terça-feira, 18 de março de 2014

24 horas para o Senhor: Igrejas abertas para a confissão em todo mundo

Foto ReinaCani_(CC-BY-NC-ND-2.0)
Vaticano, 18 Mar. 14 / 02:34 pm (ACI).- Igrejas de diversas dioceses do mundo abertas durante 24 horas com a presença de sacerdotes para que os fiéis possam confessar-se: Essa é a proposta "24 horas para o Senhor" que lançou o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, enviada às dioceses de todo o mundo.

Segundo a carta, assinada pelo presidente do Pontifício Conselho, Dom Rino Fisichella, "a proposta dirige-se a toda a Igreja, com a intenção de ser capaz de criar uma tradição que se repita anualmente no quarto domingo deQuaresma".

A ideia é que, a partir das 17h de 28 de março, durante 24 horas, pelo menos uma igreja em cada diocese permaneça aberta para permitir a todos os que queiram que possam aproximar-se da confissão e da adoração eucarística.

"A Nova Evangelização tem entre suas tarefas, que se torna cada vez mais central, o sacramento da reconciliação. Por esta razão, propõe-se fazer a maior parte da quaresma como particularmente adaptada a viver a experiência de evangelização à luz da confissão", escreveu o Arcebispo Fisichella.

E como não podia ser de outra maneira, também em Roma se viverá esta jornada. Na sexta-feira 28 de março às 17h, o Santo Padre presidirá a solene liturgia penitencial na basílica de São Pedro, durante a qual ele mesmo confessará algumas pessoas.

As Igrejas de Santa Maria em Trastevere, Santa Inês e a dos Santíssimos Estigmas estarão abertas até altas horas da noite para a adoração eucarística e para celebrar o sacramento da reconciliação. Do mesmo modo, no sábado, 29 de março a partir das 10h até 16h, a Igreja de Santa Inês estará aberta para a adoração eucarística e para as confissões.

São três Igrejas que se encontram nas zonas mais frequentadas pelos jovens pelas noites. Assim, nestes três pontos da cidade haverá alguns jovens pertencentes a distintas realidades convidando outros jovens a entrarem nas Igrejas.

Finalmente, às 17h acontecerá a celebração conclusiva de ação de graças com as vésperas do IV domingo de quaresma presididas por Dom Rino Fisichella na Igreja do Santo Espírito em Sassia.

A iniciativa nasce, explica o Prelado em uma entrevista realizada pelo jornal italiano Avvenire, porque "por um lado está a preciosa contribuição do Sínodo sobre a nova evangelização, durante o qual muitos padres sinodais recordaram a importância da reconciliação, sacramento ‘irmão’ do batismo.

Por outro, "está a constante mensagem de misericórdia que o Papa Francisco quase cotidianamente dirige à Igreja". Por isso, assinala, "pensamos que talvez seja útil no período de quaresma oferecer um momento para a reconciliação com Deus e consigo mesmo".

Amor: matar ou morrer?

A identidade do amor autêntico está estampada na Cruz: quando se ama, não se mata, mas, verdadeiramente, se morre

