quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Será pior que o álcool", diz psicóloga sobre legalização da maconha


Em entrevista exclusiva ao Guia-me, a psicóloga cristã, pós-graduada em saúde mental, especializada em dependência química, transtornos mentais e programas terapêuticos, Marisa Lobo falou sobre os malefícios que o uso da maconha pode trazer ao usuário, a curto, médio e longo prazo. Segundo a profissional, caso fosse legalizado, o uso / venda da erva poderia tornar-se um problema social ainda pior que a situação do alcoolismo no Brasil.

Confira a entrevista na íntegra:

Guia-me: Há uma polêmica em torno do uso / venda da maconha, sua legalização e os malefícios diretos e indiretos que ela pode trazer à sociedade. Psicologicamente falando, como um usuário é afetado pelo uso deste entorpecente? Em que consiste este processo?

Marisa Lobo: Primeiramente precisamos deixar claro que maconha pode causar dependência química sim, e riscos a saúde mental e física. Sendo assim não deve de forma alguma ser legalizada pois legalizá-la será dar atestado de burrice a nossa geração futura que são a esperança de um mundo melhor, digo isso porque um dos malefícios da maconha é justamente o empobrecimento dos neurônios, a destruição dos neurônicos que são responsáveis por nossa memória

Resultados preliminares de uma pesquisa em andamento na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostram que consumidores de maconha têm performance até 30% inferior à de pessoas que não usam a droga em testes relacionados à capacidade de atenção, processamento de informações, abstração, organização de idéias, tomada de decisões e memória.

Diversos estudos científicos demonstram os prejuízos causados pela droga, em detrimento de informações propagadas na sociedade. Os efeitos são os mais diversos possíveis, a seguir listados, estão alguns efeitos e males causados pelo uso da maconha:

A curto prazo, os efeitos comportamentais típicos são: Período inicial de euforia, Ilariedade, Perda da definição de tempo e espaço: o tempo passa mais lentamente (um minuto pode parecer uma hora ou mais), e as distâncias são calculadas muito maiores do que realmente são (um túnel de 10 metros de comprimento.Pôr exemplo pode parecer ter 50 ou 100 metros.Coordenação motora diminuída,perda do equilíbrio e estabilidade postular,alteração da memória recente,falha nas funções intelectuais e cognitivas,maior fluxo de idéias. Pensamento mais rápido que a capacidade de falar,dificultando a comunicação oral, a concentração, o aprendizado e o desenvolvimento intelectual. idéias confusas,aumento da freqüência cardíaca (taquicardia),hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos). aumento do apetite (especialmente por doces) com secura na boca e garganta.

Doses mais altas de maconha podem levar a: alucinações, ilusões e paranóias, pensamentos confusos e desorganizados, despersonalização, ansiedade e angústia que podem levar ao pânico, sensação de extremidades pesadas, medo da morte, incapacidade para o ato sexual (até impotência).

A longo prazo, a extensão dos danos, bem caracterizados,se restringem ao sistema pulmonar e cardiovascular, maior risco de desenvolver câncer de pulmão,diminuição das defesas, facilitando infecções, dor de garganta e tosse crônica,aumenta os riscos de isquemia cardíaca,percepção do batimento cardíaco. A mulher que amamenta passa as toxinas da droga para a criança através do leite materno, pode causar lesões no feto.

Como vêem, como podemos liberar uma substância, que vai degradar o ser humano, será muito pior que o álcool, que deveria ser proibido e não é porque vende milhões. Já estamos vivendo um grande problema de saúde pública que será ainda maior com a liberação dessa droga .

Guia-me: O uso da maconha é a porta para outras drogas? Haveria um "caminho" normalmente seguido pelos usuários ou isso não pode ser generalizado? (Ex: primeiro a maconha, depois, cocaína, etc.)

Marisa Lobo: Seguramente sem medo de errar digo que é a principal porta de entrada para outras drogas, a busca desenfreada pelo prazer faz muitas vezes o viciado buscar outras drogas mais potentes, além de sua interação com outras drogas, como o álcool, por exemplo que é um dos principais riscos a saúde física, mental e social, pois deixa a pessoa em questão totalmente violenta, potencializando seus efeitos, podendo até matar em uma overdose, além de com o tempo causar danos irreversíveis no cérebro humano, a ordem de vício nem sempre é essa, mas a maconha está presente em quase a totalidade, como um caminho da degradação.

Guia-me: Quem pode ajudar os jovens e adolescentes a se manterem longe de um vício, como a cola, maconha ou outras drogas? Família, escola, igreja, amigos...?

