domingo, 8 de janeiro de 2012

Richard Dawkins lança livro que ensina crianças a serem atéias “A mágica da realidade” ataca a religião e a possibilidade de uma criança crer em Deus


Richard Dawkins lança livro que ensina crianças a serem atéias
O biólogo evolucionista Richard Dawkins é um ateu militante. Autor de vários livros de sucesso, incluindo o best-seller Deus: um Delírio, agora se aventura na literatura infantil.
No início deste mês ele lançou The Magic of Reality: How We Know What is true [A mágica da realidade: Como sabemos o que é verdade]. A editora diz que se trará de “uma cartilha científica para o mundo, mostrando sua magia e sua origem, um antídoto para a mitologia de querer ensinar o criacionismo para jovens leitores e substituir a ciência pelo mito”.
O livro conta com belas ilustrações, feitas pelo artista gráfico Dave McKean. Escrito em uma linguagem acessível, procura esclarecer temas e fenômenos naturais baseados apenas na ciência. Seria quase como dizer “o que não pode ser provado cientificamente não existe”. Isso, claro, resulta em dizer que todas as religiões são falsas, pois Deus não pode ser provado cientificamente.
O autor tenta abordar cientificamente coisas que atraem a curiosidade das crianças em idade escolar, como “o que são os terremotos?” Mas ao longo de todas as páginas aborda que a realidade não nos dá espaço para “o mito e o folclore”. Cada capítulo começa falando de uma história conhecida de alguma das religiões do mundo.
A partir disso, Dawkins procura analisar os processos e os fenômenos científicos que estas histórias tentam explicar. O livro vem acompanhado de um aplicativo para iPad, tornando a experiência de lê-lo mais atrativa para essa geração.
O ateu Dawkins explora o conflito entre o conforto e a verdade. Por exemplo, ele explica por que a teoria da evolução é mais fascinante e mais poética que qualquer conto de fadas ou teoria religiosa. Em um determinado trecho, escreve:
“Quando você pensa que aqui estamos nós, neste planeta, um fragmento de poeira girando em torno do sol. Ao longo de quatro bilhões de anos, foi mudando gradualmente, e as bactérias tornaram-se seres que somos hoje. Essa é uma história fascinante”.
Ele lembra a citação famosa de Picasso: “Toda criança é um cientista natural. O problema é como permanecer sendo um cientista depois que ela cresce”.
Todos os pais irão concordar que as crianças precisam da imaginação e do faz de conta que há séculos estão presentes nos livros infantis, nas fábulas e nos contos de fada. Parece um tanto cruel pensar que desde a tenra idade esse “cientista” mirim aprenderá a ver o mundo apenas pelas lentes da ciência.
Por enquanto não há previsão de lançamento desse material no Brasil, mas chama atenção o ineditismo e a ousadia da proposta. Tentar incutir nas crianças que tudo é explicado pela ciência e não deixar espaço para os mistérios da vida e a busca pelo sentido é uma forma sutil, mas terrivelmente eficaz de minar a ideia de um Deus Todo-Poderoso.
Traduzido e adaptado de Brain Pickings

