sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os EUA aprovam a venda da pílula do dia seguinte para menores de 15 anos de idade sem receita médica


WASHINGTON DC, 03 Mai. 13 / 01:54 pm (ACI/EWTN Noticias).- Em 30 de abril, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA por suas siglas em inglês) aprovou a venda livre, sem receita médica, da pílula abortiva do dia seguinte Plan B One-Step a "mulheres de 15 anos ou menores".
Plan B One-Step é o nome de um medicamento fabricado exclusivamente pela Teva Women's Health, Inc., que atua teoricamente como um anticoncepcional de emergência.
O site promocional do medicamento diz que este em primeira instância funciona prevenindo a liberação de um óvulo do ovário, reduzindo a possibilidade da gravidez, se é tomado dentro de três dias depois das relações sexuais.
Entretanto, a companhia admite que se um óvulo já foi liberado, é possível que o medicamento possa atuar evitando a implantação no útero, acabando assim com a vida de um novo embrião humano.
No último dia 5 de abril, Edward Korman, juiz federal do Brooklyn (Estados Unidos), ordenou a FDA que permita a venda sem receita médica do Plan B a mulheres de todas as idades, e/ou fazer que Plan B One-Step esteja disponível sem restrição de idade.
A FDA disse que a aprovação do Plan B One-Step é independente da sentença do Korman, que causou protestos dos grupos pró-vida e católicos dos Estados Unidos, devido à preocupação pela saúde das jovens.
A Dra. Charmaine Yoest, do Americans United for Life, chamou à decisão do juiz Korman uma oportunidade para "a grande indústria do aborto para pôr em jogo a saúde das jovens" e a Conferência Católica de Nova Iorque chamou à sentença uma "receita para o desastre".
Kristan Hawkins, presidente de Estudantes pela Vida, disse em 30 de abril que "mais uma vez, a saúde das mulheres jovens está sendo sacrificada no altar da ‘eleição’".
"Meninas que nem sequer são o suficientemente maiores para dirigir um carro até a farmácia, agora têm acesso livre a uma pílula qualificada como cancerígena do Grupo I, segundo a Organização Mundial da Saúde", criticou.
Hawkins também advertiu que o medicamento está associado com coágulos de sangue, ataques cardíacos, acidentes cerebrovasculares, e triplica o risco de gravidezes ectópicas.
Por sua parte, a diretora do Centro para a Dignidade Humana do Conselho de Investigação para a Família, Anna Higgins, assinalou que a decisão da FDA "mostra uma alarmante falta de preocupação pela segurança das jovens, pelos direitos fundamentais dos pais e pelas preocupações da comunidade médica".
Higgins advertiu que a fácil disponibilidade do medicamento significa que as mulheres expostas a maior risco de abuso sexual e infecções de transmissão sexual terão menos probabilidades de supervisão e análise médica.
A norma da FDA cita um estudo da companhia fabricante do medicamento abortivo, Teva, no que se assegura que as mulheres de 15 anos são capazes de entender que este medicamento não é para um uso rotineiro e não protege contra as infecções transmitidas sexualmente.
Entretanto, Higgins assinalou que a venda sem prescrição médica poderia alentar seu uso repetitivo sem segurança.
"Não há uma boa razão para acreditar que as jovens entendam que este medicamento está feito para ser usado somente uma vez ao mês, e que não é um substituto para a anticoncepção oral", disse.
Além disso, esta decisão da FDA atenta contra o direito dos pais de ajudar seus filhos menores a tomarem decisões médicas, indicou Higgins.
Higgins remarcou que "os pais têm todo o direito de estar envolvidos em qualquer decisão que afete seus filhos. Nenhum pai quer que seu filho ou sua filha esteja exposto a um medicamento potencialmente perigoso, sem seu consentimento".

