sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Uma nova ofensiva de Herodes contra os Filhos da Imaculada.

“Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem” (Mateus 2:18)

Por Brian McCall – The Remnant | Tradução: T. M. Freixinho – Fratres in Unum.com: A vinda do Salvador traz não somente alegria, mas sofrimento. Após o Dia de Natal segue-se imediatamente a Festa de Santo Estevão, primeiro mártir. Dois dias depois, comemoramos o massacre dos Santos Inocentes no lugar do Divino Infante. Herodes, um usurpador da autoridade legítima na Judeia, está cheio de ódio e raiva quando ouve a respeito da possível chegada da verdadeira autoridade dentro de seu domínio. Ele não pode encontrar O Santo, a fim de colocar suas mãos Nele e, assim, descarrega sua fúria nos Santos Inocentes, aqueles recém-nascidos incapazes de se defender. Todos os tiranos ilegítimos por fim atacam com injustiça, porque, no fundo, eles sabem que sua posição é insustentável.
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Há cinquenta anos, uma autoridade tirana usurpou a governança do corpo de Cristo. Esta autoridade não é um único homem, papa ou bispo. Chama-se modernismo.[1] Ele se instalou nos mais altos postos da Igreja, cuja função é guardar e transmitir o Depósito da Fé. Ele tem exercido, de maneira injusta e ilícita, a mais alta autoridade na Igreja, agindo através dos ocupantes desses cargos — não nos cabe julgar se eles são ou não colaboradores voluntários do modernismo — não para as finalidades para as quais esses cargos foram criados, mas para injetar vírus mortais de novidade e confusão no Corpo de Cristo. Ainda assim, não obstante toda essa inovação injusta, o Corpo conserva uma pulsação fraca. A Tradição não apenas sobrevive ao ataque viral, mas cresce de maneira constante, ainda que vagarosamente, atraindo novas gerações para a beleza da Fé e da Liturgia verdadeiras.
Os Franciscanos da Imaculada (denominados FIs) não foram e não são tradicionalistas. Eles não foram fundados pelo Arcebispo Lefebvre nem jamais tiveram um relacionamento formal ou informal com a Fraternidade São Pio X. Desde a sua fundação, eles aceitaram e usaram o Novus Ordo Missae. Ainda assim, os FIs adotaram uma adesão fiel à espiritualidade de São Maximiliano Kolbe. A lealdade ao autêntico espírito de São Maximiliano inevitavelmente deve conduzir a um conflito com a tirania modernista reinante na Igreja.
O modernismo pretende sintetizar tudo, a fim de negociar um armistício com os inimigos da Igreja, especialmente, o espírito da Maçonaria. Recentemente, em um momento de verdadeira clareza, Dom Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, um Cardeal pessoalmente próximo ao Papa Francisco e escolhido por ele para liderar o seu Conselho de Oito Cardeais, explicou que essa reconciliação com o modernismo estava no centro dos [acontecimentos] de “1789 na Igreja,” conforme o Vaticano II foi descrito pelo Cardeal Suenens:
O Concílio Vaticano II foi o principal evento na Igreja no século XX. A princípio, ele significou um fim às hostilidades entre a Igreja e o modernismo, que havia sido condenado no Concílio Vaticano I. Ao contrário: nem o mundo é o reino do mal e do pecado – essas são conclusões claramente conquistadas no Vaticano II—nem a Igreja é o único refúgio do bem e da virtude. O Modernismo foi, em grade parte, uma reação contra as injustiças e abusos que menosprezavam a dignidade e os direitos da pessoa.[2]
Uma vez que o Modernismo foi uma reação ao ensinamento e a práxis tradicionais da Igreja, o Cardeal considera claramente essas coisas como “injustiças” e “abusos.” Aqui temos uma avaliação honesta por parte do Cardeal mais influente neste Pontificado, deixando claro que o último século envolveu um combate entre o Modernismo e a Igreja antes do Vaticano II, em seu ponto de vista, o Modernismo triunfando sobre o Concílio. Os FIs não depuseram suas armas e não uniram-se a esse cessar-fogo profano. O resultado tem sido a sua perseguição permanente.
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O combate de São Maximiliano foi claramente uma parte dessa luta. Ele direcionava seus esforços particularmente contra o adjutório do Modernismo na esfera temporal, a Maçonaria. A Maçonaria se alegrou com o resultado do Vaticano II, que os maçons abertamente proclamaram como uma vitória para a Maçonaria. Assim, um compromisso com o combate da Imaculada inevitavelmente levará a um confronto com o Modernismo. O engajamento em um combate assim, ao final, nos levará a enxergar as armas perenes que têm logrado êxito nessa batalha, a Missa de Sempre e a doutrina imutável da Igreja preservada há séculos e somente obscurecida sob uma nuvem de ambiguidades no Vaticano II. Ainda assim, o encontro da Missa e da Doutrina Tradicional, inevitavelmente, conduzirá a um confronto com os inimigos internos da Igreja.
Recentemente, Dom Bernard Fellay comentou que a lealdade dos FIs a São Maximiliano é o que os aproximou dos tradicionalistas e os puseram em conflito com as forças que ocupam as mais altas posições na Igreja.
Isso é muito interessante, porque Maximiliano Kolbe deseja um combate pela Imaculada, a vitória de Deus sobre os Seus inimigos — podemos realmente usar essa expressão — ou seja, os maçons. É muito interessante constatar isso. Esse combate contra o mundo, contra o espírito do mundo aproximou os FIs de nós, quase por natureza, alguém poderia dizer, porque alistar-se em um combate contra o mundo implica, em algum momento, a Cruz. O que implica os princípios eternos da Igreja: que se chama o espírito cristão. Esse espírito cristão é expresso de maneira magnífica na Missa Antiga, na Missa Tridentina. De tal maneira que quando Bento XVI publicou o seu Motu Proprio, que novamente disponibilizou amplamente a Missa, essa congregação decidiu em seu Capítulo, ou seja, uma decisão tomada por toda a congregação, retornar à Missa antiga, e realmente fazê-lo em todos os sentidos, percebendo que viriam a ter muitos problemas, uma vez que eles têm paróquias, porém, todavia, esses problemas não eram intransponíveis. Alguns deles também começaram a fazer certas indagações sobre o Concílio.
