sábado, 6 de abril de 2013

Brasil entra na guerra cultural pelo casamento


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abril 6, 2013 por Wagner Moura
Tudo começou com uma foto e uma frase no Instagram (rede social/aplicativo popular de fotos), na quarta-feira (3): “Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar”. E pronto: o mundo inteiro sabia que a famosa cantora baiana, Daniela Mercury, era lésbica e estava “casada” com uma jornalista.
O assunto é capa da Veja desta semana e, sim, vamos ouvir tudo sobre como o casamento gay é urgente, necessário e quem sabe, até mesmo obrigatório. Só lamento! Respeitar duas mulheres que vivem como se fossem um casal (e não são porque simplesmente é impossível ser casal com o igual…) é um ato ao qual de fato estamos, pela caridade cristã, obrigados! Mas defender essa realidade como algo bom e querido, nunca. Muito menos defender como se casamento fosse… Não é.
Por que isso agora? Realmente não se tem uma causa mais urgente no Brasil de 50 mil homicídios anuais; de aumento da carga tributária e incremento da dívida pública; de péssima qualidade da educação pública; de corrupção; tentações totalitárias da esquerda brasileira; e inflação…
Daniela Mercury está casada com uma mulher? Quanto equívoco! Mas se é isso mesmo que elas querem por livre e espontânea vontade, parabéns. O que temos nós a ver com isso? Por que temos nós que abraçar tal situação como causa humanitária? Ora… Por favor! A gente liga a TV e é informado que casamento é coisa antiga e do passado. Mas aí abrimos a revista e ficamos sabendo que casar é ótimo desde que seja um casamento gay.
E ai de quem duvidar disso. Qualquer espirro agora é homofobia! Ninguém pode dizer mais nada sobre isso que é automaticamente um assassino, uma pessoa violenta e sanguinária que odeia duplas homossexuais.
É uma retórica que está começando a cansar. Provavelmente não vai demorar muito para o Brasil ter suas marchas pelo casamento a exemplo de tantos outros países que veem a agenda do “casamento gay” avançar.
Respeitar as pessoas sempre. Independentemente do que elas estão fazendo com suas vidas… Mas não dá para confundir uma postura sempre favorável à dignidade da pessoa com outra postura, falsamente amorosa e inclusiva, de aceitar sem restrições a agenda de quem quer transformar duplas que se relacionam sexualmente em casamento.
Isso é uma enorme impossibilidade para dizermos o mínimo. Rezemos por Daniela Mercury para que perceba como está sendo instrumentalizada por uma agenda que não favorece, mas combate, a instituição do casamento e consequentemente a família capaz de proteger e formar seres humanos completos.

Peça mostra Virgem Maria como “lésbica convicta”

Peça mostra Virgem Maria como “lésbica convicta”

Anos atrás, o público cristão dos Estados Unidos se mobilizou contra Corpus Christi, uma peça de teatro do circuito de Nova York que mostrava um Jesus gay tendo relações com seus discípulos. Ela ficou em cartaz por algum tempo e depois foi montada em outros lugares, mas nunca fez sucesso.
Na semana passada estreou outra peça que gerou muitos protestos por ser considerada “blasfema” e fazer pouco da Bíblia. Alunos do curso de Artes Cênicas da Escola Pública de Performing Arts Pioneer Valey, que possui 400 alunos,  de ensino Médio em South Hadley, Massachusetts , decidiram interpretar uma comédia de 1998, assinada por Paul Rudnick.
Com o nome de “The Most Fabulous Story Ever Told” [A História Mais Fabulosa Já Contada] , basicamente é uma sátira do livro bíblico de Gênesis, que mostra dois casais homossexuais no Jardim do Éden [Adão e Ivo; Eva e Mabel] além de um rinoceronte que tenta seduzir os homens na Arca, e por fim, Maria, a mãe de Cristo, dizendo que não pode estar grávida, porque era é uma lésbica “convicta”.
A crítica de teatro da revista The Theater Mirror afirmou ser uma comédia hilária que oferece uma “aula sobre como ser gay hoje em dia”. Mas possivelmente não haverá uma segunda apresentação. Cerca de 50 manifestantes se reuniram na porta da escola na noite de abertura. Os protestos uniram alunos, pais e até mesmo o presidente do conselho de administração da escola, que disseram não concordar que alguns alunos desrespeitem o cristianismo, religião da maioria da população.
A Diocese Católica Romana de Massachusetts foi ainda mais direta. Segundo seu porta-voz, o bispo Timothy A . McDonnell questionou: “Eu não sabia que era papel de escolas públicas ensinarem o ódio aos religiosos”. Noreen Beebe, uma mãe de aluno que vive em Northampton, disse se sentir “insultada” em saber que o dinheiro do contribuinte está sendo usado para ridicularizar as Escrituras. ”Dói meu coração ver uma escola pública fazendo troça da Bíblia”, disse ela.
O diretor da peça, no entanto, argumenta que “Não é uma encenação que tenta destruir a religião, mas realmente faz graça de algumas atitudes religiosas… Embora seja repleta de piadas, nossa peça é, na essência, uma investigação cuidadosa do significado de fé e de família”.
O Diretor da Escola, Scott Goldman, afirmou que mesmo após ser “bombardeado” por e-mails e telefonemas classificando a peça como “blasfema e ridícula”, o show iria continuar em cartaz. Ele alega que ceder a essa tentativa de censura “seria ir contra a percepção artística e intelectualmente rigorosa da comunidade de Pioneer Valley”. Embora admita que possa ser difícil que o público mais jovem entenda, acredita ser adequado para os alunos do ensino médio. Com informações WND.

