quinta-feira, 13 de setembro de 2012

“Confesso meus pecados diretamente a Deus, não preciso de sacerdote”. O que pensar sobre isso à luz das escrituras?



Dom Estevão Bettencourt (OSB)

A. C. (Rio de Janeiro): “Confesso os meus pecados diretamente a Deus. Não preciso de intermediário para ser absolvido!

Esta proposição é aparentemente ditada pelo bom senso, Mas… reflitamos um pouco.

Nenhum cristão negará que o pecado é desobediência do homem a Deus, derrogação aos direitos do Soberano Senhor. Deus poderia não perdoar, pois a criatura não tem títulos próprios que ela possa fazer valer diante do Criador. Se, não obstante, o Senhor quer indulgenciar, Ele pode muito bem ter-se reservado o direito de indicar ao homem a via pela qual se há de reconciliar.

Foi o que de fato se deu. Jesus no Evangelho ensinou-nos, de um lado, que não há pecado irremissível, mas, de outro lado, que o ministério da remissão foi confiado aos sacerdotes.

Com efeito, o Senhor, antes da Paixão, prometeu a Pedro (Mt 16,19) e a todos os Apóstolos (Mt 18,18) o poder de ligar e desligar validamente na terra e no céu. Mais tarde, no dia mesmo da ressurreição, entregou-lhes esta faculdade, quando, aparecendo aos onze discípulos, lhes disse:

“Assim com o Pai me enviou, eu também vos envio”.

A seguir, soprando sobre eles, continuou:
“Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem os detiverdes (não perdoardes), serão detidos” (Jo 20,22s).

As expressões “ligar” e “desligar” eram assaz comuns na linguagem dos rabinos: “ligar” significava “usar de rigor”; “desligar” equivalia a “usar de brandura”. Na casuística judaica, dizia-se comumente: “Neste ponto, Rabi Chamai liga. Rabi Hillel desliga”; o que significava: “Chamai proíbe, Hillel permite”. Nos termos acima, portanto, Jesus fez dos seus Apóstolos os árbitros das consciências, habilitando-os a proferir sentenças de absolvição ou censura que seriam confirmadas no céu.

Ora quem constitui um árbitro não pode deixar de lhe outorgar os meios necessários para que exerça equitativamente a arbitragem. Entre esses meios, está o conhecimento exato do assunto a julgar, da culpabilidade, das disposições do réu. Já que estes elementos pertencem ao foro da consciência e não se manifestam senão por confissãosegue-se que Jesus, com o poder das chaves, entregou aos seus ministros a incumbência de ouvir a confissão sacramental dos pecadores; somente depois desta acham-se habilitados a absolver ou repreender em nome de Deus.

A prática dos cristãos desde o início da Igreja confirma esta dedução: a confissão aos bispos e sacerdotes é largamente atestada pelos documentos da antiga literatura cristã.

Pergunta-se, porém: porque será que Jesus quis que a remissão dos pecados se fizesse mediante os ministros da Igreja?
— Lembremo-nos de que o pecado não é um ato que atinja Deus e o pecador apenas; tem profundas consequências espirituais (às vezes também temporais e concretas) para os demais homens, pois Deus nos fez solidários entre nós tanto nos méritos como nos deméritos; principalmente os cristãos se acham unidos entre si na chamada “comunhão dos santos”.
Se, pois, o pecado redunda em detrimento para a comunidade dos irmãos na fé, que constituem a Igreja, compreende-se que a remissão outorgada por Deus passe pelo ministério ou pelos ministros da Igreja; são estes que representam a comunhão dos santos e o próprio Deus. É, por conseguinte, a eles que o pecador arrependido deve procurar, a fim de professar o mal cometido e esperar a remissão que Deus se dignará fazer passar por eles. Eis o motivo por que nas circunstâncias normais (não falamos dos casos em que é impossível procurar o sacerdote) não há perdão de pecado em caráter meramente particular, mediante oração do pecador emitida diretamente ao Senhor.

Pretender isto seria desconhecer o plano de Deus, que determinou santificar-nos e consumar-nos em solidariedade mútua, numa comunhão fraterna, num grande Corpo Místico, que é a Igreja.