Consequentemente, alguns insatisfeitos, uns poucos se considerarmos o seu número (há cerca de 300 padres e irmãos no total), talvez uma dúzia, protestaram a Roma, dizendo: “Eles estão tentando nos impor a Missa antiga, eles estão atacando o Concílio.”[3]
As forças do Modernismo não podem destruir a Igreja e a Sagrada Tradição. A promessa de indefectibilidade de Nosso Senhor os impede de fazer isso. Igualmente, foi impossível que o usurpador Herodes matasse Nosso Senhor antes da consumação do tempo para o Seu sacrifício redentor. Sim, Herodes poderia desferir a sua raiva nos inocentes e desamparados que estavam “próximos” de Nosso Salvador, ou seja, na região de Belém.
Os FIs são, em certo sentido, como os Santos Inocentes. Eles não são tradicionalistas, mas, como observou Dom Fellay, são “próximos” por defender a Tradição de maneira inequívoca e coerente. Nos últimos anos, os FIs podiam ser vistos caminhando em direção a um “renascimento” como uma comunidade plenamente tradicionalista. Eles estão potencialmente nos estágios iniciais dessa transição, encorajando e permitindo o uso amplo da liturgia tradicional e mantendo a mente aberta para considerar o lugar que o Vaticano II e seus frutos ocupam no combate da Imaculada. Ainda assim, como é claro, eles ainda conservaram o uso doNovus Ordo Missae.
As forças do Modernismo, incapazes de acabar com a Tradição na Igreja e incapazes de armar o que, em retrospectiva, pode ter sido uma armadilha prática para a FSSPX em um reconhecimento canônico, estão tentando destruir a essência dos FIs caso isso possa ser uma fonte de derrota derradeira do Modernismo.
Os FIs foram fundados em 1970, curiosamente, no mesmo ano que a FSSPX, e têm crescido de modo a incluir padres, freiras, terciários, membros da ordem terceira, casas de estudo, editoras e distribuidoras, além de apostolados leigos. Os FIs foram elevados ao nível de direito diocesano em 1990 e o Papa João Paulo II os elevou a direito pontifício. Hoje em dia, contam com mais de 500 membros em seis continentes. Embora aceitem o Novus Ordo Missae como forma normativa antes do Summorum Pontificum, os FIs mantiveram-se fiéis ao carisma franciscano, conforme expresso por São Maximiliano. Eles falam frequentemente e de maneira apaixonada sobre Nossa Senhora Mediadora de Todas as Graças (uma doutrina esnobada no Vaticano II) e sua Co-redenção. Após o Summorum Pontificum, os FIs deliberaram, e, de acordo com as regras que regem o seu processo de tomada de decisões, votaram esmagadoramente no sentido de promover e facilitar o uso amplo e generoso da liturgia tradicional, embora permitindo que padres individuais celebrem o Novus Ordo Missae. Ainda assim, mesmo essa posição prudente e moderada foi demais para o Modernismo, e, após a eleição do Papa Francisco, o Vaticano agiu segundo as reclamações de uma meia dúzia de descontentes (assim como o Vaticano agiu contra a FSSP em 1999, após as reclamações de uma meia dúzia de membros desejosos de celebrar a Missa Nova, e que acabaram saindo da FSSP).
Agora recordaremos que durante décadas a hierarquia fez ouvidos moucos às graves acusações de abuso homossexual de crianças por parte de padres. Os criminosos foram mimados, protegidos e enviados disfarçadamente para novas atribuições. O Cardeal Law, que protegeu criminosos por décadas, não foi destituído como bispo, mas voluntariamente renunciou a uma promoção para um cargo confortável em Roma (onde ele está livre de qualquer possível prisão nos Estados Unidos).
A Congregação para a Doutrina da Fé investigou as ordens religiosas femininas nos Estados Unidos e descobriu evidências chocantes de heterodoxia e, embora algumas discussões tenham sido realizadas com o conselho de liderança, nenhuma ordem religiosa foi assumida, nenhum superior foi destituído.
Nenhum Comissário Apostólico foi nomeado para assumir a Arquidiocese de Los Angeles quando ela faliu devido aos pagamentos multimilionários de dólares às vítimas de abusos.
Ainda assim, agora, depois que alguns padres dos FIs, que não gostam da decisão tomada por toda a congregação, por amplo consenso, reclamaram que estão sendo forçados a sentir que devem celebrar a Missa Tradicional, embora sejam perfeitamente livres para fazer o contrário, qual é a reação do Vaticano? Intervir com uma arma nuclear.
Considere as seguintes medidas disciplinares que só podem ser descritas como perseguição imoral e injusta e que foram tomadas até a presente data.
1) Os superiores devidamente eleitos dos FIs, incluindo o fundador e Superior Geral Padre Stephano Maria Manelli, foram sumariamente destituídos e substituídos por um Comissário nomeado pelo Vaticano, Padre Fidenzio Volpi.
2) Dizem que o velho padre Manelli, de 80 anos de idade, foi colocado efetivamente sob prisão domiciliar, tendo sido proibido de receber visitantes ou sair para encontrar qualquer pessoa.
3) Em contradição direta não somente com a lei natural e divina, mas também com a lei positiva da Igreja, conforme expresso no Summorum Pontificum, o padre Volpi proibiu a celebração da Missa Tradicional pelos membros dos FIs.
4) Os recursos temporais dos FIs foram confiscados pelo padre Volpi.
5) O padre Volpi fechou o seminário/casa de estudos até segunda ordem.
6) Aqueles no curso de estudo, se e quando o padre Volpi decidir que podem retornar aos seus estudos, serão enviados para instituições específicas não afiliadas aos FIs. A Casa Mariana, [editora] vinculada à casa de estudos, recebeu ordem do padre Volpi para fechar.
