segunda-feira, 24 de março de 2014

Aumenta número de profissionais com ‘carreira consolidada’ e ótimos salários que abandonam tudo para se tornar padres.

O paraense Renato Sarmento cresceu cultivando o sonho de se formar em medicina. Primogênito de três filhos de um comerciante e uma contabilista, só conseguiu concretizá-lo depois de tirar a sorte grande. Ele acertou a quina da Mega Sena, em 2007 e, com os R$ 18 mil do prêmio, pagou um semestre inteiro em uma faculdade privada. Mais adiante, conseguiu um financiamento estudantil para arcar com o restante do curso. Assim, pôde se tornar o primeiro médico da família. Empregado em dois postos de saúde e num hospital público em sua cidade natal, Paragominas, o rapaz tinha carro, um salário de R$ 17 mil e namorava. Sua carreira ia tão bem que conseguiu um estágio no departamento de neurocirurgia do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Mas Sarmento não se achava pleno. “Sentia uma inquietação, um vazio”, diz ele, sentado no banco de um seminário católico, na capital paulista, seu novo endereço desde o mês passado. 

abre.jpg
OPÇÃO
O médico Sarmento terminou com a namorada, trocou um salário de R$ 17 mil
e uma carreira promissora para encarar nove anos de estudos e se tornar padre
Sarmento abandonou a carreira, terminou o namoro, abriu mão dos bens materiais e é, hoje, aos 25 anos, um dos 17 seminaristas matriculados no curso de propedêutica do seminário Nossa Senhora da Assunção. Seu novo sonho é ser padre. Foi na capital paulista, no silêncio da Catedral da Sé, em meados de 2013, que ele sentiu esse chamado, logo anunciado ao pároco local. De volta ao Pará, conheceu um padre que se tornou uma espécie de mentor espiritual até sua mudança definitiva para o seminário. Histórias como a do jovem paraense são cada vez mais frequentes. Reitores das casas diocesanas apontam para um aumento do número de seminaristas que, já com uma faculdade no currículo, optam por abandonar suas profissões para dar ouvidos ao chamado de Deus.
IGREJA-03-IE.jpg
MUDANÇA
Schwaab era repórter de jornal até o ano passado.
Hoje é requisitado para entrevistar sacerdotes
Além do médico, no seminário paulista há um dentista, um psicólogo e um pós-graduado em sociologia que formam um grupo de 13 pessoas com curso superior. Em 2013, havia oito (leia quadro). “Estamos aprendendo a lidar cada vez mais com adultos que já chegam com uma considerável bagagem cultural e humana”, diz o padre Lucas Mendes, formador do seminário São José, da diocese de Porto Alegre. Nessa casa, há oito seminaristas com curso superior, sete a mais do que no ano passado. “Atualmente, o processo de maturação é lento, acontece em idades mais avançadas e isso reflete na decisão vocacional tardia.” Seminários como os de antigamente, nos quais o candidato se matriculava ainda criança, com 11, 12 anos, são cada vez mais raros no País. Poucos ainda resistem em regiões predominantemente rurais.
IGREJA-02-IE.jpg
CORAGEM
Passos cursou economia e ganhava R$ 12 mil como executivo comercial
de uma incorporadora. Aos 36 anos, chegou ao seminário
 
