Fonte: UOL Eleições
O arcebispo metropolitano de Campinas (a 94 km de São Paulo), dom Airton José dos Santos, orienta, em carta enviada os fiéis a não votar em candidatos que defendam o aborto.
O material, direcionado a paróquias e comunidades de católicos, foi divulgado no começo do mês. Para dom Airton José dos Santos, “o aborto não é uma questão religiosa, é uma questão da sociedade”.
Na carta, dom Airton, que assumiu a arquidiocese em abril, escreveu que a escolha dos votos, tanto para prefeito quanto para vereador, deve ser feita analisando se o candidato tem um compromisso com a vida “desde sua concepção”.
Além do aborto, a carta orienta sobre valores como honestidade, competência, transparência, vontade de servir o bem comum, entre outros itens, importantes para “um bom discernimento sobre os candidatos”, segundo ele.
Ainda segundo o texto, dom Airton convoca o cidadão, cristão leigo, a participar de debates e reflexões sobre os programas dos candidatos e orienta que os espaços da comunidade ou paróquia não privilegiem nenhuma sigla partidária.
Candidatos
Quatro dos sete candidatos à Prefeitura de Campinas falaram sobre o assunto, sendo que apenas a candidata Silvia Ferraro (PSTU), única mulher que disputa a liderança da cidade, é favorável à descriminalização do aborto.
Aborto também é tema de eleição municipal, Dia CNBB.
Para Silvia, o tema deve ser tratado como uma questão de saúde pública e não como questão política ou religiosa.
“Defendo a vida das mulheres que estão morrendo por serem obrigadas a buscar clínicas clandestinas para a realização do procedimento. Hoje, no Brasil, a estimativa é de que uma em cada 1.000 mulheres que fazem aborto morram por ano em procedimentos realizados em condições totalmente inadequadas. Por isso sou favorável a descriminalização do aborto”, disse.
A candidata ainda considerou a carta uma hipocrisia da parte da Igreja Católica. “A igreja condena inclusive o uso de métodos contraceptivos. Eu defendo a vida das mulheres e quero educar a população e distribuir os métodos em toda a rede pública, inclusive a pílula do dia seguinte”, disse.
Os outros três candidatos que atenderam à reportagem demonstraram-se favoráveis à opinião do arcebispo. “Eu sou médico parteiro e como tal sou a favor do parto e absolutamente contra o aborto. Não faço e nunca fiz aborto”, disse o candidato à reeleição Pedro Serafim (PDT).
Jonas Donizette (PSB), que lidera as pesquisas, além de ser contra o aborto, elogiou a iniciativa da igreja. “Eu achei a orientação muito boa e concordo plenamente com a opinião do arcebispo”, afirmou.
“Pessoalmente, sou a favor da vida. A legislação sobre o tema é federal, e como prefeito, nesta e em outras matérias, cumprirei o que determina a lei neste e em outros temas de saúde pública”, disse o candidato Marcio Pochmann (PT).
Procurados, os outros três candidatos José Ferreira Campos Filho (PRTB), Rogério Menezes (PV) e Arlei Medeiros (PSOL) não comentaram o assunto.
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/31050
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