A Igreja deve ter coragem e não deve ser de mornos, diz o Papa


Vaticano, 03 Mai. 13 / 04:30 pm (ACI/EWTN Noticias).- Ao presidir a habitualMissa na manhã de hoje na Casa Santa Marta, o Papa Francisco assinalou que a Igreja deve ter coragem, a coragem da oração para poder anunciar o Evangelho; e não deve ser de cristãos mornos já que isto "faz tanto mal à Igreja".
Na Eucaristia que concelebrou o Arcebispo Claudio María Celli, Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, esteve presente a Guarda Suíça Pontifícia com seu comandante Daniel Rudolf Anrig.
O Santo Padre disse que "quando a Igreja perde a coragem, entra nela uma atmosfera morna. Cristãos mornos, sem coragem... Isso prejudica a Igreja, começam os problemas entre nós: não temos horizonte, não temos coragem, nem a coragem da oração para o céu nem a coragem de anunciar o Evangelho. Somos mornos".
"E devemos ter a coragem de enfrentar nossas pequenas coisas, nossos ciúmes, nossas invejas, o carreirismo, de avançar egoisticamente… Em todas estas coisas porque isto não faz bem à Igreja: A Igreja deve ser corajosa! Todos nós devemos ser corajosos na oração, confiando em Jesus!"
O Papa disse que todos os cristãos, os que receberam a fé "devemos transmiti-la, devemos proclamá-la com a nossa vida, com a nossa palavra" para que mais pessoas conheçam a "fé em Jesus Ressuscitado, em Jesus que perdoou os pecados com sua morte e nos reconciliou com o Pai".
"E transmitir isto nos pede ser corajosos: a coragem de transmitir a fé. Uma coragem, algumas vezes, simples. Lembro-me–me desculpem– de uma história pessoal: quando ainda era menino, minha avó toda Sexta-feira Santa nos levava para a procissão das velas e ao final da procissão chegava o Cristo e minha avó nos fazia ajoelhar e dizia às crianças: ‘Vejam que está morto, mas amanhã estará ressuscitado! A fé entra assim: a fé em Cristo morto e ressuscitado. Na história da Igreja foram tantos os que quiseram nublar esta certeza forte e falam de uma ressurreição espiritual. Não, Cristo está vivo!
"Cristo está vivo e está vivo entre nós", disse o Papa depois de reiterar sua exortação a termos a coragem de anunciar sua Ressurreição, a Boa Notícia.
"Jesus –por dizê-lo um pouco fortemente– nos desafia na oração e nos diz assim. ‘E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei.’ … Que forte é isto! (…) Temos esta coragem na oração?".

As diaconisas “não são mais um tabu”.





Por Rorate Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com -  O chefe da Igreja Católica na Alemanha defendeu que as mulheres tenham  permissão para se tornarem diaconisas, o que lhes permitiria realizar batismos e casamentos fora da missa – uma novidade para as mulheres católicas.
O Arcebispo de Friburgo, Dom Robert Zollitsch, que preside a Conferência Episcopal Alemã, convocou a mudança ao final de uma assembleia de quatro dias para discutir possíveis reformas.
A conferência, a primeira do tipo, convidou 300 peritos católicos romanos para proporem reformas. Os comentários de Zollitsch ecoam reivindicações de anos por parte do Comitê Central de Católicos Alemães para permitir que as mulheres se tornem diaconisas. No domingo, Zollitsch disse que o objetivo não era mais um 'tabu.'
Zollitsch disse que a Igreja Católica somente poderia recuperar credibilidade e pujança comprometendo-se com a reforma. Ele descreveu uma "atmosfera de abertura e liberdade" na conferência.
Outra proposta que surgiu da conferência foi estender os direitos de divorciados casados para ocupar órgãos eclesiais, como, por exemplo, conselhos paroquiais. Os membros da Conferência discutiram também a possibilidade de conceder–lhes o direito de receber a Sagrada Comunhão e se confessarem.
A posição dos divorciados permanece altamente polêmica dentro da Igreja. A Conferência também abordou a questão da dificuldade, particularmente na Alemanha oriental, de recrutar pessoas para trabalhar em instituições católicas, como, por exemplo, hospitais e jardins de infância. No momento a Igreja somente pode empregar católicos romanos. Entretanto, Zollitsch reivindicou que as licenças de trabalho sejam estendidas a não católicos e àqueles com "estilos de vida diferentes." Isso se aplicaria tecnicamente a pessoas homossexuais também. Todavia, é improvável que ocorram reformas trabalhistas na Igreja nos próximos três anos.
* * *
Nota do Fratres: Zollitsch é o mesmo que, há 4 anos, negou o caráter expiatório da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Líderes religiosos exigem a libertação dos bispos sírios sequestrados.