O amor entre o homem e a mulher, firmado desde o princípio como união indissolúvel[1] e antes de ser elevado por Cristo à dignidade de sacramento, foi, de algum modo, perturbado pelo pecado original. As consequências da desobediência do homem afetaram profundamente a comunhão conjugal. "Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores, teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio"[2], diz Deus à primeira mulher. Assim, "sua atração mútua, dom do próprio Criador, transforma-se em relações de dominação e cobiça"[3] e aquele projeto primeiro do Criador, ainda subsistente, encontrou um inimigo na própria carne, deformada pelo mal.
A simples observação da realidade faz notar que as desordens entre homem e mulher "parecem ter um caráter universal"[4]. A literatura bíblica oferece o exemplo de Susana, que, coagida por dois anciãos, foi vítima de falso testemunho e quase morreu injustamente. O escritor sagrado diz que "os dois anciãos, que a observavam (...), puseram-se a desejá-la", "perverteram assim a sua mente e desviaram seus próprios olhos, de modo a não olharem para o Céu e não se lembrarem dos seus justos julgamentos"[5].
Na peça "Titus Andronicus", de William Shakespeare, os corações de outros dois homens – Demetrius e Chiron – também são corrompidos pelo desejo de dominação. Ao revelar o seu plano de possuir Lavínia, Demetrius diz os seguintes versos: " She is a woman, therefore may be woo’d; / She is a woman, therefore may be won; / She is Lavinia, therefore must be loved. – Ela é mulher, deve ser cortejada; / Ela é mulher, deve ser conquistada; / Ela é Lavínia, e deve ser amada"[6]. A verdade de que a mulher deve ser "cortejada, conquistada, amada" serve, aqui, de pretexto para a defesa de um amor egoísta e cruel, como se vê ao longo da tragédia. Após estuprar Lavínia, os dois godos cortam-lhe a língua e as mãos, mostrando que "a aparente exaltação do corpo pode bem depressa converter-se em ódio à corporeidade", como indica o Papa Bento XVI:
"O eros degradado a puro ‘sexo’ torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma ‘coisa’ que se pode comprar e vender; antes, o próprio homem torna-se mercadoria. Na realidade, para o homem, isto não constitui propriamente uma grande afirmação do seu corpo. Pelo contrário, agora considera o corpo e a sexualidade como a parte meramente material de si mesmo a usar e explorar com proveito. Uma parte, aliás, que ele não vê como um âmbito da sua liberdade, mas antes como algo que, a seu modo, procura tornar simultaneamente agradável e inócuo. Na verdade, encontramo-nos diante duma degradação do corpo humano, que deixa de estar integrado no conjunto da liberdade da nossa existência, deixa de ser expressão viva da totalidade do nosso ser, acabando como que relegado para o campo puramente biológico."[7]
Ao contrário do que sucedeu a Lavínia – e quase aconteceu a Susana –, a mulher não deve ser subjugada, mas verdadeiramente amada, em sua integridade e liberdade. O esposo do Cântico dos Cânticos, por exemplo, refere-se à sua esposa como a um "jardim fechado", uma "fonte lacrada"[8]. O bem-aventurado João Paulo II, ao comentar esse trecho das Escrituras, escreve que essas metáforas indicam que o homem está disposto a receber sua mulher como "dona de seu próprio mistério"[9]. "Se o amante quer entrar nesse ‘jardim’ e participar do mistério da mulher, não pode invadi-lo à força ou tentar arrombar a porta"[10], como fizeram os dois anciãos do livro de Daniel[11], mas, esperar o "sim", imagem do consentimento matrimonial, dado livremente pela mulher: "Eu sou do meu amado"[12].
O amor que Deus tem pelo homem, respeitando a sua liberdade, esperando com paciência o seu "sim", é a imagem da comunhão que deve existir entre o homem e a mulher. A partir da redenção de Cristo, este amor chega ao grande sacrifício da Cruz, no qual está estampada a identidade do autêntico "amor livre": quando se ama, não se mata, mas, verdadeiramente, se morre.
Os relatos trágicos de "amores" humanos advindos de uma liberdade mutilada demonstram até onde o homem pode chegar, fechando-se em si mesmo; ao contrário, o retrato de até onde ele pode chegar, com Deus, não se encontra frequentemente na literatura comum, senão na vida dos santos. É no exemplo de suas vidas que se manifesta o excelso modelo do matrimônio: o amor esponsal de Cristo por Sua Igreja.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. Cf. Gn 2, 24
  2. Gn 3, 16
  3. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1608
  4. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1606
  5. Dn 13, 8-9
  6. Original disponível na íntegra, Act II, Scene I. Cf. SHAKESPEARE, William. Tragédias e comédias sombrias. Trad.: Barbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006. p. 46
  7. Papa Bento XVI, Carta encíclica Deus caritas est, 25 de dezembro de 2005, n. 5
  8. Ct 4, 12
  9. Papa João Paulo II, Audiencia General, 30 de maio de 1984, n. 4
  10. Christopher West. Teologia do corpo para principiantes (Trad. Cláudio A. Casasola). Porto Alegre: Editora Myrian, 2008. p. 110
  11. Cf. Dn 13, 16
  12. Ct 6, 3

Médica ateia pesquisa nos arquivos da Igreja 1.400 milagres. Veja o que ela descobriu!