Assista esse vídeo: Por que esperar até o casamento?

Católico não usa isso: Filtro dos sonhos ou espanta-espírito.

Também conhecido como "caçador de sonhos", "apanhador de sonhos" ou "espanta-espírito", o filtro dos sonhos virou tendência há algum tempo, em todas as redes sociais há fotos e até já renderam belas tattoo.

O filtros dos sonhos é uma tradição dos índios norte americanos, e também de alguns da América do Sul. Há muitas lendas e ninguém sabe ao certo onde surgiu e como, mas o que se sabe é sobre o povo Ojibwa, ou Chippewa, índios norte americanos que habitavam a região oeste entre os EUA e o Canadá, em torno do  Lago Superior.
 Enfim, há varias lendas sobre este objeto, uma diz que uma avó da tribo via uma aranha tecer sua teia e quando o neto tentou mata-la a avó a salvou e como agradecimento a aranha ensinou a senhora a tecer teias que essas teias protegeriam as crianças dos maus espíritos dos sonhos.
Já outra lenda diz que a tribo Ojibwa vivia em guerra com outra tribo, e isso trazia maus espíritos que faziam as crianças terem pesadelos, assim, a mãe búfala desceu à terra e pediu para o xamã fazer um arco de salgueiro-chorão e deixar uma aranha tecer sua teia nela, que assim protegeria as crianças. Assim fez, pronto, o arco foi colocado no teto da caba das crianças. Diz a lenda (seja qual for) que quando chega a noite os espíritos bons e maus dos sonhos se levantam mas com esse filtro os maus espíritos ficam presos na teia, enquanto os bons conseguem passar pelo buraco central da teia, e quando os primeiros raios do sol nascem os maus espíritos desaparecem.







Isso não condiz com o primeiro mandamento, amar a Deus acima de todas as coisas, pois Ele é nossa unica e absoluta proteção e salvação. Seguir a moda muitas contradiz toda nossa caminhada, fiquemos atento, pois nem tudo me é permitido.
Marcos A. Inacio

