sexta-feira, 6 de abril de 2012

Papa Bento XVI critica “apelo à desobediência” feito por alguns padres da Áustria.



Em duro e direto sermão, Bento 16 faz ataque a um grupo de padres austríaco que defende fim do celibato e ordenação de mulheres
RACHEL DONADIO
DO “NEW YORK TIMES”, EM ROMA

O  papa Bento 16 denunciou ontem a “desobediência” na igreja em uma homilia severa, censurando os sacerdotes reformistas que desejam a ordenação de mulheres e o fim do celibato.
Em referência a iniciativas recentes de clérigos austríacos e de outros países, o papa declarou que, embora esses sacerdotes afirmem agir motivados “pela preocupação com a igreja”, eles são movidos por “suas preferências e ideias pessoais” e deveriam optar pelo “radicalismo da obediência”, frase que captura a essência de seu pensamento teológico.
Foi um dos mais fortes e diretos sermões em sete anos de pontificado de Bento 16.
O discurso também demonstrou que o papa, que vinha demonstrando cansaço aos 85 anos, parece ter recuperado a antiga forma, atuando como defensor da ortodoxia e demonstrando preferência por uma igreja menor, mas seguida com mais fervor, em lugar de uma maior que dependa de uma diluição na doutrina.
O papa pronunciou sua homilia na Basílica de São Pedro, na Quinta-Feira Santa, o dia em que os padres recordam os votos que fizeram ao serem ordenados.
Ele fez referência ao grupo austríaco Iniciativa Sacerdotal, que divulgou um “apelo à desobediência” conclamando a igreja a permitir a ordenação de mulheres, a abandonar as normas de celibato e a permitir que pessoas divorciadas comunguem.
A Iniciativa foi criada em 2006 pelo padre Helmut Schüller, ex-diretor da agência assistencial católica Caritas na Áustria, com o objetivo de combater a escassez de sacerdotes. Desde então, mais de 400 padres austríacos expressaram apoio a ele, segundo a imprensa local.
Padres nos EUA e em outros países da Europa fizeram o mesmo.
De sua parte, Schüller definiu o Vaticano como “monarquia absoluta” e disse que a resistência da igreja à mudança poderia resultar em ruptura, de qualquer forma. Em entrevista por telefone, Schüller se declarou surpreso com as palavras do papa.
“Mas não creio que tenham sido palavras tão ásperas. Não traziam ameaça ou sanção implícita”, disse.
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De outra fonte:
http://www.radioitaliana.com.br/content/view/8671/39/
Bento XVI criticou no Vaticano os subscritores do “apelo à desobediência”, promovido por padres austríacos, que acusou de realizar um gesto “desesperado” e contrário aos interesses da Igreja.

“Não anunciamos teorias nem opiniões privadas, mas a fé da Igreja da qual somos servidores”, frisou, na homilia da Missa Crismal a que presidiu, na Basílica de São Pedro, perante cerca de 1600 sacerdotes da Diocese de Roma.

O Papa reafirmou as “decisões definitivas do magistério” católico, aludindo especificamente à questão relativa à ordenação sacerdotal das mulheres, “a propósito da qual o beato Papa João Paulo II declarou de maneira irrevogável que a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para o fazer”.

Na celebração que deu início à Quinta-feira Santa, no Vaticano, Bento XVI admitiu que a Igreja vive numa situação “muitas vezes dramática”, mas sublinhou que a desobediência não é “um caminho” para a renovar a Igreja.

O “apelo à desobediência”, a que o Papa se referiu, foi lançado em 2011 por cerca de algumas centenas de padres na Áustria, com o apoio do movimento ‘Nós Somos Igreja’, e tem-se alargado a outras nações.

O documento exige o fim do celibato obrigatório, a ordenação sacerdotal de mulheres, a ordenação sacerdotal de homens casados na Igreja de rito latino, a comunhão para os divorciados em segunda união e um maior protagonismo para os leigos, entre outras questões.

