas passagens bíblicas, para relembrar os atos de Jesus Cristo e o compromisso da Igreja Católica com todas as pessoas humanas.

Mulher adúltera (Jo 8: 3-10) Chegaram os doutores da Lei e os fariseus trazendo uma mulher, que tinha sido pega cometendo adultério. Eles colocaram a mulher no meio e disseram a Jesus: “Mestre, essa mulher foi pega em flagrante cometendo adultério. A Lei de Moisés manda que mulheres desse tipo devem ser apedrejadas. E tu, o que dizes?” Eles diziam isso para por Jesus à prova e ter um motivo para acusá-lo. Então Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. Os doutores da Lei e os fariseus continuaram insistindo na pergunta. Então Jesus se levantou e disse: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.” E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Ouvindo isso, eles foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. E Jesus ficou sozinho . Ora, a mulher continuava ali no meio. Jesus então se levantou e perguntou: “ Mulher, onde estão os outros? Ninguém condenou você?” Ela respondeu: “Ninguém, senhor.” Então Jesus disse: “Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque mais.”

Mulher curada ao sábado (Lc 10:17) - Um dia de sábado, ensinava Jesus numa sinagoga. Estava lá certa mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não podia endireitar-se completamente. Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade.» E impôs-lhe as mãos. No mesmo instante, ela endireitou-se e começou a dar glória a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado por ver que Jesus fazia uma cura ao sábado, disse à multidão: «Seis dias há, durante os quais se deve trabalhar. Vinde, pois, nesses dias, para serdes curados e não em dia de sábado.» Replicou-lhe o Senhor: «Hipócritas, não solta cada um de vós, ao sábado, o seu boi ou o seu jumento da manjedoura e o leva a beber? E esta mulher, que é filha de Abraão, presa por Satanás há dezoito anos, não devia libertar-se desse laço, a um sábado?» Dizendo isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.

Somente essas duas passagens bíblicas são suficientes para demonstrar que não há nada de errado, nenhuma incoerência no perdão concedido às mulheres que abortaram, se confessaram, se arrependeram e prometeram não pecar mais.

c) Na Primeira Carta de São João 1: 9, está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. E no número 986 do Catecismo: “Pela vontade de Cristo, a Igreja possui o poder de perdoar os pecados dos batizados e o exerce por meio dos Bispos e dos presbíteros de maneira habitual no sacramento da Penitência. “Na remissão dos pecados, os presbíteros e os sacramentos são meros instrumentos dos quais Nosso Senhor Jesus Cristo, único autor e dispensador de nossa salvação, se apraz em se servir para apagar nossas iniqüidades e dar-nos a graça da justificação.”

Como assentado no Evangelho e no Catecismo, para obtenção do perdão, de qualquer pecado, há necessidade da confissão e é Jesus Cristo quem perdoa os pecados, através dos Bispos e padres, que são meros instrumentos do Poder Divino.

d) a autora do texto se diz adepta de muitos deuses, conforme último parágrafo: “Somos essa mistura, expressão de nosso eu, de nossos deuses, dos espinhos em nossa carne convidando-nos e convocando-nos a viver para além das fachadas atrás das quais gostamos de nos esconder”

Sendo ela adepta de muitos deuses, ela não é católica. A incoerência é dela que, através de ideologia política, ao questionar a Igreja Católica sobre o perdão, está questionando diretamente nosso Senhor Jesus Cristo, que a instituiu e é quem perdoa os pecados.

e) Jesus Cristo deixou a missão evangelizadora aos seus seguidores: Disse Nosso Senhor: "Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28: 19-20).

Portanto, uma pessoa que foi batizada na Igreja Católica, que fez Teologia em Universidade Católica, poderia ser uma missionária evangelizadora, segundo os preceitos de Jesus Cristo, e não pregar contra Ele. Uma pessoa que fala contra o Papa Bento XVI, sucessor de Pedro,, está claramente se opondo contra o ensinamento de Jesus Cristo. A autora do texto, adepta de muitos deuses, está pregando contra Jesus Cristo.

Feitas essas observações importantes, vamos aos comentários sobre o indigitado artigo.