Caso Marco Feliciano: A CNBB não me representa


Dr. Leonardo Bruno
O deputado do PSC e pastor Marcos Feliciano, atual Presidente da Comissão de Direitos humanos da Câmara dos Deputados,revela muitas limitações intelectuais. Por vezes, ele faz declarações errôneas e infelizes no âmbito da religião, da teologia e da política. Entretanto, o pior vício dele não é o seu discurso. Dentro de um país genuinamente democrático, falar bobagens é um direito constitucional. Ser idiota está amparado por lei. Idiotas é que não faltam na Comissão de Direitos Humanos, atochados de petistas, comunistas, socialistas, gayzistas e abortistas. O deputado Jean Wyllys, a senadora Marta Suplicy e o ex-presidente Lula falam asneiras a granel e até agora, para espanto de alguns, ninguém se escandalizou com isso.
Neste ínterim, Marcos Feliciano é até ingênuo e inofensivo. As acusações imputadas contra ele de "racismo" e "homofobia" não se sustentam pelos fatos. O pior vício de Feliciano foi apoiar a presidente Dilma Rousseff e sua ralé no poder. A mesma ralé que exige sua cabeça numa bandeja. As legiões de fanáticos gayzistas e abortistas estão transformando sua vida num inferno. Ele paga o preço de ter sido idiota útil.
O que está em jogo no "affair" Marcos Feliciano não é a sustentabilidade da reputação da "Comissão de direitos humanos", mas sim dos autênticos direitos humanos da liberdade de expressão, de religião e de consciência. Os grupelhos LGBT fanáticos, que outrora controlavam a Comissão, sentiram o gosto de perder a mamata do governo. Os métodos de intimidação e ameaça são reveladores do que pode ocorrer com a ditadura gay que está se consolidando no Brasil. Determinadas entidades, autonomeando-se representantes da sociedade civil, querem banir um deputado eleito pelo povo. Querem criar leis repressivas contra a livre consciência. Querem calar a boca das oposições.
Certos papagaios de facebook e da mídia repetiram um mantra que denuncia sua vocação antidemocrática: "Marcos Feliciano não me representa", como se eles fossem os únicos a serem representados. Quer dizer que os votos dados ao deputado devem ser jogados na lata do lixo? Marcos Feliciano pode não representar os interesses da agenda gay ou dos ditos "movimentos sociais", mas representa os interesses de parte de eleitores reais, que deram seu aval confiando nele. Eleitores cristãos, cidadãos que desprezam toda a cartilha imposta de cima para baixo pela ONU, pelo governo federal e por ongs americanas milionárias, sem qualquer legitimidade na sociedade brasileira. Cidadãos que até o dado momento têm todo o direito de desprezar a conduta politicamente correta rasteira da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Em outras palavras, a política LGBT não representa o povo brasileiro.
Se não bastasse a infamante campanha sistemática de difamação da imprensa e de determinados setores alinhados com o PT contra o deputado, a CNBB, organização representativa da Igreja Católica, entra na briga emitindo uma nota. Ela apóia Marcos Feliciano contra a intimidação LBGT? Que nada! Os católicos de esquerda, entre os quais os bispos de passeata da Teologia da Empulhação, apóiam a agenda homossexual. Apóiam grupos pró-aborto e pró-kit-gay nas escolas. A nota, publicada ano site da CNBB, no dia 22 de março de 2013, foi um tapa na cara dos verdadeiros católicos deste país. Resta-nos saber se a CNBB é realmente uma entidade da Igreja Católica ou dos militantes do PT, já que a sua declaração em nada diverge do governo federal. Não se pode servir a dois senhores. Vejamos:
"A eleição da nova Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) suscitou questionamentos de amplas parcelas da sociedade civil que atuam, historicamente, na defesa e promoção dos direitos humanos e das minorias".
Vamos ver se entendi: colocar doutrinação gay nas escolas, criar legislações contra a liberdade de expressão de cristãos contrários ao homossexualismo e mesmo defender políticas de legalização do aborto são projetos apoiados pelo CNBB? Isso é o que a CNBB defende como "direitos das minorias"?
"A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB, manifesta sua solidariedade a estas mobilizações da sociedade civil, responsável por tornar a CDHM órgão permanente do Legislativo. À CDHM cabe enfrentar as inúmeras violações à dignidade da pessoa humana e estimular os debates e reflexões que favoreçam a criação e efetivação de políticas de Estado em favor da dignidade humana".
A pergunta que não quer calar é: solidariedade a quem? A um pastor que é contra a agenda gay em defesa dos valores cristãos e da família tradicional ou a movimentos que odeiam a Igreja Católica e querem vê-la banida da vida pública?
"Os justos questionamentos à eleição desta Presidência expressam a indignação diante de "acordos políticos" que desconsideraram a essencialidade da CDHM, reduzindo a sua grandeza".
Que grandeza? Defender o aborto irrestrito, retirando os direitos dos nascituros? Doutrinar crianças para o homossexualismo, destruindo a pureza e o senso moral delas, transformando-as em vítimas fáceis da pedofilia? Que "justo questionamento" é esse onde a imposição, a intimidação, a calúnia e a violência são regras?
"O episódio deixa transparecer a frágil e incompreendida pauta dos direitos humanos entre alguns partidos políticos que, ao colocá-la em segundo plano, retrocederam nas suas escolhas e prioridades".
Tadinha da CNBB. A pauta abortista e gayzista dos direitos humanos é "incompreendida". Como devemos compreender uma entidade dita "católica" apoiando tudo aquilo que é contrário à sã doutrina da Igreja?
"A imediata reação contrária à nova Presidência da CDHM reforça a convicção de que a atuação da Comissão no parlamento não pode retroceder e que sua missão transcende os interesses particulares, tendo em vista que os objetivos da CDHM presumem uma interação constante com a sociedade civil".
A CNBB usa uma palavra curiosa: "não retroceder". Não retroceder em relação a o que? O governo federal deve ensinar a "naturalidade" do homossexualismo nas escolas, para crianças de seis a oito anos? Deve legalizar o aborto irrestrito? Deve prender e arrebentar qualquer pastor ou padre que pregue contra o homossexualismo? Essa é a missão que "transcende" os interesses particulares? A nota da CNBB é simplesmente cínica. Ainda mais se acharmos que a CNBB represente realmente os bispos católicos. Se algum clérigo não se escandaliza com tais declarações, infames para a Igreja de Cristo, cretinas de tal ordem que clamam a vingança dos céus; se algum padre ou bispo se sente representado por essa pocilga comunista, lamento dizer: como católico, a CNBB não me representa! Deveria assumir declaradamente seu viés petista e comunista. A CNBB troca a Igreja de Cristo pela voz de Barrabás e trai a família católica brasileira e a fé cristã.
Divulgação: www.juliosevero.com

