quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Quem vai pedir explicações à ONU?

As organizações que atacam a Igreja por causa do crime da pedofilia são as organizações que defendem a chamada (des)educação sexual

Os jornais publicam pomposamente: "ONU cobra explicações do Vaticano sobre casos de pedofilia". A acusação é a mesma de sempre. Segundo a investigadora que integra o Comitê de Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), a Santa Sé estaria dificultando os trabalhos de investigação, pondo o interesse do clero acima do das vítimas. A declaração foi feita durante a sabatina com um representante da Igreja, monsenhor Silvano Tomasi, na quinta-feira passada (16), em Genebra, na Suíça. Do lado de fora, em frente ao quartel-general do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, onde acontecia o encontro, um senhor empunhava um cartaz em tom de protesto: "Vaticano protege pedófilos".
As manchetes não surpreendem. Desde que a chaga da pedofilia se insurgiu dentro da Igreja, a mídia tem feito do caso o seu cavalo de batalha predileto. A técnica é a mesma usada em épocas passadas, quando da criação da imprensa01. Trata-se de desacreditar a moral cristã através de uma campanha ostensiva de calúnias, em que se publica qualquer assunto referente a um escândalo ou corrupção eclesiásticos, ao mesmo tempo em que se faz silêncio mórbido quanto aos esclarecimentos e à verdade dos fatos. A regra é uma só: acusação em letras garrafais; resposta da Igreja em notas de rodapé. Não importa tanto a veracidade da notícia, tampouco a reputação e o interesse dos envolvidos. Desde que isso contribua para o achincalhamento público da fé católica, vale tudo. Foi assim que se criou a lenda negra da Inquisição Espanhola02, a ideia segundo a qual a Igreja seria contra a ciência, o mito sobre Galileu Galilei03, a mentira sobre a relação de Pio XII com o nazismo04 e outras estultices repetidas ad nauseam por professores universitários e outros desavisados que creem cegamente em tudo o que sai nos jornais.
É claro que não se está a negar os crimes de pedofilia e outros tantos erros cometidos por maus cristãos nestes dois mil anos de história. De fato, a sucessão de Judas Iscariotes ainda vigora entre as fileiras dos discípulos de Cristo. Os escândalos são inevitáveis -- diz o evangelista --, "mas ai do homem que os causa" (Cf. Mt 18, 7). Os casos de abuso de menores por padres, sem sombra de dúvida, "causaram grande sofrimento e prejudicaram o testemunho da Igreja"05. "Estes agravos" -- advertiu Bento XVI, durante a Jornada Mundial da Juventude de Sidney -- "que constituem tão grave traição da confiança, devem ser condenados de modo inequívoco."06Exatamente por isso que o Vaticano mantém uma página em seu site chamada "Abuso de menores: a resposta da Igreja", na qual se encontra um calhamaço de documentos e informações acerca do que a Santa Sé tem feito para combater esse crime hediondo07. Ainda esta semana, o respeitado site italiano VaticanInsider informava que, sob as ordens do então Papa Bento XVI, mais de 400 clérigos envolvidos em escândalos sexuais haviam sido removidos de suas funções entre os anos de 2008 e 201208. A Igreja Católica sabe muito bem que não se pode "servir a dois senhores" (Cf. Mt 6, 24). É preciso dizer "sim" ao que "sim" e "não" ao que é "não" (Cf. Mt 5, 37). Todavia, há-de se concordar que "se não se é permitido calar-se diante do mal na Igreja, tampouco se deve silenciar o rastro luminoso de bondade e pureza que a fé cristã traçou no decurso dos séculos."09
Não se julga a história da arquitetura pelos prédios que caíram. A Igreja Católica, a bem da verdade, é o berço de todo o patrimônio cultural e moral do Ocidente110. Deve-se a ela a ideia de direitos humanos, a noção de caridade, o desenvolvimento da ciência moderna, a construção das universidades, a grandiosidade da arquitetura de Bernini e a beleza da pintura de Michelangelo. Negar esses fatos equivale a amputar a própria identidade. Os franciscanos estavam socorrendo os mendigos enquanto as guilhotinas de Robispierre ceifavam vidas. Retire a Igreja Católica do mundo e o que nos resta é a violência da Revolução Francesa. Não nos custa lembrar a acertada repreensão de Santo Agostinho àqueles tantos filósofos e políticos que criticavam a presença cristã entre a sociedade11:
"Os que dizem que a doutrina de Cristo é contrária ao bem do Estado dêem-nos um exército de soldados tais como os faz a doutrina de Cristo, dêem-nos tais governadores de províncias, tais maridos, tais esposas, tais pais, tais filhos, tais mestres, tais servos, tais reis, tais juízes, tais contribuintes, enfim, e agentes do fisco tais como os quer a doutrina cristã! E então ousem ainda dizer que ela é contrária ao Estado! Muito antes, porém, não hesitem em confessar que ela é uma grande salvaguarda para o Estado quando é seguida"
O crime de pedofilia dentro da Igreja, por conseguinte, não é mais ou menos pior do que o que acontece lá fora, no mundo laico. Ambos padecem da mesma gravidade. Ademais, como demonstrou o respeitado sociólogo italiano Massimo Introvigne, o número de sacerdotes envolvidos em abusos de menores é baixíssimo se comparado com o de outras comunidades12. A título de exemplo, vejam-se estes dois casos: na Itália, entre um período de várias décadas, o número de sacerdotes denunciados e condenados pelo crime de pedofilia foi de apenas cem, ao passo que seis mil professores de Educação Física receberam a mesma condenação. A Alemanha, por sua vez, amargou 210 mil denúncias de abusos, desde 1995, sendo que deste número, apenas 300 eram relacionados ao clero, o que equivale a menos de 0,2%.
Certamente, isso não nos dá conforto. Seria absurdo pensar que a pedofilia dentro da Igreja pudesse ser justificada pelo que ocorre no meio secular. Ora, a Igreja é mais uma das vítimas!Mas é curioso perceber o interesse da imprensa pelo que ela chama de "pedofilia epidêmica" do clero; enquanto ela silencia sobre outros casos comprovadamente maiores em termos estatísticos. Isso nos leva a suspeitar de nossos interlocutores, sobretudo quando estes mesmos indivíduos, que julgam-se os paladinos dos direitos das crianças, não têm o mínimo pudor de expô-las a programas "infantis" apresentados por moças em trajes de banho ou de se omitir durante anos a fio diante da pedofilia de suas estrelas13. Ainda mais, a própria ONU, com suas cartilhas de (des)educação sexual14 -- na qual se ensina impunemente a masturbação e o sexo pré-matrimonial como saudáveis -- carece de credibilidade para acusar a Igreja de pouca transparência. E os escândalos de "exploração sexual infantil" no Congo, em 2006, envolvendo os soldados da missão de paz da organização, não nos deixam mentir15.
A ONU pede explicações à Igreja, mas quem vai pedir explicações à ONU?
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. Sobre esse assunto, recomenda-se que se assista à segunda aula do Curso de História da Igreja. Para que a Revolução Francesa fosse levada a cabo, era necessário destruir o ancien régime, no qual se incluía a Igreja Católica como uma das pilastras mais importantes. Por isso, baseados nas técnicas desenvolvidas por Friedrich Nicolai nas chamadas feiras de livros, os intelectuais iluministas engendraram uma campanha de difamação da Igreja, que ainda hoje faz-se sentir os seus efeitos sobre a mentalidade social
  2. Documentário: O Mito da Inquisição Espanhola. Via YouTube
  3. WOODS JÚNIOR, Thomas E. Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental. São Paulo: Quadrante, 2008, 249 p.
  4. Padre Paulo Ricardo, A difamação contra Pio XII, Parresia n. 49
  5. Bento XVI, Homilia do Santo Padre na Celebração Eucarística com os Bispos, Seminaristas, Noviços e Noviças, por ocasião da XXIII Jornada Mundial da Juventude (19 de Julho de 2008)
  6. Ibidem
  7. Abuso de menores: a resposta da Igreja
  8. Pope Benedict defrocked 384 priests for abuse of minors in last two years. Via VaticanInsider
  9. Fé e razão: Bento XVI responde a um cientista ateu. Via Fratres in unum
  10. WOODS JÚNIOR, Thomas E. Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental. São Paulo: Quadrante, 2008, 249 p.
  11. Leão XIII, Carta Enc. Immortale Dei (1º de novembro de 1885), n. 27
  12. Carlos Alberto de Franco. Igreja, uma megacobertura. Via Estadão
  13. Vítimas de apresentador dizem que quadrilha pedófila agiu em TV inglesa. Via G1
  14. Jornada Mundial da Juventude e a mídia abortista
  15. Escândalo sexual no Congo envolve tropas da ONU. Via BBC Brasil