1) ARTIGO: É com muito constrangimento que muitas mulheres católicas leram a notícia publicada em vários jornais nesse último final de semana de que a Arquidiocese de Madri com a aprovação papal autorizou a concessão do perdão e indulgência plenária às mulheres que confessarem o aborto por ocasião da visita do papa. A impressão que tivemos é que o papa, o Vaticano e alguns bispos gostam de brincadeiras de mau gosto com as mulheres. Não sabemos em que mundo esses homens vivem, quem pensam que são e quem pensam que somos!
RESPOSTA: Constrangimento e brincadeira de mau gosto é ler um artigo como esse, embasado em ideologia política, com intenção subliminar de propagar o aborto e tornar as mulheres assassinas de seus próprios filhos, pregando contra Jesus Cristo e Sua Igreja.
2) ARTIGO: Primeiro, concedem o perdão a quem pode viajar para assistir a missa do papa e passar pelo “confessionódromo” ou pelo conjunto de duzentos confessionários brancos instalados numa grande praça pública de Madri chamada “Parque do Retiro”. O perdão deste “pecado” tem local, dia e hora marcada.
RESPOSTA: É de absoluta má-fé dizer que o perdão do pecado somente pode ser concedido a quem viajar e assistir à missa celebrada pelo Papa Bento XVI. O perdão dos pecados é dado por Jesus Cristo e não tem dia e hora marcada, como quer a autora do texto. Não é correto dizer que o perdão do pecado de aborto só é concedido pelo Papa. Todo Bispo Diocesano (que esteja à frente de uma Diocese, investido do tríplice poder, inclusive o judiciário) tem o poder de absolver o pecado e crime de aborto àquelas que tenham cometido o pecado e crime, desde que haja arrependimento sincero de ter cometido essa prática e com a disposição de não reincidir no mesmo pecado e crime. O Bispo pode delegar aos padres a faculdade de absolver esse pecado. Na Diocese de Guarulhos, delegamos aos padres essa faculdade, quando de sua nomeação. Basta aos católicos comparecerem perante um padre, realizarem a confissão, se arrependerem e receberem o perdão.
3) ARTIGO: Custa apenas uma viagem a Madri para estar diante do papa! Quem não faria o esforço para tão grande privilégio? Basta ter dinheiro para viajar e pagar a estadia em algum hotel de Madri que o perdão poderá ser alcançado. Por isso nos perguntamos: que alianças a prática do perdão na Igreja tem com o capitalismo atual? Como se pode viver tal reducionismo teológico e existencial? Quem está tirando benefícios com esse comportamento?
RESPOSTA: A autora do texto tenta misturar a Igreja, por realizar a Jornada Mundial da Juventude em Madri, com ideologia política. Se ela fala contra o capitalismo, presume-se que defenda o marxismo, comunismo ou socialismo. As ditaduras baseadas em ideologias políticas comunistas ou socialistas – Stalin, Pol Pot, Fidel Castro - mataram mais de 100 milhões de pessoas e os não comunistas mataram outras tantas. (AQUI) O partido é uma parte de pessoas unidas contra todas as outras partes contrárias. Os regimes autoritários e totalitários defendem somente os interesses do partido e de seus filiados. A Igreja Católica defende o Bem Comum e não de uma parte das pessoas. O Papa Bento XVI marcou a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Rio de Janeiro. Há a possibilidade de, em 2013, a autora produzir outro texto atacando a Igreja Católica, porque o evento é no Brasil.
4) ARTIGO: Segundo, têm o desplante de afirmar que o perdão deste “crime hediondo” como eles costumam afirmar, é dado apenas por ocasião da visita do papa que nessa mesma ocasião as fieis pecadoras obtenham “os frutos da divina graça” confessando o seu pecado. Como entender que uma falta é perdoada apenas quando a autoridade máxima está presente? Não estariam reforçando o velho e decadente modelo imperial do papado? Quando o Imperador está presente tudo é possível até mesmo a expressão da contradição em seu sistema penal.
RESPOSTA: O aborto é um crime hediondo, porque é um homicídio de uma pessoa. Esse crime pode absorver todas as agravantes do artigo 121 do Código Penal, “matar alguém”:
Agravante do §2º., inc. I: mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II: por motivo fútil;
· Matar uma criança no útero, sob alegação de que não tem condições financeiras para cuidar dela é um motivo torpe ou fútil. Além da possibilidade de adoção, hoje, o Estado fornece leite, bolsa-família, remédios, auxílio maternidade e há os alimentos gravídicos (Lei 11.804/2008). Não há mais motivos para assassinar uma criança que está por nascer. Vejam-se os casos de Steve Jobs, o gênio da informática (AQUI), e da Deputada Fátima Pelaes. (AQUI)