Por Charisma News | Tradução: Fratres in Unum.com – Dois bispos sírios sequestrados por milicianos islâmicos no dia 22 de abril continuam desaparecidos. Mar Yohanna Ibrahim (Metropolita Siríaco-Ortodoxo) e Dom Boulos Yazigi (Metropolita Greco-Ortodoxo) foram capturados nas proximidades da cidade de Aleppo, centro comercial e industrial da Síria, hoje devastada pela guerra civil.

Yohanna Ibrahim (esquerda) e Boulos Yazigi (direita): os dois bispos sírios sequestrados continuam desaparecidos.
Yohanna Ibrahim (esquerda) e Boulos Yazigi (direita): os dois bispos sírios sequestrados continuam desaparecidos.
Líderes religiosos de todo o mundo uniram vozes pelo pronto retorno de ambos.
Os raptores, ainda não identificados, abduziram aos religiosos enquanto os mesmos empreendiam ações humanitárias em favor da minoria cristã síria, de acordo com o relato de expatriados sírios que vivem nos EUA. Seu motorista [um diácono] foi morto no ataque.
Desde 2011, mais e 70 mil sírios morreram devido à guerra civil entre as forças leais ao presidente Bashar El-Assad e os rebeldes islâmicos que querem depô-lo.
Em comunicado emitido no final de semana passado (27-28 de abril de 2013), a Organização de Cooperação Islâmica conclamou a ‘imediata e incondicional’ libertação dos bispos, afirmando que este ato de sequestro violento contradiz os princípios islâmicos, assim como a alta estima tida para com clérigos cristãos (sic!).
[NOTA DO TRADUTOR: Esta conclamação a princípio soa como justa. Mas é em verdade contraditória, pois os rebeldes do conflito na Síria são radicais islamitas patrocinados pela Arábia Saudita, pelo califado de Omã e pela Turquia. Porém, isso é plenamente plausível dentro do conceito da ‘Takkyia’, a qual basicamente é uma dissimulação, ensinada e preconizada, da doutrina islâmica de sua ‘verdade essencial’, em favor de ganho da confiança e boa vontade de outrem. Em Fevereiro de 2013, dois padres, um armênio católico (Michel Kayyal) e um greco-ortodoxo (Isaac Mahfud) foram sequestrados. Ainda não há notícias sob seus paradeiros.
Abaixo, uma mostra do respeito islâmico à Cristandade, seja ela Católica ou Ortodoxa.
Homem posa com paramentos litúrgicos.
Homem posa com paramentos litúrgicos. Foto: RT.com
Igreja destruída. Foto: RT.com
Igreja destruída. Foto: RT.com
Esta conclamação veio após apelos feitos pelas igrejas Grega, Siríaca e Melquita, e também do apelo feito por Sua Santidade, o Papa Francisco, para que os bispos fossem rapidamente devolvidos às suas comunidades.
Em Nova York, Sua Eminência Timothy Cardeal Dolan, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos afirmou que o sequestro dos bispos e o assassinato do motorista “pesam gravemente nos corações das pessoas de boa vontade”. E acrescentou “que o sequestro de dois homens de paz constitui sinal de terrível violência, a qual destrói a matriz da sociedade síria”. Por fim, assegurou que a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos “trabalhará insistentemente junto a todos os canais disponíveis – a Santa Sé, os organismos internacionais, a comunidade diplomática” para garantir a libertação dos bispos e o fim das hostilidades na Síria.
O bispo Greco-Melquita de Aleppo, Dom Jean-Clement Jeanbart, disse à agência AsiaNews que as igrejas católica e ortodoxa “fazem seu melhor” para trazerem de volta os bispos, mas não entrou em detalhes a respeito. Segundo Dom Jeanbart, “no momento, ninguém entende a motivação para este ato e quem está por detrás destes criminosos”.
Dom Jeanbart ainda disse que a luta em Aleppo se intensificou nesta semana e que uma das regiões cristãs da cidade foi bombardeada com granadas de morteiro. Por isso, quatro pessoas morreram e diversas casas foram destruídas.
“A situação é terrível, ninguém está seguro, nem mesmo os cristãos”, os quais vêm tentando manterem-se neutros neste conflito.
O sobrinho do bispo siríaco-ortodoxo, Jamil Diarbakerli, que representa a Organização Democrática Assíria, disse ao World Watch Monitor (grupo de vigilância de direitos humanos) que os bispos cristãos escolheram permanecer na Síria, apesar dos perigos.
[NOTA DO TRADUTOR: isso é verdade e consonante com as palavras de Dom Gregorios III Laham, Patriarca Greco-Melquita Católico, que enérgica e publicamente afirmou “Não emigraremos!”.
O berço é local onde se conhece uma criança, onde ela, após ter nascido, se desenvolve e floresce para a vida. A Síria é o berço da Cristandade. Em Antioquia foi fundada a primeira sede apostólica, por São Pedro, Príncipe dos Apóstolos. Em Antioquia, os seguidores de Nosso Senhor foram pela primeira vez reconhecidos como cristãos. A caminho de Damasco, Saulo se converteu e tornou-se São Paulo de Tarso.
Da mesma forma, como há muito tempo é na China e no Vietnam, no Iraque e no Líbano, a Síria tem em si a Igreja que sofre. Este fato é agravado pelo legado que a Igreja tem neste país.
A Síria nos deu santos como Santo Ignácio de Antioquia, São João Damasceno, São João Crisóstomo, Santo Efrém e São Maron. Soframos juntos com eles e tomemos um pouco de sua cruz, por amor a Nosso Senhor, que pisou aquela terra. A quem for possível, que ofereçam a Sagrada Eucaristia recebida em intenção à Igreja que sofre na Síria.]
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O Fratres agradece imensamente a um caro amigo, filho da Igreja do Oriente, pela tradução e comentários.

