sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Quando dão mais valor a um cachorro que à vida de uma criança…


07/09/2012 por Everth Queiroz Oliveira

Não é de hoje que acusam a Igreja Católica de atrasar o “progresso da humanidade”, de ser “inimiga da ciência” ou de impedir o avanço da democracia… São acusações injustas. É verdade que defendemos valores e preceitos antiquíssimos – herança apostólica, coisa que só mesmo a Sé de Pedro preservou integralmente ao longo dos últimos milênios -, o que não significa que a religião cristã está “fora de moda” e, portanto, sem aplicação prática nos tempos hodiernos. Não. A sociedade moderna precisa mais do que nunca do Evangelho de Cristo e da pregação da Igreja Católica.
É esta a conclusão a que chegamos quando tomamos conhecimento dos verdadeiros propósitos desta reforma que pretendem fazer ao Código Penal. Pelo que está no texto da proposta, seríamos levados a crer que a vida de um animal doméstico é superior à dignidade da vida humana. Não, não é exagero. Para quem “abandonar, em qualquer espaço público ou privado, animal doméstico, domesticado, silvestre ou em rota migratória, do qual se detém a propriedade, posse ou guarda”, é prevista uma pena de um a quatro anos de detenção. Por outro lado, quem “deixar de prestar assistência (…)  à criança abandonada ou extraviada”, propõe-se de um a seis meses de reclusão, ou mesmo uma simples multa. Uma pessoa pode ficar mais tempo presa por destratar uma ninhada de filhotes de rolinha, do que por abandonar uma criança!
É este o avanço, o progresso, a evolução que queremos? É para tratar com desprezo e negligência nossos filhos que chegamos ao presente momento da história? Perdão, mas se esta proposta de reforma do Código Penal for realmente levada a sério, passando a vigorar em um futuro próximo, só podemos vislumbrar um fim para este país: a destruição. Foi assim que caiu o Império Romano; foi pelos maus costumes do povo e pelo desprezo da vida humana que veio abaixo uma das maiores civilizações antigas; foi pela depravação de um povo que vivia para o prazer, que desmoronou uma das estruturas políticas mais fortes da Antiguidade. Eu sei, hoje é dia 7 de setembro, hoje é um dia festivo para os brasileiros… Celebramos 190 anos de Independência! Mas, infeliz de nós! Pela adesão de nossos governantes à “cultura de morte”, podemos nos tornar dependentes das grandes organizações mundiais que financiam a infâmia; podemos nos tornar escravos deste imundo projeto antinatalista impetrado para desfigurar o Cristo, a Igreja e o próprio ser humano.
Podemos nos tornar dependentes… Mas o nosso povo é cristão! E, embora muitas vezes não tenhamos consciência disto, somos fortes, fortes o suficiente para erigir uma democracia que preze pela dignidade da vida do nascituro, pela importância da família e pelo respeito às liberdades individuais e religiosas. Daí a importância de que os católicos tomem consciência da necessidade de sua ação política. Trago, aqui, neste sentido, trecho de uma entrevista concedida recentemente pelo padre Paulo Ricardo à agência Zenit.
“Na realidade, o católico está, infelizmente alienado da vida política. Enquanto católico criou-se uma mentalidade de que porque o Estado é laico as pessoas não podem manifestar seus valores éticos e religiosos no mundo da política. Essa mentalidade é completamente absurda porque nós sabemos que toda lei manifesta um ethos, toda lei manifesta uma visão de mundo e um quadro de valores. Ora, o Estado pode ser laico, mas os brasileiros são religiosos. E eles têm não somente o direito mas o dever de levar esse seu ethos à própria confecção das leis. Ora, por causa dessa ideologia laicista o católico introjetou uma espécie de minoridade. Enquanto ele é religioso, católico, possui as suas convicções, mas é como se fosse um cidadão de segunda categoria. Só tem direito de se manifestar aquele que é ateu, materialista militante… o católico fica de lado. Na realidade precisamos acordar o católico consciente, convicto, praticante, fiel à Igreja e ao Papa, para a sua missão, a sua vocação no mundo da política. O diabo, na verdade, fez o trabalho dele muito bem feito. Colocou na cabeça do católico que política é para gente soncha, para pessoa soncha. Portanto, ele não deve imiscuir-se nesse ponto. É assim que, então, temos no Brasil uma situação bastante esdrúxula de uma maioria silenciosa que é governada quase que ditatorialmente por uma minoria que conseguiu amordaçar essa maioria.
Urge que entremos de corpo e alma neste combate. Que entreguemo-nos, de fato. Sabemos que a vitória já é nossa, a vitória é de Cristo; mas, ao mesmo tempo, é relevante o fato de que Deus age no mundo contando com a colaboração de homens de boa vontade. A vida humana é um bem precioso, e é a Igreja a responsável por resgatar esta verdade tão desprezada em nosso tempo. Porque, afinal, não se pode falar de progresso, quando dão mais valor à vida de um cachorro que à vida de uma criança. Não se pode falar de avanço científico, quando os próprios fundamentos da biologia ou da genética são manipulados em nome dos “direitos reprodutivos da mulher”. E, por fim, não se pode falar de democracia, quando um pequeno grupo de tiranos homicidas quer impor à sociedade o silêncio, a repressão… e a morte.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

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