Agravante do §2º. Inc. III: com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo comum;
· O assassinato de crianças no útero da mãe é realizado por meios cruéis ( a criança tem as pernas e os braços cortados com tesoura e a cabeça esmagada, para que esse pedaços possam ser “sugados” pela cânula utilizada no assassinato; ou, é utilizado veneno líquido, para asfixiá-la e dissolvê-la, para facilitar a sucção para fora do útero.
Agravante do §2º. Inc. IV: à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido:
- A criança que está no útero é absolutamente indefesa. Ela é surpreendida por uma tesoura ou pelo veneno, que lhe causa grande sofrimento.
Agravante do §2º. Inc. V: para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
- Se existe um crime de estupro, ele precisa ser apurado. Se o aborto é realizado sem a denúncia, o objetivo é ocultar e proteger o criminoso, para que ele fique impune.
Portanto, o aborto é um assassinato de um ser humano e pode ser classificado como crime hediondo. O Código Penal mostra isso. Não são eles que “tem o desplante de afirmar” que o aborto é um crime hediondo. É a realidade do assassinato.
(AQUI ESTUPRO E ABORTO)
5) ARTIGO: Não quero retomar os argumentos que muitas de nós mulheres sensíveis às nossas próprias dores temos repetido ao longo de muitos anos numa breve reflexão como esta. Mas esse acontecimento papal madrilenho, infelizmente, só mostra mais uma vez, um lado ainda bastante vivo no Vaticano, ou seja, o lado das querelas medievais em questões que estão absolutamente sem peso na vida humana eram discutidas. E mais, demonstra desconhecer as dores femininas, desconhecer os dramas que situações de violência provocam em nossos corpos e corações.
RESPOSTA: Jesus Cristo foi crucificado pelas dores de toda a humanidade. A Igreja Católica conhece e sofre as dores da humanidade – 105 mil cristãos são assassinados por ano (AQUI) -, não só as das mulheres. Todas as pessoas tem dores, físicas ou psicológicas. Ao que parece, o ponto colocado subliminarmente neste trecho é o aborto. A autora defende a liberação do aborto, “as situações de violência...em nossos corpos e corações”. A Igreja Católica e nós somos absolutamente contra o aborto, em qualquer situação, por ser assassinato de uma criança inocente. Existe uma vida, dádiva Divina, no útero da mulher. Também entendemos que devem ser tomadas providências para que não aconteçam estupros, contra nenhuma pessoa.
6) ARTIGO: Ao conhecer o perdão ao “crime” do aborto na linguagem que sempre usaram, de forma elitista revelam o rosto ambíguo da instituição religiosa capaz de ceder ao aparato triunfalista quando sua credibilidade está em jogo. Podem abençoar tropas para matar inocentes, enviar sacerdotes como capelães militares em guerras sempre sujas, fazer afirmações públicas em defesa da instituição condenando pobres e oprimidas, abrir exceções à regra de seus comportamentos para atrair jovens alienados dos grandes problemas do muito ao rebanho do Papa. A lista dos usos e costumes transgressores de suas próprias leis é enorme...
RESPOSTA: Acima está demonstrado que o aborto é um crime e não é uma linguagem elitista. É a linguagem do Código Penal. Quanto à questão de abençoar pessoas e indicar capelães militares, deve-se lembrar que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, para que fosse do bem. A mãe e o pai de quatro filhos, por exemplo, tem para si que todos eles serão bons, solidários e honestos. No entanto, dois podem ter as características que os pais pensaram para eles e dois podem ser invejosos, desonestos e assassinos, podendo, inclusive, matar seus próprios irmãos, como aconteceu com Abel e Caim. A Igreja Católica não tem como proibir, nem como impedir, as guerras provocadas pelos homens. “Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão (Eclo 15,14), para que pudesse livremente aderir a seu Criador e chegar, assim, à feliz perfeição.”(Cat.1743) O homem, por seu orgulho, sua vaidade, seu egoísmo, sua ambição, provoca guerras, por suas próprias decisões. E Jesus Cristo não abandona ninguém e não pode abandonar os homens nas situações mais difíceis. Se agisse da maneira como prega a autora do texto , a Igreja teria que negar Jesus Cristo e abandonar os criminosos, os assassinos, os prisioneiros, porque eles cometeram ou poderão cometer crimes.
7) ARTIGO: Por que reduzir a vida cristã a pão e circo? Por que dar espetáculo de magnanimidade em meio a corrupção de costumes? Por que criar ilusões sobre o perdão quando o dia a dia das mulheres é cheio de perseguições e proibições às suas escolhas e competências?