Foi logo após o Concílio Vaticano II (1962-1965), reunião de bispos do mundo inteiro que provocou profundas mudanças na Igreja Católica, que formadores vocacionais passaram a receber candidatos mais velhos. Ainda assim, naquela época em que os católicos representavam mais de 90% da população brasileira, a experiência cristã acontecia já na infância, o que influenciava vocações religiosas precoces. Atualmente, pelo fato de as famílias serem mais enxutas e em muitas delas a tradição católica não vir de berço, a vocação cristã é empurrada para outros momentos da vida. “No caso, muitas vezes, depois de experiências acadêmicas e no mercado de trabalho”, afirma o padre Valdecir Ferreira, assessor dos ministérios ordenados e vida consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
IGREJA-04-IE.jpg
PERFIL
Alunos do Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo: aumento
de 45% do número de seminaristas com ensino superior
A bagagem dos seminaristas com profissão costuma ser aproveitada pela Igreja. Em Porto Alegre, por exemplo, o jornalista Darlan Schwaab, 24 anos, um dos oito do seminário São José, já foi escalado para entrevistar um padre para o departamento de comunicação local. Schwaab era repórter de cultura e gastronomia do jornal “Zero Hora” até o fim do ano passado, quando decidiu seguir uma vocação que já despontava desde pequeno. Nascido no Acre, ele vai à missa aos domingos desde 5 anos, foi coroinha e frequentou retiros vocacionais. “Mas decidi não tomar nenhuma decisão antes de me formar, para discernir melhor”, diz. Para o sacerdote José Luiz da Silva, formador do seminário Santa Cruz, em Goiânia, os jovens de agora não gostam de assumir compromissos duradouros. Ele fala isso tendo em mente os nove anos de estudos necessários para que um aluno seja ordenado padre. “Mas com o passar do tempo a nossa existência cobra isso e, assim, as vocações tardias vão aumentando”, diz.
01.jpg
O pernambucano Adriano Bezerra dos Passos, 36 anos, matriculou-se neste ano no seminário paulista, mas sete anos atrás já havia iniciado um período de acompanhamento vocacional com a intenção de envergar a batina. Nesse hiato, seguiu atuando como administrador financeiro de shopping centers. Os sinais de sua vocação eram tão claros que, em seu último emprego, numa incorporadora que lhe pagava R$ 12 mil mensais como executivo comercial, os colegas o apelidaram de padre. Passos cursou economia, foi coroinha, participou de comunidades eclesiais de base e manifestou ao pai o desejo de ser sacerdote aos 12 anos. Mas foi só no ano passado, ao ver ao vivo o discurso do papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, que decidiu mudar os rumos de sua vida. “Eu cresci no meio do povo, em comunidade, faz parte da minha formação. O papa tem o poder de fazer as pessoas se voltarem para a Igreja e eu resolvi me aproximar das dores e do sofrimento das pessoas como ele prega”, afirma.
02.jpg
A decisão do pernambucano, que se candidatou para recolher o lixo no seminário, não foi surpresa para as pessoas próximas, incluindo a então namorada, com quem rompeu para amadurecer os sinais de sua vocação. Seu companheiro de casa, o médico Sarmento, ao contrário, sofreu um pouco mais. Sua então namorada, quando comunicada da decisão de seguir uma vida religiosa, achou que ele a estivesse traindo. “O que choca as pessoas não é a minha escolha, mas o que abandonei, a carreira como médico e o que poderia conquistar financeiramente”, diz. Posando para as fotos com o estetoscópio e o jaleco que trouxe para o seminário, ele completa, parafraseando o evangelista Lucas, também um médico: “No exercício da medicina, eu indicava remédios, cuidava do corpo. Aqui, eu trato as questões da alma, do espírito.”
Fotos: Kelsen Fermandes/Ag. Istoé; Marcos Nagelstein

Papa pede aos meios de comunicação fugir do caminho da mentira e da falsidade

Papa Francisco. Foto: Grupo ACI
VATICANO, 24 Mar. 14 / 02:56 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco reuniu-se neste sábado com cerca de 400 membros da Associação Corallo, que reúne empresas de meios de comunicação, na Sala Clementina, e pediu-lhes fugir do caminho da mentira e da falsidade e de três pecados: a desinformação, a calúnia e a difamação.

O Santo Padre assinalou que “permito-me falar um pouco sobre isto. Para mim, os pecados da mídia, os maiores, são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação”.

“Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Por que? Vos explico. A calúnia é pecado mortal, mas se pode esclarecer e chegar a conhecer que aquela é uma calúnia. A difamação é um pecado mortal, mas se pode chegar a dizer: ‘esta é uma injustiça, porque esta pessoa fez aquela coisa naquele tempo, depois se arrependeu, mudou devida’”.

“Mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade. E assim, aquilo que vejo na TV ou aquilo que escuto na rádio não posso fazer um juízo perfeito, pois não tenho os elementos e não nos dão estes elementos. Destes três pecados, por favor, fujam! Desinformação, calúnia e difamação”.

