quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Grande Farsa Verde nº 1:


Prova concreta finalmente mostra que as previsões do aquecimento global que geraram bilhões em gastos estavam ERRADAS o tempo todo

David Rose
Não, o mundo NÃO está esquentando (como você deve ter notado). Vamos agora revelar os dados oficiais que estão fazendo com que os cientistas mudem repentinamente de ideia sobre o apocalipse climático. Será que os políticos financiados pelos ambientalistas irão parar de travar uma cruzada verde com o nosso dinheiro? Bem... o que VOCÊ acha?
O jornal britânico Mail on Sunday apresentou provas irrefutáveis de que as previsões oficiais do aquecimento do clima mundial eram catastroficamente falhas.
O gráfico nesta página destrói a “base científica” utilizada pela Inglaterra para reestruturar toda a sua economia e gastar bilhões em impostos e subsídios para reduzir emissões de gases estufa. Essas ações já aumentaram em £100 (cerca de R$ 300) ao ano a conta de energia das famílias britânicas.
Gráfico do aquecimento global
As faixas vermelha e rosa no gráfico, subindo gradualmente, são as previsões computadorizadas utilizadas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas.
As estimativas, às quais foram atribuídas certeza de 75% e 95%, sugerem que havia uma chance de apenas 5% de a temperatura real ficar abaixo das duas faixas.
Mas quando as últimas estatísticas oficiais do aquecimento global publicadas pelo departamento nacional de meteorologia do Reino Unido (Met Office) são sobrepostas às previsões, elas mostram quão erradas elas estavam, ao ponto de cair completamente abaixo da faixa de 95%.
O gráfico mostra em detalhes incontestáveis que a velocidade do aquecimento global foi extremamente superestimada. No entanto, essas previsões tiveram um impacto destrutivo nas contas que o britânico paga, do aquecedor à gasolina, passando pelas enormes quantias pagas às cúpulas para reduzir emissões de carbono.
O debate ambientalista foi, para todos os fins, sequestrado por informações falsas. As previsões também forçaram a saída de vagas de emprego no país, pois as fábricas foram transferidas para lugares em que não havia metas de emissões.
Uma versão do gráfico aparece em uma minuta do histórico Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, previsto para ser publicado ainda este ano. O vazamento ocorreu em um momento em que os mais eminentes cientistas começam a admitir que seus maiores temores com relação ao aquecimento global não se tornarão realidade.
Os acadêmicos estão revendo suas posições depois que se deram conta dos erros de cálculo. Myles Allen, professor de Geografia Física pela Universidade de Oxford, declarou que até recentemente acreditava que o mundo poderia estar a caminho de um aumento catastrófico de temperatura de mais de cinco graus célsius ainda neste século.
Mas agora ele admite: “O improvável se concretizou”, acrescentando que o aquecimento provavelmente será muito menor.
Allen diz agora que as estimativas mais altas “parecem duvidosas”.
O gráfico confirma que não houve um aumento estatisticamente relevante da temperatura média do mundo desde janeiro de 1997, conforme este jornal divulgou com exclusividade no ano passado.
No fim do ano passado, o Met Office revisou sua previsão para dez anos, que previa recordes anuais de aquecimento. Agora ele afirma que a estagnação do aquecimento irá durar até pelo menos 2017. Um olhar rápido no gráfico é suficiente para confirmar que o mundo estará muito mais frio do que o mais frio dos cenários previstos.
Especialistas
A fonte é impecável. A linha que mostra a temperatura mundial é do banco de dados “HadCRUT4” do Met Office, com base em leituras de mais de 30.000 postos de medição. Ela foi sobreposta às faixas de certeza de 75% e 95% para produzir o gráfico acima por um grupo que combina o trabalho de 20 centros de modelos climático a serviço do IPCC.
As predições do aquecimento global, baseadas nas previsões dos cientistas de quão rápido os aumento dos níveis de CO2 causariam aumentos de temperatura, influenciaram diretamente a criação da Lei de Mudanças Climáticas da Inglaterra. Segundo a lei, o Reino Unido se compromete a reduzir as emissões em 80% até 2050.
A conta elétrica no Reino Unido inclui subsídios para turbinas de energia eólica no valor de £ 7,6 bilhões (cerca de R$ 23,5 bilhões) por ano, levando a um valor total de £ 110 bilhões (cerca de R$ 340 bilhões). Os motoristas em breve verão outro aumento de £ 0,03 (R$ 0,09) por litro de gasolina devido à mistura de etanol.