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Médica confere 1.400 milagres e diz: “​sim, ​ eles existem”! ​​ “os milagres acontecem e com maior frequência do que acreditamos”. (Dra. Jacalyn Duffin, médica hematologista, ateia, ​historiadora, tendo presidido a Associação Americana de História da Medicina e a Sociedade Canadense de História da Medicina. Além de ser catedrática dessa disciplina na Queen’s University de Kingston/Canadá)
 A hematologista canadense Jacalyn Duffin estava observando no microscópio “uma célula letal de leucemia”. Olhando para a data do exame, concluiu: “fiquei persuadida de que o paciente cujo sangue estava examinando tinha que ter morrido”, Entretanto, o paciente estava bem vivo.
A hematologista não sabia: ela havia sido solicitada para participar na investigação de um milagre.
Ela escreveu sua incrível história pessoal ​ em ​um ​artigo para a BBC.
A amostra de medula fora tirada de uma jovem de 30 anos ainda viva. Estudava-se a veracidade do milagre no contexto do processo de canonização da primeira santa canadense, Maria Margarida d’Youville (1701-1771), fundadora das irmãs da Caridade, elevada à honra dos altares 14 anos depois.
Existia a possibilidade de a cura ser atribuída à quimioterapia. Porém, “os especialistas em Roma aceitaram reconsiderar a decisão se uma testemunha ‘cega’ (sem saber do quê nem de quem se tratava) reexaminasse as amostras”, narrou a Dra. Jacalyn.
Ela lavrou um laudo sem saber para o quê. “Nunca tinha ouvido falar do processo de canonização e não podia saber que a decisão requeria tanta deliberação científica”, disse ela.
Pois a hematologista é ateia e não se interessava pela religião, nem pela do marido que é judeu.
Até que um dia ela foi convidada a testemunhar diante de um tribunal eclesiástico. Posteriormente, como seu laudo foi decisivo, convidaram-na para assistir à cerimonia na Praça de São Pedro.
“De início eu duvidei em ir, eu não queria ofender as religiosas, porque eu sou ateia e meu marido é judeu.
“Mas acabamos indo, vendo que elas estavam felizes de nos incluir na cerimônia
“Tampouco podíamos renunciar ao privilegio de testemunhar o reconhecimento do primeiro santo de nosso país”.
Ela ganhou também um exemplar da Positio, documento decisivo de cada processo de canonização. E ali viu que estavam incluídos seus trabalhos e observações.
Jacalyn teve uma surpresa: “subitamente compreendi entusiasmada que meu trabalho médico estava nos arquivos vaticanos, e a historiadora que há em mim começou a querer saber de outros milagres incluídos em canonizações do passado”.
E foi assim que acabou estudando 1.400 milagres apresentados para a canonização de centenas de santos nos últimos quatro séculos.
Ela publicou um primeiro livro com suas conclusões: “Medical Miracles” [Milagres médicos].
Depois escreveu um segundo livro sobre dois santos mártires do século IV cuja devoção cresce notavelmente nos EUA e no Canadá:
“Medical Saints. Cosmas and Damian in a Postmodern World” [Santos médicos: São Cosme e São Damião no mundo pós-moderno], publicado em 2013 pela Universidade de Oxford.
A Dra. Jacalyn ainda é ateia, mas escreveu: “os ateus honestos devem admitir que acontecem fatos cientificamente inexplicáveis” e “a hostilidade de certos jornalistas periodistas procede de seu próprio sistema de crenças: como para eles Deus não existe, logo não pode existir nada sobrenatural.
Um de seus livros: Ss Cosme e Damião, santos que foram médicos (abaixo)
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“Mas, se os doentes atribuem sua cura a Deus pela mediação dos santos, por que é que deve prevalecer outro sistema de crenças (o incrédulo) sobre o dos doentes? “
Essa pretensão revela o abismo, socialmente admitido, entre acreditar na ciência e maravilhar-se diante do inexplicável”.
E acrescentou: ​​ “os milagres acontecem e com maior frequência do que acreditamos”.
O testemunho da Dra. Jacalyn, independente de suas convicções pessoais, é um tributo ao rigor da Igreja na hora de examinar as curas sobrenaturais.
Dos 1.400 milagres analisados, ela concluiu que “as doenças que acabam sendo curadas por milagres foram diferentes segundo a época, mas, em todas as ocasiões, tratava-se das que mais desafiavam a ciência médica”.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/religion/0/24660240

“Eu era adepto do satanismo”.

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Aos 16 anos, influenciado por alguns colegas, comecei a frequentar grupos de metal, punk, rock etc. Naquela época, eu mudava meu look a cada mês! Depois comecei a usar um crucifixo de cabeça para baixo. Além disso, pesquisava tudo sobre o satanismo na internet. E de tanto ver filmes de terror com meus amigos, me lancei ao espiritismo também. Nós buscávamos gerar medo por todos os meios possíveis.
 
Foi assim que, em um espaço de 6 meses, passei de “bom menino” a adepto do satanismo. A morte da minha bisavó, a quem eu amava muito e por cuja cura eu havia rezado, reforçou esta atitude em mim. Deus havia me defraudado? Bem, eu queria mostrar-lhe que, se não prestasse atenção em mim, eu iria para o outro lado.
 
