sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Meios de comunicação “manipularam” declarações sobre suposto apoio da Igreja a uniões civis homossexuais.




ACI
O Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vicenzo Paglia, disse que está “surpreendido” pela manipulação que alguns meios de comunicação fizeram de algumas de suas declarações feitas recentemente, apresentando-as como uma suposta “abertura” da Igreja às uniões homossexuais e recordou que o matrimônio é a união entre um homem e uma mulher para formar uma família.
A Rádio Vaticano perguntou ontem ao Prelado sobre suas palavras em uma conferência de imprensa feita no dia 4 de fevereiro na qual falou, assinala a emissora, sobre “direitos individuais, em particular em relação aos assuntos patrimoniais. Mas alguns meios disseram que você (Dom Paglia) teria falado sobre o reconhecimento dos direitos dos casais homossexuais. Mas estas afirmações não estão nos seus textos”.
Dom Paglia disse a respeito que “obviamente me surpreendi pelo que alguns meios reportaram. Não só não compreenderam minhas palavras –como tampouco entenderam o afeto com o qual foram ditas– mas na verdade, e talvez com consciência, foram ‘descarriladas’”.
“Permitam-me esta imagem ferroviária: descarrilaram-se do seu trilho. E tenho certeza de que, quando o trem se descarrila, não encontra a estação, corre o risco de encontrar o precipício. Outra coisa é verificar se nos ordenamentos existentes se podem obter as leis que tutelem os direitos individuais. Isto é muito diferente à aprovação de certas perspectivas”.
O Prelado respondeu assim às interpretações de alguns meios que depois da conferência de imprensa informaram sobre o suposto “apoio” do Vaticano às uniões homossexuais.
Em L’Osservatore Romano em espanhol de 5 de fevereiro se lê que Dom Paglia, falando sobre a maciça manifestação a favor do matrimônio na França, assinalou que “é decisivo pensar bem antes de tomar decisões que podem ter trágicas consequências. Não se pode ter a pretensão de mudar a cultura mesma com uma lei que não consegue unanimidade”.
Nesta linha propôs enfrentar “as questões das uniões entre pessoas do mesmo sexo no âmbito do direito privado, garantindo assim também as questões patrimoniais”. Obviamente, disse, “precisa-se evitar toda discriminação. Todos os filhos de Deus têm igual dignidade e são intocáveis”.
O Arcebispo destacou nessa ocasião que “não é possível pensar que o matrimônio esteja justificado por outros afetos que não correspondem à relação entre homem e mulher, que supõe a geração dos filhos. Precisamente o respeito pela verdade põe em guarda ante um igualitarismo doentio que suprime toda diferença”.
Nas declarações de hoje à Rádio Vaticano, Dom Paglia também se solidarizou com os Bispos da Inglaterra e Gales, logo depois de que a Câmara dos Comuns aprovasse as uniões de pessoas do mesmo sexo.
O Arcebispo recordou que “a doutrina da Igreja sobre isto é muito clara. Para falar a verdade, é clara também uma tradição jurídica de vários milênios, que atravessa, além disso, todas as culturas: o matrimônio é entre um homem e uma mulher para fundar uma família”.
“Essa é a razão pela qual acho que desviar-se desta afirmação significa empreender caminhos que realmente não se sabe para onde vão ou, melhor dizendo, sabemos que levam não à estabilidade, mas sim à instabilidade e à desordem da sociedade humana”.
Dom Paglia rechaçou qualquer discriminação contra os homossexuais, que também são filhos de Deus, e recordou que em 1986, o então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje o Papa Bento XVI, disse que “é deplorável que as pessoas homossexuais tenham sido ou sejam agora objeto de expressões malévolas ou de ações violentas”.
“Acho que não se pode dizer nada mais claro que isso. Auguro verdadeiramente que aquele tesouro precioso, o patrimônio da humanidade que é a família, possa ser defendido, sustentado e ajudado sem distorcer seu significado”, concluiu o Arcebispo.
Outra notícia…
Um cartaz com o rosto de um bebê acompanhado de mensagens como “não quero ser o brinquedo adotável de um casal gay” chamou a atenção de muitos em Bergamo, Itália, por conter mensagens contrárias à adoção homossexual.
O cartaz apresentado pela Associação Italiana de Ciência e Vida para o Futuro do Homem, no marco das atividades que se realizam na Itália comemorando a 35ª Jornada Nacional pela Vida em 3 de fevereiro, continha frases que para alguns causou polêmica.
No cartaz se lia “Eu não sou um direito. Quero um pai homem e uma mãe mulher. Não quero ser o brinquedo adotável de um casal gay. Não quero ser o produto de uma fecundação artificial e nascer de hormônios supérfluos, tenho o direito de nascer de uma relação natural de amor entre um homem e uma mulher”.
O presidente da Associação em Bergamo, o doutor Giambattista Guizzetti, em diálogo telefônico com o grupo ACI em 6 de fevereiro, advertiu que o cartaz não é parte de uma campanha “contra os homossexuais, o que fazemos é uma promoção do que significa adotar uma criança em uma família”.
A Associação é reconhecida por seu árduo trabalho em proteger a figura do ser humano em todas as etapas de sua vida, protege seus direitos naturais que são princípios não negociáveis do homem em todo aspecto.
“Queremos formar a consciência de que a criança tem o direito a estar em um lugar onde exista um casal formado por um pai e uma mãe” afirmou e assinalou que o cartaz foi feito só para a jornada com o objetivo de alentar “a mensagem que a criança nasce dentro de uma família formada por um pai e uma mãe”.
Guizzetti comentou que “as pessoas que viram e leram este cartaz, são pessoas que reagiram positivamente, que estão a favor da vida e contra este tipo de adoções”.
O doutor disse que embora na Itália não esteja legalizado nem o “matrimônio” homossexual nem as adoções pelos casais do mesmo sexo, existem projetos impulsionados por alguns grupos que buscam a sua legalização, portanto é importante “divulgar e conscientizar sobre os direitos naturais do ser humano”.
A Jornada Nacional pela Vida é uma atividade promovida pelos Bispos da Itália que se celebra todos os anos. Centenas de voluntários, movimentos e associações da Itália se unem para promover em sua diocese a defesa da vida e lutar contra o aborto.
Este ano os Bispos em sua mensagem pela jornada chamada “Gera a vida, vence a crise” assinalaram que sustentar a vida implica uma série de ações de solidariedade, e que a comunidade deve ser protagonista de uma ação que alente a todas as pessoas e famílias a não terem medo pela chegada de uma criança.

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