sábado, 6 de julho de 2013

Floribeth Mora, a costarriquenha que recebeu um milagre pela intercessão de João Paulo II.



Terra
Floribeth Mora, de 50 anos e mãe de quatro filhos, foi apresentada nesta sexta-feira pela Igreja Católica da Costa Rica como a mulher que foi curada de um aneurisma cerebral pela intercessão do  papa João Paulo II, que impulsionará a canonização do falecido papa.
Mora, uma dona de casa de baixa estatura, falou visivelmente emocionada à imprensa, acompanhada pelo arcebispo de San José, Hugo Barrantes, horas depois do anúncio do Vaticano de que Karol Wojtyla (1920-2005) será canonizado pelo milagre de sua cura em 2011.
No dia 14 de abril daquele ano, Mora foi diagnosticada com um aneurisma cerebral com poucas expectativas de vida.
Acompanhada de seu marido, Edwin Arce, a dona de casa relatou seu testemunho em entrevista coletiva na qual esteve presente o médico Alejandro Vargas, que detectou o aneurisma e acompanhou o caso.
A mulher disse que nunca perdeu a fé e que no dia 1º de maio de 2011 acompanhou pela televisão a beatificação de João Paulo II, apesar dos remédios, que a faziam dormir por muitas horas.
“No dia seguinte, quando acordei e vi em uma revista a comemoração da beatificação, escutei uma voz que me disse: ‘Levanta-te, não tenhas medo’”, contou entre lágrimas a moradora da comunidade de Três Ríos, província de Cartago, a cerca de 10 quilômetros a leste de San José.
Nesse momento, afirmou Mora, sentiu-se bem, já que as fortes dores de cabeça haviam desaparecido, e a cura que ela já sentia foi confirmada em novembro de 2011, quando realizou exames médicos de acompanhamento.
“No dia 11 de novembro de 2011, a grande surpresa foi que o laudo médico indicou que estava tudo normal, não havia aneurisma nem lesão cerebral”, disse Vargas para os jornalistas.
Para Mora, sua cura é um milagre concedido por Deus através da intercessão de João Paulo II, que ela considera “um santo mesmo quando ainda estava vivo”.
“Não vejam esta mulher, vejam a realidade. Não existem explicações médicas. Eu sou a prova de que Deus existe e que ele é muito grande. Deus está presente e não abençoou só a mim, abençoou a Costa Rica e o mundo inteiro”, expressou Mora.
O Vaticano anunciou nesta sexta-feira que os papas João Paulo II e João XXIII serão proclamados santos, depois que o papa Francisco promulgar o decreto pelo qual se reconhece um segundo milagre de João Paulo II.
Francisco também decidiu canonizar João XXIII, mesmo sem anunciar um segundo milagre por sua intercessão, como contempla a legislação vaticana.
Por enquanto, não há data oficial para a cerimônia de canonização, embora, segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, ela deva ser realizada provavelmente no final deste ano.
Nessa cerimônia, Floribeth Mora levará as relíquias de João Paulo II para entregá-las ao papa Francisco, confirmou a Igreja Católica costarriquenha.

Liturgia: mistério da salvação

Reflexões sobre a liturgia a partir das indicações do mestre de cerimônias pontifícias, Monsenhor Guido Marini, contidas no seu mais recente trabalho: "Liturgia: mistério da salvação".

