sexta-feira, 4 de abril de 2014

As “Fraternas” e um chamado para a nova evangelização

Fraternas em Los Angeles. Foto: Paula Doyle / The Tidings Online
LOS ANGELES, 04 Abr. 14 / 02:09 pm (ACI/EWTN Noticias).- Fraternidade Mariana da Reconciliação é uma jovem iniciativa da Igreja que se estendeu em vários países do mundo, logo depois de surgir na capital peruana. Na seguinte nota conheça o testemunho de algumas de seus membros que servem em diferentes serviços apostólicos na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos.

A Fraternidade Mariana da Reconciliação nasce no Peru em 1991 e desde então se expandiu para várias dioceses do mundo na Austrália, Inglaterra, Itália, Estados Unidos (Califórnia, Colorado, Connecticut e Texas), assim como em outros países da América do Sul e América Central. As “Fraternas”, como são conhecidas as mulheres que participam desta comunidade, vivem em obediência, celibato e desapego aos bens temporais para estar plenamente disponíveis para o apostolado.

Em declarações ao jornal Católico Angelus The Tidings Online, quatro fraternas que moram em Los Angeles, Califórnia (Estados Unidos), contaram como assumem este compromisso.

Luciane Urban, que é uma Fraterna brasileira e se desempenha como coordenadora executiva de Dom José Gómez, Arcebispo de Los Angeles, comentou que sempre diz às pessoas que “eu dei a minha vida a Deus e não sei onde vou morar, do que vou viver, o que vou fazer, ou quanto tempo vou estar em um lugar, e sempre me perguntam: Como pode viver com tanta insegurança?’", ela lhes responde "Que maior segurança podemos ter que estar nas mãos de Deus?”.

Explicou que “a nível humano, parece muito inseguro, mas é totalmente o contrário. Acho que essa é uma das coisas que nos dá muita alegria e que nos ajuda a sermos capazes de viver e conhecer as pessoas e fazer amigos”,

Disse também que as fraternas são capazes de ir a outros lugares e mudar de ministérios, assim como fazer algo que nunca fizeram antes, “se Deus está pedindo-nos que façamos, ele vai dar a graça. O que parece tão inseguro aos olhos do mundo, é a segurança total de Deus".

A peruana Rossana Goñi (47), superiora da comunidade em Los Angeles, uniu-se à comunidade aos 26 anos e destacou que na comunidade, “a ênfase está em ser uma pessoa comum, ativa e evangelizadora, para sair e estar no meio do mundo fazendo algo".

Como alenta o Papa Francisco, comentou, “queremos sair e dizer às pessoas que Deus está vivo e te ama e quer que seja feliz", destacou que são mulheres consagradas que fazem votos de castidade, mas que isto não significa que abandonam a maternidade porque “sou uma mãe espiritual de muitos, inclusive de pessoas mais velhas do que eu. Ser uma mãe espiritual é muito gratificante, nascemos para isso, somos mulheres e não perdemos (esse desejo) a maternidade. Vivemos a maternidade em sua totalidade", concluiu.

Posso obrigar os meus filhos à prática religiosa quando se “rebelam” na adolescência?

topic
Muitos pais se preocupam quando seus filhos adolescentes ou jovens assumem uma postura negativa diante de Deus, levando em consideração que todos receberam os valores religiosos no lar e, justamente quando conquistaram um pouco de autonomia, liberdade e razão, decidiram rejeitar tudo o que possa representar Deus.
 
Quando esta situação se apresenta nas famílias, alguns pais podem reagir de maneira coercitiva, obrigando seus filhos a ir à Missa ou participar das diversas atividades religiosas. Outros pais optarão por deixar que os filhos se afastem e que voltem a se encontrar com Deus por conta própria.
 
Conscientes de que esta não é uma tarefa fácil, o importante é agir de maneira adequada, para impedir que esse afastamento vá crescendo, pois muitas vezes as reações dos pais vai criando mais distanciamento ainda nos filhos.
 
Antes de explicar o que fazer quando se dá esta problemática, devemos analisar alguns fatores determinantes:
 
A fé tem etapas
 
A fé também tem um ciclo natural na vida do ser humano. O Pe. Calixto o descreve assim: “Nossa vivência religiosa passa por quatro etapas: aquela fé da Primeira Comunhão; uma segunda, que vivemos durante a adolescência, repleta de incertezas, altos e baixos; a terceira, na qual a fé parece evaporar e morrer na vida adulta; e talvez uma quarta: a fé recobrada, quando ajudamos os filhos em sua religiosidade”.
 
A rebeldia como característica própria da adolescência
 
Nesta etapa da vida, os seres humanos passam por uma fase de inconformismo e querem mudar seu statu quo. Muitas vezes, nem sequer sabem contra o que estão se rebelando, mas essa busca de identidade é seu foco, é o que os leva a desestabilizar tudo o que os cerca, inclusive seus pais. Há casos em que não se rebelam diante de Deus, mas sim dos seus pais, que se tornam para eles uma ameaça constante.
 
Entendendo este contexto, percebemos que a raiz do problema é a busca de identidade, e não necessariamente a rejeição de Deus.
 