Para Bento XVI, não é possível “dar crédito” aos autores deste apelo quando dizem que “é a solicitude pela Igreja que os move, quando afirmam estar convencidos de que se deve enfrentar a lentidão das instituições com meios drásticos para abrir novos caminhos, para colocar a Igreja à altura dos tempos de hoje”.

O Papa voltou a questionar se a desobediência “será verdadeiramente um caminho” a seguir para “uma verdadeira renovação”, ou se, pelo contrário, não é apenas “um impulso desesperado de fazer qualquer coisa”, de transformar a Igreja segundo desejos e ideias pessoais.

“Deus não olha para os grandes números nem para os êxitos exteriores”, assinalou.

Neste contexto, Bento XVI pediu que os padres sejam “homens que atuam a partir de Deus e em comunhão com Jesus Cristo”, o que, do seu ponto de vista, exige duas coisas: “Uma união íntima, mais ainda, uma configuração a Cristo e, condição necessária para isso mesmo, uma superação de nós mesmos, uma renúncia àquilo que é exclusivamente nosso, à tão falada autorrealização”.

A homilia papal deixou ainda preocupações com o “analfabetismo religioso” que cresce no meio da atual sociedade e com “as pessoas que, relativamente à verdade, se encontram na escuridão”.

“Enquanto sacerdotes, preocupamo-nos naturalmente com o homem inteiro, incluindo precisamente as suas necessidades físicas: com os famintos, os doentes, os sem-abrigo; contudo, não nos preocupamos apenas com o corpo, mas também com as necessidades da alma do homem”, explicou.

Durante a celebração foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, os quais serão levados esta tarde pelos padres de Roma para todas as paróquias, onde são utilizados na celebração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem e Unção dos Doentes.

Os cardeais, bispos e padres presentes renovaram as promessas feitas na sua ordenação sacerdotal.

Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/29673

A Sexta feira da paixão em Cuba, agora feriado decretado pelo estado socialista.


Com as igrejas lotadas, os cubanos começaram a Semana Santa em um clima mais sereno. Não somente foi anunciado que esta Sexta-feira Santa é feriado na Ilha, mas foi também comunicado que o Cardeal Jaime Ortega, Arcebispo de Havana, apresentará sua mensagem de Sexta-feira Santa em um programa transmitido pela televisão nacional, fato inédito em Cuba há mais de 40 anos.
Na América Latina, não obstante os dias que precedem a Páscoa sejam feriado em muitos países, a Sexta-feira Santa é um dia marcado por grande fervor religioso. Neste dia, assume grande importância a mensagem centrada nas últimas palavras proferidas por Jesus na Cruz. Assim, em todos os países latino-americanos, bispos e párocos se preparam para receber esta mensagem, conscientes da importância deste momento e da grande quantidade de pessoas que o escutam, inclusive por meio do rádio.
O anúncio da transmissão da mensagem do Cardeal Arcebispo de Havana para a Sexta-feira Santa ocorre depois da decisão do governo de Raul Castro de declarar feriado Sexta-feira Santa, 6 de abril, atendendo ao pedido feito pelo Papa Bento XVI em sua recente visita apostólica, de 26 a 28 de março.
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/29683

Freira no Paraná conseguiu na Justiça o direito de usar o véu na foto da carteira de motorista.



