Matthew Cullinan Hoffman
3 de maio de 2012 (LifeSiteNews.com) — O dissidente chinês Chen Guangcheng, que sofreu anos de prisão e surras por fazer objeção às esterilizações e abortos forçados em sua pátria, pensava que poderia encontrar um abrigo e amizade na embaixada dos Estados Unidos depois de sua recente fuga da prisão domiciliar. Ele está agora aprendendo, do jeito difícil, que o governo pró-aborto de Obama, que ajuda a financiar a mesma “política de único filho” que Chen combate, preferiria vê-lo desaparecer.
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Chen Guangcheng |
A presença de Chen na embaixada durante a semana passada foi pouco mais que um incômodo perigoso para o Departamento de Estado de Hillary Clinton. A principal meta do Departamento de Estado dos EUA é há muito tempo a promoção e proteção dos interesses comerciais americanos no exterior, e os “direitos humanos” muitas vezes fornecem o pretexto útil para criticar governos que se rebelam contra as pressões econômicas dos EUA. Contudo, o caso de Chen apenas ameaça um relacionamento amigável e extremamente lucrativo entre os EUA e a China, e não apresenta nenhuma “vantagem” para a balança final americana.
Pior para Chen é sua oposição desconfortável e embaraçosa à agenda de controle populacional da China, uma política apoiada pelo governo de Obama e em especial pelo Departamento de Estado, que está gastando dezenas de bilhões de dólares em tais programas no mundo inteiro. Embora se oponha, apenas da boca para fora, às esterilizações e abortos forçados, o governo americano está simultaneamente ajudando a financiar a máquina de controle populacional da China com dezenas de milhões de dólares em subsídios para o Fundo de População da ONU (FNUAP), que ajuda a administrar a brutal política de filho único da China.
Talvez seja por isso que, de acordo com Chen, seus “anfitriões” americanos começaram a se parecer mais com membros da máfia internacional do controle populacional que está matando seu país, do que defensores deslumbrados de “direitos humanos”.
Chen, que diz que se sentiu pressionado a deixar a embaixada, acrescenta que finalmente decidiu deixar quando as autoridades americanas lhe informaram que se ele não saísse, sua esposa seria surrada por vingativas autoridades chinesas. Os funcionários da embaixada negam essa declaração, embora admitam que informaram Chen que sua esposa seria levada de volta para a residência em que o casal havia sido surrado muitas vezes.
Até mesmo a organização pró-aborto de direitos humanos “Human Rights Watch” admite, nas palavras de seu diretor, que os “EUA dizem que não transmitiram nenhuma ameaça de prejudicar a família de Chen, mas realmente disseram que eles seriam devolvidos ao lugar onde sofrerem maus-tratos. É a mesma coisa”.
A versão siciliana da máfia italiana poderia ter utilizado uma linguagem como esta: “Você tem uma bela esposa, sr. Chen… seria uma pena se alguém quebrasse as pernas dela…”
A embaixada americana foi tão amistosa quanto um chefão de máfia que quer um favor de você — nesse caso, ir embora. Eles deram muitos “abraços” em Chen, e prometeram lhe dar uma carona legal para um hospital chinês, onde eles permaneceriam com ele, diz ele. Em vez disso, eles abandonaram a ele e sua esposa no hospital. Suas ligações desesperadas para a embaixada não eram atendidas. De repente, Chen era persona non grata na “terra dos livres”.
“A embaixada me disse que providenciariam alguém para me acompanhar o tempo todo”, Chen disse aos jornalistas. “Mas hoje quando cheguei à ala do hospital, vi que não havia uma única autoridade de embaixada ali, de modo que fiquei muito insatisfeito. Senti que eles não me disseram a verdade sobre essa questão”.
Depois que Chen estava de forma segura fora dos muros do complexo da embaixada, o governo dos EUA informou a ele que ele não precisava se incomodar de voltar. “Esse foi um caso fora do comum envolvendo uma circunstância excepcional, não antecipamos que se repetirá”, uma autoridade anônima do governo de Obama disse aos jornalistas.
E caso Chen se sentisse tentado a se queixar sobre o tratamento que recebeu, havia outra mensagem para ele da parte de seu “amigo” Jerome Cohen, assessor da entidade de controle populacional Conselho de Relações Externas, que mantem um relacionamento muito estreito com o Departamento de Estado.
Cohen, que ganhou a confiança de Chen quando ele lhe deu ajuda em suas conversas com o governo chinês em 2005, falou sombriamente das consequências para Chen se ele desagradasse ao governo de Obama.
“Penso que o resultado mais triste seria se acontecessem casos agora que colocassem Chen em guerra com o governo dos EUA que representa seu único apoio seguro”, Cohen disse para a revista Time. “Isso poderia facilmente acontecer por meio de confusão, por meio de confusão sendo semeada que criaria desconfiança entre ele e os EUA, e então ele ficaria aí fora sozinho e isso seria muito, muito infeliz”.
Muito infeliz mesmo. Entende o recado, sr. Chen? Dane-se… e não nos retruque.
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