segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Cinquenta tons de cinza”. Pornografia disfarçada de “erotismo”? Estudo mostra que abuso sexual e emocional dominam a trama

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Um estudo publicado na revista Journal of Women’s Health dos Estados Unidos assinala que o abuso sexual e emocional das mulheres dominam a trama do best-seller “Cinquenta tons de cinza” (50 shades of Grey), um livro pornográfico publicado em 2011 e que vendeu mais de 70 milhões de exemplares.
Esta é a conclusão a que chegou a professora Ana Bonomi, da Universidade estatal de Ohio, quem com suas colaboradoras do departamento de Psicologia pesquisaram sobre o romance de E.L. James enquanto a sua protagonista, “Anastasia”, termina sofrendo danos como resultado de suas experiências sexuais, entre as quais estão várias aberrações como o sadomasoquismo.
“Embora a violência cometida pelos parceiros afete 25 por cento das mulheres com prejuízo para sua saúde, as condições sociais atuais -incluída a normalização do abuso na cultura popular através de romances, filmes e músicas- criam o contexto que sustenta tal violência”, indica o estudo.
A pesquisa descreve como “romântica” e “erótica” a relação do multimilionário Christian Grey, de 28 anos de idade, e a estudante universitária Anastasia Steele, de 22 anos.
Conforme assinala a agência EFE, Bonomi e suas colaboradoras, Lauren E. Altenburger e Nicole L. Walton, leram a novela e escreveram resumos dos capítulos para identificar os temas principais.
Para seu estudo usaram como definição de violência cometida por um parceiro íntimo a dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, que inclui o abuso emocional mediante a intimidação e as ameaças, o isolamento, a vigilância e a humilhação.
Na área da violência sexual a definição governamental inclui os atos e contatos forçados contra a vontade da pessoa, incluídos o uso de álcool e drogas e a intimidação.
“Este livro perpetua os padrões de abuso perigosos e, no entanto, se apresenta como uma história romântica e erótica para as mulheres”, indicou Bonomi. “O conteúdo erótico poderia ter sido conseguido sem o tema do abuso”, acrescentou.
Alejandro Bermúdez, diretor do Grupo ACI dedicou um dos seus “Ponto de Vista”, podcasts diários sobre algum tema, a comentar sobre este livro e disse que “não podemos tirar nada de bom”.
“Se achamos que a intimidade (entre o casal) vai melhorar quando se introduzem perversões, então estamos ante uma má interpretação do que é o matrimônio”
Quanto ao êxito da história do livro, Bermúdez disse que se explica porque “as mulheres tendem mais à imaginação e por isso alguns escrevem pornografia para elas. A palavra escrita ou falada tem mais efeito nas mulheres que nos homens”.
“Aqueles que pretendam justificar a sua leitura, que não mintam. Que digam o que acontece na realidade: ‘leio este livro porque quero ler pornografia’ (…) Não chamemos bem ao mal nem mal ao bem”, assegurou.
Fonte: ACI

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