“Uma freira de Cascavel (478 km de Curitiba) conseguiu na Justiça o direito de usar o véu na foto da carteira de motorista.
A decisão, emitida no final de janeiro, se baseia na Constituição Federal, que determina que ‘ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política’.
A irmã Kelly Cristina Favaretto, 33, já havia feito sua primeira habilitação, em 2006, com o véu, mas foi impedida de usar o hábito quando tentou renovar a carteira, em agosto do ano passado.
O motivo, segundo o Detran-PR, foi uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), de 2006 – posterior à primeira habilitação de Favaretto -, que determina que o motorista não pode utilizar ‘óculos, bonés, gorros, chapéus ou qualquer outro item de vestuário que cubra parte do rosto ou da cabeça’ na foto (…) Foi só no TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre, que a freira conseguiu reverter a decisão. O acórdão do TRF acolheu um parecer do Ministério Público Federal, que afirma que o uso do véu está relacionado à convicção religiosa da freira, protegida pela Constituição Federal.
‘[A norma do Contran] Restringe uma liberdade religiosa para o fim de, supostamente, permitir a visibilidade do motorista e a segurança em geral”, afirma o procurador Januário Paludo. ‘É uma exigência um tanto rigorosa. Se a freira está obrigada pela ordem a que pertence e por convicção própria a usar o véu, ela não é obrigada a retirá-lo.’”
A separação entre Estado e Igreja é relativamente recente na história da humanidade, e ainda é objeto de muitas controvérsias.
No Brasil, essa separação aconteceu oficialmente após a proclamação da República, em 1889, e da promulgação da Constituição de 1891. Até então, propriedades e sacerdotes da Igreja Católica eram mantidos com recursos do Estado brasileiro.
A Constituição de 1824 (quando ainda éramos uma monarquia) dizia que a Igreja Católica Apostólica Romana era a religião oficial do Império, e bania outros cultos públicos (eles eram permitidos somente em ambientes privados). A nossa primeira Constituição republicana (1891), por outro lado, vedou aos Estados e à União estabelecer, subvencionar ou dificultar o exercício de cultos religiosos.
Embora desde 1891 o Estado tenha se tornado laico, apenas duas constituições (a de 1891 e a de 1937) não invocavam deus em seu preâmbulo.
A atual Constituição brasileira, de 1988, afirma que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos” (art. 5º, inciso VI), mas diz em seu preâmbulo que “representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático (…) promulgamos, sob a proteção de Deus(…)”
A principal referência histórica nessa questão foi a Revolução Francesa, de 1789. Até então, todos os reais franceses – assim como a maior parte dos reis e imperadores em outros países, inclusive no Brasil – diziam que eram reis porque deus assim queria. Eram escolhidos por deus e o representava na Terra, e isso era confirmado pela Igreja (no caso, Católica). Por outro lado, a Igreja se beneficiava das graças do Estado, com terras, tributos etc. Logo, uma das primeiras providências dos revolucionários foi por um fim à essa relação simbiótica entre igrejas e Estado.
Por isso a França talvez seja um dos países ocidentais mais preocupados com a manutenção do Estado laico, ou seja, o Estado sem religião oficial. Em 2010-11, por exemplo, houve uma polêmica lá após uma lei proibir o uso da hijab (o véu islâmico) em lugares públicos. Os defensores da lei alegam estar defendendo o caráter laico do Estado francês; os críticos da lei dizem que a laicidade é um atributo do Estado, e não dos indivíduos, e por isso a Constituição francesa garante liberdade individual de credo, o que incluiria a livre manifestação pública de expressões religiosas. Lá, venceu o argumento contra a hijab.
A Constituição diz que o Estado é laico, mas há vários lugares na própria Constituição nos quais igrejas e religiosos são tratados de forma diferenciada. Por exemplo, há pouco tempo discutimos a constitucionalidade do uso de crucifixos em repartições e locais públicos no Brasil. No caso do Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça decidiu pela manutenção dos símbolos pois, segundo ele, esses símbolos não ofendem o caráter laico do Estado e da justiça no Brasil, ao mesmo tempo em que reproduzem um aspecto cultural e histórico relevante, que é a importância do cristianismo em nossa formação social.
No caso da matéria acima, o Judiciário entendeu que o direito constitucional de livre expressão religiosa se sobrepõe a uma resolução administrativa do Contran. O interessante é que, se seguirmos a lógica do argumento, essa decisão abre brechas para sikis usarem seus turbantes em fotos oficiais e mulheres muçulmanas usarem véus e até mesmo burcas nesses mesmos documentos. E aí temos um segundo ponto de tensão: como evitar que criminosos também se valham disso?
Para os curiosos: em muitos países onde cobrir parte ou totalidade do rosto é a norma, como na Arábia Saudita, por exemplo, as fotos do passaporte são sem véu, mas as mulheres usam filas diferentes, na qual são atendidas por outras mulheres.

Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/29662

Bispos brasileiros se pronunciam a favor da vida e contra o aborto dos anencéfalos


REDAÇÃO CENTRAL, 05 Abr. 12 / 04:00 pm (ACI)
Em diálogo com a agência ACI Digital,  bispos brasileiros se posicionaram contra uma possível decisão do Supremo Tribunal Federal emdespenalizar o aborto de crianças portadoras de anencefalia. Os prelados que falaram com nossa agência defendendo a vida humana foram: Dom Dimas Lara Barbosa, (Arcebispo de Campo Grande-MS e Segundo vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano), Dom Antônio Augusto Dias Duarte (Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro), Dom Jacyr Francisco Braido, SC(Bispo da Diocese de Santos-SP), Dom Airton José dos Santos (Arcebispo de Campinas-SP), eDom Henrique Soares Costa (Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aracaju-SE).

O Arcebispo de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, Dom Dimas Lara Barbosa, ofereceu à nossa agência um importante esclarecimento sobre o caso dos bebês portadores de anencefalia: “No caso específico dos anencefálicos, primeiramente é preciso que se diga que a própria terminologia é inadequada. Não é verdade que a criança não tenha cérebro, pois se assim o fosse ela seria natimorta. O que acontece são graus diferenciados de má-formação em partes do cérebro que, sim, vão dificultar e muito uma vida normal dessas crianças mas que, de forma alguma, permitem que elas sejam qualificadas como “cadáveres”, como “seres inanimados”.

“Muito pelo contrário, a experiência tem mostrado como, nos casos em que a gestação é levada adiante com muito amor, as crianças sobrevivem, têm reações, as funções fisiológicas são preservadas, reagem sobretudo ao carinho da própria mãe, ao chamado e a diversos estímulos”, asseverou.

“Nós não temos condições, inclusive, de dizer o grau de dor e sensações que essas crianças possam vir a ter, até mesmo porque a ciência evoluiu pouco nessa direção”, esclareceu também o prelado que ocupa o cargo de segundo vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano, CELAM.

“O apelo que eu faço a cada brasileiro é que nós, mais uma vez, nos oponhamos radicalmente a esta tentativa de legalizar o aborto dessas criançinhas mais indefesas ainda, justamente porque doentes, e que elas não sejam assassinadas no ventre de suas próprias mães”, declarou Dom Dimas em sua entrevista a ACI Digital.

“Quem tem o direito de dizer quem tem o direito de nascer? Só Deus! Só a Ele pertence a vida”.
“A vida humana é sagrada, sejamos pois defensores da vida”, alentou Dom Lara Barbosa que durante anos foi membro da presidência da CNBB.

Falando desde sua experiência como bispo mas também enquanto médico, Dom Antônio Augusto Dias, Auxiliar do Rio afirmou que “toda vida humana é querida desde o útero”.

“Diante da questão ponderada pelos ministros do STF a respeito das crianças que estão se desenvolvendo no útero materno com mal-formação denominada anencefalia, eu, como bispo auxiliar do RJ e também como médico, compreendo perfeitamente todas as circunstâncias que envolvem esta gravidez. Porém, por cima de todas elas, existe uma realidade que é intocável: em primeiro lugar, a dignidade da maternidade feminina, que dá à nossa sociedade a certeza de que qualquer ser humano, independentemente de suas circunstâncias de saúde ou circunstâncias sociais é amado desde o útero materno”, afirmou.

“Sabemos, pela medicina, que as crianças portadoras de anencefalia têm um curto espaço de tempo de vida, mas o que importa não é o espaço de vida curto ou longo mas o quão intensamente são amadas”, declarou o bispo a ACI Digital.

“Eu exorto aos senhores Ministros do STF que, durante suas ponderações, tenham muito presente o rosto daquela mulher que viram pela primeira vez após seu nascimento e que tem um título inigualável: mãe”, disse o prelado dirigindo-se aos magistrados do Supremo.