“Ex-gays existem e precisam ser respeitados”, defende psicóloga que motivou projeto que oferece opção para homens saírem da homossexualidade


Marisa Lobo está elaborando um relatório com cem casos de reversão da homossexualidade para apresentar na Organização das Nações Unidas
Marisa Lobo
O projeto “cura gay”, proposto em 2011 pelo deputado federal tucano João Campos (PSDB-GO), teve como pivô a psicóloga paranaense Marisa Lobo. Há dois anos, ela responde processo ético frente ao Conselho Federal de Psicologia (CFP) por discordar publicamente da resolução que impede os profissionais da área de sugerir aos pacientes tratamentos que busquem a cura da homossexualidade.
Com o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, a bancada evangélica encontrou espaço para desengavetar o projeto, que tinha esbarrado na resistência da frente parlamentar LGBT.
Em entrevista, por telefone, à Zero Hora, Marisa fala sobre o projeto e o que pensa a respeito da reversão do homossexualismo. Confira os principais trechos:
ZH — Qual sua opinião sobre a resolução do Conselho Federal de Piscologia?
Marisa Lobo — Estou respondendo processo ético há quase dois anos, acusada de curar gays. Eles afirmam que eu digo nas redes sociais que gays têm cura. Na verdade, não é isso que eu falo. Eu sou contra a resolução porque ela cerceia mesmo a atuação dos psicólogos, porque é o meu paciente que manda na minha terapia. É isso que eu comecei a divulgar. Eu tive coragem de dizer, como psicóloga, que quem manda na terapia é o paciente e que deve estar em primeiro lugar o desejo dele. Se o desejo dele é de mudar sua condição, opção ou orientação, não sendo doença, o que eu sei que não é e não trato como tal, trato como uma condição humana, eu vou ajudá-lo a mudar. E está uma confusão tão grande que a própria resolução diz que tenho que atender o desejo do paciente, ainda que seja para mudar sua condição, orientação ou opção. Eles estão deixando claro que se o paciente quiser mudar sua opção, eu tenho que atendê-lo.
ZH — Você acha, então, que a resolução é contraditória?
Marisa — É totalmente contraditória, é uma usurpação de poder, cerceamento de direito, ela interfere no processo terapêutico. Ao mesmo tempo que ela diz que é para dar dignidade ao homossexual ela está tirando a dignidade do sujeito que não quer mais ser homossexual. O ser humano pode mudar sua condição, se for do desejo dele. A resolução nos impede de fazer isso. A resolução diz que não posso atender procedimentos não solicitados, então, se a pessoa solicitar, eu posso. Como que eu posso, se ela diz que é 100% certeza que a pessoa nasce gay? O que está acontecendo é que a psicologia é militante da LGBT, e ela não poderia. Quem fiscaliza o Conselho? Ninguém. Então, o Congresso vai fiscalizar.
ZH — O resgate desse projeto tem a ver com o fato de Marco Feliciano ter assumido a presidência do Conselho de Direitos Humanos?
Marisa — Quando a gente viu a possibilidade do Marco Feliciano assumir a presidência, todo mundo já esperava que fosse para votação. Acho até que nem era o momento do Marco Feliciano apresentar esse projeto, porque isso tudo vai virar motivo religioso, perseguição de gays. E não é perseguição, o projeto estava lá desde o ano passado, e esbarrou no preconceito, por causa da militância da LGBT, porque eles não admitem que existem ex-gays. Estou fazendo um relatório provando a existência de ex-gays, tudo registrado em cartório. Tenho quase cem casos, quando chegar em cem, eu vou levar para a ONU, que está me esperando. Vou exigir que essas pessoas sejam reconhecidas, porque assim como os gays têm seus direitos e devem ser respeitados, os ex-gays também existem, estamos cometendo uma ijustiça. Se ele deixou de ser gay, é um direito humano dele.
Fonte: Zero Hora
Divulgação: www.juliosevero.com