O Santo Padre agradeceu o trabalho realizado por aqueles que fazem parte da Associação Corallo, e recordou que se deve “buscar a verdade com a mídia. Mas não somente a verdade! Verdade, bondade, beleza, as três coisas juntas”.

“O vosso trabalho deve desenvolver-se nestes três caminhos: o caminho da verdade, o caminho da bondade e o caminho da beleza. Mas verdades, bondades e belezas que sejam consistentes, que venham de dentro, que sejam humanas. E, no caminho da verdade, nos três caminhos, podemos encontrar erros, e mesmo armadilhas”.

“’Eu penso, busco a verdade…’: estejais atentos a não tornarem-se intelectuais sem inteligência. ‘Eu vou, busco a bondade…’: estejais atentos a não tornarem-se eticistas sem bondade. ‘Me agrada a beleza…’: estejais atentos a não fazer aquilo que se faz frequentemente, ‘maquiar’ a beleza, buscar os cosméticos para fazer uma beleza artificial que não existe”.

Francisco destacou que “a verdade, a bondade e a beleza é como vem de Deus e estão no homem. E este é o trabalho da mídia, o vosso trabalho”.

O Santo Padre também recordou que o clericalismo “é um dos males daIgreja”, pois “impede o crescimento do leigo”.

O mal do clericalismo “é um mal cúmplice”, indicou, “porque aos sacerdotes agrada a tentação de clericalizar os leigos, mas tantos leigos, de joelhos, pedem para ser clericalizados, pois é mais cômodo, é mais cômodo!. E isto é um pecado num duplo sentido! Devemos vencer esta tentação”.

“O leigo deve ser leigo, batizado, tem a força que vem do seu Batismo. Servidor, mas com a sua vocação laical, e isto não se vende, não se negocia, não se é cúmplice com o outro…Não! Eu sou assim! Porque está na identidade!, ali”.

O Papa recordou que “tantas vezes escutei isto, na minha terra: “Eu na minha paróquia, sabe? Tenho um leigo bravíssimo, este homem sabe organizar… Eminência, porque não o tornamos diácono?”. É a proposta do padre, imediata: clericalizar. Este leigo façamo-o…. E porque? Porque é mais importante o diácono, o padre, do que o leigo?”.

“Não! É este o erro! É um bom leigo? Que continue assim e cresça assim. Porque está na sua identidade de pertença cristã, ali. Para mim, o clericalismo impede o crescimento do leigo”.

“É uma tentação cúmplice a duas mãos. Pois não existiria o clericalismo se não existissem leigos que querem ser clericalizados. Está claro isto?”.

“Harmonia: Também esta é uma outra harmonia, pois a função do leigo não pode fazer o sacerdote, e o Espírito Santo é livre: algumas vezes inspira o padre a fazer uma coisa, outras vezes inspira o leigo”.

Indicando que embora existam as grandes mídias e as pequenas, e recordando o capítulo 12 da Carta de São Paulo aos Coríntios, o Santo Padre indicou que “na Igreja não existe nem grande nem pequeno: cada um tem a sua função, o seu ajuda o outro, a mão não pode existir sem a cabeça”.

“Todos somos membros e também as vossas mídias, quer sejam maiores ou menores, são membros, e harmonizados pela vocação do serviço na Igreja. Ninguém deve sentir-se pequeno, muito pequeno em relação ao outro muito grande. Todos pequenos diante de Deus, na humildade cristã, mas todos temos uma função”.

“Eu faria esta pergunta: quem é mais importante na Igreja? O Papa ou aquela senhora idosa que todos os dias reza o Rosário pela Igreja? Que o diga Deus, eu não posso dizê-lo. Mas a importância é de cada um nesta harmonia, pois a Igreja é a harmonia da diversidade”.

O Papa assinalou que “o Corpo de Cristo é esta harmonia da diversidade, e quem faz a harmonia é o Espírito Santo: Ele é o mais importante de todos. Isto é o que o senhor disse e eu gostaria de destacar. É importante: buscar a unidade e não seguir a lógica de que o peixe grande engole o peixe pequeno”.