Muitos cientistas dizem que a estagnação (além de novas pesquisas sobre fatores como partículas de fumaça e ciclos oceânicos) os fez repensar no que se chama de “sensibilidade climática”, ou quanto o mundo irá aquecer para um dado nível de CO2.
Piers Forster, professor de Mudanças Climáticas da Universidade de Leeds, declarou recentemente: “O fato de que a temperatura da superfície global não aumentou nos últimos 15 anos, somado a bons conhecimentos dos fatores que alteram o clima, tornam as altas estimativas pouco prováveis”.
E a professora Judith Curry, coordenadora de ciências climáticas no respeitado Instituto de Tecnologia da Georgia, declarou: “Os modelos estão ficando quentes demais. A tendência de estabilidade da temperatura global pode continuar por uma ou duas décadas”.
Jamen Annan, integrante do Centro de Vanguarda em Pesquisa de Mudanças Globais (Frontier Research Center for Global Change) e famoso defensor da teoria do aquecimento, afirmou recentemente que as altas estimativas da sensibilidade climática agora parecem “cada vez mais indefensáveis”, uma vez que os reais números provavelmente serão cerca de metade da previsão do IPCC em seu último relatório de 2007.
Os céticos declarados do aquecimento global estão mais inequívocos. O Dr. David Whitehouse, autor de um novo relatório sobre a estagnação do aquecimento global publicado este mês pela Fundação Lord Lawson para Políticas sobre o Aquecimento Global, declarou: “Isso muda tudo. Significa que temos muito mais tempo para esclarecer as coisas. O aquecimento global não deve mais ser o principal determinante para a política econômica e energética de lugar nenhum”.

Eu disse que o fim não estava próximo... e isso me custou minha carreira na BBC, afirma o primeiro ambientalista da TV, David Bellamy

Desafiou a ortodoxia: O botânico David Bellamy, que trabalhava na BBC, afirmou ter sido visto como herético por não seguir a linha do aquecimento global.
Este gráfico mostra que o fim do mundo não está próximo. Mas para qualquer pessoa, como eu, que foi difamada por defender uma visão tão fora de moda, a coisa mais importante a esse respeito provavelmente é a fonte: O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC).
Desde sua criação em 1988, o IPCC vem alardeando sobre o aquecimento global antrópico. Mas aqui, em uma minuta do seu último relatório, está um gráfico que sobrepõe a temperatura observada da Terra com suas previsões.
Ele mostra um mundo que teimosamente se recusa a aquecer. Aliás, mostra que o mundo está a ponto de esfriar.
O fato estranho é que a Terra aqueceu apenas 0,5 graus Celsius nos últimos 50 anos. E os registros do Met Office mostram que nos últimos 16 anos as temperaturas têm se mantido no mesmo patamar, e até começando a cair.
Como demonstra o gráfico, quanto mais o tempo passar, mais o registro da temperatura real irá divergir da previsão apocalíptica do IPCC.
Mas mesmo assim, essa previsão foi utilizada para justificar os horríveis parques eólicos que estragam a zona rural do Reino Unido, e bilhões em impostos “verdes” desnecessários que tornam sua indústria menos competitiva e aumentam em £ 100 (R$ 300) por ano as contas de luz das famílias.
O aquecimento global antrópico se tornou a ortodoxia científica, sem espaço para dissidências. Tragicamente, a tradicional cautela dos meus compatriotas foi jogada fora junto com o conceito cético da revisão por pares para testar novas teorias.
Os opositores do aquecimento global antrópico são vistos como hereges perigosos, como descobri por conta própria. Logo após a criação do IPCC, fui convidado para o que agora se chama Centro Hadley para Previsões e Pesquisas sobre o Clima, em Exeter, para assistir a uma apresentação sobre o aquecimento global.
Como editor de história natural da BBC e acadêmico de ciências, eles queriam que eu me juntasse à causa. Mas quando li as ditas evidências, dei-me conta que eram falhas e não me “registrei”.
Rapidamente fui afastado da BBC e da comunidade científica mais ampla. Quando ajudei algumas crianças em uma campanha contra um parque eólico como parte do programa de TV Blue Peter, fui publicamente difamado. Recebi e-mails abusivos me criticando. Dei-me conta que minha carreira na BBC estava terminada.
Mas a teoria científica seria testada. É por isso que questiono a ciência que culpa o carbono com o vilão que trará o fim do mundo.

Discussão aberta: David Bellamy argumenta que deveríamos ser capazes de testar teorias sobre o aquecimento global, e que o mundo pode viver com flutuações de níveis de carbono no ar.
