quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Novo livro de Bento XVI: quando a relação do homem com Deus é prejudicada todo o seu ser se desordena


Vaticano, 22 Nov. 12 / 10:51 am (ACI).- No novo e último livro da série ‘Jesus de Nazaré’, no volume intitulado ‘A infância de Jesus’, que chegou ontem às livrarias de Portugal, Bento XVI fala da historicidade dos Evangelhos e ressalta: se ficar transtornada a primeira relação fundamental do homem – a relação com Deus -, então nada mais pode estar verdadeiramente em ordem.   

Segundo informou a Agência Ecclesia do episcopado português, Bento XVI cita autores da antiguidade, incluindo o poeta latino Virgílio, para falar no anseio de paz que se vivia no tempo de Jesus, e deixa um alerta: “Quando o imperador se diviniza e reivindica qualidades divinas, a política ultrapassa os próprios limites e promete aquilo que não pode cumprir”.

“Às vezes, no curso da história, os poderosos deste mundo colocam-no [reino de Jesus] sob a sua alçada, mas é precisamente então que ele corre perigo: querem ligar o seu poder ao poder de Jesus e, assim, deformam o seu reino, tornando-se uma ameaça para ele”, escreve o Papa,

“Deus com a sua verdade, opõe-se à múltipla mentira do homem, ao seu egoísmo e à sua soberba”, explica o Pontífice.

Jesus, afirma Bento XVI, “não corresponde à expectativa imediata de salvação messiânica por parte dos homens, que se sentiam oprimidos não tanto pelos seus pecados quanto, sobretudo, pelos seus sofrimentos, a sua falta de liberdade, a sua existência miserável”.

“O homem é um ser relacional: se ficar transtornada a primeira relação fundamental do homem – a relação com Deus -, então nada mais pode estar verdadeiramente em ordem. É desta prioridade que se trata na mensagem e na atividade de Jesus”, acrescenta.

Joseph Ratzinger centra-se na figura que é apresentada pelos evangelhos canônicos, considerando estes livros como as fontes fidedignas sobre a vidade Cristo.

O volume divide-se em quatro capítulos e aborda o arco histórico que começa na apresentação da genealogia de Jesus e termina na sua separação e reencontro com os pais, em Jerusalém, aos 12 anos.

O livro teve uma tiragem inicial de mais de um milhão de exemplares em oito línguas (italiano, francês, inglês, espanhol, alemão, português [europeu e do Brasil], croata, polaco), estando previstas traduções em 20 idiomas.

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