sexta-feira, 3 de maio de 2013

Líderes religiosos exigem a libertação dos bispos sírios sequestrados.


Por Charisma News | Tradução: Fratres in Unum.com – Dois bispos sírios sequestrados por milicianos islâmicos no dia 22 de abril continuam desaparecidos. Mar Yohanna Ibrahim (Metropolita Siríaco-Ortodoxo) e Dom Boulos Yazigi (Metropolita Greco-Ortodoxo) foram capturados nas proximidades da cidade de Aleppo, centro comercial e industrial da Síria, hoje devastada pela guerra civil.

Yohanna Ibrahim (esquerda) e Boulos Yazigi (direita): os dois bispos sírios sequestrados continuam desaparecidos.
Yohanna Ibrahim (esquerda) e Boulos Yazigi (direita): os dois bispos sírios sequestrados continuam desaparecidos.
Líderes religiosos de todo o mundo uniram vozes pelo pronto retorno de ambos.
Os raptores, ainda não identificados, abduziram aos religiosos enquanto os mesmos empreendiam ações humanitárias em favor da minoria cristã síria, de acordo com o relato de expatriados sírios que vivem nos EUA. Seu motorista [um diácono] foi morto no ataque.
Desde 2011, mais e 70 mil sírios morreram devido à guerra civil entre as forças leais ao presidente Bashar El-Assad e os rebeldes islâmicos que querem depô-lo.
Em comunicado emitido no final de semana passado (27-28 de abril de 2013), a Organização de Cooperação Islâmica conclamou a ‘imediata e incondicional’ libertação dos bispos, afirmando que este ato de sequestro violento contradiz os princípios islâmicos, assim como a alta estima tida para com clérigos cristãos (sic!).
[NOTA DO TRADUTOR: Esta conclamação a princípio soa como justa. Mas é em verdade contraditória, pois os rebeldes do conflito na Síria são radicais islamitas patrocinados pela Arábia Saudita, pelo califado de Omã e pela Turquia. Porém, isso é plenamente plausível dentro do conceito da ‘Takkyia’, a qual basicamente é uma dissimulação, ensinada e preconizada, da doutrina islâmica de sua ‘verdade essencial’, em favor de ganho da confiança e boa vontade de outrem. Em Fevereiro de 2013, dois padres, um armênio católico (Michel Kayyal) e um greco-ortodoxo (Isaac Mahfud) foram sequestrados. Ainda não há notícias sob seus paradeiros.
Abaixo, uma mostra do respeito islâmico à Cristandade, seja ela Católica ou Ortodoxa.
Homem posa com paramentos litúrgicos.
Homem posa com paramentos litúrgicos. Foto: RT.com
Igreja destruída. Foto: RT.com
Igreja destruída. Foto: RT.com
Esta conclamação veio após apelos feitos pelas igrejas Grega, Siríaca e Melquita, e também do apelo feito por Sua Santidade, o Papa Francisco, para que os bispos fossem rapidamente devolvidos às suas comunidades.
Em Nova York, Sua Eminência Timothy Cardeal Dolan, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos afirmou que o sequestro dos bispos e o assassinato do motorista “pesam gravemente nos corações das pessoas de boa vontade”. E acrescentou “que o sequestro de dois homens de paz constitui sinal de terrível violência, a qual destrói a matriz da sociedade síria”. Por fim, assegurou que a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos “trabalhará insistentemente junto a todos os canais disponíveis – a Santa Sé, os organismos internacionais, a comunidade diplomática” para garantir a libertação dos bispos e o fim das hostilidades na Síria.
O bispo Greco-Melquita de Aleppo, Dom Jean-Clement Jeanbart, disse à agência AsiaNews que as igrejas católica e ortodoxa “fazem seu melhor” para trazerem de volta os bispos, mas não entrou em detalhes a respeito. Segundo Dom Jeanbart, “no momento, ninguém entende a motivação para este ato e quem está por detrás destes criminosos”.
Dom Jeanbart ainda disse que a luta em Aleppo se intensificou nesta semana e que uma das regiões cristãs da cidade foi bombardeada com granadas de morteiro. Por isso, quatro pessoas morreram e diversas casas foram destruídas.
“A situação é terrível, ninguém está seguro, nem mesmo os cristãos”, os quais vêm tentando manterem-se neutros neste conflito.
O sobrinho do bispo siríaco-ortodoxo, Jamil Diarbakerli, que representa a Organização Democrática Assíria, disse ao World Watch Monitor (grupo de vigilância de direitos humanos) que os bispos cristãos escolheram permanecer na Síria, apesar dos perigos.
[NOTA DO TRADUTOR: isso é verdade e consonante com as palavras de Dom Gregorios III Laham, Patriarca Greco-Melquita Católico, que enérgica e publicamente afirmou “Não emigraremos!”.
O berço é local onde se conhece uma criança, onde ela, após ter nascido, se desenvolve e floresce para a vida. A Síria é o berço da Cristandade. Em Antioquia foi fundada a primeira sede apostólica, por São Pedro, Príncipe dos Apóstolos. Em Antioquia, os seguidores de Nosso Senhor foram pela primeira vez reconhecidos como cristãos. A caminho de Damasco, Saulo se converteu e tornou-se São Paulo de Tarso.
Da mesma forma, como há muito tempo é na China e no Vietnam, no Iraque e no Líbano, a Síria tem em si a Igreja que sofre. Este fato é agravado pelo legado que a Igreja tem neste país.
A Síria nos deu santos como Santo Ignácio de Antioquia, São João Damasceno, São João Crisóstomo, Santo Efrém e São Maron. Soframos juntos com eles e tomemos um pouco de sua cruz, por amor a Nosso Senhor, que pisou aquela terra. A quem for possível, que ofereçam a Sagrada Eucaristia recebida em intenção à Igreja que sofre na Síria.]
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O Fratres agradece imensamente a um caro amigo, filho da Igreja do Oriente, pela tradução e comentários.

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