O Santo Padre na Carta Apostólica "Motu Proprio" Porta Fidei, sobre o significado do próximo jubileu para a Igreja Católica que acontecerá entre 11 de outubro de 2012 até 24 de novembro de 2013, afirma que ele "será uma autêntica e renovada conversão ao senhor, único Salvador do mundo".
Hoje, a Sala de Imprensa da Santa Sé, por meio de seu diretor e porta-voz Vaticano, Padre Federico Lombardi, publicou o texto da Carta já anunciada ontem pelo Santo Padre na Santa Missa para os novos evangelizadores. Até o fim deste ano será publicada uma "Nota" da Congregação para a Doutrina da Fé com sugestões sobre a celebração do Ano.
Papa desejou na carta que a celebração do Ano da Fé aconteça de "maneira digna e fecunda" |
O documento se insere nos temas fortes do atual pontificado cujo centro é o tema da fé, do sair do deserto para a amizade com Deus e reafirma-os. "Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo", explica o Santo Padre.
Será a segunda vez que a Igreja celebrará o ano da fé. Já em 1967 o Servo de Deus, Paulo VI o havia anunciado no 19º centenário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo, para responder às dificuldades da época na profissão da fé. O mesmo quer o Papa Ratzinger, mas a ocasião é diferente,é a do 50° aniversário da abertura do Concílio Vaticano II. Citando seu predecessor, João Paulo II, o pontífice chama de novo a Igreja Católica a uma leitura "apropriada" dos documentos conciliares através "de uma justa hermenêutica".
A fim de explicar como traduzir a fé em uma linguagem comum, Bento XVI afirma na Carta Apostólica a importância de viver a essência da vida cristã, isto é, a necessidade de confessar, celebrar e testemunhar a própria fé. Neste sentido, o Santo Padre volta a recordar o caráter pessoal e comunitário da fé que sendo "um ato de liberdade" não é "um fato privado", mas "exige também a responsabilidade social daquilo no qual se crê".
Um outro tema caro ao pontífice é a necessidade de conhecimento da fé. Por isto, convida "à redescoberta e ao estudo dos conteúdos fundamentais da fé" que se encontram no "Catecismo da Igreja católica", um "subsídio precioso e indispensável" e também "um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II", publicado justamente no 30° aniversário do Concílio.
Além disso, o Papa deseja que a celebração do Ano da Fé aconteça de "maneira digna e fecunda" para "intensificar-se a reflexão sobre a fé" e "para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho".
A Carta Apostólica de Bento XVI Porta Fidei tem um caráter pessoal. "Motu proprio" que do latim se traduz como "de minha iniciativa", ressalta que a decisão do Papa é sua iniciativa pessoal, e não em resposta a qualquer pedido de outros. (AA).