Venezuela: Guarda Bolivariana lança ameaças de morte contra fiéis que rezavam o terço

Foto Twitter @Glenys_ras
CARACAS, 24 Mar. 14 / 10:19 pm (ACI).- Na localidade de Tachira (Venezuela) membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), ingressaram violentamente na urbanização Romulo Colmenares, onde ameaçaram de morte um grupo de fiéis que estavam rezando o rosário pela paz no país.

"Enquanto terminavam de elevar uma prece pela Venezuela em um circulo de oração que formam todas as noites, há 40 dias aproximadamente, os vizinhos do bairro Romulo Colmenares foram alertados de que se aproximavam tanques e efetivos da Guarda Nacional. Todos nos dispersamos e até mesmo nos escondemos em casas diferentes. Cortaram a luz, quebraram as janelas, nos e atiraram contra nós”, disse uma senhora chorando.

Esta senhora falou ao Jornal La Nación, da região andina da Venezuela, que membros da guarda bolivariana ameaçaram matar e “massacrar” os moradores se continuassem com a “protesta” (referindo-se à oração do terço em praça pública).

Em meio aos protestos contra o regime do Nicolas Maduro que seguem abalando a Venezuela, a imprensa informou sobre a morte de Adriana Urquiola, 28, e Rosalba Perez, que acompanhava a mulher assassinada e que estava grávida de 5 meses. Ambas foram mortas ao sair de um ônibus, e não participavam do protesto.

Por sua parte, o Governo continua sua ofensiva judicial contra os líderes da oposição.

Esta segunda-feira a Assembléia Nacional -controlada pelo chavismo-, anunciou a cassação do mandato da deputada Maria Corina Machado, acusada de promover as manifestações. Diosdado Cabello, presidente do Parlamento disse que a destituição veio depois da participação da deputada na sexta-feira em uma reunião da Organização de Estados Americanos (OEA) como "representante substituta" do Panamá.

Esta reunião na OEA incluía um ponto de debate sobre a Venezuela, mas o tema foi excluído da agenda com os votos dos países aliados do governo de Maduro.

Hospitais britânicos queimam corpos de bebês abortados como lixo para aquecer instalações

Addenbrooke Hospital de Cambridge
VATICANO, 24 Mar. 14 / 10:00 pm (ACI/EWTN Noticias).- Os corpos de milhares de bebe que morreram em abortos espontâneos foram incinerados como refugos clínicos e muitos deles utilizados como combustível biológico para aquecer hospitais na Grã-Bretanha, assinala uma reportagem do programa Dispatches do Canal britânico Channel 4.

A apresentadora Amanda Holden -conhecida por suas participações no jurado do reality show Britain's Got Talent- participou de uma reportagem sobre o que ocorre com os restos dos bebês que morrem antes do parto.

Segundo a reportagem do Channel 4, dez centros do Sistema Nacional de Saúde (NHS) britânico admitiram ter queimado os restos fetais junto ao lixo dos hospitais  e dois hospitais utilizaram os corpos dos não nascidos como resíduos para queimar e abastecer a calefação do local.

Diante do anúncio da difusão deste documentário, o Departamento de Saúde britanico emitiu uma proibição imediata desta pratica que o ministro da saúde Dan Poulter considerou "totalmente inaceitável".

Segundo a investigação, pelo menos 15.500 restos fetais foram incinerados por 27 organismos do NHS nos ultimos dois anos. A reportagem também denuncia que os pais que sofrem a perda de um filho por um abortoespontaneo nas primeiras fases da gravidez são tratados frequentemente sem compaixão e não foram consultados sobre o que seria feito com os restos mortais de seus filhos.

O hospital Addenbrooke de Cambridge, um dos mais importantes do pais, incinerou os restos de 797 bebês de menos de 13 semanas de gestação em seu próprio prédio, e disseram às mães que os restos de seus filhos haviam sido "cremados".

O mesmo aconteceu no hospital de Ipswich, onde 1.101 restos fetais foram incinerados entre 2011 e 2013. Estes restos foram trazidos de outro hospital

Consistório Secreto: o que aconteceu.