RESPOSTA: A Vida Cristã, felizmente, não está reduzida a pão e circo. Está fundada em Doutrina sólida e indiscutível. A magnanimidade está em viver Jesus Cristo. Somente a Igreja Católica e uma parte dos cristãos estão combatendo a secularização, a relativização e a corrupção dos costumes. Os valores morais começaram a ser debatidos novamente, graças a Deus, a partir das eleições presidenciais de 2010, no Brasil. A Igreja Católica, os cristãos e os brasileiros do bem lutarão, com todas as suas forças do bem, contra a corrupção moral e as iniquidades propostas por ideologias políticas.
8) ARTIGO: Somos convidadas a pensar no aspecto nefasto da posição do papa e dos bispos que se aliaram a ele. O papa não concedeu perdão e indulgência total e plena “urbi et orbi”, isto é, para todas as mulheres que fizeram aborto, mas apenas àquelas que se confessaram naquele momento preciso e por ocasião da visita do papa à Espanha. Não é mais uma vez a utilização das consciências especialmente das mulheres para fins de expansionismo de seu modelo perverso de bondade? Não é mais uma vez abrir concessões obedecendo a uma lógica autoritária que quer restaurar os antigos privilégios da Igreja em alguns países europeus? Não é uma forma de querer comprar as mulheres confundindo-as diante da pretensa magnanimidade dos hierarcas?
RESPOSTA: Nós, católicos, somos convidados a pensar no aspecto nefasto que essas “opiniões teológicas” podem causar nas pessoas que as lêem e não percebem que o texto não está de acordo com a Doutrina Cristã. O Papa Bento XVI, os Bispos e os padres não poderiam conceder o perdão para as mulheres que, conscientes desses crimes, não se confessassem, não se arrependessem e não se comprometessem a não pecar mais. Sem o arrependimento sincero e a confissão auricular, não há possibilidade de perdão.
9) ARTIGO: Será que as autoridades constituídas na Igreja Católica e de outras Igrejas são ainda cristãs? São ainda seguidoras dos valores éticos humanistas que norteiam o respeito a todas as vidas e em especial à vida das mulheres?
RESPOSTA: A Igreja Católica Apostólica Romana é Cristã, seguidora de Jesus Cristo, que a instituiu. Sua Doutrina está escrita, é acessível a todos, é clara e não muda. Os valores pregados por Jesus Cristo respeitam todas as vidas, igualmente, sem dividir as pessoas em categorias ou classes sociais, como quer a autora do texto.
10) ARTIGO: Creio que mais uma vez somos convocadas a expressar publicamente nosso sentimento de repúdio à utilização da vida de tantas mulheres como pretexto de magnanimidade do coração papal. Somos convidadas a tornar pública a corrupção dos costumes em todas as nossas instituições inclusive naquelas que representam publicamente nossas crenças religiosas. Somos convidadas a ser o corpo visível de nossas crenças e opções.
RESPOSTA: A Igreja Católica não engana ninguém e a magnanimidade é de Jesus Cristo. Jesus Cristo é invisível, mas está sempre presente e convida todas as pessoas para que o sigam. Não há imposição para ninguém ser católico. Deus deu o livre arbítrio a todas as pessoas. Para ser católica, a pessoa precisa ser batizada, professar sua fé num único Deus, Jesus Cristo, e seguir seus preceitos. Não há nenhuma corrupção na concessão do perdão de Deus às mulheres que se confessaram em Madri.
11) ARTIGO: Fazendo isso, não somos melhores do que ninguém. Somos todas pecadoras e pecadores capazes de ferir uns aos outros, capazes de hipocrisia e mentira, de crueldade e crueldade refinada. Mas, também somos capazes de dividir nosso pão, da acolher a abandonada, de cobrir o nu, de visitar o prisioneiro, de chamar Herodes de raposa. Somos essa mistura, expressão de nosso eu, de nossos deuses, dos espinhos em nossa carne convidando-nos e convocando-nos a viver para além das fachadas atrás das quais gostamos de nos esconder”
RESPOSTA: A Igreja Católica está fundamentada na Doutrina e no Evangelho e não se esconde “atrás de fachadas”. A Igreja Católica não é só o Papa e os Bispos. São freiras, frades, monges, Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá, Santo Inácio de Loyola e todos os outros Santos, Beato João Paulo II, padres, outros religiosos e religiosas, os leigos e leigas, hospitais, maternidades, santas casas, escolas, universidades, casas de aidéticos, casas de recuperação de viciados, Pastoral da Criança, Pastoral da Saúde, Pastoral Social e tantos outros movimentos, uma multidão trabalhando pela PAZ e pelo BEM COMUM. (AQUI) Todos os membros da Igreja Católica são diferentes da autora, pois são fiéis única e exclusivamente a JESUS CRISTO, VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM.