7) O padre Volpi cancelou as ordenações para o diaconato e sacerdócio marcadas para este ano.
8) Uma vez que as ordenações tiverem permissão para se realizarem, o padre Volpi ordenou que todos os candidatos às Ordens que atualmente estejam em formação devem subscrever pessoalmente uma aceitação formal:
a. do Novus Ordo como uma autêntica expressão da tradição litúrgica da Igreja e, portanto, da tradição franciscana (sem prejuízo daquilo que é permitido pelo Motu Proprio Summorum Pontificum, se a proibição ilegal à Missa Tradicional atualmente imposta pelo padre Volpi for revogada), e
b. dos documentos do Concílio Vaticano Segundo, em conformidade com a autoridade que lhes for conferida pelo Magistério.
9) Qualquer candidato que não aceitar essas disposições será imediatamente demitido do Instituto.
10) Todo religioso no Instituto deve expressar clara e formalmente por escrito a sua disposição em continuar a sua jornada no Instituto dos Freis Franciscanos da Imaculada, de acordo com o carisma Mariano-Franciscano, no espírito de São Maximiliano M. Kolbe, de acordo com as diretrizes relativas à vida religiosa contidas nos documentos do Concílio Vaticano Segundo.
11) O padre Volpi suspendeu os grupos de Missão Imaculada Mediadora na Itália até que esses grupos façam uma declaração formal de adesão à nova autoridade, presumivelmente o padre Volpi.
12) O padre Volpi suspendeu a Ordem Terceira de São Francisco sem garantia de restabelecimento, mas somente uma declaração de que o padre Volpi irá nomear três religiosos a quem os membros desses grupos poderão consultar relativamente a quaisquer esclarecimentos.
13) O padre Volpi suspendeu a distribuição ao público das publicações da “Casa Mariana Editrice”, que inclui muitos livros e artigos simpáticos a um ponto de vista Católico Tradicional moderado sobre a liturgia, teologia e o Vaticano II.[4]
Esta lista é de tirar o fôlego. Quando os padres e bispos facilitaram o abuso de crianças pequenas, por acaso as propriedades de uma única diocese foram confiscadas? Após inúmeros relatórios de encorajamento e até mesmo exaltação de homossexualidade nos seminários (Veja livro Good Bye Good Men de Michael Rose, por exemplo), por acaso quaisquer dos seminários criminosos foram fechados? Alguma ordenação foi cancelada para garantir que os candidatos não eram pedófilos? Por acaso Hans Küng ou qualquer um do tipo dele foi proibido de distribuir livros questionando os ensinamentos perenes da Igreja, como, por exemplo, a ressurreição física de Nosso Senhor?
Obviamente, a resposta a essas perguntas é um inequívoco não. Ainda assim, um instituto religioso está sendo submetido à perseguição mais severa simplesmente por reverenciar a Tradição Católica.
Quando o ultraje dessa perseguição tão injusta foi contestado na imprensa italiana, o padre Volpi respondeu por carta defendendo a sua dura perseguição. Que crime ele invoca para justificar essas medidas extremas? Alguns “religiosos” não especificados reclamaram “de uma tendência cripto-lefebvriana e, definitivamente, tradicionalista” na comunidade dos FIs, e o padre Manelli “já tinha evitado o diálogo construtivo com” esses religiosos não especificados. Há também uma reclamação ex post facto sobre uma tentativa não especificada e sem comprovação de reter alguns bens após a instalação do ditador comissário. (Obviamente, mesmo se alguma coisa acontecesse após a tomada de controle, logicamente, isso não pode ser um motivo para a tomada de controle.)
Então, aí você chegou ao ponto que eu queria! Os únicos crimes na Igreja que produzem diversas medidas criminais graves hoje em dia são ser “cripto-lefebvriano” (seja lá o que isso significa), ter uma tendência “tradicionalista” e recusar o engajamento em um “diálogo construtivo” com inferiores que reclamam sobre as decisões legítimas de suas congregações. O direito penal da Igreja nos últimos cinquenta anos é efetivamente reduzido a “Não te aproximarás de um Tradicionalista.” Você pode abusar de crianças, escrever e pregar heresias, encobrir crimes seculares e então você é promovido e continua sendo um padre em situação canônica regular. Mas ouse ter uma “tendência tradicionalista” e você estará acabado. Isso é tão insano que parece irreal, mas é real — uma perseguição real dos inocentes pelas autoridades na Igreja que alegam agir sob a aprovação expressa da “mais alta autoridade,” o Papa Francisco.
É interessante observar que todas as ações do padre Volpi desde a sua nomeação correspondem exatamente àquilo que o Arcebispo Lefebvre previu que iria acontecer se ele concordasse com a exigência do Papa Paulo VI, em 1974, de entregar toda a FSSPX, seu seminário em Ecône, e seus priorados a um Comissário nomeado por Paulo VI. Dom Lefebvre recusou alegando que o seminário seria fechado, os seminaristas seriam forçados a entrar nos seminários [modernistas] após a nova orientação, a Missa seria suspensa e os fiéis que dependiam da FSSPX seriam abandonados.
Mais uma vez a previsão do Arcebispo se justificou. O que aconteceu aos FIs teria acontecido à FSSPX em 1974 se o Arcebispo tivesse vacilado. Onde a Missa Tradicional estaria hoje se isso tivesse acontecido? Provavelmente, não haveria nenhum indulto em 1984, nenhum Indulto em 1988, nenhum Summorum Pontificum, nenhuma Fraternidade de São Pedro (uma vez que não haveria nenhuma FSSPX de onde eles pudessem sair), etc.