Não existe revolução ou mudança de direção ocorrendo no Vaticano, assegura Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé

Dom Gerhard Müller. Foto: Dr. Meierhofer (CC BY-SA 3.0)
MADRI, 23 Jan. 14 / 01:43 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Gerhard Müller, visitou a Universidade Católica de Valência “São Vicente Mártir”, na Espanha, onde assegurou que "não há revolução ou mudança de direção no vaticano”, mas sim um chamado a “superar a letargia e a resignação frente à secularização extrema”.

Dom Müller será nomeado cardeal no primeiro consistório do Papa Francisco no próximo dia 22 de fevereiro. O Prelado pronunciou em Valência uma conferência sobre "Colegialidade e exercício da potestade suprema na Igreja", na qual destacou a "saudável descentralização" na Igreja que o Pontífice fala na Exortação Apostólica 'Evangelii Gaudium'.

O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé destacou que "um reajuste de independência e colaboração das Igrejas locais, da colegialidade episcopal e do Primado do Papa nos permitirá não perder de vista a exigência transcendental da questão sobre Deus".

“A vida da Igreja não pode concentrar-se de tal forma no Papa e sua Cúria, como se as paróquias, comunidades e dioceses fossem apenas algo secundário”, explicou Dom Müller e acrescentou que “uma centralização exagerada da administração não ajuda a Igreja, mas pelo contrário, impede a sua dinâmica missionária”.

“Uma Igreja que gire somente em torno dos próprios problemas estruturais seria espantosamente anacrônica e alheia ao mundo, pois no seu ser e missão não é outra coisa que a Igreja do Deus trinitário, origem e destino de cada homem e de todo o universo”, afirmou.

Nesse sentido, Dom Müller declarou que "o que interessa ao Papa é uma superação tanto da letargia e da resignação frente à secularização extrema, como um final das disputas debilitantes dentro da Igreja entre ideologias tradicionalistas e progressistas".

E daí, indicou, que a Exortação apostólica queira reunificar interiormente à Igreja, "para que o Povo de Deus, no seu serviço missionário, não seja obstáculo para uma humanidade necessitada de salvação e ajuda". Os graves problemas que a sociedade atual enfrenta como as guerras civis, o terrorismo ou a pobreza "fazem que sobrevenha à Igreja de Deus a tarefa transcendental de dar novamente esperança à humanidade".

O Arcebispo alemão assegurou durante a conferência na Espanha que a unidade "fraternal" dos bispos da Igreja Universal com o Bispo de Roma à cabeça de todos, fundamenta-se na "sacramentalidade" da Igreja, e com isso, no direito divino.

Assim, Dom Müller manifestou que ainda sendo meios "indispensáveis", nação, idioma e cultura "não são princípios constitutivos para a Igreja, que atesta e realiza a unidade dos povos em Cristo".

"A comunhão e a missão são os dois elementos que constituem a comunidade dos discípulos de Jesus como sinal e instrumento de unidade dos homens com Deus e de unidade entre eles mesmos. Portanto, a Igreja é essencialmente uma só, como servidora e mediadora dessa união. A Igreja não é a posterior soma dos indivíduos em sua relação autônoma e imediata com Deus, mas já está unida a Cristo organicamente como o corpo com a cabeça", afirmou.

Além disso, recordou que a Luz não é a Igreja, mas é Cristo "que ilumina a cada homem" e que "apesar de todas as tormentas e ventos contrários, a barca de Pedro deve voltar a içar as velas da alegria por Jesus, que está junto a nós".

