quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O drama da Igreja no Egito e o silêncio dos meios de comunicação

Pior que o drama dos cristãos no Egito é a indiferença da mídia ocidental, que vergonhosamente silencia a perseguição que acontece no país

No Egito, o sangue dos massacres e as cinzas dos incêndios de templos cristãos clamam por justiça. Foram inúmeras as comunidades cristãs alvo dos recentes protestos políticos ligados à Irmandade Muçulmana – um grupo extremista ligado a Mohamed Morsi, presidente deposto no começo de julho.
Como já se tinha reportado aqui e aqui, a Igreja Ortodoxa Copta não era a única perseguida no país. Também a Igreja Católica, bem como várias comunidades protestantes, sofreram na mão de muçulmanos radicais.
O testemunho de alguns prelados católicos impressiona pela coragem e retrata o terror dos acontecimentos. Sua Beatitude, o Patriarca Isaac Sidrak denunciou, no último dia 19, os atos de "terrorismo" praticados contra dezenas de igrejas, acampamentos e casas de cristãos. Ele expressou "apoio firme, lúcido e livre a todas as instituições do país, particularmente, à polícia egípcia e às forças armadas que dispendem todos seus esforços para proteger a pátria".
O purpurado elogiou "o comportamento dos países que se esforçam lealmente para compreender o caráter específico dos eventos em curso", mas condenou "qualquer intento de intervenção nos assuntos internos do Egito ou de influência em suas decisões soberanas".Sua Beatitude expressou o reconhecimento àqueles "nobres cidadãos muçulmanos que permaneceram ao nosso lado, fazendo todo o possível para defender nossas Igrejas e nossas instituições".
Quem também denunciou a violência sofrida pelos cristãos foi o bispo católico de Luxor, o monsenhor Youhannes Zakaria. Em entrevista concedida à Rádio Vaticana, ele contou como uma interferência policial evitou um massacre. "Os manifestantes pró-Morsi, expulsos do centro da cidade, chegaram ao arcebispado gritando: 'Morte aos cristãos!', mas, felizmente, a polícia chegou a tempo de salvar-nos e agora o exército rodeia o edifício com dois veículos blindados."
Hoje, monsenhor Zakaria está preso em sua residência. "As forças de segurança me aconselharam que não saísse do arcebispado", conta. "A Irmandade Muçulmana pensa que os cristãos foram a causa da queda de Morsi e agora, atacando aos cristãos, pretendem lançar todo o país no caos: foram queimadas mais de 80 igrejas e muitas escolas cristãs". "Faço meu o chamado do Papa Francisco para que reze pela paz no Egito", foi o apelo de um bispo que sofre com a situação lamentável em que se encontra seu país.
Mais lamentável que o drama dos cristãos no Egito, porém, é a indiferença e o silêncio da mídia ocidental diante dos verdadeiros crimes perpetrados contra a dignidade da vida humana, a liberdade religiosa e o próprio patrimônio religioso e cultural do Oriente. Não se vê nenhum veículo de comunicação noticiar o incêndio de templos e a perseguição aos cristãos no Egito. É a omissão da cumplicidade: se, por um lado, parece estar generalizado um sentimento de repúdio a qualquer tipo de perseguição religiosa – o que é justo, posto que, como disse o Papa Francisco, "fé e violência são incompatíveis"01 –, quando o alvo é o Cristianismo, paira no ar certa covardia. Caricaturar Maomé é intolerável; zombar de Cristo, porém, seria até aceitável.
"Mas ninguém está perseguindo Jesus Cristo", alguém poderia objetar. É o grande engano dos que não creem na Igreja: separar Cristo dos cristãos. Quando São Paulo "caiu por terra" em um lugar não muito distante do Egito – Damasco fica no atual território da Síria – e ouviu uma voz que dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 22, 7), não imaginava que, perseguindo àqueles simples homens da religião cristã, estaria perseguindo ao próprio Senhor. "Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues" (At 22, 8). Nos cristãos que sofrem no Egito, bem como nos discípulos dos primeiros séculos, sofre o próprio Cristo.
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Vatican Insider

Famílias numerosas, famílias felizes

A consequência da mentalidade contraceptiva não poderia ser outra: famílias cada vez menores e dilaceradas pelo divórcio.

