segunda-feira, 15 de julho de 2013
Papa Francisco, sobre Bento XVI: “Não imaginas a humildade e a sabedoria deste homem”
Em diálogo com ex-aluno, o Pontífice revela sua admiração por Bento XVI e conta como tomou o antecessor por conselheiro
"Não imaginas a humildade e a sabedoria deste homem... Nunca renunciaria ao conselho de uma pessoa deste tipo, seria uma loucura de minha parte!". São palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, sobre seu antecessor, Bento XVI. Em uma espécie de crônica publicada em um blog italiano, Jorge Milia, jornalista e ex-aluno de Bergoglio, expõe o teor de uma bela conversa que teve com o Sumo Pontífice.
"Disse-lhe que comecei a ler a encíclica Lumen Fidei e ele rejeitou qualquer mérito pessoal. Ele comentou que Bento XVI tinha feito a maior parte do trabalho". De fato, foi o próprio Francisco quem reconheceu a contribuição de seu predecessor na produção da encíclica. Na introdução da carta, ele esclarece: "Estas considerações sobre a fé (...) pretendem juntar-se a tudo aquilo que Bento XVI escreveu nas cartas encíclicas sobre a caridade e a esperança. Ele já tinha quase concluído um primeiro esboço desta carta encíclica sobre a fé. Estou-lhe profundamente agradecido e, na fraternidade de Cristo, assumo o seu precioso trabalho, limitando-me a acrescentar ao texto qualquer nova contribuição."
Francisco teria dito ainda que, para ele, era um prazer intercambiar ideias com Ratzinger, e que ele "era um pensador sublime, desconhecido ou que a maior parte das pessoas não entende". Realmente, há muito a conhecer na riquíssima teologia de Joseph Ratzinger, mas também, infelizmente, muitos estigmas têm sido impostos a seus livros, pelo simples fato de ele ter pensado e escrito de maneira católica, pelo simples fato de ele ter submetido toda a sua obra – e sua vida – ao Magistério da Igreja.
Há um trecho da encíclica Lumen Fidei que alude justamente a esta realidade da vida de Bento XVI. Diz: "É claro que a teologia é impossível sem a fé e pertence ao próprio movimento da fé, que procura a compreensão mais profunda da auto-revelação de Deus, culminada no Mistério de Cristo". E mais: "A teologia não considera o magistério do Papa e dos Bispos em comunhão com ele como algo de extrínseco, um limite à sua liberdade, mas, pelo contrário, como um dos seus momentos internos constitutivos, enquanto o magistério assegura o contato com a fonte originária, oferecendo assim a certeza de beber na Palavra de Cristo em toda a sua integridade". Estas valiosas considerações permanecem atuais, especialmente para tantos teólogos e estudiosos da religião que encaram a fé como algo imanente, olham para a Igreja – que chamam com desprezo de "casta meretriz" – fora do olhar da fé. A teologia, recorda Bento e corrobora Francisco, é impossível sem a fé!
Jorge Milia também conversou com Francisco sobre a reforma na Cúria Romana. Ele "comentou que cada uma das mudanças que introduziu lhe custou esforços (e, suponho, inimigos). Entre estes esforços, a coisa mais difícil foi a de não aceitar que se apropriassem de sua agenda. Por isso não quis viver no palácio, porque muitos Papas terminaram convertendo-se em 'prisioneiros' de seus secretários".
"Sou eu que decido quem vou ver – disse a seu ex-aluno -, não meus secretários... Às vezes não posso ver quem quero, porque devo ver quem quer me ver".
O jornalista se disse surpreendido com a afirmação do Papa, e concluiu: "Eu, que não sou Papa e que não tenho seu poder, sinto que o coração acelera quando espero um querido amigo e não sei se poderia dar a precedência a outro em seu lugar. Ele, ao contrário, se priva do encontro que queria para estar com quem o pede. Disse-me que (...) o lugar do Pastor é com suas ovelhas...".
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Vatican Insider
Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro gerará 250 milhões de dólares e 20 mil empregos
RIO DE JANEIRO, 15 Jul. 13 / 09:08 am (ACI/EWTN Noticias).- O Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude Rio2013 entregou a esta agência um relatório sobre o impacto econômico que gerará a visita do Santo Padre a terras cariocas, e que o terá entre os jovens de todas as partes do mundo entre o 23 e 28 de julho.
Conforme estimam os organizadores, a JMJ gerará mais de 20 mil empregos relacionados com o acontecimento e se estima um impacto econômico de mais de 500 milhões de reais (220 milhões de dólares).
As fontes de financiamento da JMJ variam desde patrocínios privados até doações de pessoas físicas. O custo total da organização ainda está sendo definido e a variável dependerá do número final de participantes e inscritos. Calcula-se que a JMJ custará entre 320 e 350 milhões de reais (140 milhões de dólares).
Do mesmo modo, consignaram que aproximadamente 70 por cento desse custo será viabilizado pelas contribuições dos peregrinos, que variam entre os 109 e os 608 reais, dependendo do kit de peregrino contratado e suas prestações (comida, transporte, hospedagem, atos culturais, atos com o Papa, etc.).
O custo da JMJ também é resolvido através de doações espontâneas e produtos de marketing que geram ganhos para o encontro.
Os patrocinadores colaboram de distintas maneiras: investindo dinheiro, emprestando serviços e doando produtos para o encontro. Até o momento, perto de 20 milhões de reais foram contribuídos por estes patrocínios e por atos promovidos pela JMJ; entre eles, uma feijoada, coletas e venda de artigos diversos.
A participação do poder público na JMJ será em questões que lhe competem por tratar-se de uma visita de um chefe de Estado, além de questões gerais da realização dos diversos atos, como logística, mobilidade urbana, segurança pública, transporte, comunicação e assistência ao peregrino. Também colaborará com a cessão de espaços para acolher os visitantes.
Na Espanha, o último país em acolher uma Jornada Mundial da Juventude, ao final do evento se calculou em 476 milhões de dólares os ganhos e se geraram 5 000 postos de trabalho.
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