O que os FIs devem fazer? O que qualquer pessoa sob opressão devido a perseguição injusta pode fazer, especialmente, quando a honra de Deus ou a nossa própria salvação ou a salvação de outra pessoa assim o exigir? Respeitosamente recusar-se a cumprir ordens injustas e ilícitas. Os FIs deveriam todos recusar essa exigência ultrajante de um juramento de obediência à Missa Nova e ao Vaticano II. Por acaso Hans Küng alguma vez foi forçado a fazer um juramento de fidelidade a Trento ou ao Vaticano I sob pena de perder suas faculdades? Nunca! Nenhum católico é obrigado a fazer um juramento ao Vaticano II e à Missa Nova para obter a salvação. Por outro lado, todo santo diante dessas anomalias teria se perdido. Os FIs deveriam simplesmente continuar o seu trabalho, que foi aprovado por ninguém menos que o Papa João Paulo II. Os FIs são uma congregação aprovada na Igreja. O golpe que se abateu sobre eles é injusto e ilegal, uma vez que não cometeram crime algum. Continuar vivendo o combate da Imaculada e celebrando a Missa Tradicional, confiando na autoridade do Papa Bento XVI em Summorum Pontificum quando este afirma:
Em Missas celebradas sem o povo, qualquer sacerdote de Rito Latino, seja secular ou religioso, pode usar o Missal Romano publicado pelo Beato João XXIII em 1962 ….Com a devida observância da lei, inclusive os fiéis Cristãos que espontaneamente o solicitem, podem ser admitidos à Santa Missa mencionada no art. 2 (Artigos 2 e 4).
Se Comunidades ou Institutos de Vida Consagrada ou Sociedades de Vida Apostólica de direito pontifício ou diocesano desejam ter uma celebração da Santa Missa segundo a edição do Missal Romano promulgado em 1962 em uma celebração conventual ou comunitária em seus próprios oratórios, isto está permitido. Se uma comunidade individual ou todo o Instituto ou Sociedade desejar ter tais celebrações frequente ou habitualmente ou permanentemente, o assunto deve ser decidido pelos Superiores Maiores segundo as normas da lei e das leis e estatutos particulares. (Artigo 3)
Mesmo se os FIs tivessem decidido adotar a Missa Tradicional em caráter permanente, eles tinham a permissão para fazê-lo se a decisão fosse tomada por seus superiores de acordo com a sua lei interna de governo. Eles somente decidiram facilitar e encorajar, mas não adotar a Missa Tradicional em caráter permanente.
Os FIs não cometeram crime algum que justificasse o término de seus estudos e formação religiosa. Eles são um instituto aprovado pela mais alta autoridade da Igreja, e, uma vez que essa aprovação é concedida, ela não pode ser revogada por uma justa causa. Ser um “cripto-lefebvriano” ou ter uma “tendência tradicional” equivale a uma acusação inventada do nada, uma técnica digna de um grande número dos regimes seculares totalitários que dominaram o século passado. Todas essas penalidades são nulas segundo a lei natural, divina e até mesmo eclesiástica. Como Santo Tomas, citando Santo Agostinho, nos recorda, uma lei injusta não é lei de maneira alguma, mas sim um ato de violência. Continuem os seus estudos e formação como vocês sempre fizeram. Aquilo que era perfeitamente legal no ano passado deve ser legal hoje em dia.
Talvez os bens temporais dos FIs estejam perdidos para sempre para o padre Volpi, mas talvez este seja um sacrifício que a Imaculada esteja pedindo de seus filhos para provar a sua fidelidade ao seu combate contra a Maçonaria e o Modernismo. Afinal de contas, eles são Franciscanos! Eles devem estar dispostos a perder os bens e confiar na generosidade dos fiéis para apoiá-los no combate, mas não devem deixar de combater. Pergunte-se, será que a mãe de um dos Santos Inocentes teria pecado se ela tivesse evitado a ordem injusta de Herodes e tirado seu filho de Jerusalém? Seria ela culpada de desobediência? Obviamente que não. Ela não teria qualquer obrigação de cumprir a sua perseguição injusta. Nós ordens, grupos, associações e católicos ordinários tradicionais, temos o dever de vir em auxílio dos FIs. Se eles se mostrarem dispostos a continuar o combate da Imaculada usando as armas invencíveis do passado, temos o dever de auxiliá-los no âmbito temporal. Se os FIs tomarem uma posição a favor da Imaculada, da Igreja e da Missa de Sempre devemos estar prontos na medida de nossas possibilidades a auxiliá-los no âmbito temporal.
Essa perseguição aos FIs pode sinalizar uma batalha final, uma ofensiva final do Modernismo contra a Igreja a partir de dentro. A Irmã Lúcia nos disse décadas atrás que o demônio estava disposto a uma batalha decisiva contra as forças da Imaculada. Ela também advertiu que os religiosos e religiosas estavam no centro dessa batalha. Talvez esse pontificado marque as etapas mais difíceis dessa batalha final pela alma da Igreja. Se tiver que ser assim, devemos estar dispostos a sacrificar tudo pela Imaculada, por seu Divino Filho e seu Corpo Místico.
As palavras de Winston Churchill à ilha sitiada da Grã Bretanha, em setembro de 1940, poderiam se aplicar com analogia adequada à posição na Igreja no momento. Que os membros dos FIs e todos envolvidos na causa da Tradição prestem atenção a este chamado de cada um a tomar sua posição, chamado esse que não procede de um primeiro ministro, mas da própria Imaculada:
Portanto, todos os homens e mulheres se prepararão para cumprir o seu dever, seja lá qual for, com orgulho e zelo especial. Nossas frotas e flotilhas são muito poderosas e numerosas; a nossa Força Aérea chegou ao máximo de força que poderia ter alcançado e está consciente de sua superioridade comprovada, não certamente em números, mas em homens e máquinas. Nossas costas estão bem fortificadas e firmemente guardadas por homens, e atrás delas, prontas ao ataque dos invasores, temos um Exército móvel muito maior e melhor equipado do que jamais tivemos antes. Além disso, temos mais de um milhão e meio de homens da Guarda de Defesa Interna, que são tantos soldados do Exército Regular quanto Guardas Granadeiros, e que estão determinados a lutar por cada centímetro do solo em cada bairro e em cada rua. É com confiança devota, mas também com confiança segura, que digo: Que Deus defenda os Justos.
Que os Santos Inocentes roguem por nós e, em particular, intercedam para a solução do caso dos Franciscanos da Imaculada perseguidos nesta época de Natal!
* * *