Más influências
 
Uma pessoa próxima do nosso filho pode estar questionando a fé. Não nos esqueçamos de que, durante a adolescência, os amigos são as pessoas mais influentes na vida dos nossos filhos. E uma má amizade pode causar muito dano. Ao ver seu filho contestando a religião, é recomendável começar indagando sobre seus amigos, convidando-os à casa e tentando ter contato com suas famílias.
 
Ao confirmar que é este o problema, o melhor não é proibir tal amizade, e sim usar outras táticas mais sutis, que possam ir distanciando seu filho da pessoa inconveniente.
 
Controle extremo
 
Seus filhos já não são crianças e isso precisa ficar claro. Eles cresceram, podem raciocinar, fazer escolhas e têm poder de decisão, ainda que sejam imaturos. Quando exercemos um controle exagerado sobre eles, eles podem ficar contra nós. Nessa idade, já se supõe que os educamos nos valores e confiamos na educação que lhes demos. Portanto, não é aconselhável obrigá-los a nada nem impor a religião, porque certamente acabarão rejeitando-a.
 
O que fazer, então?
 
- Acompanhá-los, nunca deixá-los sozinhos. É preciso acompanhá-los neste processo.
 
- Nada de censuras e repreensões. Mesmo sabendo que eles estão errados, não é bom fazer comentários que os façam sentir-se mal. O tema de Deus não pode se tornar um pesadelo; o diálogo ameno e positivo dará melhores resultados.
 
- Exemplo e coerência. Nada educa mais que o exemplo. Precisamos ser coerentes com a Palavra de Deus e fazer que nossos atos estejam de acordo com o que professamos. Se nossos filhos nos veem tratando bem as pessoas, sendo honestos, respeitosos, responsáveis, pacientes, caridosos, amorosos, eles captarão a mensagem e acabarão aceitando os benefícios de ter Deus na vida.
 
- Falar-lhes positivamente de Deus, como um amigo, não como um castigador. Precisamos transmitir-lhes os ensinamentos de Deus de forma positiva, pois o Senhor ama todos nós e perdoa nossas falhas. Apresentemos Jesus como seu amigo, seu companheiro, seu protetor.
 
- Rezar pelos nossos filhos. Esta é a melhor coisa que podemos fazer, colocando-os nas mãos de Maria, para que voltem a se aproximar do Senhor.
Fonte: Aleteia

Caindo no conto do gênero...