A reforma litúrgica empreendida pelo Concílio Vaticano II foi uma das grandes preocupações dos padres conciliares, sendo o tema o primeiro a ter um documento aprovado: a Sacrosanctum Concilium. O texto, inspirado na Tradição da Igreja e no Depósito da Fé, contribuiu para a renovação do espírito litúrgico e enriquecimento das Celebrações Eucarísticas. Todavia, não por causa do Concílio, mas por um errôneo desejo de ruptura com o passado, também cresceu em não poucos ambientes católicos uma má compreensão acerca do que é e o que significa o mistério da Santa Missa.
Essa crise no modo como se celebra a liturgia teve especial atenção no pontificado de Bento XVI. Para o Papa Emérito, "a crise na Igreja, pela qual passamos hoje, é causada em grande parte pela decadência da liturgia". É o que se vê, por exemplo, num grande número de comunidades que, motivadas por um desejo de protagonismo, deixam de lado o culto devido a Deus e acabam celebrando a si mesmas. Celebra-se antes o homem, do que Deus. Assim, surgem variadas modalidades de inovações e arbitrariedades que oprimem o rito litúrgico e o tornam propriedade humana, não divina.
Contra essa tendência de ruptura e desvio na liturgia, o mestre de cerimônias pontifícias, Monsenhor Guido Marini, evoca a "hermenêutica da continuidade" proposta por Bento XVI como único termo válido para interpretação dos textos conciliares. Marini se questiona se é possível imaginar "que a Esposa de Cristo, no passado, tenha transcorrido algum tempo histórico em que o Espírito não tenha dado assistência a ela, como se tal tempo devesse ser esquecido e cancelado". Ora, não há nada mais absurdo que tal proposição, sobretudo quando se tem em mente o discurso de abertura do Concílio, no qual o Bem-aventurado João XXIII pedia com insistência para que o depósito sagrado da doutrina cristã fosse guardado e ensinado de forma mais eficaz.
A Sacrosanctum Concilium apresenta a liturgia como um dom de Deus, uma vez que "toda celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência..." (Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 7). Ainda citando a Encíclica Mediator Dei, de Pio XII, define-a como "o culto público... o culto integral do corpo místico de Jesus Cristo, isto é, da cabeça e de seus membros". Com efeito, diz Guido Marini, é na liturgia que a Igreja se reconhece "oficialmente" a si mesma, "o seu mistério de união esponsal com Cristo, e aí "oficialmente" se manifesta". Desse modo, cada expressão do rito comunica a presença e a ação de Deus na humanidade muito mais que qualquer acréscimo inoportuno. Sendo assim, a liturgia precede e supera o homem, pois é "dom que vem do alto" e "mistério de salvação". E é por isso que ela não pode ser modificada ou negligenciada.
O Cardeal Malcom Ranjith, Arcebispo de Colombo, Sri Lanka, alertou para o perigo de querer "tornar a liturgia mais interessante ou apetecível" durante sua conferência no encontro Sacra Liturgia, que foi realizado em Roma entre os dias 25 a 28 do mês passado, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz. O cardeal interpelou aos que estavam presentes à conferência perguntando: "Se tais improvisações tornassem a Liturgia verdadeiramente mais eficaz e interessante, então, por que com tais experimentações e criatividade o número dos participantes aos domingos caiu tanto e tão drasticamente em nossos dias?" E, ainda assim, por mais que essas inovações fizessem sucesso e atraíssem um grande público - o que é patentemente falso - não é este o critério com o qual um cristão presta adoração a Deus em "espírito e verdade". A Santa Missa não é um espetáculo com pipoca e refrigerante, é antes o sacrifício para a redenção da humanidade.
A obediência às normas litúrgicas é, portanto, de suma importância para a reta compreensão dos mistérios cristãos, "pois são textos onde estão contidas riquezas que guardam e exprimem a fé e o caminho do povo de Deus ao longo de dois milênios da sua história" (Cf. Sacramentum caritatis, n. 40). Além disso, recorda também o Mons. Guido Marini, "existe um direito do povo de Deus que não pode jamais ser menosprezado", que é o direito de assistir à Missa tal como ela deve ser. Aliás, é bom recordar que o referido direito não é apenas um piedoso desejo do respeitado liturgista. O próprio Código de Direito Canônico afirma isto ao elencar os direitos de todos os fieis: "Os fiéis têm o direito de prestar culto a Deus segundo as prescrições do rito próprio aprovado pelos legítimos Pastores da Igreja" (Cân 214).
"E em virtude de tal direito - prossegue o monsenhor - todos precisamos estar em condições de alcançar o que não é simplesmente fruto pobre do agir humano, e sim obra de Deus, e exatamente por isso é fonte de salvação e vida nova".
Ou seja, salvem a liturgia e a liturgia nos salvará!
Continua...
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere

Templos de diferentes religiões abrem as portas para peregrinos na JMJ. Com a vistoria — seria a “responsabilidade missionária”?! — da organização.