O Catolicismo e o judaísmo diante do conformismo social da “questão gay”




Ernesto Galli Della Loggia, professor do Instituto Italiano de Ciências Humanas de Florença (SUM), em artigo publicado no jornal Corriere della Sera
***

No século XVIII, na sua batalha contra as religiões oficiais, equiparadas sem tanta cerimônia a muitas outras superstições, o Iluminismo francês, destinado a fazer escola em toda a Europa continental, certamente não teve que lidar somente com o catolicismo. Ao invés. O judaísmo, por exemplo, foi um alvo seu, talvez ainda mais usual: basta pensar nas tantas páginas de Voltaire repletas de insultos contra a religião mosaica.

Depois, entre os anos 1700 e 1800, as coisas mudaram rapidamente. Sobretudo porque o judaísmo mudou. De fato, aconteceu que, na Europa (principalmente ocidental), um grande número de judeus começou a avançar em um percurso de radical emancipação-secularização que os levou a se integrar plenamente com as elites secular-liberais no caminho de tomar o poder em toda a parte: da religião dos pais, conservando ao máximo qualquer vestígio ritual. 

Desde então, a crítica antirreligiosa de ascendência iluminística começou a pôr na mira, no âmbito ocidental, quase que exclusivamente o catolicismo
, quase como se ele fosse a única religião que restou na face da terra. Uma tendência que foi se afirmando cada vez mais, especialmente na Itália, e muitas vezes – é preciso dizer – com o consenso tácito de grande parte da intelligentzia de origem judaica, mais ou menos favorável a valorizar implicitamente a ideia – bizarríssima, mas muito “politicamente correta” – de que, no fim das contas, o judaísmo não é nem uma religião. Ou é, mas tão diferente de todas as outras, tão diferente, que, no fim, não é!

Especialmente na Itália, eu escrevi. E, de fato, quando entre nós [italianos] se falar sobre assuntos que, de algum modo, envolvem a fé religiosa, o judaísmo tende a não ter e/ou não fazer parte alguma. E, portanto, ele tende a não ser mencionado nunca. Basta pensar em toda a discussão sobre a liceidade da engenharia genética, da eutanásia ou do matrimônio entre homossexuais. 

Debatendo-se sobre essas coisas, é como se o judaísmo tivesse descido nas catacumbas, tanto a sua voz é tênue ou ausente. Com o resultado de que a voz da Igreja Católica, ao invés, é facilmente apresentada como a única que, em nome de uma visão religiosa, está empenhada em defender posições.

Ao invés, para nos lembrar de que as coisas não estão assim, de fato, e de que justamente sobre os assuntos que eu citava antes são, vice-versa, muito profundos os laços teológicos e doutrinais entre o judaísmo e o catolicismo (e o cristianismo em geral, eu diria), socorre-nos um recente documento importante de uma autoridade do judaísmo europeu como o Grão-Rabino da FrançaGilles Bernheim, intitulado “Matrimônio homossexual, homoparentalidade e adoção”.

Bernheim inicia com o ponto decisivo, isto é, contestando que tais temas tenham como verdadeira questão em jogo um problema de igualdade de direitos. O que está em jogo, ao invés, escreve ele, é “o risco irreversível de uma confusão das genealogias, dos estatutos e das identidades, em detrimento do interesse geral e em benefício do de uma ínfima minoria”. 