No Consistório secreto em que se discutiu o tema dos divorciados em segunda união e a Eucaristia, “o teorema Kasper” teve pouquíssimo consenso e muita crítica. Aqui vai uma reconstrução de algumas intervenções mais significativas e importantes. “Seria um erro fatal”, disse alguém, querer trilhar o caminho da  pastoralidade, sem fazer referência à doutrina. 

Por Marco Tosatti – La Stampa | Tradução: Gercione Lima –Fratres in Unum.com – O Consistório do dia 22 de fevereiro para discutir a família deveria ter sido secreto. Mas, ao invés, da Cúpula decidiu que seria oportuno tornar pública a longa exposição do Cardeal Walter Kasper sobre o assunto da Eucaristia para divorciados em segunda união. Provavelmente, para dar uma pista sobre o que podemos esperar do Sínodo de outubro sobre a família.
Todavia, uma outra metade do Consistório permaneceu secreta: a que diz respeito à intervenção dos outros Cardeais. E talvez não por acaso, já que depois que Kasper apresentou sua longa exposição, inúmeras vozes se levantaram para criticá-lo. Tanto é assim que lá pela tarde, quando o Papa deu-lhe a tarefa de responder às muitas críticas, o tom do prelado alemão parecia menos eloquente, pra não dizer aborrecido.
A opinião corrente é que o “teorema Kasper” tende a garantir que os divorciados em segunda união possam ser readmitidos à recepção dos Sacramentos sem que o matrimônio anterior tenha sido declarado nulo.
Atualmente isso não ocorre, pois tal doutrina tem como base as palavras de Jesus que são muito severas e explícitas sobre o divórcio. Quem tem uma vida matrimonial completa sem que o primeiro casamento tenha sido considerado inválido pela Igreja, de acordo com a doutrina atual, se encontra em uma situação permanente de pecado.
Nesse sentido, falaram claramente o cardeal de Bolonha, Caffara, bem como o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o alemão Mueller. Igualmente explícito foi o Cardeal Walter Brandmuller (“Nem a natureza humana , nem os Mandamentos e nem o Evangelho tem uma data de validade… É preciso coragem para dizer a verdade , mesmo contra o costume atual. Uma coragem que qualquer pessoa que fala em nome da Igreja deve ter, se não quiser falhar em sua vocação… o desejo de obter aprovação e aplauso é sempre uma tentação na disseminação do ensinamento religioso…” e então ele tornou pública suas palavras ).
Até o presidente da Conferência dos bispos italianos, o Cardeal Bagnasco, expressou de forma crítica sua opinião a respeito do “teorema de Kasper”, bem como o Cardeal africano Robert Sarah, “Cor Unum”, que lembrou, em seu discurso de encerramento, como no curso dos séculos não faltaram questões dramáticas, divergências e controvérsias dentro da Igreja, mas que o papel do Papado sempre foi aquele de defender a Doutrina.
O Cardeal Re, um dos cabos eleitorais de Bergoglio, fez um brevíssimo discurso que pode ser resumido assim: “eu vou tomar a palavra por um momento, porque aqui estão os futuros novos Cardeais e talvez alguns deles não tenham a coragem de dizê-lo, então, eu mesmo vou dizer: eu sou totalmente contra essa exposição do Cardeal Kasper”.
O Prefeito da Penitenciária Apostólica, Cardeal Piacenza, também se opôs e mais ou menos disse: “estamos aqui agora e estaremos novamente em outubro para um Sínodo sobre a Família, e então, se queremos fazer um Sínodo positivo, não vejo por que deveríamos tocar na questão da comunhão para divorciados”. E acrescentou: “se queremos fazer um discurso pastoral, me parece que deveríamos encarar esse pan-sexualismo em voga e a agressiva ideologia de gênero que tende a minar a família como sempre a conhecemos. Isso sim seria providencial, se fôssemos ‘lumen gentium’ pra explicar em que situação nos encontramos e o que pode destruir a família”. Concluiu, em seguida, exortando a uma retomada da catequese de João Paulo II sobre o corpo, porque ela contém muitos elementos positivos sobre sexualidade, sobre o ser homem e mulher, procriação e amor.
O Cardeal Tauran, para o Diálogo Inter-Religioso, voltou ao tema do ataque à família, tendo em vista o relacionamento com o Islamismo. E também o Cardeal Scola de Milão, levantou suas preocupações teológicas e doutrinais.
Igualmente crítico foi o Cardeal Camillo Ruini, que acrescentou: “Não sei se eu prestei bem atenção, mas me parece que até agora 85% dos Cardeais se manifestaram contra a imposição desse relatório. Somando-se aqueles que não disseram nada, creio que podemos classificar seu silêncio como um sinal de que ficaram constrangidos ou envergonhados”.
O Cardeal Ruini então citou o Papa Bom, dizendo em essência: quando João XXIII fez o discurso da abertura do Concílio Vaticano II disse que poderíamos fazer um Concílio Pastoral porque felizmente a Doutrina era pacificamente aceita por todos e não havia disputas ou controvérsias nesse sentido, então poderíamos dar uma conotação pastoral sem medo de sermos mal interpretados, uma vez que a doutrina permaneceria muito clara. Se João XXIII estava certo naquele momento, enfatizou o Cardeal, só Deus sabe, pois, aparentemente, em grande parte, talvez até fosse verdade.  Mas hoje, de modo algum podemos repetir o mesmo porque a Doutrina não apenas está sendo minada, mas absolutamente combatida. Seria um erro fatal querer percorrer o caminho da pastoralidade sem fazer referência à doutrina.
Compreensível, portanto, que o Cardeal Kasper parecesse um pouco aborrecido na parte da tarde quando o Papa Bergoglio lhe permitiu responder, embora para evitar que suas contradições ficassem expostas, apenas ele teve direito à voz.
Vale acrescentar que as críticas feitas ao “teorema Kasper” estão só aumentando e, de modo privado, estendendo-se também ao Papa; e de modo público, por parte de outros Cardeais em várias partes do mundo.
Cardeais alemães, que estão familiarizados com Kasper, dizem que desde os anos 70 que ele é apaixonado sobre esse assunto. O problema apontado por vários críticos é que sobre esse assunto o Evangelho é muito explícito. E não levar isso em conta – esse é o temor – o tornaria muito instável, e moldável para qualquer outro ponto de doutrina que tem como base os Evangelhos.