Aos 18 anos, logo depois da formatura, decidi sair de casa. Aceitei um emprego em um centro para pessoas com deficiência motora e mental e esta experiência começou a abrir meus olhos. Ao lado dessas pessoas frágeis, aprendi a me doar e a amar os outros.
 
Às tardes, eu estudava engenharia de telecomunicações. Graças a esta formação, consegui um emprego muito bem pago. Mas esta vida fácil demais me levou novamente ao caos. Cada dia eu levava uma garota diferente para a minha casa. Mas, depois de dois anos, este estilo de vida me pareceu completamente vão.
 
Decidi partir pelas estradas da França, oferecendo meus serviços em troca de cama e comida. Certa tarde, em Touraine, fiquei sem hospedagem. Aconselharam-me procurar na casa paroquial. Lá, uma família encarregada da acolhida me perguntou se eu poderia permanecer com eles por um tempo, para fazer alguns trabalhos.
 
Sua filha mais velha chegou de um encontro cristão e resplandecia de felicidade. Sua alegria despertou em mim perguntas existenciais. Alguns dias depois, percebendo minha busca interior, um dos seus amigos, que era padre, convidou-me para uma peregrinação a um lugar próximo dali.
 
Durante a peregrinação, senti a necessidade de me confessar. Era a primeira vez na vida que eu recebia este sacramento. Pude colocar toda a minha vida nas mãos de Deus e receber o seu perdão. Uma verdadeira libertação!
 
Voltei à estrada decidido a manter o rumo. Comecei a ir à Missa e a orar. Meu caminho me levou a Rocamadour, onde permaneci por seis meses.
 
Lá, o sacerdote me disse que eu poderia desafiar Deus com estas palavras: “Senhor, estou completamente perdido, não sei o que fazer com a minha vida. Se queres, dá-me uma resposta!”.
 
Abri a Bíblia e meus olhos repousaram em uma passagem do Salmo 71: “Tu és minha rocha, minha fortaleza”. Receber esta Palavra em Rocamadour, uma cidade construída sobre uma rocha, deixou algo claro para mim: Deus podia me falar por meio da Bíblia.
 
Depois disso, tive muitas e longas conversas com o padre do santuário.
 
Alguns meses depois, enquanto eu estava de passagem pela Bélgica, meu irmão mais velho se suicidou. Durante esta provação, minha fé, tão fresca, foi o que me sustentou. Também me permitiu reconfortar meus familiares.
 
Hoje, posso dizer que encontrei a verdadeira felicidade. A cada dia descubro uma nova faceta do amor de Deus e do próximo. Atualmente, trabalho em Bourgogne, em Paray-le-Monial, onde Jesus apareceu para revelar aos homens seu coração transbordante de amor.
 
Minha fé se torna cada vez mais sólida. E tenho muitos projetos em mente!
 
(Artigo publicado originalmente em L’1visibile)
Fonte: http://blog.comshalom.org/carmadelio

Patriarca ortodoxo na Síria denuncia que os cristãos são mortos como animais

Arcebispo Antonio Chedraui. Foto: iglesiaortodoxa.org
LIMA, 18 Mar. 14 / 11:12 am (ACI).- O Arcebispo metropolitano da igrejaapostólica ortodoxa de Antioquia, Antonio Chedraui Tannous, denunciou que os cristãos na Síria são assassinados como se fossem animais, e diante disso a comunidade internacional “tapou os ouvidos e não quer escutar”.

Em declarações a José Gálvez Krüger, diretor da Enciclopédia Católica que faz parte do grupo ACI, Antonio Chedraui denunciou que “sem dúvida a igreja ortodoxa de Antioquia vive um martírio interminável: sequestro de doisarcebispos e alguns sacerdotes, matança de sacerdotes e de fiéis inocentes que não têm nada a ver com o que está acontecendo. Perseguições, destruição de Igrejas, assassinatos, etc… E o bárbaro é que matam os cristãos como se mata o animal, e tudo isso, em nome de Deus”.

“Pergunto-me: o que isso tem a ver com a luta pela democracia ou pela liberdade na Síria? Os criminosos, em sua maioria, são estrangeiros que vêm da Arábia Saudita, Chechênia, Turquia e outros países”.

O Arcebispo advertiu também que “o motivo do levantamento de alguns grupos na Síria não é contra o governo ou a favor da democracia”.