Quando João XXIII recebeu no Palácio Apostólico a visita de dez irmãos, sendo nove religiosos e um bispo, logo disparou: "Uma mamãe? Sim, Santidade, uma mamãe". A cena é belíssima e, de certo modo, nostálgica, uma vez que famílias com muitos filhos têm se tornado um espécime raro ano após ano, mesmo entre os católicos. As últimas pesquisas relativas à taxa de fecundidade no Brasil, por exemplo, indicam um declínio contínuo a partir da década de 1960, período em que o governo passou a disseminar os métodos anticoncepcionias, como política de saúde pública. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de crianças por família no país é de 1,9. Número relativamente aquém do necessário para reposição da população que, conforme especialistas, seria de 2,1 no mínimo.
"Não, eu não quero mais um filho, porque não poderemos viajar de férias, não poderemos ir a tal lugar, não poderemos comprar uma casa". É o que costumam dizer aqueles que veem com pavor a ideia de ter uma família numerosa, critica o Papa Francisco num desafio à cultura do "bem-estar à qualquer custo". Com isso, o Santo Padre assevera o ensinamento de seu predecessor, Paulo VI, há muito olvidado: "O gravíssimo dever de transmitir a vida humana, pelo qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de Deus Criador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias, se bem que, algumas vezes, acompanhadas de não poucas dificuldades e angústias" (Cf. Humanae Vitae, n. 1). A geração e o cuidado da prole não são somente um direito natural da família, mas algo que se enquadra no próprio projeto de Deus e, por isso, um dever. Com efeito, mesmo que em algumas circunstâncias surjam dificuldades, a graça de poder transmitir a vida não pode ser sobrepujada por questões banais e de ordem materialista.
Família Schwandt, 12 felizes filhos
A defesa dos anticoncepcionais, feita muitas vezes por católicos, até mesmo de maneira intransigente e soberba, demonstra a incapacidade de enxergar a beleza do dom da paternidade e o vazio espiritual que assolam a sociedade moderna. "Quer-se seguir Jesus, mas até certo ponto", pontifica o Papa. Ora, não espanta a quantidade de divórcios realizados desde a sua trágica aprovação, já que são consequência lógica da forma como os casais passaram a relacionar-se após o advento da contracepção artificial: como objetos de prazer.
As famílias numerosas, por outro lado, agem conforme a regra única do amor e, obviamente, da paternidade responsável - aquela que opera dentro dos limites do bom senso e da reta conduta cristã - abrindo-se gerenerosamente ao dom da criação. Testemunha a favor disso a própria história recente, cheia de exemplos boníssimos de casais, desde os mais ricos aos mais pobres, que abandonaram-se à providência divina e contribuíram, assim, para o desenvolvimento saudável de seus filhos, dentro de um lar agraciado pela presença do pai, da mãe e dos primeiros amigos: os irmãos. Quando existe a confiança no auxílio da graça, existe também a confiança mútua do marido e da mulher, a busca pela unidade e a consumação dessa união numa só carne. União indissolúvel que nenhuma lei pode cancelar.
A geração de um novo filho é, pois, a mais genuína expressão do amor de um casal, fato que, num momento de profunda angústia, levou Raquel a implorar a seu marido: "Dá-me filhos, se não morro" (Cf. Gen 30, 1). É o cumprimento do mandato divino "sede fecundos e multiplicai-vos (Cf. Gen. 1,28), pois "não é bom que o homem esteja só" (Cf. Gen. 2,88). "Por isso - lembra o Concílio Vaticano II - o autêntico cultivo do amor conjugal, e toda a vida familiar que dele nasce, sem pôr de lado os outros fins do matrimônio, tendem a que os esposos, com fortaleza de ânimo, estejam dispostos a colaborar com o amor do criador e salvador, que por meio deles aumenta cada dia mais e enriquece a sua família" (Cf. Gaudium et Spes, n. 50).
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere

Pastor luterano teria participado do extermínio de judeus


Pastor luterano teria participado do extermínio de judeusPastor luterano teria participado do extermínio de judeus
De acordo com um artigo assinado por uma historiadora alemã, um pastor da Igreja Luterana teria participado do extermínio de judeus durante o regime nazista sem ser punido pela igreja.
Ao assinar um artigo na revista de História “Zeitschrift für Geschichte”, a historiadora Dagmar Pöpping, da Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, diz que o pastor Walter Hoff não só era simpatizante do regime implantado por Adolf Hitler, como foi enviado para Bielorrússia, na antiga União Soviética, para matar judeus.
A não punição de Hoff foi narrada também no livro “Crença, Confissão e Religião no Nacional Socialismo” escrito por Manfred Gailus. O pastor luterano era casado com uma integrante da associação das mulheres nazistas e tinha seis filhos.
Antes de ser enviando para a União Soviética, isso em 1943, ele trabalhou para Joseph Goebbels que tinha ligações com a igreja católica.
Os historiadores relatam que Hoff deixou uma carta contando ao seus superiores que havia matado um grande número de judeus e os textos com suas pregações na época que ele era pastor em Berlim conclamavam os fiéis para eliminar o povo judeu da Alemanha.
Esses documentos, mais tarde, acabaram sendo usados para acusá-lo de participar de uma das eras mais vergonhosas na história mundial. Em 1950, quando os nazistas começaram a ser processados, Hoff tentou se defender dizendo que confessou o crime apenas para provar que era “um bom nazista” e o processo contra ele acabou sendo arquivado.
Quem reabriu a história do pastor que ajudou a exterminar os judeus foi a própria igreja luterana que 70 anos depois resolveu apurar a participação de seus pastores e membros no regime nazista.
A ideia de apurar os casos partiu do líder da igreja na região bielorrusa de Klimowitchi, onde aldeias e cidades inteiras foram exterminadas com a chegada dos invasores alemães. O bispo berlinense Markus Dröge assume que a denominação falhou por apoiar e não investigar os crimes cometidos pelo regime e que agora resta a Igreja Luterana se posicionar de forma crítica contra essas ideologias.

Jesus Cristo é “empossado” como presidente do México


Jesus Cristo é “empossado” como presidente do MéxicoJesus Cristo é "empossado" como presidente do México
Em 1917 pela primeira vez Jesus Cristo foi “empossado” como presidente do México. Uma faixa presidencial foi colocada sobre uma imagem do messias crucificado em uma missa católica na igreja de São Miguel Arcanjo na região de Ixmiquilpan.
Ricardo Flores, sacerdote responsável pela igreja, explica que existe uma tradição de colocar todos os anos a faixa presidencial na imagem no dia de “Cristo dos Jalpa”, padroeiro daquele Estado.
“Para as pessoas, cantar o Hino Nacional e colocar a faixa tricolor é algo sagrado”, disse o padre, acrescentando que independe do partido que está no poder.
Cipriano Chárrez Pedraza, prefeito de Ixmiquilpan, no Estado de Hidalgo, realizou este ano a cerimônia na data comemorada em meados de agosto. As imagens foram postadas no perfil do Facebook e divulgadas na internet.
O diferencial deste ano é que o governador de Hidalgo, Francisco Olvera, criticou o uso do símbolo. Pela primeira vez há uma queixa contra o ato feito por uma autoridade. Embora reconheça que se trata de uma tradição, o governador recriminou o uso do símbolo característico dos presidentes, lembrando que o Estado é laico. Exigiu que o prefeito lembrasse das leis sobre o uso de símbolos nacionais, pois o povo não as conhece.
Obviamente a polêmica surgiu e foi fomentada tanto por defensores católicos, que acreditam ser essa uma maneira de pedir a proteção divina sobre o país, quanto pelos que se opõe a essa proximidade histórica entre o governo mexicano e a igreja católica.
A constituição do México diz no Artigo 34: “A faixa presidencial é uma representação da bandeira do país e do emblema do Poder Executivo Federal, por isso só pode ser feita pelo Presidente, e terá as cores da bandeira nacional”.
Ou seja, na prática, o que o prefeito fez foi colocar Jesus no lugar do presidente do México, que mesmo simbólico, seria anticonstitucional. Enrique Peña Nieto, atual presidente do país, não quis comentar o assunto. Com informações Terra.