A última prova da Igreja antes do fim

Gostaríamos de compartilhar o que o Catecismo da Igreja Católica diz a respeito da última prova da Igreja, projetada para o fim dos tempos:

675. Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes (Cf. Lc 18, 8; Mt 24, 12). A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra (Cf. Lc 21, 12; Jo 15, 19-20), porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade.

A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se aDeus e ao Messias Encarnado (Cf. 2 Ts 2, 4-12; 1 Ts 5. 2-3; 2 Jo 7; 1 Jo 2, 18.22).

676. Esta impostura anticrística já se esboça no mundo, sempre que se pretende realizar na história a esperança messiânica, que não pode consumar-se senão para além dela, através do juízo escatológico.

A Igreja rejeitou esta falsificação do Reino futuro, mesmo na sua forma mitigada, sob o nome de milenarismo (Cf. Santo Ofício, Decretum de millenarismo (19 de Julho de 1944): DS 3839), e principalmente sob a forma política dum messianismo secularizado, «intrinsecamente perverso» (Cf. Pio XI, Enc. Divini Redemtptoris (19 de Março de 1937): AAS 29 (1937) 65-106, condenando o «falso misticismo» desta «simulação da redenção dos humildes» (p. 69); II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 20-21: AAS 58 (1966) 1040-1042).

677. A Igreja não entrará na glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o Senhor na sua morte e ressurreição (Cf. Ap 19, 1-9). O Reino não se consumará, pois, por um triunfo histórico da Igreja(Cf. Ap 13, 8) segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória deDeus sobre o último desencadear do mal (Cf. Ap 20, 7-10), que fará descer do céu a sua Esposa (Cf. Ap 21, 2-4).