Falando ao povo brasileiro em geral Dom Dias Duarte declarou: “Ao povo brasileiro eu dirijo uma exortação: cada um de nós é responsável pelas gerações futuras. Nós seremos considerados pelas gerações futuras como homens e mulheres que souberam demonstrar seu amor à Igreja, à Pátria por terem defendido a vida humana desde seu princípio até sua morte natural. Como exortava o saudoso Beato João Paulo II, nós temos que ser um povo de construtores da Cultura da Vida e da Civilização do Amor, especialmente do amor aos mais frágeis, aos mais marginalizados”.

“Diante de uma situação que vai ser ponderada e decidida no STF nós não podemos simplesmente ouvir passivamente”. O bispo pediu aos brasileiros que rezem “para que os ministros tenham a sabedoria jurídica e também sabedoria humana de defenderem a vida”.

Por sua parte o bispo de Santos no litoral paulista se posicionou igualmente e acima de tudo “a favor da vida”.

“Eu quero manifestar-me contra essa ideia de querer aprovar o aborto para anencéfalos. Não há justificativa nenhuma para nós podermos agir deste modo”, afirmou o prelado.
“Este apelo eu quero dirigir aos Ministros do Supremo Tribunal Federal para que repensem este assunto.  Dirijo-me também a todos os cidadãos brasileiros para que se manifestem em favor da vida, acima de tudo”.

“Temos que tomar muito cuidado com certos passos que vamos dando de forma inconsequente e que levam, ao final, a comprometer a existência humana e a disponibilidade das mulheres em gerar novos filhos para a sociedade contemporânea”, conclui o bispo.

Em diálogo telefônico com a nossa agência, o Arcebispo de Campinas (SP) também defendeu a vida dascrianças portadoras de anencefalia e, unindo-se a seus colegas do episcopado, dirigiu uma mensagem aos Ministros do Supremo Tribunal e aos brasileiros.

“Aos Ministros do STF e a todo o povo do Brasil, nós defendemos o direito à vida de todas as pessoas. Acreditamos naquilo que deve ser feito por aqueles que têm autoridade no País, neste caso, os juízes do STF: a vida humana não se restringe aos anos que vivemos nem ao tipo de vida que levamos. A vida humana é vida humana, independentemente de qualquer condição. Nós devemos protegê-la, favorecê-la e dar-lhe condições para que seja valorizada e respeitada. Não importa se ela há de durar um minuto ou cem anos”.

“A vida humana é mais importante que interesses ou ideologias pessoais ou de grupos. Uma sociedade que valoriza e defende a vida cresce e se desenvolve na História. Uma sociedade que começa a prejudicar, maltratar e chega ao ponto de destruir a vida, tem seu futuro comprometido”.

Finalmente, Dom Henrique Soares, auxiliar de Aracaju ressaltou o caráter seríssimo da decisão que o Supremo está a tomar, posto que a vida e a dignidade humana não são um tema de religião, mas um tema que diz respeito à toda a sociedade.

“Por isso, como bispo da Igreja, como cristão, mas também como cidadão brasileiro e como membro da raça humana, eu peço aos senhores Ministros do STF que estejam atentos à questão das crianças anencéfalas, que estejam atentos a esta questão, olhando os grandes valores humanos, os grandes valores que inspiraram nossa sociedade”, afirmou o prelado.

“Em verdade, uma coisa é a morte natural, outra coisa é induzir a morte de um ser que tem o direito de, mesmo com a possibilidade de uma existência breve, viver essa breve vida, lutar por essa vida. Repito: se o ser humano não for reverenciado sempre, a vida humana estará sujeita a arbítrios e arbitrariedades extrínsecas à sua própria dignidade”, destacou Dom Soares.