Centro de umbanda e igreja evangélica se cadastraram para receber jovens. Líderes dizem que convivência pode reforçar a tolerância religiosa. 

G1- Centros de umbanda, clubes judaicos, igrejas evangélicas e anglicanas serão alguns dos locais que vão hospedar peregrinos que vem ao Rio de Janeiro, na Jornada Mundial da Juventude. Os líderes das entidades garantem que as diferentes concepções de crença não vão provocar atritos, mas sim reforçar o diálogo e a tolerância entre as diversas religiões. Até a primeira semana de julho, mais de 300 mil pessoas já estavam inscritas para participar do evento, que acontece entre 23 e 28 de julho.
Com o altar que inclui a imagem de Jesus Cristo, rodeada de estátuas de santos e pretos velhos, a sala principal da Casa Irmandade Batuíra e Pai Miguel das Almas, em Anchieta, no Subúrbio, será, por uma semana, a morada de 10 jovens. O coordenador do espaço, o ex-seminarista Sebastião Mauro de Sá, 62 anos, acredita que não haverá preconceito.
Diferentes religiões abrem as portas de seus templos para a JMJ, no Rio de Janeiro (Foto: Tássia Thum/G1)
Diferentes religiões abrem as portas de seus templos para a JMJ, no Rio de Janeiro (Foto: Tássia Thum/G1)
“Eu vou acolher independente da religião, não tem diferenciação. O peregrino vem com o objetivo dele, de ver o papa e participar de uma ação. Eu, no meu espaço, vou abrigar apenas, não vou discutir religião”, diz Sebastião, que frequentou o Seminário São José por oito anos, até seguir o candomblé.
Sincretismo religioso
O Centro Cultural Afro Ojuobá Axé, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vai receber 70 jovens. A diretora da instituição, Luana Guimarães, conta que o sincretismo religioso faz parte do local. “Aqui oferecemos aulas de dança, capoeira, e temos frequentadores de várias religiões, como evangélicos, católicos e candomblecistas”, conta a baiana, uma das fundadoras do bloco Ilê Ayê.
O pastor Silas Esteves, da igreja evangélica Palavra Viva, vai receber uma família italiana no loteamento mantido pela congregação, em Niterói, na Região Metropolitana. Esteves, que também é professor de teologia da Shiloh University, nos Estados Unidos, acredita que o discurso do Papa no Brasil terá como tema a união.
“Na imaturidade, as diferenças causam distanciamento, mas as diferenças precisam causar a unidade. Cada parte diferente compõe o mesmo corpo. Somos diferentes, temos aspectos doutrináveis distintos, a forma de orar diferente, mas um mesmo corpo, o de Cristo”, conclui o pastor, acrescentando que fez jejum durante o conclave que elegeu Francisco para o pontificado.
Estrangeiros
Seguidores da Igreja Anglicana também vão hospedar peregrinos em suas casas, de acordo com o bispo da Diocese Anglicana do Rio de Janeiro, dom Philadelpho Oliveira. No dia 24, o bispo, junto com outras lideranças anglicanas, vai participar de um evento com o Papa. Se tiver oportunidade de conversar com Francisco, ele pediria diálogo com as classes discriminadas e menos favorecidas.
“Gostaria que ele olhasse com carinho para os jovens marginalizados, que trabalhasse junto na questão da tolerância com os diferentes. Me parece que ele [o papa] é uma pessoa que caminha para essa direção”, comenta dom Philadelpho, que recebeu pedidos de hospedagem de jovens da Austrália, Canadá e Estados Unidos.
O presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Jayme Salomão, afirma que os clubes da entidade podem receber atividades culturais e esportivas durante o período da Jornada. “Esse é o momento de integrar. Acho que o Brasil tem totais condições de fazer um evento que vai ter repercussão no mundo todo. Estamos buscando um futuro mais promissor, e que ele seja acompanhado de paz e harmonia”, observa Salomão.
Irmã Graça Maria, diretora executiva do setor de hospedagem, explica que todos os lugares inscritos para receber peregrinos são vistoriados antes por uma equipe da JMJ, além de ter o aval da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge). “É um evento que estamos investindo na juventude, no nosso país, no mundo. Temos que unir forças, acolhemos todas as ofertas”, conclui a freira.