Obama afirma que o aborto permite que as mulheres alcancem seus sonhos

Barack Obama. Foto: National Defense University (CC BY 2.0)
WASHINGTON DC, 23 Jan. 14 / 03:42 pm (ACI/EWTN Noticias).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, emitiu ontem um comunicado com ocasião dos 41 anos da decisão judicial do caso Roe vs. Wade que abriu as portas aoaborto nesse país em 22 de janeiro de 1973 e que permitiu o extermínio de 57 milhões de bebês no ventre de suas mães.

Em seu comunicado, Obama qualifica o aniversário de Roe vs. Wade como uma oportunidade para que as mulheres possam "alcançar seus sonhos”.

Obama assegurou que hoje “renovamos nosso compromisso ao princípio diretriz da decisão (de Roe vs. Wade): que toda mulher deve ser capaz de fazer suas próprias escolhas sobre seu corpo e sua saúde”.

“Reafirmamos o nosso firme compromisso de proteger o acesso da mulher a um cuidado da saúde acessível e seu direito constitucional à privacidade, incluindo o direito à liberdade reprodutiva”, disse Obama.

Ao concluir sua mensagem, o presidente norte-americano relacionou seus compromissos com o aborto com que os Estados Unidos “seja um país onde todos merecem a mesma liberdade e oportunidades para cumprir seus sonhos”.

Obama promoveu durante seus dois governos um mandato que obriga os empresários a pagarem por planos de saúde que cubram aborto e anticoncepção para os seus trabalhadores, mesmo que em consciência se oponham a estas práticas anti-vida.

Durante sua campanha eleitoral de reeleição em 2012, Obama recebeu mais de 15 milhões de dólares da maior corporação de aborto do mundo, a International Planned Parenthood Federation, que logo assumiu o crédito de sua vitória eleitoral.

O ator, produtor e líder pró-vida Eduardo Verástegui, denunciou que dos 3 mil abortos que se realizam cada dia nos Estados Unidos, 650 são bebês latinos.

“Os hispanos somos os mais afetados pela indústria do aborto”, assinalou, indicando que "as crianças dos grupos minoritários (hispanos e afro-americanos) estão sendo abortadas em uma proporção de mais do dobro em comparação com as crianças anglo-saxões".

Em 2012, Alveda King, sobrinha do ativista dos direitos civis Martin Luther King Jr. e fundadora da Fundação King of América (Rei da América), denunciou que desde a década de 1960 o aborto exterminou 14 milhões de crianças negras nos Estados Unidos.

“O aborto legal fez nos Estados Unidos o que o Ku-Klux-Klan não conseguiu nem sonhar em alcançar: o extermínio, desde 1962, de 14 milhões de crianças afro-americanas, um terço da população negra atual”, denunciou, ao participar do VI Congresso Mundial de Famílias, em Madri (Espanha).

Em defesa da vida e expressando sua oposição ao aborto nos Estados Unidos, em 22 de janeiro de cada ano se realiza uma multitudinária marcha na capital do país, denominada a Marcha pela Vida (“March for Life”, em inglês).

Este ano, o Papa Francisco expressou seu apoio aos manifestantes através da rede social Twitter, assegurando-lhes as suas orações e pedindo “que Deus possa nos ajudar a respeitar todas as vidas, especialmente as mais vulneráveis”.

Milhares de pessoas assinam manifesto defendendo presença da Santa Sé na ONU

Foto: Author: Danferb (CC BY-NC-ND 2.0)
WASHINGTON DC, 23 Jan. 14 / 03:15 pm (ACI/EWTN Noticias).- Milhares de pessoas assinaram um manifesto de apoio à Santa Sé por causa de uma campanha orquestrada pelo lobby do aborto para que seja retirado seu status de observador permanente ante as Nações Unidas.

Os católicos receberam apoio de membros de outros credos para assinar um documento que defende que “o status especial da Santa Sé lhe permite alentar um diálogo genuíno, promover soluções pacíficas aos conflitos, e apelar mais além dos simples interesses territoriais dos estados às consciências de seus líderes”.

A petição foi lançada pelo Instituto Família Católica e Direitos Humanos no dia 17 de janeiro, e em apenas três dias teve mais de 3 mil assinaturas.

O documento explicou que o serviço desinteressado e não partidário da Santa Sé “foi sempre apreciado pelos Estados Membros nas Nações Unidas”.