Padre Marcelo Rossi à Folha de São Paulo: “Estamos voltando à Idade Média, o período mais terrível e negro da igreja”.



O perigo é esquecer a oração e cair na política
Sacerdote critica incentivo da igreja às comunidades eclesiais de base e diz que Feliciano quer criar ‘guerrilha’
Folha de São Paulo - Sacerdote católico mais famoso do país, o padre Marcelo Rossi, 45, vai de encontro à indicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de que o incentivo às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) pode ajudar a igreja a recuperar o espaço perdido para os evangélicos.
Para padre Marcelo, as CEBs –que tiveram seu auge nos anos 1980 combinando princípios cristãos a uma visão social de esquerda– apresentam o risco de estimular a “tentação à política”.
“O PT surgiu da CEB. Então, que não se politize”, diz o padre, que defende que a igreja construa grandes espaços como seu Santuário Mãe de Deus, aberto, ainda incompleto, em novembro passado.
Ele pretende concluir a obra, com capacidade para 100 mil fiéis, com as vendas de “Kairós” (ed. Globo), seu segundo livro, que será lançado amanhã em São Paulo.
Folha – Qual sua expectativa em relação ao papa Francisco?
É uma expectativa muito grande, a começar pelo rompimento dos protocolos. Espero muito da renovação da igreja, da opção pelos pobres. Espero em julho estar com ele na Jornada Mundial da Juventude e entregar o [livro] “Kairós”. Meu amigo padre Fábio de Melo, padre Reginaldo Manzotti e eu estaremos lá, cantando para ele.
Em 2007, o senhor foi impedido de cantar para o papa Bento 16 no Brasil e acusou a Arquidiocese de São Paulo de boicotá-lo. Temeu que o arcebispo dom Odilo Scherer virasse papa?
Não, pelo contrário. Dom Odilo pôde me conhecer de perto. Percebeu que eu não era um artista. Hoje tenho uma admiração e um carinho enorme por ele. Não vou dizer que [o responsável pelo boicote] foi dom Odilo. Foi o comitê organizador. É muito fácil culpar. Às vezes, a pessoa nem está sabendo.
Ainda em 2007 ele disse que seu trabalho era “insuficiente” e que “o padre não é um showman”. O que mudou?
Ele entendeu que eu não faço show. Celebro missa. Toda missa que faço, mesmo na TV, quem está à frente é o meu bispo [dom Fernando Figueiredo, bispo de Santo Amaro]. Estou lá animando. Minha função é animar as pessoas.
O último Censo apontou um aumento do número de evangélicos e a diminuição do número de católicos. Como recuperar o terreno?
O número de católicos é enorme e o de padres, em relação aos fiéis, mínimo. Para formar um sacerdote são no mínimo sete anos. Um pastor se faz em três meses. A formação é mínima. E precisa ter acolhida. A pessoa vai à igreja, ela está fechada. Os [templos] evangélicos estão sempre abertos. E o uso da mídia. Você liga a TV, sempre tem coisa evangélica, pessoas que invadem horários e horários. É até exagerado.
Na assembleia da CNBB, neste mês, a igreja indicou que quer incentivar as Comunidades Eclesiais de Base para recuperar espaço em áreas pobres. Deve ser esse o caminho?
Aí eu questiono. Acho as CEBs importantes, mas hoje nosso povo precisa de grandes espaços. Vejo nas missas do Santuário. Uma vela ilumina? E dez? E 20 mil? O Palmeiras estava sem 13 titulares, mas a torcida foi e eles se classificaram na Libertadores. Faz diferença. Os evangélicos erguem grandes locais, porque reúnem as pessoas. Se ficar fechado na CEB, esquecer a oração, ficar só na política… Se olhar os que estão no governo, a maioria surgiu da CEB.
A CEB está na origem do PT.