Do que foi dito se segue que o cristão não confessa os seus pecados ao sacerdote porque julgue que este é isento de faltas (tem-nas, como todo indivíduo humano); nem é da santidade do ministro que ele espera receber absolvição. Não; o sacerdote, ao absolver, nada confere de seu; procede qual mero instrumento a quem o Senhor gratuitamente conferiu o Espírito Santo para discernir o estado de alma do penitente e proferir em nome do Senhor a absolvição. Desde que o sacerdote, sacralmente habilitado pela Igreja, tenha a intenção de fazer o que Cristo faria, é realmente Cristo quem por ele absolve, independentemente das virtudes ou dos defeitos do respectivo ministro.

Estas noções também concorrem para evidenciar que a confissão sacramentai não se pode confundir com psicoterapia religiosa; verdade é que entre os seus efeitos pode estar o alívio de ânimo do penitente, alívio proporcionado pelo “desabafo” da consciência, pelos conselhos dados por um confessor compreensivo, douto, virtuoso, etc. Contudo, mesmo que falte ao sacerdote um tino psicológico esmerado (qualidade certamente preciosa), o seu ministério é válido e a confissão do pecador frutuosa, em virtude da absolvição sacramental, porque o encontro do penitente com o sacerdote se verifica num plano sobrenatural, em que Deus age ultrapassando as capacidades meramente humanas do seu ministro, — Por este motivo, entende-se que confissão e direção espiritual possam ser separadas uma da outra.
A direção, que consiste em orientar os fiéis no andamento geral de sua vida interior, não pertence propriamente ao rito do sacramento; por isto a sua eficiência não é garantida pelo poder transcendente das chaves, mas depende, em grande parte, das aptidões naturais, do cabedal de cultura e principalmente do grau de união com Deus que o diretor possua. Donde se vê que, embora todo sacerdote aprovado pela Igreja possa ser confessor, não qualquer um é apto diretor de consciência; tal há de ser escolhido de acordo com o estado de alma de cada um dos fiéis.

As verdades acima nos fazem ver também que a atitude de quem se chega ao sacramento da confissão, está longe de ser uma atitude de autodefesa, de reconhecimento “mercadejado” das próprias faltas. Muito ao contrário, para usufruir em grau máximo do perdão que lhe é oferecido, o penitente procura identificar-se, tanto quanto possível, com a Justiça de Deus; procura desfazer-se do seu egoísmo e transpor-se para o lado do Senhor Santo, a fim de ver e apontar os seus defeitos como Deus os vê e aponta. É, pois, em espírito de sinceridade que não sabe encobrir o mal, mas o denuncia para dele se separar, que o cristão se acusa no confessionário.

A confissão de faltas a um representante de Deus, outrora rejeitada por Lutero, tem sido mais e mais valorizada pelos protestantes dos últimos decênios. Haja vista o VII Congresso Evangélico Alemão realizado em Frankfurt de 8 a 12 de Agosto de 1956: um dos relatores apresentou eloquente dissertação sobre o valor da confissão, da qual se pode destacar o seguinte trecho:

“Pertence à essência do homem ser responsável. Nós, porém, tendemos a nos desfazer da responsabilidade por expedientes cômodos. Se confessamos as nossas faltas a um irmão, então, e somente então, temamo-las a série, trazemo-las à luz; elas nos custam rubor e vergonha, somos obrigados a reconhece-Ias e a reconhecer a nossa responsabilidade. Em tal caso, porém, o pecado deixa de ser agradável, como agradável é a culpa acariciada e oculta; torna-se amargo. Separamo-nos dele. O pecado uma vez trazido à luz, perde muito do seu poder sedutor.

Não diga alguém “Pequei” apenas. Não te queiras entrincheirar atrás de tão generalizadas confissões como: “Todos nós somos pecadores”. Tais são muito frequentemente meros subterfúgios mediante os quais o homem quer escapar a uma intervenção punitiva e santificante de Deus. Fala daquilo que cometeste pessoalmente. Faze, para isto, uma confissão individual. Esta ajuda o pecador a começar de novo; a confissão não deve concorrer para que o pecado continue a viver no indivíduo” (Herder-KorrespondenZj Oktober 1956, XI I).

Como se vê, são apenas razões psicológicas ou psicoterápicas que o orador cita em favor da confissão; não considera o seu aspecto sacramental, ou seja, a comunicação da graça que se faz independentemente do que o confessor e o penitente possam “sentir ou experimentar”. Contudo já esta atitude representa grande novidade, se se considera que é tomada pelo representante de uma ideologia que a princípio rejeitou peremptoriamente a confissão individual dos pecados.