“Unimo-nos aos Estados Membros em gratidão pelo testemunho espiritual e moral da Santa Sé nas Nações Unidas”, indicou, por isso “o mundo será muito mais pobre se a voz da Santa Sé ao interior das Nações Unidas for alguma vez silenciada. Esperamos que esse dia nunca chegue”.

O presidente do Instituto, Austin Ruse, indicou que a campanha de petição é uma resposta aos esforços de retirar a Santa Sé da Assembleia Geral das Nações Unidas.

“A Santa Sé é a consciência das Nações Unidas. É a única delegação que não tem considerações políticas em como negociam. Eles negociam puramente desde seus primeiros princípios”, disse.

A petição, esboçada pelos professores da Escola de Leis de Princeton, Robert George e William Saunders, de Americanos Unidos pela Vida, indicou que a Santa Sé esteve trabalhando na diplomacia desde o século IV d.C.. Atualmente tem relações diplomáticas com 177 nações.

O documento denunciou que aqueles que se opõe à presença do Vaticano nas Nações Unidas não gostam da “firme defesa da santidade da vida humana e da inviolável dignidade da família”.

“Certas organizações, em nome de uma falsa ‘libertação’, buscam minar as verdades centrais com respeito à natureza da pessoa humana e da família. Em nome de uma falsa doutrina de direitos humanos, negam o que nos faz verdadeiramente humanos e violam os verdadeiros direitos humanos”, criticaram.

O grupo falsamente denominado “Católicas pelo Direito a Decidir”, foi por muito tempo opositor do status de observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas. Os Bispos dos Estados Unidos advertiram que este grupo “não é uma organização católica”, mas promove ensinamentos “contrários aos ensinamentos da Igreja”.

Recentemente o presidente do grupo abortista, John O’Brien, usou a apresentação de representantes da Santa Sé em uma audiência do Comitê de Direitos da Criança da ONU para criticar a missão de observador permanente.

“A Santa Sé não tem direito a um assento nas Nações Unidas e não deve assinar estes tratados e convenções”, disse em 16 de janeiro.

Os representantes da Santa Sé, na audiência de 16 de janeiro, condenaram a violência contra as crianças, assim como a exploração infantil, e indicaram que nos anos recentes o Vaticano fez da proteção das crianças uma “prioridade”.

Os assinantes da petição de apoio ao Vaticano denunciaram que os grupos que querem retirar da Santa Sé o seu status de observador permanente a veem como “um obstáculo para suas metas de reengenharia humana e de revisão dos entendimentos morais básicos”.

“Enquanto que muitos de nós não compartilhamos ou aderimos às petições da Igreja Católica, estamos unidos no apoio ao contínuo rol da Santa Sé como observador permanente nas Nações Unidas”, indicou o documento.

Uma declaração similar, apresentada no ano 2000, obteve o apoio de grupos protestantes e muçulmanos, assim como católicos.

Austin Ruse alentou aqueles que apoiam a presença da Santa Sé nas Nações Unidas a assinarem a petição e a pedirem a outros que também o façam.

As assinaturas serão apresentadas aos representantes da Santa Sé em Nova Iorque, Genebra e Roma, antes do término de 2014.

A íntegra da petição pode ser vista em: www.defendtheholysee.org

Esclarecimento de Pe. Fabio de Melo.

Após Fratres in Unum associar suas palavras às do herege Loisy, Pe. Fabio de Melo vem a publico prestar um esclarecimento em seu site oficial.