Medicina de ponta mostra que células do bebê trazem cura para as mães


Peter Baklinski

4 de janeiro de 2012 (Notícias Pró-Família) — Um argumento pró-aborto típico se apoia na premissa de que o bebê dentro do útero de sua mãe ataca a integridade física dela. O bebê em desenvolvimento é visto nesse ponto de vista como um intruso, um parasita, uma ameaça à autonomia da mãe. De acordo com essa perspectiva, a mulher grávida é vista como estando sob ocupação. O único jeito de ela continuar a exercer seu interesse na integridade física, diz esse argumento, é ser libertada por meio da eliminação e expulsão do invasor.
Mas a ciência pinta um quadro vastamente diferente sobre o relacionamento real entre um bebê no útero e sua mãe, mostrando que, longe de ser um parasita, o bebê em gestação pode curar sua mãe pelo resto da vida dela, pois as células benéficas do bebê passam para o corpo da mãe durante a gravidez.
Jena Pinctott, escritora científica, explora esse relacionamento em seu livro que foi lançado em outubro de 2011: “Do Chocolate Lovers Have Sweeter Babies?: The Surprising Science of Pregnancy” (As Amantes de Chocolate Têm Bebês Mais Doces? A Surpreendente Ciência da Gravidez).
A ciência vem estudando o fenômeno do microquimerismo das células fetais por mais de 30 anos, depois que pesquisadores da Universidade de Stanford ficaram chocados em 1979 ao descobrir o sangue de uma mãe grávida contendo células com cromossomos sexuais Y. Considerando que as mulheres só têm cromossomos X, elesconcluíram que as células só podiam ter entrado no corpo dela a partir do bebê do sexo masculino que ela estava carregando.
Valendo-se de estudos de biologia, genética reprodutiva e epigenética, Pinctott fez um esboço em seu livro do que a ciência aprendeu desde a descoberta de Stanford.
“Durante a gravidez”, escreveu ela, “as células dão um jeito de atravessar a placenta em ambas as direções. As células do feto entram na sua mãe, e as células da mãe entram no feto”.
Os cientistas descobriram, disse ela, que as células fetais de um bebê aparecem mais vezes nos seios saudáveis de uma mãe e menos vezes numa mulher que tem câncer no seio (43 versus 14 por cento).
Pinctott indicou que à medida que a quantidade de células fetais no corpo de uma mãe aumentam, a atividade de doenças de autoimunidade tais como artrite reumatoide e esclerose múltipla diminuem. Ela chamou a evidência de “tentadora” de que as células do bebê em gestação podem oferecer para a mãe mais resistência contra certas doenças.
Certo tipo de células fetais que entra no corpo da mãe é as células-tronco do bebê. As células-tronco têm o que Pinctott chama de “propriedades mágicas” em que elas podem “se transformar” em outros tipos de células por meio de um processo chamado diferenciação. As células-tronco fetais do bebê podem realmente se tornar as próprias células da mãe que completam seu fígado, coração ou cérebro.
No que qualquer especialista em ética poderia declarar como legítima “terapia de células-tronco embrionárias”, as células-tronco fetais do bebê migram para os lugares machucados da mãe e se oferecem como remédio de cura, se tornando parte do próprio corpo da mãe. Pinctott escreve que tais células foram encontradas em “tireoides e fígados enfermos e se transformaram em células de tireoide e fígado respectivamente”.
Pinctott chama a evidência de “impressionante” de que as células fetais de um bebê “reparam e rejuvenescem as mães”.
O especialista em genética Dr. Kirby Johnson, do Centro Médico Tufts de Boston, e a professora Carol Artlett, pesquisadora da Universidade Thomas Jefferson da Filadélfia, apoiam as ideias de Pinctott. A pesquisa deles mostra que quando uma mulher engravida, ela adquire um exército de células protetoras — o que se poderia chamar de um presente vindo de seu bebê — que permanece com ela durante décadas, talvez até o fim da vida dela.
Johnson e Artlett conversaram com Robert Krulwich da Rádio Pública Nacional numaentrevista de 2006. Na pesquisa deles, Johnson descobriu que uma colher de chá de sangue de uma mãe grávida continha “dezenas, talvez até centenas de células… do bebê”. A ciência tem mostrado que no final da gravidez de uma mãe, até 6 por cento do DNA no plasma de sangue dela vem do bebê.
“Achávamos que elas [as células fetais no corpo da mãe] seriam atacadas sem demora. Achávamos que seriam eliminadas em questão de horas, ou mesmo dias. O que descobrimos é que esse não é o caso, de forma alguma”, disse Johnson.
Artlett apontou que ainda que uma mulher tenha um aborto espontâneo ou deliberadamente aborte seu bebê, as células do bebê em gestação, apesar disso, permanecem com a mãe, até mesmo por décadas.
Johnson e Artlett defendem a hipótese de que as células fetais do bebê têm um propósito benéfico, de não prejudicar a mãe, mas protegê-la, defendê-la e curá-la pelo resto da vida dela, especialmente quando ela fica gravemente enferma.
“Há muita evidência agora começando a se tornar conhecida de que essas células podem realmente ser curadoras”, disse Artlett.
Durante a entrevista, Johnson contou o caso de uma mulher que foi internada num hospital de Boston com sintomas de hepatite. Ela era usuária de drogas intravenosas com histórico de cinco gravidezes: um nascimento, dois abortos espontâneos e dois abortos provocados. Johnson especulou que ela estaria carregando muitas células fetais.
No processo de examiná-la, a equipe médica realizou uma biópsia do fígado. Uma amostra do fígado dela foi enviada para um laboratório para ver se alguma célula fetal havia se ajuntado à área enferma do fígado dela. O que eles descobriram foi de surpreender.
“Encontramos centenas… e centenas de células fetais”, disse Johnson, acrescentando que eles viram “literalmente coberturas de células, áreas inteiras que pareciam normais”.
Os cientistas estão ainda tentando apurar o que faz com que as células do bebê trabalhem no corpo da mãe dessa forma sinergética.
Pinctott fica tentando imaginar quantas pessoas deixaram seu DNA no corpo das mães. “Qualquer bebê que tenhamos concebido”, conclui ela.
Pinctott vê algo “belo” nisso. “Muito tempo depois do parto, nós mães continuamos a levar nossos filhos, pelo menos em certo sentido. Nossos bebês se tornam parte de nós, exatamente como nós somos parte deles. As barreiras foram derrubas; os limites não são mais fixados”.
Talvez não seja nada poético dizer junto com Pinctott que um bebê vive uma existência inteira no coração e mente da mãe.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com