O Brasil tem protagonizado nas últimas semanas a tentativa de implantação da ideologia do gênero por meio da Votação do Plano Nacional de Educação.
Nessa última quarta-feira houve a terceira tentativa de votação na câmara dos deputados, embora mais uma vez adiada, à causa, dessa vez, de bate-boca e provocação de deputados contra os manifestantes pró-vida e pró-família presentes na sala.
“Muitos têm desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia de gênero”, disse à ZENIT o Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote da Diocese de Osasco - SP, pároco da Igreja São Domingos (Osasco), doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Romana da Santa Cruz e professor de Teologia Moral.
Acompanhe a entrevista abaixo:
***
ZENIT: Temos visto nas últimas semanas um crescente debate sobre a questão de “gênero” no contexto do Plano Nacional de Educação. Como o sr. avalia estas discussões?
Pe. José Eduardo: Tenho acompanhado de perto os diferentes discursos e percebo que, embora a questão esteja cada dia mais clara, muitos têm desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia de gênero, talvez até como um recurso para não enfrentarem um tema tão absurdo. Trata-se de um deslocamento para sabotar o discurso.
ZENIT: Em que consiste, então, a “ideologia de gênero”?
Pe. José Eduardo: Sintetizando em poucas palavras, a ideologia de gênero consiste no esvaziamento jurídico do conceito de homem e de mulher. A teoria é bastante complicada, e uma excelente explicação desta se encontra no documento “Agenda de gênero”. Contudo, a ideia é clara: eles afirmam que o sexo biológico é apenas um dado corporal de cuja ditadura nos devemos libertar pela composição arbitrária de um gênero.
ZENIT: Quais as consequências disso?
Pe. José Eduardo: As consequências são as piores possíveis! Conferindo status jurídico à chamada “identidade de gênero” não há mais sentido falar em “homem” e “mulher”; falar-se-ia apenas de “gênero”, ou seja, a identidade que cada um criaria para si.
Portanto, não haveria sentido em falar de casamento entre um “homem” e uma “mulher”, já que são variáveis totalmente indefinidas.
Mas, do mesmo modo, não haveria mais sentido falar em “homossexual”, pois a homossexualidade consiste, por exemplo, num “homem” relacionar-se sexualmente com outro “homem”. Todavia, para a ideologia de gênero o “homem 1” não é “homem”, nem tampouco o “homem 2” o seria.
ZENIT: Então aqueles que defendem a “ideologia de gênero” em nome dos direitos homossexuais estão equivocados?
Pe. José Eduardo: Exatamente! Eles não percebem que, uma vez aderindo à ideologia de gênero, não haverá sequer motivo em combater à discriminação. Nas leis contra a discriminação, eles querem discriminar alguns que consideram mais discriminados. Contudo, pela ideologia de gênero, não há mais sentido em diferenciar condições e papeis, tudo se vulnerabiliza! Literalmente, eles caíram no conto do gênero.
Para defender a identidade homossexual, estão usando uma ideologia que destrói qualquer identidade sexual e, por isso, também a família, ou qualquer tipo de família, como eles mesmos gostam de dizer.
Em poucas palavras, a ideologia de gênero está para além da heterossexualidade, da homossexualidade, da bissexualidade, da transexualidade, da intersexualidade, da pansexualidade ou de qualquer outra forma de sexualidade que existir. É a pura afirmação de que a pessoa humana é sexualmente indefinida e indefinível.
ZENIT: Então a situação é muito pior do que imaginamos...
Pe. José Eduardo: Sim. As pessoas estão pensando em “gênero” ainda nos termos de uma “identidade sexual”. Há outra lógica em jogo, e é por isso que ninguém se entende.
Para eles, a ideia de “identidade sexual” é apenas um dado físico, corporal. Não implica em nenhuma identidade. Conformar-se com ela seria “sexismo”, segundo a própria nomenclatura deles. A verdadeira identidade é o “gênero”, construído arbitrariamente.
Todavia, este “gênero” não se torna uma categoria coletiva. É totalmente individual e, portanto, indefinível em termos coletivos. Por exemplo, alguém poderia se declarar gay. Para os ideólogos de gênero isso já é uma imposição social, pois a definição de gay seria sempre relativa a uma condição masculina ou feminina mormente estabelecida. Portanto, uma definição relativa a outra, para eles, ditatorial.
Não existiria, tampouco, a transexualidade. Esta se define como a migração de um sexo para outro. Mas, dirão os ideólogos de gênero, quem disse que a pessoa saiu de um sexo, se aquela expressão corporal não exprime a sua identidade construída? Portanto, para eles, não há sequer transexualidade.
Gênero, ao contrário, é autorreferencial, totalmente arbitrário.
Alguém dirá que não há lógica isso. Realmente, a lógica aqui é “ser ilógico”. É o absurdo que ofusca nossa capacidade de entender.
ZENIT: O que dizer, então, de quem defende a ideologia de gênero no âmbito dos direitos feministas?
Pe. José Eduardo: Os ideólogos de gênero, às escondidas, devem rir às pencas das feministas. Como defender as mulheres, se elas não são mulheres?...
ZENIT: Qual seria o objetivo, portanto, da “agenda de gênero”?
Pe. José Eduardo: Como se demonstra no estudo que mencionei, o grande objetivo por trás de todo este absurdo – que, de tão absurdo, é absurdamente difícil de ser explicado – é a pulverização da família com a finalidade do estabelecimento de um caos no qual a pessoa se torne um indivíduo solto, facilmente manipulável. A ideologia de gênero é uma teoria que supõe uma visão totalitarista do mundo.
ZENIT: Como a população está reagindo diante disso?
Pe. José Eduardo: Graças a Deus, milhares de pessoas têm se manifestado, requerendo dos legisladores a extinção completa desta terminologia no Plano Nacional de Educação. Pessoalmente, tenho explicado a muitas pessoas a gravidade da situação nestes termos: 1) querem nos impor uma ideologia absurda pela via legislativa; 2) querem fazê-lo às custas do desconhecimento da população, o que é inadmissível num Estado democrático de direito; 3) e querem utilizar a escola como um laboratório, expondo nossas crianças à desconstrução de sua própria personalidade. E ainda querem que fiquemos calados com isso! Não!, o povo não se calará!
ZENIT: Falando em “Estado democrático de direito” e vendo a manifestação de tantos cristãos, evangélicos e católicos, inclusive de bispos, alguns alegam a laicidade do Estado como desculpa para desprezar os seus argumentos. O que dizer sobre isso?
Pe. José Eduardo: Esta objeção é tão repetitiva que se torna cansativo respondê-la. Numa discussão democrática, não importa se o interlocutor é religioso ou não. O Estado é laico, não laicista, anti-religioso. Seria muito divertido, se não fosse puro preconceito – e às vezes, verdadeiro discurso de ódio anti-religioso –, a insistência com a qual alguns mencionam a Bíblia, os dogmas, os preceitos... como se nós estivéssemos o tempo todo alegando argumentos teológicos. Como se pode ver acima, nossos argumentos aqui são simplesmente filosóficos, racionais. Aliás, são tão racionais a ponto de mostrar o quanto a proposta deles é totalmente irracional, posto que contradizem as sua próprias bandeiras ideológicas.
No final das contas, a única coisa que lhes resta é a rotulação – na audiência de ontem, chamaram aos gritos um deputado de “machista”, em outra ocasião de “patricarcalista” –, mas a rotulação é a arma dos covardes, daqueles que não têm honestidade e liberdade intelectuais. Como digo sempre, nestas discussões, precisamos nos comportar como filósofos, e não como maus advogados, que estão dispostos a negar até as evidências.
Fonte:  ZENIT