Por ocasião do mesmo Congresso de Frankfurt, foram praticadas a confissão auricular e a abertura de consciência em trinta lugares diferentes da cidade, às vezes até altas horas da noite. Depois do Congresso, o pastor H. Schieber de Stuttgart declarou aos seus fiéis que, a partir do dia 23 de Setembro seguinte, na “Paul-Gerhardt Kirche”, teriam diariamente a oportunidade de se confessar entre 7,30 e 8,30 horas, antes do Ofício religioso.

Tais fatos, inspirados peia sinceridade de pessoas que realmente procuram a Deus, indiretamente atestam que a confissão auricular não é instituição de homens prepotentes, mas é praxe espontânea à natureza humana, praxe que, além de conferir benefícios de ordem psicológica, foi elevada por Jesus Cristo à dignidade de sacramento ou canal pelo qual Deus nos vem ao encontro.

A Igreja em diálogo com humanistas e ateus:”O que seria de nós sem a ajuda daquele que não existe?”


Natalia Martone
“O que seria de nós sem a ajuda daquele que não existe?”. Paul Valéry se fez esta pergunta em 1928, na Pequena Carta sobre os Mitos.
Em 13 e 14 de setembro, o Átrio dos Gentios, espaço de encontro e de diálogo entre crentes e não-crentes, desenvolvido pelo Conselho Pontifício para a Cultura sob a presidência do cardeal Ravasi, se reúne para uma nova sessão de diálogo em Estocolmo.
O tema principal será justamente a espinhosa questão que talvez seja o centro das discussões entre humanistas crentes e ateus: “O Mundo com ou sem Deus”.
O Átrio dos Gentios foi acolhido positivamente por importantes personalidades da confissão luterana, como Antje Jackelén, professor na universidade de Lund e bispo daquela cidade.
A escolha de Estocolmo para esta edição é um sinal claro da importância do encontro. A Suécia é um país de secularização profunda, que toca as raízes da própria sociedade, alicerçada no conceito de indivíduo que prevalece sobre a coletividade. Mais de 60% da população se declara ateia e concebe a religião como pertencente à esfera privada.
Na Suécia, a secularização tem andado de mãos dadas com o progresso científico e tecnológico que fez do pequeno país uma potência mundial, tecnologicamente muito avançada.
Em muitos países, a evolução científica se vê acompanhada por um fenômeno cada vez mais desenfreado, que Jacques Ellul chamou de “derrapagem moral”: a tendência, típica das sociedades tecnológicas, de aceitar acriticamente as inovações técnicas, mesmo se inicialmente rejeitadas.
Essa tendência, que amadurece em geral cinco ou dez anos depois do aparecimento da novidade, vem acompanhada da propensão a transformar a ciência em uma ideologia, confiando à técnica a tarefa de criar novos valores. É um processo histórico que tem raízes profundas e que levou a religião a ser vista como uma experiência subjetiva, em vez de um sentimento coletivo de partilha.
Organizar um Átrio dos Gentios em Estocolmo, e em parceria com uma mulher brilhante como a embaixadora sueca junto à Santa Sé, Ulla Gudmundsson, é um forte indício da necessidade desse país de se questionar coletivamente sobre os “assuntos elevados”. Muito elevada, aliás, foi a decisão de dialogar sobre “um mundo com ou sem Deus”: significa dar um passo para trás, antes de olhar e avançar rumo ao amanhã.
Neste diálogo temporal, os lugares de Estocolmo escolhidos para sediar o encontro se tornam uma metáfora de um significado mais profundo. As magníficas salas da Academia Real de Ciências, que há mais de 100 anos hospedam a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel, a maior honra concedida às pessoas que “trazem benefícios consideráveis ​​para a humanidade”, se unem com o Fryshuset, um dos principais centros europeus de reabilitação de jovens em dificuldades, símbolo concreto da educação e do apoio à geração que, esperamos, também “trará grandes benefícios para toda a humanidade”.
São previstos dois dias de intenso diálogo, presididos conjuntamente pelo cardeal Gianfranco Ravasi, pelo professor e escritor Georg Klein e pelo ex-comissário do Conselho da Europa sobre os Direitos Humanos, Thomas Hammarberg.
O diálogo será realizado, como de costume, em duetos, e, em relação com o tema geral, “O Mundo com ou sem Deus”, pretende responder a perguntas como “O que significa acreditar e não acreditar?”, “Há um mundo não material?”, “A religião torna o mundo melhor ou pior?” e “O que é um homem?”. Serão debatidas ainda questões como esta: “A religião é acusada de impor seus valores aos não-crentes, mas a sociedade secular também não procura impor os dela?”.
Nos dias seguintes, o evento ficará disponível na íntegra nos canais sociais do Átrio dos Gentios no Google+ e no YouTube, além de na seção Átrio TV, do site do projeto.( imperdível!)
A próxima reunião será realizada em Assis, Itália, nos dias 5 e 6 de outubro. Entre os convidados, está o presidente italiano Giorgio Napolitano.
Para mais informações (em italiano):http://www.cortiledeigentili.com/it/
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/31414

