21/05/2012 por Everth Queiroz Oliveira
Os entusiastas do hábito eclesiástico podem comemorar o reconhecimento do martírio do jovem seminarista italiano Rolando Rivi , que preferiu morrer a abandonar sua batina. Nos anos 40, após os nazistas ocuparem o seminário, todos os estudantes foram mandados para casa. Longe dali, eles continuavam rezando e estudando. Mais: Rolando Rivi “continuou usando sua batina, apesar da perigosa onda anticlerical e até do conselho de seus pais para que deixasse de fazê-lo”. Em 1945, após a celebração do Santo Sacrifício, Rivi – que usava sua batina – acabou capturado pelos partiggiani – um movimento armado de cunho marxista e anticatólico. Ele permaneceu sendo torturado física e verbalmente pelos carrascos por três longos dias. “Ao fim, todo ferido, ajoelhou-se para receber dois tiros… e a palma do martírio.”
Rolando Rivi recusou a ideia de deixar de lado o seu hábito. “Estou estudando para ser padre e a batina é o sinal que eu sou de Jesus”, dizia.
Que vergonha para os nossos tempos…! Enquanto na Europa da 2ª Guerra a perseguição ao catolicismo era escancarada, visível, mesmo assim, havia indivíduos – neste caso, de modo mais específico, padres e seminaristas – que não hesitavam em manifestar publicamente a sua fé, ostentando com bravura seus hábitos talares. Hoje, não há nenhuma matança generalizada de católicos e, ainda assim, os clérigos se recusam a voltar ao uso da batina, reclamando que “o hábito não faz o monge”, ou que a batina não faz ninguém santo. Vergonha para os nossos tempos, ver o compromisso de um seminarista que, mesmo diante da perseguição, abraçou sua batina e morreu por amor à Fé.
Hoje, não se pode nem mais falar abertamente de voltar ao uso do hábito talar. O padre Paulo Ricardo ousou criticar a moda de secularização que fervilha em nossos seminários e foi alvo da cólera dos modernistas. “Entendemos que identidade sacerdotal, bem construída, se expressa no testemunho pessoal e nas obras apostólicas e não na batina”, escreveram os 27 signatários da carta aberta contra o ministério do sacerdote cuiabano.
Aqui está o testemunho vivo de que a identidade sacerdotal se expressa não sóno testemunho pessoal e nas obras apostólicas, como também na maneira como a pessoa se apresenta ao mundo. Sim, a batina é importantíssima para o ministério sacerdotal. E o reconhecimento do martírio deste jovem seminarista não pode vir em melhor hora. Concedei-nos, Senhor, santos sacerdotes; dai-nos, Senhor, jovens embatinados e santos, por amor a Vós, por amor à Igreja, por amor às almas.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Salve Maria Santíssima!
Fonte: Ecclesia Una