De acordo ao prelado ortodoxo, existe um “plano norte-americano e da União Europeia de evacuar todo o Oriente Médio dos cristãos. Em 1973, queriam começar com o Líbano e se armou uma guerra civil dois anos depois, e quando não tiveram a sorte de cumprir este objetivo, o ex-presidente dos Estados Unidos George Bush invadiu o Iraque”.

“E assim, de quatro milhões de cristãos iraquianos, ficaram no país de 400 a 500 mil no máximo. E estes só não saíram por razões financeiras: se tivessem tido dinheiro, teriam saído anos atrás”.

O Arcebispo Chedraui assinalou que se os rebeldes lutassem pela democracia “seriam Sírios e não mercenários estrangeiros”.

O Ocidente, com os Estados Unidos à cabeça junto à França, criticou, “tapou-se os ouvidos e não quer escutar. Falam do direito de ‘autodeterminação dos povos’, mas não aceitam que se façam eleições ou que se faça plesbicito como é o caso da Ucrânia. Na Síria, não deixam a população escolher o regime constitucional conveniente”.

“Eu acho que se o Ocidente e outros países como a Arábia Saudita e Turquia não tivessem intervindo mandando dinheiro e armas, não teríamos o que temos hoje no Oriente Médio; e isso que às Nações Unidas, recebendo ordens dos Estados Unidos, pouco lhes interessa os direitos humanos e muito menos os dos cristãos do Oriente Médio”.

Antonio Chedraui assinalou que “há sessenta anos a política dos Estados Unidos foi injusta com os países do Meio Oriente e, particularmente, com os cristãos desta região. Por isso o Senhor Obama- da mesma forma que o seu antecessor o Sr. Bush- tem uma grande responsabilidade com sociedade humana”.

“Todo mundo acreditava que o Sr. Obama ia mudar a política agressiva e torta do Sr. Bush, mas, infelizmente, o presidente Obama se saiu pior que o anterior, está indo exterminar os cristãos do Meio Oriente pelo maldito petróleo: se não fosse pelo ouro negro, não teríamos nenhuma das desgraças que temos agora”.

O prelado precisou que “não posso dizer que o Islã, em si mesmo, seja uma religião de ódio. Do contrário, o profeta Mohamed não teria pedido ao seu povo que respeitasse os seguidores da Bíblia”.

“Mas do Islã saíram uns fanáticos”, criticou, que “não têm nada a ver com o amor, a religião, ou a fé. A religião é fonte de amor e, pelo contrário, o fanatismo é fonte de ódio”.

“A convivência com os fanáticos me parece impossível; porém, entre os muçulmanos moderados e cristãos, é possível e agradável”, assegurou.

Ao ser consultado se o Patriarca da Igreja ortodoxa de Antioquia, Sua Beatitude João X, se reunirá com o Papa Francisco na viagem que este realizará à Terra Santa, o Arcebispo Chedraui indicou que embora “muitas razões políticas e eclesiais” impeçam a sua assistência, tratar-se-á de “uma decisão dele, vamos ver o que decidirá no Santo Sínodo Antioquenho”.

O prelado ortodoxo recordou também que “o Santo Sínodo de Antioquia se expressou a favor da aproximação e a união de todos, e graças a Deus no Líbano e nas Américas têm as melhores relações com a nossa Igreja irmã, a Igreja Católica Romana e sempre rezamos pela nossa verdadeira união”.

“Eu pessoalmente, tenho uma admiração especial por Sua Santidade e sempre recordado o Papa João XXIII que, apesar de tudo, rompeu o muro de ódio que separou a Igreja Católica Romana da Igreja Ortodoxa; e obviamente, não posso esquecer de Sua toda Santidade e sempre recordado, o Patriarca Atenágoras, Patriarca de Constantinopla, que lutou muito (junto) com o Papa João XXIII e seu sucessor o Papa Paulo VI, e jamais esquecerei o encontro histórico em Jerusalém”.

Em sua opinião, disse o Arcebispo, “já deve terminar o período dos gestos e protocolos. As duas Igrejas têm que tirar tudo o que impede a verdadeira aproximação entre elas começando a buscar a união, já que há uns tremendos perigos que ameaçam a todos e a cada um de nós”.

“Está o exemplo na Síria: o fanatismo não distingue entre sacerdotes ortodoxos e romanos já que mataram a ambos”.

“Todos juntos temos que nos mover com amor para enterrar o ódio porque o cristianismo, é uma mensagem de amor e paz”, remarcou.

