segunda-feira, 26 de março de 2012

Homossexual convertido: “Quando experimentas a castidade, encontras uma paz que o egoísmo não pode dar.”


26/03/2012 por Everth Queiroz Oliveira

Fonte: Religión en Libertad | Tradução: Ecclesia Una – Sofreu, e muito, por causa de sua homossexualidade. Mas, agora, compartilha com a revista Misión[“Missão”], sem tabus, as feridas da infância que originaram seu sofrimento, e fala com alegria da transformação que tem experimentado em sua vida desde que teve um encontro profundo com Deus.
Rubén García é hoje um homossexual que tem integrado sua sexualidade a uma vida plena na castidade.
Como aponta Misión, “por trás de uma pessoa com inclinações homossexuais se oculta uma história de profunda dor. Uma biografia de feridas afetivas que, pouco a pouco, o levou a refugiar-se em pessoas do mesmo sexo.”
Rubén assegura que a homossexualidade não é genética e que tampouco se escolhe por vontade própria, mas que “é uma desordem que surge por carências afetivas na infância ou na juventude, e por outros fatores comportamentais”.
“Por isso, sanar o coração ferido destas pessoas não é simples. Muito menos em uma sociedade como a nossa, onde reina a incompreensão tanto por parte daqueles que enaltecem a homossexualidade como um direito, como também por aqueles que os veem como depravados sem solução. A realidade não é uma coisa nem outra. A realidade é que são pessoas que necessitam ser amadas com autenticidade, sem reservas”, raciocina a revista familiar de maior difusão na Espanha.
Rubén García conta abertamente as batalhas que teve que enfrentar até que encontrar-se com a fonte do amor: Deus. Ele tem a esperança de que as pessoas aprendam a acolher aos gays e às lésbicas “incondicionalmente”, e consigam dar-lhes o amor e o carinho que necessitam para curar suas feridas e integrar sua sexualidade a uma vida de castidade.
- Desde quando começou a sentir inclinações homossexuais?
- Desde criança, a raiz da carência de afeto do meu padrasto, que me tratava com muita dureza, e tendi a proteger-me no mundo feminino. Desde então, inconscientemente, comecei a buscar o afeto que não tive do meu pai em outros homens. Comecei a ter relações sexuais com homens e, finalmente, trabalhei em um prostíbulo.
- Era feliz com esta forma de vida?
- Teria respondido então que sim, porque no meio homossexual está proibido que digas o contrário. Mas o certo é que, sozinho, sentia um vazio enorme, além de um rancor contra Deus, a Quem eu culpava.
- Como deu o passo da homossexualidade à transexualidade e à prostituição?
- É um processo gradual. Começas jogando com teu corpo, buscando o prazer a tudo custo, te colocas numa dinâmica de permanente insatisfação, confiando em que por aí encontrarás uma relação verdadeira. Mas isso é impossível, posto que acabas utilizando os outros egoisticamente, sem amá-los como pessoas.
- Como mudou de vida?
- Tudo começou quando assisti a um retiro espiritual, em que uma mulher disse que Deus amava a todos, independentemente do que tivéssemos feito. Eu senti que essas palavras eram só pra mim. Que Deus me ama? A mim? Apesar do que eu lhe fiz? Até então tinham me falado de um Deus castigador, um Deus que era uma ameaça para mim. Essa mulher nos apresentou um Deus compassivo, que quer conquistar os pecadores. Pouco depois me confessei e experimentei a paz como nunca. E hoje, depois de anos junto a Deus, frequentando a Penitência e a Eucaristia, posso afirmar que vivo com uma felicidade que não se compara com o estilo de vida que levava antes.
- Muita gente opina que é contraditório ser católico e homossexual…
- A Igreja Católica abre os braços a todas as pessoas, sem exceção. Todos somos pecadores, todos necessitamos da medicina que só Deus pode dar: confissão, oração, leitura da Bíblia, Missa. Nada disso é contraditório com nenhuma pessoa. O contraditório é querer ser feliz sem respeitar a lei que Deus colocou no coração humano.
- Como vive agora sua sexualidade?
Agora sei que meu corpo é templo do Espírito Santo, a menos que O expulse pelo pecado. Posso olhar, falar e abraçar a homens e mulheres, sem limitar-me a abraçar seu corpo. Vejo irmãos aos quais devo servir, não cliente de que devo servir-me.
- É possível ter uma vida plena na castidade?
- Quando uma pessoa experimenta a castidade, encontra uma felicidade que o egoísmo não pode dar. A dependência dos instintos físicos não te faz livre; te converte em um consumidor compulsivo de prazer físico passageiro. É um tópico falso dizer que a promiscuidade sexual te faz livre e a castidade te faz um deprimido. É justamente o contrário.
Rubén García pertence ao grupo Courage Latino [“Coragem Latina”], onde muitos homossexuais e lésbicas compartilham suas experiências de uma vida sacramental e na castidade plena.

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