Concluindo, não somente os que participaram do Encontro Mundial de Jovens em Madri foram beneficiados pelo perdão, desde que tenham tido o arrependimento sincero e a firme disposição de não reincidir nesse crime, como a Sra. Gebara afirmou. O que o Papa fez foi incentivar a condenação desse crime, estimulando a juventude a, em hipótese alguma, cometê-lo. Dizer que só o Papa e só em Madri os sujeitos desse crime poderiam ser absolvidos, é uma grande falsidade, denotando que a autora do texto, apesar das faculdades (Universidades) por ela cursadas, demonstra desconhecimento da Teologia Moral.

Para encerrar, devemos repetir e seguir o que Jesus Cristo nos disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo: 14,6).

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini
Bispo Diocesano de Guarulhos

Cardeal denuncia sermões insossos e cansativos


Os sermões feitos por padres católicos tornaram-se "incolores, inodoros e sem sabor", denunciou nesta sexta-feira o cardeal Gianfranco Ravasi, ministro da Cultura do Vaticano, pedindo a eles que não temam dizer palavras que perturbem, questionem e causem preocupação. O cardeal falou sobre o assunto durante um ciclo de conferências organizado em Roma pelo Instituto francês - Centro São Luís, aberto na quinta-feira na Universidade dos Jesuítas, a Gregoriana. A prédica nas Igrejas está quase se tornando insignificante", lamentou.
O cardeal italiano convidou os sacerdotes a levarem em conta as novas linguagens para atrair a atenção dos fiéis, além de não temerem o "escândalo" causado pelas palavras da Bíblia. "Devemos reencontrar esta dimensão da Palavra que ofende, que inquieta, que julga", afirmou o prelado. É preciso notar que a Bíblia pode "preocupar e, às vezes, desconcerta" o que, segundo ele, é "indispensável".
O cardeal também convidou os padres a acompanharem a "revolução na comunicação". "A informação transmitida pela televisão e a informática, explicou o ministro da Cultura do Vaticano, demanda ser incisivo, recorrer ao essencial, à cor, à narração".
A comunicação pode passar também pelo Twitter, o que "obriga a transmitir alguma coisa fulgurante, essencial", recomendou o prelado que envia ele mesmo mensagens diárias no Twitter.
As críticas de Monsenhor Ravasi a homilias ''mornas" dos padres e a vontade de encontrar uma linguagem adaptada ao mundo moderno representam uma preocupação do Papa Bento XVI de revitalizar a mensagem do cristianismo, numa época de descristinização em massa.