Arcebispo admite casos de pedofilia na Bahia e prega fim do sincretismo

Em entrevista ao CORREIO, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger admite pedofilia na Bahia, defende o acolhimento dos gays na Igreja, mas condena a naturalização da homossexualidade.

Rafael Rodrigues
Dom Murilo diz que acolher os gays não significa que a Igreja aceita a homossexualidade como natural. Arcebispo admite pedofilia na Bahia
Pelo diálogo e pela tolerância, mas também pelo fim do sincretismo. O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, está na capital baiana há três anos, tempo em que maturou sua avaliação de que o sincretismo, traço cultural baiano símbolo da resistência histórica da repressão contra religiões de matrizes africanas, deve ficar no passado. “Eu não aceito, acho o sincretismo prejudicial para os dois lados”, disse. 

Em entrevista na sua casa, em luxuoso condomínio na Federação, o arcebispo admitiu a existência de casos de pedofilia na igreja baiana, comentou o beijo gay na novela Amor à Vida e deixou clara que a posição do papa Francisco sobre a necessidade de a Igreja acolher os homossexuais não flexibiliza dogma que condena os gays. O líder religioso revelou que a Igreja Católica tem como meta seguir o que fizeram os evangélicos, e comprar tempo na TV para atingir a população que não vai aos cultos.

A Campanha da Fraternidade este ano fala do tráfico humano. Por que este tema?É um problema mundial, uma das grandes fontes de recursos ilícitos, depois das drogas e das armas, e o Brasil infelizmente não está fora disso. Ouvimos continuamente sobre pessoas aprisionadas trabalhando como escravos, jovens aliciadas para o exterior com grandes promessas e acabam se submetendo à prostituição. A campanha quer acordar o Brasil de que existe um problema grave. Nós temos que conclamar a sociedade, porque se não houver uma consciência geral, o problema continuará.

Os católicos são 64% da população no Brasil, mas teve queda de 12% em 10 anos, enquanto os evangélicos chegaram a 22%, mas há 30 anos eram apenas 5%. Como voltar a crescer ?
É um dado histórico: uma terça parte de quem é batizado como católico não pratica a fé. Tem uma terça parte que é praticante, e outra terça parte que são os católicos ocasionais. O terço que foi batizado, mas nunca participou de nada fica presa fácil de qualquer proposta. O grande desafio é como atingir a parcela que não está sendo atingida. Levamos muito tempo para descobrir a importância dos meios de comunicação. Hoje, no mundo globalizado, você não atinge mais no contato direto todo mundo. É ilusão que tivemos durante muito tempo. Nossas igrejas cheias, o padre com uma palavra de autoridade julgava que tinha todo mundo nas mãos. E  nossos irmãos de outras igrejas foram percebendo a força da comunicação. Uma grande alavanca para essas igrejas foram programas de TV, depois foram comprando emissoras porque é uma evangelização 24 horas. Então a Igreja procurou correr atrás do prejuízo. Temos que ficar atentos para não ficar cuidando das ovelhas gordinhas, que participam, que vivem, mas olhar a ovelha que, como Jesus disse, se extraviou, saiu do rebanho.

A igreja tem esse objetivo  de disputar tempo em TV?

E internet. Essa é essencial. Porque é o mundo de hoje. As pessoas tendem a se fechar cada vez mais em prédios e condomínios. Não é mais possível o contato individual, ir lá, bater, oferecer alguma coisa, é muito difícil.  Com uma rádio, uma TV, a internet, você entra em lugares onde não entraria.

O senhor chegou em Salvador há três anos. Há alguma peculiaridade na missão da igreja aqui?Vejo dois grandes desafios. A cidade não cresceu, ela implodiu de repente. Em todos os problemas sociais não será fácil achar uma solução. Há falta de terrenos para construir uma igreja. Nas áreas pobres, você não consegue uma área legalizada. Não tem espaço para encontrar e acolher o povo. Outro grande desafio, eu diria que é a situação de pobreza e miséria. Salvador precisa descobrir que sua vocação é de serviço, turismo, culinária. O caminho é fazer com que o soteropolitano usufrua de tudo isso. 

É difícil falar de valores, quando a mensagem que o jovens recebem mais facilmente vem das sexualizadas letras de pagode?
Tenho alertado para isso. A doutrina de Cristo é muito clara  para o corpo humano. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, o corpo é um sacrário de Deus, um santuário. Infelizmente, a gente vê aqui o corpo  como objeto de prazer, há uma idolatria do corpo, uma sensualidade incentivada. Mas quando o cristianismo começou, há 2 mil anos, não era diferente, o paganismo dominava. E os cristãos pregaram, anunciavam. É aquilo que Paulo  escreve a Timóteo, que ele pregue a palavra, insista, oportuna ou inoportunamente. Temos que nos apresentar, quem aceitar, graças a Deus. Os que não aceitam um dia verão que perderam a oportunidade de se elevar como pessoas.