[1] Ao falar usurpar, não quero dizer que os homens que detêm os mais altos cargos na Igreja não ocupam esses cargos, mas sim que tem havido uma usurpação neles do espírito cristão por parte do Modernismo.

[2] Para ver o texto de uma das ocasiões em que essa declaração foi feita, veja, http://www.miamiarch.org/ip.asp?op=Article_13102810144642

[3] http://www.dici.org/en/documents/interview-with-bispo-bernard-fellay-menzingen-november-2013/

[4] Esta lista foi compilada a partir das declarações e comentário disponíveis em http://www.rorate-caeli.blogspot.com/2013/12/for-record-situation-with-franciscans.html

Supreso: A conversa do Cardeal Joachim Meisner com Papa Francisco.

Da edição de ontem de Il Foglio (tradução: Fratres in Unum.com): No dia de Natal, ele completou oitenta anos — comemorados com a irrupção de uma ativista do Femen fazendo topless na Catedral de Colónia, enquanto celebrava missa — e “no mais tardar, no final de fevereiro”, deixará, após 25 anos, o governo da grande diocese da Renânia Setentrional.
Cardeal Joachim Meisner.
Cardeal Joachim Meisner.
Antes das saudações, no entanto, o Cardeal Joachim Meisner quis advertir o seu superior imediato, o Papa, de que não se envolvesse demais em disputas com o mundo. Não o fez por meio da imprensa ou por carta entregue na Casa Santa Marta, mas em pessoa. Um encontro olho a olho no qual “pude falar livremente ao Santo Padre sobre muitas coisas”, disse Meisner à rádio pública alemã. “Disse-lhe que seus pronunciamentos em forma de entrevistas e declarações breves deixa muitas perguntas sem respostas, que, pelo contrário, deveriam ser explicadas de modo mais amplo”. Francisco, acrescentou o prelado, “ficou surpreso e me pediu para lhe dar alguns exemplos. E eu falei acerca do que ele disse durante a viagem de volta de avião do Rio para Roma”. Ponto sensível, as frases sobre a readmissão dos divorciados recasados aos sacramentos, a comunhão primeiramente. Falar muito misericórdia de é também perigoso: “Arrisca-se cobrir com essa palavra todas as falhas humanas”. Nesse ponto — declarou ainda o arcebispo de Colônia — o Papa “respondeu de modo muito enérgico que ele é filho da igreja e não disse nada senão reafirmar os ensinamentos da Igreja”. A misericórdia, esclareceu Francisco no encontro com Meisner, “deve corresponder à verdade ou não pode ser definida como misericórdia”. Ademais, se houver qualquer questão teológica pendente , “há a Congregação para a Doutrina da Fé”, acrescentou Bergoglio. Assim, para dúvidas ou questões específicas, há Dom Gerhard Müller, o guardião da ortodoxia, colocado aí por Joseph Ratzinger e o primeiro monsenhor da cúria a ser confirmado por seu sucessor.
* * *
[Atualização - 3 de janeiro de 2014, às 8:36] Um gentil leitor nos envia sua tradução de excertos da entrevista veiculada em espanhol por Info Católica:
–(…) Os temas família e matrimônio são atuais, o debate sobre os divorciados que voltaram a casar parece dividir a Igreja na Alemanha. Qual é sua posição?
–Caro senhor Liminski, em todo momento, a Igreja, especialmente os bispos junto com o Papa têm o dever de dar o exemplo, diante dos homens, de obediência à Palavra de Deus. Os bispos também compartilham com o Papa o Magistério. Mas sempre cum Petro et sub Petro, isto é, com Pedro e sob Pedro. Assim, que qualquer dissenso entre o ensinamento do Papa e o do bispo é teoricamente inadmissível. Deixe-me acrescentar algo mais: desde tempos imemoriais a Igreja está convencida de que a unidade de Cristo com sua Igreja, que é o seu corpo, é normativa também para o matrimônio. E o apóstolo Paulo o disse explicitamente: «O matrimônio é um mistério profundo. Eu me refiro a Cristo e à Igreja». E Cristo disse então, logicamente, que o que Deus uniu, não o separe o homem. A isto não há realmente nada mais a acrescentar. Pode você pensar talvez que isto eu lanço como um tiro. É que todos os dias me vejo confrontado com estas questões e por isso sua pergunta não era nova para mim.
–Esta não é a mesma posição, idêntica, que a de seu colega Zollitsch. Ele chama a uma maior integração na vida comunitária, também uma integração das pessoas divorciadas. E crê que em Roma também haveria diferentes opiniões sobre isso. Desse modo a opinião da CDF, não seria, portanto, mais importante que as outras. Então, o que é que está valendo?
