quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cardeal Burke sobre grupo de religiosas americanas: ‘Se não pode ser reformado, este grupo não tem o direito de continuar a existir’.


Cardeal Burke.
Cardeal Burke.
WASHINGTON, D.C., 10 de agosto de 2012 – Um alto prelado do Vaticano lançou nova artilharia no esforço do Vaticano em reformar a LCWR [n.t.: algo como Conferência das Lideranças das Religiosas], com o aviso de que a perniciosa organização pode vir a ser fechada se ela falhar em implementar as reformas exigidas pela Igreja.
“Se ela não pode ser reformada, então não tem o direito de continuar a existir”, afirmou o Cardeal Burke, prefeito da Assinatura Apostólica do Vaticano, ao jornalista Raymond Arroyo da rede de televisão católica EWTN, numa entrevista na última quinta-feira.
“Como é possível que estas religiosas consagradas que prometeram seguir a Cristo (…) se oponham ao que pede o Vigário de Cristo? É contraditório”, afirmou.
A Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) lançou a reforma da LCWR em abril com um duro e direto documento levantando sérias questões doutrinais com o grupo, incluindo seu fracasso em defender o ensinamento da Igreja a respeito da homossexualidade, da ordenação de mulheres e do direito à vida. A organização representa cerca de 80% das 57.000 religiosas americanas [Nota do Fratres: curiosamente, as ordens afiliadas à organização "alternativa" à LCWR, a CMSWR -- Conselho das Superioras Maiores das Religiosas --,  que defende o uso do hábito, o ensinamento da Igreja sobre o casamento, aborto, ordenação de mulheres, etc, apesar de ter 15 vezes menos comunidades membros, recebe 4 vezes mais canditadas à vida religiosa].
O Cardeal William Levada, então prefeito da CDF, advertiu em junho que a LCWR poderia perder seu reconhecimento se falhasse em implementar as reformas.
“A questão é: você pode ser católico e ter uma mente questionadora? É isso que estamos perguntando”, afirmou em julho a irmã Pat Farrell, presidente da LCWR, numa entrevista a uma estação de rádio. “Este mandato (….) nos coloca numa posição de estarmos sob o controle de certos bispos, isso não é diálogo. Ao contrário, parece um fechamento ao diálogo”.
“O ensino e a interpretação da fé não podem permanecer estáticos e realmente precisam ser reformulados, repensados sob a ótica do mundo em que vivemos”, continuou.
Em sua entrevista para a EWTN, o Cardeal Burke disse ao jornalista Arroyo que o problema é simplesmente uma questão das irmãs permanecerem fiéis aos seus votos. “Religiosas consagradas (…) estão unidas ao Vigário de Cristo por um laço muito significativo, pois elas professaram (…) seguir Cristo de modo exemplar e, dessa forma, ser fonte de força e inspiração para o Povo de Deus”, ele explicou.
“A questão agora é a conversão à verdadeira natureza da vida religiosa e à grata e humilde aceitação do que o Santo Padre está pedindo através de seus representantes, bem como a reforma da organização”, completou.
O prelado também notou que poucas pessoas se dão conta de que, na verdade, a Santa Sé na verdade, fundou a LCWR em 1956. Assim, o Cardeal Burke perguntou, “Por que o Vaticano não deveria ter o direito de dizer ‘Olhe, esta organização não está cumprindo a missão para a qual nós a fundamos’?”.

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