segunda-feira, 18 de março de 2013

O legado de Bento XVI : seu ‘insuportável’ humanismo que questiona o mundo moderno.




O legado de Bento XVI 
O insuportável humanismo de Bento XVI

Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro do conselho editorial da versão brasileira da revista Communio

Em 1944, Henri de Lubac, um dos intelectuais que, juntamente com o jovem Ratzinger, fundou a revista internacional Communio, escreveu O drama do humanismo ateu. Sua tese era de que o humanismo moderno, perdendo a referência em Deus e no seu amor, é incapaz de realizar a pessoa, levando à dramática desumanização da sociedade contemporânea. Além disso, o livro procurava valorizar as críticas que Feuerbach, Marx e Nietzsche, entre outros, faziam ao Cristianismo – mostrando que muitas delas eram válidas, porém se referiam a um Cristianismo descaracterizado, que perdera seu élan vital.


A trajetória do teólogo Ratzinger, papa Bento XVI, pode ser lida como um diálogo entre os fundamentos do Cristianismo e esse humanismo em crise, que ao longo da modernidade parece ir vencendo todas as batalhas que luta (direitos humanos, democracia, igualdade, liberdades individuais etc.), mas estar perdendo a guerra da construção de uma humanidade mais feliz. Mas peço atenção: as bases da postura de Ratzinger não são os “valores da tradição”, como muitos dizem, mas sim os “fundamentos da tradição”. Ele tem claro que os valores morais e sociais, privados de seu fundamento original, se tornam normas vazias que mais oprimem que valorizam a pessoa; por isso sua batalha não é pela defesa de valores esclerosados, mas por uma renovação a partir da crença de que na raiz de qualquer valor realmente humanizador está o reconhecimento do amor de Deus.

Então Bento XVI não foi um tradicionalista? Sem dúvida não; seu pretenso “moralismo” e “reacionarismo” é uma construção midiática, que não se sustenta em uma análise de seus escritos ou do conjunto de suas atitudes no papado.
Um conservador? Se olharmos para o valor que dá à tradição da Igreja, sim. Mas quem ler Caritas in veritate, sua grande encíclica social, encontrará uma obra sintonizada com as demandas sociais da chamada “ala progressista” da Igreja. Dentro desse universo de caracterizações esquemáticas, talvez a melhor para ele seja a de “pós-moderno”.
As imagens mais frequentes que se tem das mudanças pelas quais a Igreja devia passar a partir do Concílio Vaticano II nasceram dos ideais da modernidade da metade do século 20, que já enfrentava a crise que gerou esse processo ambíguo e complexo que chamamos pós-modernidade. Bento XVI é o papa pós-moderno por excelência, que não procura criar uma Igreja que se molda aos valores da modernidade, mas que responde à destruição destes valores – realizada pelo próprio pensamento crítico moderno.
Em oposição aos pensadores ateus estudados por De Lubac, que construíram a grandeza e o drama do pensamento moderno, Bento XVI pode ser compreendido como um humanista religioso, que acredita que a ligação do ser humano com Deus é o vínculo de amor que é a condição necessária para encontrarmos nossa felicidade e realização. Porém, esse humanismo, nascido de um gesto de amor gratuito e de uma esperança sem limites, é quase insuportável para a cultura contemporânea.Corresponde de tal forma ao desejo mais profundo de cada um que chegamos a ter medo… Medo de nos entregarmos a essa promessa e descobrirmos depois que se trata de mais uma ilusão.
Quem não quer receber um amor que não pede nada em troca?
Insuportável esperança, que parece negar a evidência de que nascemos marcados pela desgraça. Se acreditarmos nela, será muito mais doloroso voltarmos à desilusão da descrença, voltar a viver “sentados à sombra da morte”, inseguros em relação a cada afeto, sabendo que nenhum amor é para sempre! São essa esperança e a experiência de um amor impensável, mas realizado, que constroem o humanismo cristão proposto por Bento XVI.
Ainda é cedo para uma avaliação adequada de seu papado, mas é inegável que ele, como poucos, recolocou o humanismo cristão na agenda cultural da sociedade contemporânea; que em seu papado o mistério de Deus se tornou provocação e escândalo para um mundo fechado em si mesmo.