–Sr. Liminski, escute por uma vez a um velho bispo. Em minha última visita ao Papa Francisco pude falar muito francamente com o Santo Padre sobre todos os temas. E também lhe disse que quando fala em forma de entrevistas e breves discursos ficam algumas perguntas abertas, que para os não iniciados deveriam na realidade explicar-se melhor. O Papa me olhou fixamente e me disse para lhe mencionar um exemplo.
E minha resposta foi então que em seu regresso do Rio a Roma, enquanto viajava no avião, mencionou-se a ele o problema dos divorciados que voltaram a se casar. Então o Papa simplesmente me respondeu: «os divorciados podem comungar, mas não os divorciados casados novamente. Na Igreja Ortodoxa se pode casar duas vezes». Até aqui sua declaração.
Logo falou da misericórdia que, contudo, em meu modo de ver, e assim lhe disse, neste país sempre se interpreta como um substituto de todas as possíveis faltas do homem. E o Papa me respondeu muito enérgico que era um filho da Igreja Católica, e que ele não disse outra coisa que o que a Igreja ensina. E a misericórdia deve ser idêntica à verdade, caso contrário não merece o nome de misericórdia.
E, ademais, ele me disse expressamente que quando certas questões teológicas se mantêm abertas, então a importante Congregação para a Doutrina da Fé está aí, para esclarecer e formular detalhadamente. Também deve-se pensar que antes do Concílio o próprio Papa era o prefeito desta congregação, e ela é, na ordem curial, a que está no primeiro lugar, hoje como antes. Não se pode falar do Prefeito como se fosse um cidadão particular, somente porque ele anteriormente foi membro da Conferência Episcopal (alemã).
–Agora o Papa iniciou uma consulta de opinião acerca da família, do matrimônio e da moral sexual diante do Sínodo do próximo outono. E para Colônia já há resultados. Assim se observa que em relação ao povo as coisas vão de modo diferente que em Roma. A Igreja não deveria, deve, adaptar-se?
–Também disse com antecipação que a Igreja tem que adaptar-se à Palavra de Deus e não à opinião das pessoas. Devemos, como Igreja, conhecer a opinião das pessoas, para depois proclamar a Palavra de Deus em função disto. Mas adaptar-se do modo que você pergunta não é uma categoria do Evangelho. É surpreendente que, por exemplo, a Igreja Evangélica Luterana, com seu documento de tomada de posição sobre a temática da sexualidade, se tenha alinhado totalmente com o chamado espírito dos tempos nos assuntos da sexualidade. E como se encontra a situação da Igreja Evangélica Luterana?  Ouvi dizer que os números de abandono da igreja luterana são ainda mais altos que os nossos. De maneira que, em última instância, este êxodo não pode dever-se à questão da sexualidade.
–O ZdK (comitê central dos católicos alemães) o vê um pouco diferente. O Presidente Glück advoga por adaptar-se e integrar plenamente os divorciados que voltaram a casar, isto é, admiti-los também na Eucaristia. O ZdK quer casar-se com o espírito dos tempos, se poderia dizer. Aí desertam unidades inteiras dos exércitos cristãos. Não tem medo do isolamento?
–Bem, não conheço o medo do isolamento. Na escola primária, na Turíngia, eu era o único aluno católico. E sempre estava no meio e não me deixava isolar. A missão do ZdK é fazer visível e efetivo o Evangelho nas dimensões do secular, quer dizer, no mundo. E aqui, este grêmio deve se fazer realmente, com seriedade, a pergunta: mantiveram-se fiéis a sua missão e vocação?
E formula você, neste contexto, a pergunta de se eu hei de temer um certo isolamento? O que eu tenho é autêntica preocupação pelas pessoas que deformam como lhes convêm sua própria fé ao invés de aceitá-la respeitosamente como o próprio Cristo nos confiou. Isto não traz nenhuma solução. No século IV, por causa da heresia dos arianos, se dizia que da noite para o dia, a Igreja havia se tornado ariana. Mas isso não ficou assim. Converteu-se em católica de novo. E por isso, por hostis que sejam os números, não me assustam. Devo dizer que simplesmente devemos nos perguntar o que Deus quer.
E a Igreja sabe desde há 2.000 anos que o que Deus uniu o homem não pode separar. Outra questão diferente é a de se todos os matrimônios são realmente válidos. Se deveria haver critérios novos que permitissem determinar se um matrimônio não ocorreu realmente e não é válido. Mas essa é outra questão. Aí não se trata da admissão dos divorciados que voltaram a casar à Santa Comunhão.

Assista esse vídeo: Testemunho de Gianna Jessen sobreviveu a um aborto.

Gianna Jessen sobreviveu a um aborto por envenenamento salino. Deveria estar morta, mas milagrosamente sobreviveu. Nesse discurso na Austrália, Gianna nos comove com o exemplo de sua vida. Diga NÃO ao aborto! 