A geologia nos diz que os combustíveis fósseis se compõem predominantemente de carbono que já fez parte da nossa atmosfera antes de ser isolado na terra há milhões de anos atrás. Naquele tempo, havia mais de 4.000 partes de carbono por milhão (ppm) na atmosfera. Ao longo do tempo, esse nível caiu para 270 ppm, e agora está por volta de 385 ppm.
É óbvio que o mundo pode viver com essas flutuações no nível de carbono na atmosfera. Há uma correlação entre a temperatura e o CO2, mas alguns dos meus colegas colocaram o carro na frente dos bois.
As evidências mostram que os níveis de CO2 acompanham a temperatura, e não o contrário. Aliás, pode haver muitos fatores que determinam o nosso clima. O cientista australiano David Archibald mostrou uma incrível correlação entre a atividade solar e o nosso clima ao longo dos últimos 300 anos. Os cientistas do clima insistem que devemos aceitar a ortodoxia do “carbono” ou ser deixados de lado.
Mas os cientistas por trás da teoria possuem outros interesses: é uma maneira excelente de justificar novos impostos, ganhar mais dinheiro e lhes garantir mais trabalho.
A realidade é que o aquecimento global antrópico é um mito: a temperatura global está perfeitamente dentro dos limites que possibilitam a vida, e além disso, a temperatura atual é mais fria em comparação com boa parte da história da terra. Talvez esse seja o momento em que esse fato se torne uma nova ortodoxia científica.
Revista Time de 1977: Como Sobreviver à Era do Gelo que Está Vindo
1977 – O ANO EM QUE NOS DISSERAM PARA TEMER OS HORRORES DO... ESFRIAMENTO GLOBAL
Na década de 1970, cientistas e formuladores de políticas estavam tão preocupados com a chegada de uma “era do gelo” quanto ultimamente com o aquecimento global, como ilustra a capa da revista Time.
As temperaturas têm caído desde o início dos anos 40. Os professores alertaram que a tendência iria continuar e as crises de alimentos iriam piorar devido à redução das estações de cultivo.
A revista Newsweek publicou que as evidências do esfriamento eram tão fortes que “os meteorologistas estão tendo dificuldades para acompanhá-las”. Mas, lamentou, “os cientistas veem poucos sinais de que os líderes do governo de qualquer país estejam preparados para tomar simples medidas para introduzir as variáveis de incerteza climática em suas projeções econômicas”. Segundo a revista, o planeta já estava “um sexto a caminho da próxima era do gelo”.
Enquanto recentemente a culpa de todos os eventos climáticos extremos é atribuída ao aquecimento global, na década de 1970 o culpado era o esfriamento global. Um artigo previa “o surto mais devastador de tornados já registrado”, além de “secas prolongadas, inundações e geadas”.
O gráfico original foi produzido pelo Dr. Ed. Hawkins, pesquisador sênior do Centro Nacional de Ciências Atmosféricas. Discussões sobre o gráfico e seu significado podem ser encontrados no site Climate Lab Book.

Marco Feliciano, o homem que desafia o País


Apesar do clamor nacional pela renúncia do presidente da Comissão de Direitos Humanos, o pastor-deputado e seu partido, o PSC, ainda resistem, movidos pelo oportunismo político. Para desistir, agora eles querem cargos no governo

Claudio Dantas Sequeira e Izabelle Torres
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Los Angeles (EUA), 1905. Em uma pequena igreja do subúrbio, o pastor evangélico William Seymor promove conversões em massa, iniciando o fenômeno que passaria a ser conhecido como avivamento. Belém do Pará, 1910. Desembarcam no País os pastores suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg com a missão de fundar a Assembleia de Deus, entidade que se tornaria a maior denominação evangélica do Brasil. Um século depois, em 2010, o engraxate Marco Feliciano aluga uma sala comercial e registra em cartório sua própria igreja: a “Assembleia de Deus – Catedral do Avivamento”. Desde então, por meio dela, além de explorar economicamente a fé alheia, professa o racismo, a homofobia e o machismo. Em suas pregações, sejam elas no púlpito, sejam no Parlamento ou nas redes sociais, Feliciano tenta impor o atraso a uma sociedade em inequívoca evolução, na qual as vozes da intolerância são sufocadas cada vez mais pelas dos defensores da igualdade entre os homens, independentemente de cor, raça, gênero, credo e opção sexual. Para piorar, o pastor-deputado, sem o menor constrangimento, em nome de ideias ultrapassadas com claro viés autoritário e de conotação desagregadora, profana a memória dos líderes religiosos que ele mesmo escolheu como patronos. Ao tachar um negro de pessoa “amaldiçoada por Noé”, Feliciano desrespeita a todos, incita o ódio e ainda omite de seus fiéis e eleitores que o pastor Seymor, prócer do avivamento, era afrodescendente e já naquela época defendia a liderança feminina nas igrejas. Ele também esconde debaixo do tapete do preconceito e da intolerância que a Suécia, de Vingren e Berg, mesmo sendo o berço do calvinismo protestante, não vacilou ao reconhecer no início do século XXI o casamento homossexual e a adoção por casais gays.