Número recorde de pessoas se prepara para o “fim do mundo” Programa de TV faz sucesso abordando o tema



por Jarbas Aragão

Número recorde de pessoas se prepara para o “fim do mundo”Número recorde de pessoas se prepara para o “fim do mundo”
Quando os rumores sobre o fim do mundo previsto pelo calendário maia começaram a crescer, o número de pessoas que começaram a se preparar para ele também cresceu.
Keith Iton é um “prepper” como são chamados nos Estados Unidos. Ele leva isso tão a sério que começou um negócio para ajudar outros a se preparar bem para o “Apocalipse”.
“O maior problema que sofremos é a complacência”, afirmou. “As pessoas entendem, já que nada aconteceu nos últimos ‘x’ anos, nada de ruim vai acontecer agora. Então, eles se sentem confortáveis e não fazem nada para se preparar… Mas há outras pessoas que olham para a história e sabem o que está por vir.”
Recentemente, cerca de 2.000 pessoas se reuniram na Carolina do Norte para o “Seminário de Preparação”, onde discutiram os riscos e o que devem fazer para se precaver.
Joel Henderson é coproprietário da empresa de Filtros Green Gold. Durante a convenção ele tentava vender seus produtos. Seu sistema de filtragem patenteada poderá ajudar as pessoas que tem um motor a diesel, seja de caminhão, trator, ou gerador… poderá usar o óleo de cozinha como um combustível alternativo… É algo que pensa muito no aspecto ambiental, muito verde, e [é] muito fácil de fazer”, explicou.
O movimento está crescendo por causado sucesso do programa de TV “Prepper´s Doomsday”, exibido pelo National Geographic. É a maior audiência que o canal já teve, segundo explica Brooklyn Bagwell, um dos diretores.
“É um show sobre a família do cidadão médio, pessoas que estão se preparando para qualquer uma das incertezas da vida, seja o colapso econômico mundial ou a tempestade solar em 2012. Não importa o que ocorra, eles vão estar preparados”, acrescentou.
“Nós tentamos entrar nas vidas de muitas que vivem se preparando para o pior e mostrar a nossos telespectadores para que eles podem aprender mais sobre essa preparação”, disse ele.
Keith Iton, porém, destaca que o primeiro passo para quem deseja se preparar, no entanto, nada tem a ver com comida enlatada e água engarrafada. “O primeiro passo para a preparação, para mim, é pensar sobre sua relação com Jesus Cristo”, enfatiza. ”Se você construir uma relação sólida com Jesus Cristo, então está mais preparado do que a maioria”.
“Depois disso, se você conseguir um pouco de água, alimentos armazenados e um local seguro, tudo vai ser mais fácil”, disse Iton.
Um estudo recente descobriu que 55% dos americanos têm menos que o equivalente a três dias de alimentos estocados em suas casas. Muitas pessoas não têm mais o hábito de pensar nesse abastecimento de emergência, nem mesmo possuem um kit de primeiros socorros.
Obviamente, as tragédias podem ocorrer a qualquer motivo, por isso nunca é demais de prevenir. Mesmo assim, quando empresas começam a anunciar roupas especiais, vender casas queresistem ao fim do mundo, e falar muito sobre o assunto é melhor pensar se você está realmente preparado.
Traduzido de Charisma News via GospelPrime