Queridos amigos,
Em virtude da polêmica que envolveu minha fidelidade à Ortodoxia Católica, venho esclarecer alguns pontos.
Em nenhum momento da minha vida atentei contra a sacralidade da Igreja Católica Apostólica Romana. Sou Mestre em Teologia Dogmática e zelo muito para que minha pregação esteja de acordo com os ensinamentos da Igreja. Este é o credo que professo: “Creio na Santa Igreja Católica Una, Santa, Católica e Apostólica.” Nunca inventei uma crença particular, ou um modo diferente de compreender esta profissão de fé.
A expressão que usei no programa de “De frente com Gabi”, “Jesus queria o Reino de Deus, mas nós demos a Ele a Igreja” é uma expressão muito usada nos bastidores acadêmicos que frequentei em minha vida, e está distante da proposta herética que ela já representou em outros tempos. O significado evoluiu.
Nossa Fundação é Santa, pois fomos instituídos pelo Cristo. “A Igreja é um corpo, em que nós somos os membros e Jesus Cristo é a cabeça (Col 1,18; I Cor 12,27). Na cabeça o Reino já está estabelecido. Em Cristo, o Reino já está plenamente manifestado. Mas os membros do corpo ainda estão no contexto da busca, pois continuamos arrastando as consequências adâmicas do nosso pecado. E por isto, mesmo que em Cristo o Reino já esteja plenamente manifestado, em nós, Igreja, povo de Deus, ele continua sendo a meta que nunca deixamos de buscar.
O Concílio Vaticano II, através de sua Constituição Dogmática Lumen Gentium, enfatizou que a Igreja é povo de Deus. O povo é errante, pois apesar de estar mergulhado nas graças do batismo, ainda sofre as consequências da fragilidade que o pecado lhe deixou. O mesmo Concílio declarou “O Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus…” (LG 3).
Presente em mistério. Isto é, cabe a nós, membros deste corpo, apressar a sua chegada. A Igreja é triunfante, mas também é peregrina, penitente, pois que carrega em sua carne a fragilidade de seus membros.
Sim, a Igreja é santa, mas comporta em seu seio os pecadores que somos nós. E por isso dizemos, também com o perigo da imprecisão teológica: “A Igreja é Santa e pecadora”. Bento XVI sugeriu modificar a expressão. “A Igreja é Santa, mas há pecado na Igreja”. Notem que ele salvaguarda a santidade na essência.
Mas o pecado existe na Igreja. Por isto rezamos nas liturgias diárias pelo Santo Padre, pelos bispos, pelo clero, pelo povo de Deus. Clamamos por purificação, luzes em nossas decisões, pois sabemos que é missão do Espírito encaminhar na terra a Igreja que ainda não é Reino de Deus (porque maculada pelos nossos pecados), e que ao Cristo damos diariamente. Mas nós caminhamos na esperança. Sabemos que um dia todas as partes do corpo estarão agindo em perfeita harmonia com a cabeça. Seremos a “Jerusalém Celeste”.
Eu assumo que errei ao usar a expressão. Eu não estava numa sala de aula, lugar onde a Ortodoxia convive bem com a dialética. Não considerei que muitos telespectadores poderiam não entender o contexto da comparação. E por isso peço desculpas. E junto às desculpas, faço minha retratação. Nunca tive problema em assumir meus equívocos. Usei uma expressão que carece ser contextualizada com outras explicações, para que não pareça irresponsável, nem tampouco herética.
Repito. Eu não nego nem neguei a definição dogmática expressa na Lumem Gentium, Número 5.
“O mistério da santa Igreja manifesta-se na sua fundação. O Senhor Jesus deu início à Sua Igreja pregando a boa nova do advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas Escrituras: «cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo» (Mc. 1,15; cfr. Mt. 4,17). Este Reino manifesta-se na palavra, nas obras e na presença de Cristo. A palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo (Mc. 4,14): aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo (Luc. 12,32), já receberam o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe (cfr. Mc. 4, 26-29). Também os milagres de Jesus comprovam que já chegou à terra o Reino: «Se lanço fora os demónios com o poder de Deus, é que chegou a vós o Reino de Deus» (Luc. 11,20; cfr. Mt. 12,28). Mas este Reino manifesta-se sobretudo na própria pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, que veio «para servir e dar a sua vida em redenção por muitos» (Mt. 10,45).”
E quando Jesus, tendo sofrido pelos homens a morte da cruz, ressuscitou, apareceu como Senhor e Cristo e sacerdote eterno (cfr. Act. 2,36; Hebr. 5,6; 7, 17-21) e derramou sobre os discípulos o Espírito prometido pelo Pai (cfr. Act. 2,33). Pelo que a Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos, e constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra. Enquanto vai crescendo, suspira pela consumação do Reino e espera e deseja juntar-se ao seu Rei na glória.”
Agradeço pela prece dos que me acompanharam neste momento tão sofrido.
Com minha benção,
Padre Fábio de Melo.