O PT surgiu da CEB. Então, que não politize. O perigo é este: cair na política.
O senhor é criticado por atrair o público, mas adotar um discurso conservador e distante dos problemas sociais.
Temos trabalhos com recuperação de drogados, arrecadação de alimentos. Nas CEBs, acaba se tornando mais política do que social. É mais perigoso a pessoa ter a tentação à política na CEB.
Acha que a igreja serviu de trampolim para integrantes do governo ou do PT?
Não poderia julgar. A Igreja Católica é apartidária, pelo menos deve ser. Os evangélicos, às vezes, determinam em quem votar. Estamos voltando à Idade Média, o período mais terrível e negro da igreja.
Mas na campanha do ano passado houve episódios polêmicos envolvendo a Igreja Católica, como a declaração de dom Odilo contra a campanha de Celso Russomanno.
E dom Fernando depois se manifestou [disse que Russomanno era católico]. Russomanno saiu de encontro de casais. Fiz o casamento dele, batizei os filhos. Ele é católico. É fácil hoje você destruir uma pessoa. Veja o [deputado Gabriel] Chalita [acusado de receber favores de empresas quando era secretário estadual da Educação].
Como avalia as denúncias contra ele, que é seu amigo?
Fico perplexo. Estou esperando ele se manifestar. Nossa função é ficar quietinho, porque é um amigo que me ajudou muito. Quero ver o que vai ser provado. Se algo está errado, você vai falar [denunciar] depois de dez anos? É para destruir a pessoa.
Conversou com Chalita?
Até agora não, acredita? Estou esperando um posicionamento mais claro. Ainda dizia, quando ele falou que iria entrar na política: “Não faça isso”. Eu o aconselhei várias vezes. Conselho é bom, né, mas você só pode dar.
Espera um posicionamento público ou que ele fale pessoalmente com o senhor?
Pessoalmente eu não prefiro. Tenho certeza de que ele vai falar que está tudo OK. Mas quero ver um posicionamento provando isso.
Acredita na inocência dele?
Parto do princípio da confiança. Mas não sou cego. Se eu vejo alguma coisa que está errada… Por isso estou esperando que ele se coloque.
Qual sua opinião a respeito do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara?
Ele tentou até me provocar [disse, em uma entrevista, que "padre Marcelo pede dinheiro e nunca se falou nada"]. Eu nunca pedi dinheiro. Pelo contrário. O jogo deles é criar guerrilha. A melhor coisa é ficar quieto. A Justiça do mundo pode tardar, mas chega. E credibilidade não se compra. Em 2010, a Folha fez uma pesquisa sobre em quem o brasileiro mais confiava, com 27 personalidades. Estava o Edir Macedo, que ficou lá em 20º [foi o 26º]. Fiquei em terceiro lugar. Eram Lula, William Bonner e eu.
Ele deveria renunciar?
Ele nem deveria estar lá, na minha opinião. A partir do momento em que se diz um pastor, não dá para ser ao mesmo tempo um líder político. Acho importante ter uma bancada católica, como existe a evangélica. Mas não acho correto padre, bispo, pastor se candidatarem, porque aí estou transformando um púlpito num palanque.
Qual sua opinião sobre o casamento gay?
A palavra de Deus é clara: Deus criou o homem e a mulher. A igreja acolhe o pecador, mas não o pecado. Não vai poder legitimar o casamento entre homossexuais. Mas acolhe com carinho.
E sobre a adoção por casais homossexuais?
[Ele é contra] Por causa da formação. O que vai ficar na cabeça [da criança]? Você quebra o sentido do que é família, que é o homem e a mulher, o pai e a mãe. São princípios bíblicos. Não sou eu que vou contrariar a palavra de Deus. Seja evangélico ou católico, a partir do momento em que você é cristão, não dá.