Itália: Vulcão Etna entra em erupção



17.03.2013 -
n/d
A oitava erupção deste ano do vulcão Etna, o maior da Europa, na ilha de Sicília, ocorreu na noite passada.
A lava incandescente começou a jorrar, atingindo 600-700 m de altura e escorrendo da nova cratera lateral encosta abaixo, para o Vale do Boi. O vento forte cobriu muitas aldeias vizinhas de cinzas vulcânicas.
Por precaução, foi encerrado por uma hora o aeroporto local. As municipalidades de 4 distritos proibiram o trânsito de motocicletas e lambretas e reduziram a velocidade dos automóveis para 20 km por hora.
Na opinião de peritos, esta erupção do Etna é a mais potente do novo ciclo de atividade do vulcão.
Fonte: Voz da Russia
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Nota de  www.rainhamaria.com.br
Profecia de Nossa Senhora de La Salette, aparição na França em 1846, reconhecida pela Igreja em 1851.
"As estações serão mudadas, a terra não produzirá senão maus frutos, os astros perderão os seus movimentos regulares, a lua não refletirá senão uma luz avermelhada; a água e o fogo causarão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis terremotos, que farão tragar montanhas, cidades...
Chegou o tempo. O sol se escurece; somente a fé viverá".

Papa surpreenderá com reviravolta na Igreja, diz Leonardo Boff, teólogo da libertação



17.03.2013 -
n/d
O ex-sacerdote brasileiro Leonardo Boff, um dos mais destacados representantes da chamada Teologia da Libertação, acredita que o papa Francisco surpreenderá muitos dando um reviravolta radical à Igreja.
"Agora é Papa e pode fazer o que quiser. Muitos se surpreenderão com o que Francisco fará. Para isso, precisará de uma ruptura com as tradições, deixar para trás a Cúria corrupta do Vaticano para abrir passagem para uma Igreja universal",disse Boff em entrevista que será publicada na edição da próxima semana da revista alemã Der Spiegel.
O teólogo se disse muito satisfeito que o novo Papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, tenha assumido o nome de Francisco para seu pontificado. "Este nome é programático: Francisco de Assis representa uma Igreja dos pobres e dos oprimidos, responsabilidade perante o meio ambiente e rejeição ao luxo e a ostentação", acrescentou Boff, que pertence à Ordem dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos.
O estudioso disse também que, embora em muitos aspectos - como o referente aos anticoncepcionais, o celibato e o homossexualismo - Francisco tenha seguido uma linha conservadora como cardeal, isso se deveu apenas à pressão do Vaticano. Para ele, há elementos que indicam que o novo Pontífice é muito mais liberal.
"Há alguns meses, por exemplo, ele aprovou expressamente que um casal de homossexuais adotasse uma criança. Tem contato com sacerdotes que foram repudiados pela Igreja oficial por terem se casado. E, o mais importante, é que não se deixou separar de sua convicção que temos que estar do lado dos pobres", destacou.
Boff rejeita também as acusações que surgiram contra Francisco segundo as quais não deu suficiente apoio a dois jesuítas que foram presos durante a ditadura militar argentina.
"Conheço as acusações e acredito no que diz o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, que como opositor ao regime militar esteve preso e foi torturado. Houve bispos que foram cúmplices da ditadura, mas Bergoglio não estava entre eles", opinou. "Até agora, não há indícios claros de um comportamento censurável. Pelo contrário, ele escondeu e salvou muitos sacerdotes perseguidos. Conheci Orlando Yorio, um dos jesuítas que dizem terem sido traídos por Bergoglio, e nunca fez a mim tais acusações", completou.
Fonte: Terra noticias