Gianna Jessen - Sobrevivente de um aborto - parte 1



Gianna Jessen - Sobrevivente de um aborto - parte 2



Mulheres sem pedigree

A ideologia feminista é a principal forma de discriminação e opressão à mulher moderna

Durante a segunda edição da Marcha das Vadias de Campina Grande (PA), em agosto de 2013,um grupo de feministas queimou um boneco da jornalista Rachel Sheherazade, com os seguintes dizeres: "Rachel, cale-se"01. Para quem não se lembra, Rachel Sheherazade é a âncora do SBT Brasil, que ficou conhecida nacionalmente, em 2011, após um comentário seu sobre o carnaval cair na internet02. Na época, Sheherazade comandava o jornal local da TV de Silvio Santos, em João Pessoa (PA), e acabou caindo nas graças do empresário, vindo a receber um convite para assumir a bancada do principal programa jornalístico da emissora. Desde então, a crítica contundente da jornalista vem suscitando a simpatia de milhares de pessoas Brasil afora, ao mesmo tempo em que perturba o establishment politicamente correto e anticristão.
Do outro lado do Atlântico, no entanto, enquanto os católicos da Catedral de Colônia, Alemanha, assistiam à Santa Missa de Natal, uma ativista do grupo feminista Femen subiu ao altar da igreja totalmente nua e com a inscrição "Eu sou Deus" pintada em seu seio03. A cena grotesca chocou os fiéis da Arquidiocese comandada pelo Cardeal Joachim Meisner, provocando reações na opinião pública do mundo todo. Mas para o cúmulo da bizarrice, a iniciativa da militante feminista, ao contrário do que se espera de gente normal, acabou recebendo o apoio de centenas de ativistas dos direitos femininos, com a justificativa de que ela estaria lutando contra a opressão machista da Igreja Católica.
Os dois episódios citados acima dão conta de explicar no que se transformou o feminismo nas últimas décadas. Rachel Sheherazade é uma mulher sem pedigree feminista. Ela é conservadora, casada, mãe e cristã. Ou seja, tudo o que uma mulher "moderna", "livre" e "independente" não poderia ser… pelo menos na cabeça de gente como Simone de Beauvoir, Judith Butler e cia. E é por isso que atividades como as das feministas de Campina Grande podem passar despercebidas; enquanto ações deploráveis como as do grupo Femen são aplaudidas e incentivadas pela militância. Para a ideologia desses grupos, só se é mulher quando se reza pela cartilha deles. Só se é mulher quando se abandona a "opressão" machista do matrimônio para se rebaixar à opressão feminista do movimento.
No final da década de 1920, o escritor inglês G. K. Chesterton resumia o feminismo como "a confusa ideia de que as mulheres são livres quando servem seus empregadores, mas são escravas quando servem seus maridos"04De fato, a ideologia feminista é um compêndio de contradições. Ela contesta a exploração machista, dizendo que os homens tratam as mulheres como objetos de prazer, para depois defender uma suposta emancipação sexual feminina, alegando que a mulher pode ter quantas relações quiser. Ela se revolta com a esposa que cuida do lar e educa seus filhos, tachando-a de inimiga dos direitos femininos por se negar a trabalhar fora, mas não se importa - e às vezes até defende - com a prostituta que se submete a satisfazer as perversões de um homem, a troco de algumas notas de reais. O feminismo se importa com a mulher até descobrir que o sexo do bebê é feminino. Veja-se, por exemplo, o que indica um estudo da Universidade de Oxford, sobre os casos de abortos na Inglaterra, entre os anos de 1969 e 2005: a prática do aborto em mulheres grávidas que rejeitam o sexo do bebê cresceu enormemente, sobretudo quando se trata de nascituros meninas05.
Rachel Sheherazade é somente um dos inúmeros casos que se poderia citar a respeito do Apartheid feminista. Quando Gianna Jessen - uma jovem americana pró-vida que sobreviveu a uma tentativa de aborto - nasceu, por exemplo, não havia nenhuma ativista dos direitos da mulher no hospital, para defendê-la do aborteiro que há pouco tentara matá-la06. Na época, seguindo o pensamento da eminente feminista Florence Thomas - para quem um nascituro não passa de um "tumor" -, Jessen não mereceria viver07. Na lógica feminista, algumas mulheres são mais mulheres que outras.
Eis a verdadeira face do feminismo: ele é tão inimigo das mulheres quanto o machismo.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. Rachel Sheherazade é queimada em Marcha das Vadias
  2. Comentário de Rachel Sheherazade sobre o carnaval
  3. Natal na Catedral de Colônia: ativista do Femen profana altar diante do Cardeal Meisner
  4. Social Reform versus Birth Control
  5. Clínicas britânicas fazem aborto de grávidas que rejeitam sexo do bebê
  6. Gianna Jessen - sobrevivente de um aborto
  7. La historia de mi aborto

O Pecado da Imodéstia. Qual a gravidade?

A Gravidade do pecado em usar uma calça "feminina", depende da peça. Se a mulher usar uma calça modesta (o que é artigo raro hoje em dia), sem justa causa (trabalho por exemplo), seria um pecado venial por estar se vestindo com roupas de homem, e igualando os sexos. Vejam o que diz nas escrituras sagradas:

"A mulher não se vestirá de homem, nem o homem se vestirá de mulher: aquele que o fizer será abominável diante do Senhor, seu Deus". Deuteronômio 22,5


A Gravidade do pecado em usar uma calça varia conforme o grau de imodéstia da peça podendo variar do venial ao mortal. Aqui não somente pelo uso de calças imodestas, mas por exemplo, mini-saias, vestidos super curtos, e roupas similares que são gravemente escandalosas. Alguns ironicamente [sem fundamento] dizem "não é lei da Igreja a modéstia". Eu digo é sim! Já citamos diversas vezes neste blog textos de papas e também de santos a respeito.  Assim diz o sexto mandamento da lei de Deus: "Não pecar contra a castidade".

Castidade significa controle do instinto sexual, ou fazer com que o apetite sexual esteja de acordo com os sexto e nono mandamentos: Não cometerás adultério; Não cobiçaras a mulher de teu próximo. Modéstia, por outro lado, é a guardiã da castidade. É freqüentemente comparada a uma muralha que nos protege a nós mesmos e aos outros contra os freqüentes ataques feitos contra a castidade. [1]

Ou seja, se alguém tem a intenção de tentar a outros pela imodéstia, é sempre um pecado mortal, não importa quão pequena a imodéstia possa ser. Vamos pensar na seguinte hipótese, muito comum no pensamento das jovens hoje em dia: Uma moça coloca uma calça justa, extremamente apertada, ou seja, já está mostrando os glúteos, pernas, e regiões genitais que ficam delineadas - contornadas. Ela sai na rua, para que os homens achem ela "bonita". Isso seria um pecado mortal, da mesma forma se ela tivesse o mesmo pensamento de mostrar o corpo com uma mini-saia ou um shorts curto. Um homem casado por exemplo olha, isso seria adultério, e a moça que usou a peça comete sim um pecado mortal pelo escândalo ter partido dela.