Marisa Lobo: Todos nós, a questão das drogas é que todos nós somos responsáveis, e muitos de nós somos omissos , precisamos ter em mente que só será possível derrotarmos as drogas se trabalharmos em rede , cada um em sua função porém interligados em uma grande corrente solidária de prevenção, ajuda e obtenção de conhecimento. A igreja tem um papel importantíssimo nessa prevenção e também no tratamento é comprovado cientificamente que jovens que freqüentam igrejas com um compromisso espiritual sendo este compromisso cientifico no sentido de conhecimento dos perigos para o físico , psicológico sociais e espiritual das drogas se mantém a distância, porém o que falta é exatamente este conhecimento e diálogo, transparência de não apenas demonizá-la, a droga pode ser o demônio más a pessoa que usa não, ela está sendo enganada pelo falso prazer que ela gera.

Guia-me: Falando como psicóloga, em sua opinião, após a descoberta de que um membro da família está envolvido com drogas, como a família pode ajudá-lo a vencer este mal?

Marisa Lobo: Com muito diálogo e sem preconceito, lembrando que diálogo é uma via de mão dupla onde "eu falo más também escuto". O amor tem que ser exigente, amor que exige atitude, um amor que não aceita que um filho se perca pelas drogas, um amor que reconhece seus erros, e não estou falando dos erros de quem é usuário, mas do familiar que não usa. A responsabilidade é de toda a família, ninguém que ser um dependente químico. Quando um jovem / uma pessoa procura as drogas, não é porque quer esse sofrimento, procura porque deseja fugir de algo, buscar uma alegria que não conhece ainda, usa porque é infeliz. Se fosse feliz não usaria, pois usar drogas é exatamente ir atrás de um prazer e encontram nas drogas. Pena que esse prazer se transforma em pouco tempo em um tormento, pois é enganoso. É um prazer que engana o cérebro e o torna escravo de uma maldição, que é considerado por nós, profissionais, como doença muito grave, que pode levar à morte e precisa ser tratada como tal, uma doença física, psicológica, social e espiritual.

Guia-me: Muitos acreditam que por estarem com sua família dentro da igreja, estão livres de qualquer problema relacionado a drogas. Você concorda com essa opinião? A Igreja "imuniza" uma família desse mal?

Marisa Lobo: De forma alguma, infelizmente as igrejas não tem cumprido seu papel , não em sua totalidade, repreender , demonizá-la simplesmente não afasta usuários nem jovens delas se formos pesquisar em comunidades terapêuticas do mundo todo, quem são os dependentes verá que cerca de 80% são desviados de igrejas evangélicas, lamento informar más é a estatística, o que nos deixa perplexos, e onde está o erro? Em Deus??? Claro que não, está na forma com que a igreja tem trado a questão, a droga afeta o ser humano em 4 dimensões, (bio, psico, social e espiritual) como poderei tratar uma só.

O Processo do vício, depois de instalado é uma grande compulsão, que é impossível sem ajuda controlar, a maioria não controla, apenas desloca de uma droga para outra de um comportamento compulsivo para outro comportamento, muitos estão espiritualmente até bem , porém sua compulsão exposta a estímulos da droga o fazem a ter recaídas, e traz com isso um sofrimento dobrado para quem conhece a palavra de Deus, porque além do fator social, familiar, psicológico auto estima, ainda traz o peso de ter magoa a Deus, muitos por não dar conta dessa dor se afundam cada vez mais chegando até ao suicídio.

Na prevenção sim, a igreja pode se usar de sabedoria impedir que seus jovens mesmo expostos a ela saibam decidir não usar , isso depende de muita clareza , conhecimento e criatividade usar todas as vias e tipos de prevenção, competir com o prazer ou seja dar alegria , mostrar de forma criativa o poder de Deus, colocar o jovem em contato com pessoas que sofrem com as drogas de forma inteligente para que possam ajudar, serem solidários servirem de modelo, outro fator importante na prevenção é a família , que muitas vezes estão totalmente desestruturada e por vergonha e ou não ter quem se importe de fato, vão vivendo uma vida dupla “santos na igreja , nem tanto em casa” pelas minhas pesquisas essa é uma das principais causas de frustrações entre os jovens e isso leva a desvio da fé em conseqüência pode levar a comportamentos destrutivos como o uso de drogas para fugir da realidade hipócrita que vivem

Do ponto de vista técnico, a maconha age no cérebro alterando sua função, causando várias conseqüências. Há portanto muita coisa a dizer e se fazer para se minimizar o uso da maconha. Devemos começar por entender como ela age e seus efeitos.Instruir as novas gerações para que não caiam no vicio, e legalizá-la será um retrocesso a inteligência, é promover o caus total na saúde Publica.

Quanto a Segurança Pública , dizer que legalizar a maconha vai resolver o problema do tráfico de drogas, ou minimizar os problemas de segurança é mais uma prova de que os neurônios desses que acreditam nisso estão lesados definitivamente, pois a única coisa que pode melhorar a questão de segurança pública inteligência , vontade política e união das forças e isso é totalmente destruído pela maconha e outras drogas .

Fonte: www.guiame.com.br
Por João Neto - www.guiame.com.

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