segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Halloween: não brinquemos com fogo!

abobora
A ingenuidade é muitas vezes a causa de muitos males do nosso tempo. Muitas pessoas, de boa fé, são influenciadas por modismos e encontram-se brincando com fogo. Não percebem os riscos que poderiam se esconder atrás de situações aparentemente inócuas.
Um exemplo óbvio desta ingenuidade é a participação de muitos pais, crianças e jovens na festa de Halloween.
Há alguns anos atrás, este evento só poderia ser conhecido através de alguns filmes ou quadrinhos norte-americanos. Mas hoje o mundo mudou. O advento da Internet e a proliferação dos meios de comunicação contribuem facilmente para a disseminação de modas.
E assim, o Dia das Bruxas atravessou as fronteiras e se espalhou em muitos outros países.
Para dar-se conta do fenômeno basta olhar para as vitrines de restaurantes e lojas de brinquedos. Foram invadidas por objetos, figurinos e bonecos relacionados a este evento.
O símbolo do Halloween é uma abóbora esculpida com os olhos, nariz e boca, iluminada por uma vela colocada dentro. Na noite entre o 31 de outubro e 1 de novembro, as crianças americanas têm o costume de vestir-se como fantasmas, vampiros ou monstrinhos. Batem nas portas das casas com um saquinho na mão, pedindo doces e balas.
Alguém pode dizer: “O que há de errado? Por que não podemos fazer o mesmo? Afinal de contas, o Halloween é uma espécie de carnaval! Uma maneira de se divertir e brincar um pouco’!”. E é essa ingenuidade, a falta de profundidade, que leva muitos pais a não entenderem os possíveis riscos que se escondem por trás de certas modas.
Tentemos refletir sobre a realidade dos fatos. Vamos perceber, também, que Halloween não é apenas uma espécie de carnaval, mas algo mais. É uma moda que, muitas vezes, tem raíz na superficialidade com que se vive a fé cristã em certas famílias.
Muitos pais batizam seus filhos, os levam ao Catecismo e os fazem fazer a sua primeira comunhão. Mas depois se esquecem de leva-los à Missa, porque dizem que têm muitos compromissos no domingo. Depois das suntuosas festas de primeira comunhão as igrejas se esvaziam.
O batismo e a Primeira Comunhão parecem ter se tornado rituais com base na aparência, onde as pessoas se vestem bem e fazem grandes refeições no restaurante com parentes e amigos. Mas poucos pais, depois, se comprometem seriamente em acompanhar os filhos em um caminho de fé.
A participação ingênua no Halloween é um dos frutos dessa falta de compromisso. Em vez de vestir as crianças de monstros, os pais deveriam ensiná-las a orar. Deveriam contar-lhes as fascinantes histórias da vida dos Santos, tendo em vista o primeiro de novembro.
Em quantas famílias se reza hoje? Em um tempo as crianças recitavam uma oraçãozinha antes de ir dormir. Quantas o fazem ainda hoje? Talvez os pais estejam ocupados demais em disfarçar seus filhos de vampiros e não têm tempo para educá-los ao conhecimento das nossas tradições autênticas.
Em torno do Halloween se desencadeou também um fenômeno comercial que toca os jovens e os adolescentes: a dos “rave” e das festa na discoteca cheias de mau gosto. Representam uma verdadeira e real exaltação do macabro, em que as pessoas vestem trajes horríveis e irreverentes, muitas vezes ofensivos para a religião.
Em certas festas com temas esotéricos, além de dança, há o risco de se deparar com “mágos” e ocultistas que se aproveitam da ocasião para introduzir os jovens nas práticas mágicas e supersticiosas.
Halloween se transformou em uma ocasião a mais para chegar tarde e frequentar ambientes questionáveis. A moda acaba por distrair a atenção dos jovens em um período do ano que, por tradição, sempre foi reservado à memória de todos os santos e à comemoração dos mortos.
A memória dos santos e dos mortos foi substituída pela vulgaridade de certos costumes. Os momentos de meditação e oração foram trocados pelos volume ensurdecedor da discoteca.
É por isso que o Dia das Bruxas não pode ser considerado simplesmente um segundo Carnaval. Por trás das abóboras, fantasias e festas, aparentemente inofensivas, poderia esconder-se algumas armadilhas.
É preciso estimular um maior senso crítico nos jovens, ajudando-os a não beber passivamente as mensagens enganosas que estão associados a esta festa. Começa como uma brincadeira, aceitando o convite de um “mago” na discoteca para ler o futuro nas cartas, e depois corre-se o risco de se tornarem escravos do ocultismo.
Não esqueçamos as nossas tradições! Não precisa ter medo de lembrar aos rapazes o significado da época do ano em que nos encontramos. Será uma oportunidade preciosa para redescobrir a riqueza espiritual das nossas raízes cristãs.
Os jovens precisam de uma cultura nova, alternativa e contra-corrente, que substitua o som de certos fenômenos de massa com a intimidade e os silêncios de uma fé viva, vivida na beleza da sua jornada diária.

Fonte: Zenit

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