Igreja boliviana excomunga quatro ministros do socialista Evo por apoiarem o aborto.


Fonte: Religión Digital
A Igreja Católica excomungou os quatro ministros que se manifestaram em favor da descriminalização do aborto. A sanção, que os veta de receber a comunhão, aplica-se às autoridades que professam a fé católica, confirmou o secretário geral adjunto da Conferência Episcopal da BolíviaJosé Fuentes.
“A pessoa que aborta, que incentiva o outro a abortar, assim como os relacionados à saúde que participam de um aborto (…) cometem um pecado diante de Deus, porque se convertem em donos da vida, e o único dono da vida, para nós, é Deus. Esse pecado se chama excomunhão, e, por isso, não pode comer o corpo de Cristo”, manifestou Fuentes.
Os ministros da Comunicação, Amanda Dávila; da Autonomia, Claudia Peña; da Educação, Roberto Aguilar; e do Desenvolvimento Produtivo, Teresa Morales, se mostraram a favor da descriminalização do aborto em julho.
Suas opiniões eram pessoais e não refletiam a posição do governo. Prova disso é que o presidente,Evo Morales, e, dias depois, o vice-presidente, Alvaro Garcia Linera, indicaram que o aborto é um crime. O presidente, no entanto, disse que é um assunto que deve ser debatido.
As quatro autoridades fizeram as declarações para as consultas que o Tribunal Constitucional realiza com instituições para derrubar uma ação de inconstitucionalidade apresentada pela deputada Patricia Mancilla (MAS)contra 12 artigos do Código Penal, dos quais três (263, 266 e 269) penalizam a prática do aborto.
Desde então, foi aberto um amplo debate, e a Igreja Católica se pronunciou em diversas oportunidades. Na sexta-feira, apresentou três razões para vetar a descriminalização.
Nesse dia, o secretário geral adjunto da Conferência Episcopal da Bolívia disse que “se os ministros são católicos, não podem estar a favor do aborto, e se são e propiciam uma lei de aborto, não podem se aproximar da Eucaristia”.
“Porque neste momento não estão em comunhão com um valor que na Igreja é absoluto e total”, disse um dos representantes da Conferência. No entanto, ressaltou que, se as autoridades se arrependem e confessam, poderão receber a absolvição e os sacramentos.
“Não é imperdoável se eu me arrependo e me dou conta de que o que eu eu fiz não está certo, que é o caso das mulheres que fizeram aborto (…), se deram conta do que fizeram e não encontraram a paz, recorreram ao sacramento da penitência, onde a excomunhão lhes foi levantada”.
“Porque senão parece que a tolerância soa a zero”, disse Fuentes.
A pena se baseia no cânon 1398 do Código de Direito Canônico, que ordena que “quem procura o aborto, se este acontece, incorre em excomunhão latae sententiae“, que é uma excomunhão automática.
A excomunhão não só proíbe o católico de receber a eucaristia, mas também que “não participe da vida cotidiana da Igreja, porque também não pode ser padrinho de qualquer sacramento, como o batismo, a confirmação ou o casamento”, explica o diácono Moisés Rojas.
Mas qual é a transcendência disso? O sacerdote Thelian Corona, reitor da Universidade Salesiana, explica que é um castigo muito grave para um católico, já que ocasiona um dano que é evidente pela falta de valor, coerência e fé dos fiéis. “É uma exclusão da Igreja”, diz.
Isso não significa que não possa assistir a missa, mas não poderá participar do rito fundamental do ofício que é receber a comunhão.
“Porque esse é o ato máximo de pertença à Igreja”, explica o reitor da universidade.
Se não houver arrependimento da pessoa, nem poderá receber o sacramento da unção dos enfermos. “Mas, se nesse momento ele confessa, então será absolvido”, comenta Corona.