“É como filho da humanidade, como filho da pátria brasileira e como bispo da Igreja que eu peço a atenção dos senhores Ministros e peço ao povo brasileiro que não baixe jamais a guarda na discussão dessas questões. E que grite em defesa dos grandes valores humanos que forjaram e que norteiam nossa sociedade, nossa cultura”.

“Que o Brasil seja digno da humanidade, que o Brasil seja digno de Cristo”, finalizou o prelado que também é um conhecido defensor da vida e da família no Brasil.

Revista Newsweek analisa a “crise do cristianismo” no Ocidente “Ensinamentos de Jesus foram destruídos pela cultura moderna”, escreve jornalista .



Revista Newsweek analisa a “crise do cristianismo” no Ocidente



É comum que na Páscoa e no Natal as grandes publicações dêem espaço para a fé cristã. Quase sempre as matérias questionam a veracidade dos relatos bíblicos ou apresentam alguma teoria polêmica.

Neste ano não foi diferente. A Newsweek, um dos semanários mais conceituados do mundo, deu como manchete “Esqueça a Igreja, siga Jesus”. A reportagem de capa, escrita por Andrew Sulllivan argumenta que o cristianismo que temos hoje “foi destruído pela política, pelos sacerdotes e teleevangelistas do enriquecimento rápido”.

Ao longo de suas páginas, há um questionamento de porque em vários lugares do mundo parece haver uma nova “onda de moralidade”, onde os políticos usam como plataforma política os ensinamentos de Cristo.

Isso é visto de maneira especial em 2012 na corrida presidencial americana, onde um mórmon e um católico se apresentam para ser o candidato que irá derrotar Barak Obama nas urnas.

Porém, em lugares onde antes o cristianismo predominava, hoje há um descrédito em relação à igreja. Ao mesmo tempo em que há um crescimento do movimento evangélico, em especial dos pentecostais, nos países da América do Sul, África e Ásia, o Islã tem se firmado em vários paises europeus.

A chamada “crise atual” do cristianismo passa pelos escândalos seguidos que tomaram as manchetes mundiais expondo os casos de abuso e pedofilia dentro da Igreja Católica. Ao mesmo tempo, pastores evangélicos compram horas e mais horas do horário da televisão para fazerem promessas de enriquecimento rápido.

Para a Newsweek, isso gera um enfraquecimento de grande parte dos ensinamentos milenares de Jesus, conforme relatam os Evangelhos.

Sullivan escreve “Eu não tenho idéia como o Cristianismo vai lutar com sua crise atual, suas distrações e tentações, e acima de tudo, a maneira como parece ter se enredado com as coisas deste mundo. Mas eu sei que não vai ser concentrando-se em política, em vez de oração, a preocupação excessiva a vida sexual e pensamentos heréticos dos outros… Esse tipo de cristianismo que precisamos não vem da cabeça ou do intestino, mas da alma.

É tão manso quanto libertador. Não aproveita o momento presente… não busca o reconhecimento ou sucesso mundano, e foge do poder e da riqueza. É a religião da falta de conquistas. E não é cheio de medo… este cristianismo puro, que busca a verdade, sem a expectativa de resolução imediata, que ensina a simplesmente viver a cada dia fazendo o possível para cumprir a vontade de Deus, é mais vital do que nunca.

Pode, de fato, ser a única transformação espiritual que pode, no final, transcender o vazio persistente de nosso capitalismo ou do culto contemporâneo à diversão, ou a ameaça de guerra apocalíptica na terra onde Jesus andou certa vez. Você vê as tentativas de se encontrar isso em todo lugar, desde a espiritualidade experimental até o fundamentalismo ressurgente. Algo dentro está nos dizendo que precisamos dessa mudança espiritual radical”.

È curioso que uma revista secular, acostumada a fazer reportagens sobre os males da civilização moderna pareça se preocupar com o resgate da espiritualidade cristã. Ao pedir que seus leitores “esqueçam a igreja”, ela faz uma leitura ácida de como a sociedade percebe o discurso dos cristãos, em especial o que é apresentado na mídia.

Traduzido e adaptado de The Daily Beast

Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br