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TOLERÂNCIA, JÁ
O deputado Jean Wyllys é uma das principais vozes pela saída de Feliciano
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São fatos históricos, mas que o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) preferiu escamotear. Ele dá de ombros aos protestos contundentes que pedem sua renúncia da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Desde que foi indicado para o posto há quatro semanas, o parlamentar passou a enfrentar protestos diários que começaram na internet, se espalharam pelas ruas e invadiram o Congresso Nacional. Um movimento inicialmente organizado por representantes de grupos negros e homossexuais, mas que ganhou adeptos por todo o País. Estudantes, intelectuais e artistas famosos, de todo tipo e todo credo, mostram que a sociedade brasileira não tolera mais comportamentos intransigentes com as diferenças. É incompreensível, afinal, que um parlamentar com posições tão retrógradas e alvo de investigações judiciais esteja à frente de uma Comissão de Direitos Humanos. A aberração política não decorre só do oportunismo do PSC (Partido Social Cristão). É fruto também da conivência e do jogo de pequenos interesses das grandes legendas no órgão legislativo. Esses partidos – e aí estão incluídos PT, PMDB, PSDB e outros – não podem ser eximidos da equivocada ascensão de Feliciano ao posto e são corresponsáveis pelo caos instalado ali.
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Ante toda a comoção social, a lógica seria substituir Feliciano por qualquer outro parlamentar. Mas o jogo político da Câmara é movido por regras próprias e elas, normalmente, não seguem os interesses dos eleitores. A tensa reunião de líderes na quarta-feira 27 escancarou esta situação. Ao pedir que o líder do PSC, André Moura (SE), resolvesse o impasse, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ouviu uma resposta atravessada. Moura lembrou que o PSC tem o direito regimental de indicar quem bem entender e que as outras legendas, hoje opositoras à indicação de Feliciano, optaram por comandar outras comissões. O líder do PSC não mentiu. Esta é uma das razões pelas quais o pastor-deputado, a despeito de todas as pressões e manifestações País afora, ainda não deixou o cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos. Concorde-se ou não com a dinâmica – e o caso Feliciano mostra que ela deveria ser revista para não produzir novas aberrações –, historicamente, a divisão dos comandos das comissões permanentes leva em conta a proporcionalidade dos partidos. A depender do tamanho das bancadas, as legendas ganham a prioridade na escolha dos colegiados que vão presidir. Dessa forma, os maiores partidos, como PT e PMDB, saem na frente e comandam mais de uma comissão. Por anos, os petistas optaram pela Comissão de Direitos Humanos, alegando afinidade da legenda com as causas sociais. Este ano, porém, o PT preferiu a Comissão de Seguridade Social e Família e as importantes comissões de Constituição e Justiça e de Relações Exteriores. “O PT abriu mão da comissão e ela nos foi oferecida. Nosso direito é indicar o presidente e o dever dos outros partidos é nos respeitar”, resume o líder do PSC. Pode soar como um absurdo, mas, pelas regras estabelecidas na Casa, nem mesmo o presidente da Câmara tem poder para destituir Feliciano do cargo. A Alves e aos demais líderes resta apenas a prerrogativa de apelar ao PSC pelo bom-senso, que se expressaria na substituição de Feliciano para permitir a retomada dos trabalhos pela comissão. Não tem sido, no entanto, uma tarefa fácil. “O diálogo está cada dia mais difícil. Regimentalmente, não há como solucionar o impasse imediatamente. E nos parece que os integrantes do PSC não querem ouvir os apelos”, lamenta o líder do PSOL, Ivan Valente (SP).
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TUMULTO E PRISÃO
O manifestante Marcelo Régis invade a Comissão de Direitos Humanos
na quarta-feira 27 e é detido pela Polícia Legislativa
Por trás da manutenção de Feliciano também há o velho e surrado oportunismo político orientado por uma lógica eleitoral. Inegavelmente, o PSC – legenda de pequeno porte composta por apenas 16 deputados – foi alçado à ribalta política a partir da superexposição do pastor-deputado. Os louros, seus dirigentes pretendem colher nas eleições de 2014. Membro da bancada evangélica e comentarista político da Rádio Melodia FM, no Rio de Janeiro, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vaticina: “Ele não renunciará.”