O triunfo de Deus sobre a revolta do mal tomará a forma de Juízofinal(Cf. Ap 20, 12), após o último abalo cósmico deste mundo passageiro (Cf. 2 Pe 3. 12-13).

Bem diferente das distorções anticatólicas tristemente imperantes em muitos círculos, especialmente entre nossos irmãos separados.

E nós, o que podemos dizer? "Amém! Vem, Senhor Jesus!"


Fonte: http://www.aleteia.org/

Confissões de um maçom

Ser maçom facilitou minha ascensão profissional. No entanto, em 1983, tive grandes dificuldades profissionais. Ao mesmo tempo, a saúde da minha esposa Claude me preocupava cada vez mais. Ela apresentava problemas digestivos graves e muito dolorosos. Quase não comia. Nenhum tratamento, nem científico nem oculto, conseguia resolver seus males.

Eu propus a Claude que saísse da Grã-Bretanha e fosse passar uns dias em Font Romeu, levando em consideração os benefícios de uma mudança de clima. No início de fevereiro de 1984, eu a levei até lá, deitada no carro. Infelizmente, ela teve de permanecer de cama durante todo esse período.

Um choque cosmo-telúrico

Então, tive uma ideia muito estranha para um ateu. Eu lhe propus que, na viagem de volta, passássemos por Lourdes. Eu esperava que isso provocasse nela um choque psicológico salvador ou um choque cosmo-telúrico. Segundo minhas pesquisas em radiestesia e geobiologia, este lugar se encontrava situado em um cruzamento de correntes telúricas.

O choque foi imenso! Seu marido – médico, maçom e anticlerical – lhe sugeria ir a Lourdes! Cristã no segredo do seu coração, Claude começou a temer que um fracasso deste passo aumentasse meu ceticismo e ateísmo.

Em Lourdes, fomos à Gruta na qual os cristãos acreditam que Nossa Senhora apareceu a uma jovem pastora, Bernardette; depois, fomos às piscinas nas quais os doentes vindos em peregrinação se submergiam, acreditando que aquela água fosse milagrosa.

Confiando Claude aos especialistas do local, busquei refúgio em uma cripta. Estavam celebrando uma Missa. Escutei com atenção. Em um determinado momento, o padre se levantou e leu estas palavras: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto”.

Esta frase, que eu tinha ouvido muitas vezes em ritos de iniciaçãomaçônicos, era uma palavra desse Jesus que eu considerava um sábio e um grande iniciado, mas não o Senhor! Seguiu-se um grande momento de silêncio e escutei claramente uma doce voz que me dizia: “Está bem, você pede a cura de Claude, mas o que você tem a oferecer?”.

Fascinado por estas palavras interiores, só voltei aos meus sentidos no momento em que o sacerdote elevou a Hóstia e no qual, pela primeira vez, reconheci Cristo neste humilde pedaço de pão: era a Luz que eu havia buscado, em vão, em inúmeras iniciações.

Em um instante e como resposta, só vi a mim mesmo como oferenda. Eu, oateu, anticlerical durante mais de 40 anos...

No final da Missa, segui o padre até a sacristia e pedi que ele me batizasse, sem suspeitar que era necessária toda uma preparação para receber este sacramento. Ele me explicou o procedimento e me encaminhou ao arcebispo de Rennes.

Minha nova vida
Motivado pela experiência que acabara de viver, fui encontrar Claude. Ela pôde constatar a nova alegria que emanava de mim. Na viagem de volta, minha curiosidade insaciável pela fé e pela vida cristã, pela maneira de rezar, bem como meu desejo de ser batizado, convenceram-na da veracidade da minha transformação.
 
Foram meus primeiros passos em minha nova vida. Cada vez mais atraído por esta Luz que eu havia visto em Lourdes, retirei pouco a pouco, com muita dificuldade, todo vínculo com o ocultismo e a maçonaria.
 
Começou para mim uma existência orientada ao amor a Deus e aos outros.
 
Com relação a Claude, ela recuperou a saúde inesperadamente.
Fonte: http://www.aleteia.org/