sexta-feira, 22 de março de 2013

Sacerdote sequestrado pela ditadura: "O Padre Bergoglio não nos denunciou"


Pe. Francisco Jalics
REDAÇÃO CENTRAL, 21 Mar. 13 / 09:20 am (ACI).- Em um comunicado publicado ontem no site oficial dos Jesuítas na Alemanha, o Padre Francisco Jalics descartou enfaticamente que o Papa Francisco, então provincial dos jesuítas na Argentina tenha alguma responsabilidade no sequestro que sofreu em 1976, junto com o sacerdote Orlando Yorio.
Faz uns dias, depois da eleição papal do Cardeal Jorge Bergoglio e a difusão de calúnias contra o novo Pontífice que o vincularam com a ditadura de Rafael Videla, Jalics –que vive retirado na Alemanha– difundiu uma declaração na qual desejou todas as bênçãos ao novo Papa e assegurou que já tinham se reconciliado.
As declarações do Jalics foram interpretadas de forma diferente pela imprensa. Por isso, hoje o sacerdote de 86 anos fez uma nova declaração e descartou a participação do então Padre Bergoglio no cativeiro que viveu por cinco meses junto com o Padre Yorio, falecido no ano 2000.
"Desde minha declaração do dia 15 de março deste ano, recebi muitas perguntas, assim que eu gostaria de acrescentar o seguinte. Sinto-me quase obrigado a fazê-lo, porque alguns comentários dizem o contrário do que eu queria dizer", afirma o Padre Jalics.
"Estes são os fatos: Nem Orlando Yorio nem eu fomos denunciados pelo Padre Bergoglio".
"Como já deixei bem claro na minha declaração anterior, fomos presos por culpa de uma catequista, que trabalhou conosco primeiro, e mais tarde entrou na guerrilha".
"Durante nove meses não a vimos mais, porém dois ou três dias depois de sua detenção também fomos detidos. O oficial, que me interrogou, pediu-me os documentos. Quando viu que eu tinha nascido em Budapeste, pensou que eu era um espião russo".
"Na congregação jesuíta argentina e em círculos católicos se espalharam nos anos prévios informações falsas que indicavam que nós tínhamos mudado aos bairros pobres porque pertencíamos à guerrilha. Mas esse não era o caso. Suponho que estes rumores foram motivados pelo fato de que não fomos liberados imediatamente".
"Antes, inclinava-me a pensar que tínhamos sido vítimas de uma denúncia. Mas ao final dos 90, entendi depois de muitas conversas que esta hipótese era infundada".
"Portanto, é errôneo afirmar que fomos capturados por iniciativa do Padre Bergoglio", conclui.

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