De um modo que me parece compartilhável até do ponto de vista de um não crente, ele desmonta um a um os argumentos habitualmente usados em favor do casamento homossexual: da exigência de proteção jurídica do potencial conjunto, à importância do querer-se bem (”não se pode reconhecer o direito ao matrimônio a todos aqueles que se amam pelo simples fato de que se amam”: por exemplo, a uma mulher que ama dois homens); às razões afetivas que justificariam a adoção de uma criança por parte de um casal homossexual. 

“Todo o afeto do mundo não basta para produzir as estruturas psíquicas basilares que respondem à necessidade da criança de saber de onde vem. A criança não se constrói a não ser diferenciando-se, e isso pressupõe, acima de tudo, que ela saiba a quem se assemelha. Ela precisa saber que é o fruto do amor e da união de um homem, seu pai, e de uma mulher, sua mãe, em virtude da diferença sexual dos seus genitores”. 

E ainda: “O pai e a mãe indicam à criança a sua genealogia. A criança precisa de uma genealogia clara e coerente para se posicionar como indivíduo. Desde sempre e para sempre, o que constitui o humano é uma palavra em um corpo sexuado e em uma genealogia”.

Bernheim não só enfrenta de peito aberto o propósito caro a muitos militantes homossexuais de substituir o conceito sexuado de “pais” por aquele assexuado e vazio de “parentalidade” e de “homoparentalidade”, mas também argumenta que não se pode falar de forma alguma de um direito de ter um filho: “O sofrimento de um casal infértil não é uma razão suficiente para obter o direito à adoção. A criança – ressalta – não é um objeto, mas sim um sujeito de direito. Falar de direito a ter um filho implica uma instrumentalização inaceitável”.

Naturalmente, as páginas mais densas do documento são aquelas em que, opondo-se à ideia cada vez mais difundida de que o sexo, longe de ser um fato natural, representa uma construção cultural, o Grão-Rabino, fortalecido com o relato do Gênesis, afirma, ao invés, “a complementaridade homem-mulher como princípio estruturante do judaísmo”, correspondendo ao plano mais íntimo da criação. 

“A dualidade dos sexos – escreve – pertence à construção antropológica da humanidade” e é desejada por Deus também como “um sinal da nossa finitude”. Nenhum indivíduo pode pretender de ser autossuficiente, representar todo o humano, a partir do momento em que, com toda evidência, “um ser sexuado não é a totalidade das espécies”.

O leitor deve ter notado a forte semelhança de muitas das coisas ditas por Bernheim com as defendidas pelo magistério católico (não por acaso, recentemente, Bento XVI citou calorosamente o documento do Grão-Rabino francês). Na realidade, as vozes conjuntas do judaísmo e do catolicismo, quando evocam o que está efetivamente em jogo nesse caso – isto é, as próprias bases da sociedade em que queremos viver, a existência ontológica de dois sexos distintos, a aliança do homem e da mulher na instituição chamada a regular a sucessão das gerações, além do risco de anular de modo irreversível tal sucessão –, no momento em que fazem isso, parecem confirmar o que foi defendido à época por Jürgen Habermas acerca da importância que tem e deve ter o ponto de vista da religião no discurso público das nossas sociedades. 
Tal ponto de vista, de fato, muitas vezes é precioso para compreender – por todos, crentes e não crentes, de toda pessoa livre – o que essas sociedade hoje têm o poder de fazer. E, portanto, para medir a ruptura que as suas decisões podem representar com relação às raízes mais profundas e vitais da nossa antropologia e da nossa cultura.

Mas do Grão-Rabino Bernheim chega outra lição. Isto é, como é importante que a discussão pública seja conduzida com coragem, desafiando o conformismo que muitas vezes anima a intelectualidade convencional e o mundo da mídia. Como é que é importante que personalidades com autoridade (por exemplo, os psicanalistas) não tenham medo de fazer ouvir a sua opinião: mesmo quando ela não é conforme ao que aparece no mainstream das ideias dominantes. 

É uma lição particularmente essencial. Onde é cada vez mais raro ouvir vozes destoantes e provenientes de bocas insuspeitas, onde é cada vez mais forte a tentação de ter razão colando rótulos a quem discorda, em vez de discutir os seus argumentos, onde estão cada vez mais prontos a libertar impiedosamente os reflexos condicionados dos pertencimentos. 

Onde – especialmente quando se trata de certas questões – não deixa de se fazer ouvir pontualmente o preconceito que tende a fazer do catolicismo o bode expiatório mais adequado para ser apontado para a execração pública pelas vestais do iluminismo e para ver chover sobre si todas
 as culpas (e todas as supostas culpas) do caso.

Assista o vídeo: Veja um belo exemplo de como evangelizar com criatividade!