A canonização de Irmã Dulce ajudaria a aproximar o  baiano da Igreja Católica?
O maior tributo da canonização vai ser ter o foco sobre uma pessoa que dedicou a vida pelo outro, pelos mais necessitados. Isso faz falta. Se você olhar, todos esses grupos que dependem de voluntários, que trabalham com crianças abandonadas, com adolescentes envolvidos com drogas, com idosos que não têm para onde ir,  verá que cada vez diminuem mais os voluntários. Há pessoas que contribuem economicamente, mas nem sempre voluntariamente. Irmã Dulce era uma pessoa que não tinha grandes estudos, não era uma intelectual, de fazer palestras, nem tinha poder econômico. No entanto, o impacto da obra dela é gigante. 

O papa Francisco pediu que temas polêmicos, como o aborto e casamento gay não fossem o foco das discussões católicas. Qual o objetivo?
Há pessoas que pegam um tema e fazem dele o objetivo de todas suas colocações. O papa quer dizer o seguinte: a Igreja tem 2 mil anos, tem um corpo doutrinário bem articulado, fundamentado na palavra de Deus. Todo mundo conhece a posição da Igreja sobre o aborto, não precisa ficar falando. Não é que não queira que se fale disso, mas também de outros valores que estão esquecidos. Por exemplo, vou falar todo dia que não se deve matar? Todo mundo já sabe que não se deve matar. Então, ele quer  é mostrar a doutrina da Igreja de forma global, não pegar só um tema. Senão, parece que se resume a só isso. 

O papa também disse que se deve sempre receber com amor os gays dentro da igreja. Como lidar com o dogma que condena usando a palavra do amor?
Existe na Igreja a doutrina e existem pessoas. Jesus esteve com ladrões, com Zaqueu, que depois se confessou ladrão, e Jesus ordenou que ele devolvesse quatro vezes o que roubou; e esteve com prostitutas, mas nunca passou a mão na cabeça e disse para elas ‘continue assim, está tudo bem’. Ao contrário. Quando encontrou a adúltera que tinha sido condenada ao apedrejamento, Jesus disse a famosa frase ‘quem não tiver pecado que atire a primeira pedra’. Todo mundo foi embora. Ele disse: ‘Nem eu te condeno, vai e não tornes a pecar’. Não disse ‘continue sua vida e está tudo bem’. Deu a ela possibilidade de fazer uma experiência da misericórdia de Jesus e começar uma nova vida. Se alguém que tem uma vida errada se apresentar diante de mim – errada digo do ponto de vista evangélico, dos mandamentos – eu não vou dizer para ela que está tudo bem. Vou acolher e dizer: ‘Meu filho, esse não é o caminho de Deus’. A Igreja não vai mudar de doutrina. Não haverá uma pastoral para homossexuais onde ‘está tudo bem’, seria falso, estaria traindo o evangelho. Digo a verdade para ajudar a libertá-los.

O combate à homofobia ganhou espaço, inclusive com representatividade em novelas, teve o beijo gay. Como a igreja católica se posiciona neste contexto contemporâneo?
Estamos em um mundo pluralista, em que há de tudo. Educar no passado era mais fácil porque a família formava 70% da cabeça do filho, e 30% era escola, amigos, algum meio de comunicação. Hoje, se a família conseguir formar 30% da cabeça, é um milagre. Então penso que temos que seguir   a orientação de Paulo, “examinai tudo e guardai se for bom”. Não significa aceitar tudo. O pai tem uma missão mais difícil, porque essa não é a única coisa que vai contra os princípios católicos.

Com tem sido o diálogo com as religiões de matriz africana?
Uma coisa é o diálogo, que é sempre bom, porque é escutar o outro, suas razões e motivações, por que ele acredita nisso, por que ele segue tal ritual. Esse diálogo acontece geralmente de forma informal. Eu não aceito, acho prejudicial para os dois lados, o sincretismo. No português claro, é colocar várias doutrinas dentro do liquidificador e aquela massa disforme e inodora que sair vai ser usada por todos. Candomblé e as outras religiões de matrizes africanas têm sua doutrina, seus ensinamentos, seus ritos que nós pedimos ao católico que respeite, como queremos ser respeitados em nossas doutrinas, nossos valores. Nesse respeito mútuo, todo mundo enriquece. O que temos que combater é a violência por questão religiosa, de raça e outras coisas. Mas respeito não significa que é tudo uma coisa só, porque aí, quando um grupo perde sua identidade, perde aquilo que tem de mais importante.