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O peemedebista, profundo conhecedor dos meandros da política, explica: manter o pastor significa dividendos políticos. “Se ele renunciar, não se reelege nunca mais. Se ficar, se reelege com 1 milhão de votos sem sair de casa”, sustenta Cunha. Antes mesmo das eleições, no entanto, o PSC já pensa em faturar politicamente. Na última semana, ao se despedir da bancada, o vice-presidente da legenda, pastor Everaldo Pereira, disse sorridente: “Acho que agora vão nos convidar para o banquete!”. Everaldo passou a reunião explicando que “nunca antes o PSC tivera tamanha visibilidade” e que agora o governo sabia da sua existência e importância. O banquete a que se referiu nada mais é do que a divisão de cargos no governo. O pequeno partido compõe a base da presidenta Dilma Rousseff, mas até agora não teve direito de indicar ministros ou funcionários de primeiro e segundo escalões. Agora, sente-se no direito de pleitear espaço no consórcio governista.
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BEIJAÇO E MANIFESTAÇÃO NO RIO
Ato contra Feliciano reuniu artistas na sede da ABI. Em protesto contra o preconceito,
a atriz Fernanda Montenegro beijou a colega Camila Amado diante das câmeras
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Na campanha eleitoral de 2010, argumentam os principais líderes do PSC, o apoio da legenda ajudou Dilma a conseguir os votos dos evangélicos, mesmo depois de suas declarações polêmicas sobre o aborto. Apesar da alardeada fidelidade, a bancada tem se queixado da dificuldade para ser recebida por ministros, por exemplo. “Apoiamos a campanha e hoje somos um aliado fiel que não tem cargos. Somos maiores do que outros partidos mais consolidados, como PCdoB e PV. Mas que nunca teve direito a muita coisa”, disse o pastor Everaldo Pereira à ISTOÉ. Não se sabe se as reivindicações serão atendidas, na esteira das peripécias do seu mais ilustre parlamentar, o deputado-pastor Marco Feliciano. Mas no PSC paira uma certeza. O espaço na mídia e no mundo político conquistado pelo partido no último mês nunca mais será o mesmo. Antes desconhecido e com tempo escasso de propaganda eleitoral, o partido tem pregado seu fundamentalismo cristão e conservador nos corredores do Congresso e nas reuniões. A avaliação do partido é que a polêmica também beneficia o próprio Feliciano, que atrai a curiosidade de mais fiéis – e potenciais eleitores – a seus templos. Hoje, a “Catedral do Avivamento” possui 13 unidades espalhadas em São Paulo. O número de downloads de CDs e DVDs, como “Caçadores de Jumenta”, quase dobrou em março. Até pouco tempo atrás, Feliciano era um deputado desconhecido, eleito com pouco mais de 200 mil votos e candidato a permanecer no anonimato legislativo pelos próximos dois anos. Agora, ele aproveita a onda de notoriedade e se movimenta em todas as frentes. De olho na popularidade, resolveu até se apresentar como negociador da liberdade dos torcedores do Corinthians presos na Bolívia.
Apesar de o PSC e Feliciano se ancorarem no regimento da Câmara e na oportunidade político-eleitoral para não largar a Comissão de Direitos Humanos, mesmo diante do clamor popular pela renúncia, a batalha ainda não está encerrada. Depois da Páscoa, o presidente da Câmara, Henrique Alves, pretende convocar Feliciano para uma reunião com a presença de todos os líderes de partido. Assim, espera ampliar a pressão pela renúncia. Em paralelo, ainda existe a ameaça de um processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. A assessoria jurídica do PSOL está analisando as denúncias publicadas por ISTOÉ, indicando que o deputado-pastor escondeu da Justiça Eleitoral que era dono de empresas, entre elas um consórcio de imóveis que ele próprio induzia fiéis a comprar durante sermões em seu programa de tevê. Marco Feliciano também é acusado de contratar funcionários fantasmas e responde na Justiça por estelionato e homofobia.
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Montagem sobre foto: Adriano Machado/Ag.Istoé
Fotos: ED FERREIRA/ESTADãO; Levi Bianco/Brazil Photo Press/Folhapress; Givaldo Barbosa/Ag. O Globo; FABIO MOTTA/ESTADãO CONTEúDO; Pedro Kirilos /Agencia O Globo
Fonte: www.istoe.com.br