sábado, 29 de junho de 2013

Obama e a política da "igualdade"

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Peter Souza

Como todo mundo certamente sabe, "igualdade" é a chave ideológica das políticas internas do presidenteObama. Que todas as pessoas sejam iguais, diz o presidente, é a "mais evidente das verdades". Não importa se isso é verdade ou não, pois, se você expressar qualquer reserva sobre a igualdade nos dias de hoje, certamente correrá riscos pessoais.

Seja como for, o significado de igualdade está irremediavelmente obscuro pela ausência de especificidades. Seu esclarecimento exige a resposta a uma pergunta anterior: iguais em relação a quê? Peso? Altura? Inteligência? Isso não parece ser o que o presidente tem em mente.

Pelo contrário, quando Obama fala de igualdade, ele parece estar falando sobre favores a determinados indivíduos e grupos que gostam dele e de sua administração; feministas e gays vêm imediatamente à mente como principais membros deste grupo privilegiado.

Assim, temos as políticas de administração, como mulheres em combate e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em que o inconveniente fato das diferenças significativas é deixado de lado, enquanto as pessoas que levantam objeções racionais com base no interesse público são etiquetadas como inimigas da igualdade e, muito provavelmente, irracionais.

Nos exemplos citados, os tipos de igualdade envolvidos atendem pelo nome de "igualdade de gênero". Aqui, é claro, devem ser feitas algumas distinções. Normalmente, isso não ocorre.

Mulheres, homossexuais e homens heterossexuais são realmente iguais em relação a algumas coisas. Mas em tudo? No começo de qualquer lista séria de verdades evidentes está a verdade da complementaridade sexual, e suas reivindicações também devem ser atendidas.

Classificar os requisitos concorrentes de igualdade e complementaridade é uma tarefa política que exige o exercício de virtudes como justiça, solidariedade e, especialmente, prudência. Infelizmente, isso é algo que a féideológica unidimensional na igualdade não se dará ao trabalho de fazer.

Nos tempos modernos, eventos públicos dolorosos têm mostrado repetidamente que a ideologia política pode ser algo muito perigoso. Ideólogos, sejam eles fundamentalistas islâmicos ou velhos marxistas, comumente nutrem visões de uma espécie de paraíso na terra e, se forem suficientemente fanáticos, farão coisas profundamente perturbadoras, a fim de tornar a sua visão real. Barack Obama não é nenhum fanático, mas é um ideólogo da igualdade com um viés fortemente secular e preocupante.

Mandato HHS, dos contraceptivos, é um caso que merece ser mencionado. É a proposta de regulamento que emana do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, em implementação do Obamacare, que originalmente teria exigido (e de fato pode fazê-lo até o momento) que um grande número de planos de saúde de instituições vinculadas à Igreja proporcionem aos seus clientes a cobertura para a compra de anticoncepcionais, abortivos e realização de cirurgias de esterilização.

Perdoem uma digressão, mas observem estas palavras: contraceptivos, medicamentos abortivos e esterilização. O truque frequentemente utilizado pelos defensores do mandato é mencionar apenas "contracepção", silenciando os abortivos e as esterilizações.

Em todo caso, a secretário do HHS, Kathleen Sebelius, disse a uma plateia de Harvard no início deste mês que, a partir de 1º de agosto, "todos os funcionários que não trabalham diretamente para uma igreja ou uma diocese serão incluídos". Isso continua sendo visto.

Mas, como estão as coisas, e deixando de lado aspectos técnicos, os empregadores religiosos estão se tornando peças de uma grande máquina de fornecimento de cobertura universal para a contracepção (e outras coisas), em nome da igualdade.

Se isso acontecer, certamente em breve incluirão o aborto em qualquer fase da gravidez dentro do pacote. Afinal, a ideologia da igualdade exige isso.

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