Como explicar ao católico essa dualidade, a necessidade de ter suas compreensões com base nos dogmas católicos, mas saber respeitar o diferente? 
A intolerância religiosa é muito negativa. Só pode dialogar com outro aquele que conhece bem a sua fé. Quando uma pessoa não conhece bem a sua fé, tende a se fechar nos seus dogmatismos e combate o outro. Só conseguem dialogar pessoas maduras, adultas, que estão conscientes de seus valores.  Olhando a sociedade, especialmente aqui na Bahia, eu não sei se tem outro grupo religioso que seja tão tolerante quanto os católicos. Às vezes há casos isolados. O mal é quando se quer fazer uma mistura, que volto a dizer, é prejudicial. 

Qual seu julgamento no caso da freira que recebeu a benção do candomblé no adro da Igreja do Bonfim, no dia do cortejo, e virou capa do CORREIO?
Não sei quem é essa freira, mas eu acho que aí... a própria igreja tem a sua benção, da santíssima trindade. No candomblé tem sua benção, de seus deuses. Eu não sei o que levou aquela religiosa buscar lá (a benção), eu não aconselharia a fazer. É aquilo que eu falo, a mistura é prejudicial.
Havia uma expectativa na nomeação do senhor como cardeal, por Salvador ser uma sede cardinalícias (em que os arcebispos tradicionalmente tornam-se cardeais), mas não veio a acontecer. Foi uma surpresa?
O papa está mudando muitos parâmetros na Igreja. Era tradição que algumas sedes fossem cardinalícias, mas não existe nenhum documento,  é só uma tradição. E ele mudou, usou outro critério: pegou bispo do interior do Haiti, outro de um país africano, ele demonstrou que quer uma representabilidade mais universal. No fundo, o cardeal é um assessor mais direto dele. Se pede e se espera muito mais de quem é cardeal, e graças a Deus ele escolheu pessoas que tem condições de ajudar o papa melhor do que eu. 

O papa falou da “vergonha” com a pedofilia dentro da igreja. O senhor já recebeu alguma denúncia aqui no Estado?

Há casos isolados. Não houve aquilo como aconteceu em países da Europa, em que havia quase uma cultura (da pedofilia). Aqui existe porque as pessoas que nós acolhemos no seminário são pessoas que vêm da sociedade, e trazendo todas as coisas boas, mas trazendo à vezes limitações. Então há a necessidade, e o papa tem insistido com nós, bispos, de cuidarmos muito do discernimento, para saber se tal pessoa tem condições. Mas tem pessoas que conseguem camuflar, tem outras que têm tendências que são escondidas, que se manifestam mais tarde. O que isso  mostra é que temos que valorizar mais as família. Porque grande parte de pessoas assim trazem traumas que depois se revelam em comportamento. São pessoas que trazem graves deficiências de formação, da vida familiar. Temos que trabalhar pela santidade, pela qualidade de nossas famílias. Quanto melhor a família, melhores serão os padres, políticos, industriais, professores.

Os casos daqui foram investigados? Como se procedeu?
Hoje as pessoas têm menos medo de ir procurar a Justiça, e tem caso de padres que foram presos. No julgamento, o juiz é até mais severo, porque há o agravante: quem é padre está exercendo um ministério que desperta confiança, então é um abuso maior da confiança. E a Igreja pode ate ajudar no sentido de colocar um advogado, porque se alguém não colocar o próprio Estado se sente na obrigação de colocar, mas não no sentido de pedir para o juiz não condenar. Depois, existe também um denuncismo. O mundo das fofocas é muito forte, se espalha rápido. Há uma necessidade de ter muito cuidado e não acreditar na primeira notícia, porque infelizmente o coração humano é vingativo e às vezes as pessoas não se preocupam em roubar do outro o que cada um tem de mais precioso, que é o bom nome. Quando há denúncia, temos que ir atrás, averiguar. Se for comprovado, temos que ser os primeiros a denunciar em termos de Igreja e essa pessoa perde o estado clerical. 

Sabe quantos casos houve na Bahia?
Não. Muitas vezes corre em segredo de Justiça não pelo padre, mas pela criança. Eu, aqui em Salvador, não tive, sei que houve no passado aqui, mas não saberia dizer números.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br/