Deus merece sempre nosso melhor


Na realidade, não importa se é pecado ou não. Isso tem pouca importância para quem quer realmente agradar mais a Deus. Como diz o Padre Paulo Ricardo em sua última palestra sobre modéstia: "Pecado ou não, isso é coisa de quem está ainda na primeira morada." Ou seja, quando queremos agradar mais a Deus fazemos tudo da forma mais perfeita possível, e da forma que mais o agrada, e não nos contentamos com o pouco, com o "básico" para Deus. Ele merece nosso melhor. Ainda que o uso regular de calças sem justa causa não fosse pecado, uma coisa é certa: as saias longas são muito mais modestas que as calças e isso ninguém poderá nunca negar. Se são mais modestas por que não nos desapegamos do que é mundano e não nos vestimos para Deus? Por que não dar nosso melhor para ele?

É o que algumas moças fazem e são radicalmente criticadas, humilhadas por outras que não tem coragem de tomar esta atitude. Muitas não mudam seu guarda - roupas por excesso de amor próprio. Mas esse amor próprio, como dizia os santos, é o seu pior inimigo. Enquanto temos o amor próprio de ser bem visto pelo mundo, de ser aplaudido por todos, por ter um "corpão", enquanto isso ficar acima do amor a Deus, nunca teremos coragem de mudar. O fato é que agora neste artigo, não tratarei "se é pecado ou não", mas vou focar no que mais agrada nosso Senhor. Vejam esta imagem e se pergunte, se a virgem Maria fosse vestir uma roupa e viesse hoje à terra, que roupa ela vestiria? Qual destas duas opções? Qual das duas é modesta? 



Alguns tentam negar o óbvio dizendo "quem falou que a saia agrada mais a Deus?" Minha filha, é só olhar para a Imagem, qual delas é modesta? Qual delas não fere a dignidade feminina? Negar isso é no mínimo desonestidade da parte da pessoa. É fato que vestidos e saias são roupas de mulheres, são modestas, e portanto por serem modestas agradam muito mais a Deus. Isso é no minimo algo lógico.

Quem ama Jesus Cristo procura desprender-se de todas as criaturas


Assim diz Santo Afonso de Ligório: "Quem quiser amar a Jesus Cristo de todo o coração, precisa expulsar do coração tudo o que não é de Deus, mais o amor próprio. Isso é o significado de "não procurar o que não lhe pertence", não procurar a si mesmo, mas só aquilo que agrada a Deus. É isto que pede o Senhor a cada um de nós: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração".

Para amar a Deus de todo o coração requerem-se duas coisas: primeira, esvaziá-lo das coisas da terra; segunda, enchê-lo do amor de Deus. 

O coração no qual existe algum afeto terreno, não pode jamais ser todo de Deus. Mas como se purifica o coração das coisas terrenas? São Felipe Neri dizia que quanto de amor pomos nas criaturas, tanto tiramos de Deus. Purifica-se com as mortificações e com o desapego das coisas criadas. Certas pessoas queixam-se de que procuram a Deus e não o encontram. Ouçam o que diz Santa Teresa"Desapeguem o seu coração das criaturas e procurem a Deus que o encontrará."

O erro está [continua Santo Afonso] em alguns quererem tornar-se santos, mas a seu modo. Querem amar a Jesus Cristo, mas conforme sua inclinação, sem deixar certos divertimentos, certas vaidades no vestir, certos alimentos apetitosos. Amam a Deus, mas se não conseguem tal emprego, vivem inquietos. Se alguém lhes toca na fama, logo se irritam. Se não saram de uma doença, perdem a paciência. Amam a Deus, mas não abandonam o apego às riquezas, às honras do mundo, à vaidade de serem tidos por pessoas de classe, sábios, melhores que os outros. Essas pessoas rezam, comungam, mas tem o coração cheio de coisas terrenas, pouco proveito tiram. A eles o Senhor não fala, por que vê que perde tempo." [2]

Esse texto de Santo Afonso é muito apropriado ao assunto, e também no que disse o Padre Paulo Ricardo, como citei anteriormente: "Essa coisa de pecado ou não pecado é coisa de gente que está ainda lá na primeira morada". Quem quer agradar a Deus vive sua vida em função de Deus, e não quer ofendê-lo com o menor pecado que seja. 

Muitas pessoas não mudam sua forma de vestir, por que colocam o amor próprio acima de Deus. Seguem ao próprio ventre, querendo continuar sendo bem visto e aplaudido por todos. Não querem ser diferente, não querem desfazer-se de calças apertadas, de vestidos imodestos, não querem desfazer-se do tomara que caia, ou da legging. Querem amar a Deus, como disse Santo Afonso, mas a seu modo. 

Termino este artigo com uma bela frase de outro doutor da Igreja: São Francisco de Sales. Para refletirmos sobre essa tão grande qualidade: A modéstia!

"Guarda-te cuidadosamente das vaidades e afetações, das curiosidades e das modas levianas. Observa as regras da simplicidade e modéstia, que são indubitavelmente o mais precioso ornamento da beleza e a melhor escusa da fealdade." (São Francisco de Sales).

A Mulher pode ser elegante, bonita, mas nunca vulgar! 



Salve Maria Puríssima.

A importância de se vestir com dignidade