sábado, 7 de julho de 2012

A Igreja e a diferença entre CONCEITO e preconceito na análise da homossexualidade.




A igreja teria preconceito com Homossexuais e com a homossexualidade?
É importante rever o que a palavra preconceito realmente significa:
PRECONCEITO: Conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério; superstição; prejuízo; erro.
PRÉ (antecipação) +CONCEITO (entendimento, idéia, opinião) “antecipação de idéia”, sem base, sem concepção sólida.
PRECONCEITO é a antecipação de idéia que provém de excessiva crença que pode prejudicar alguém ou um grupo com essa concepção equivocada.
Pela autêntica compreensão da própria palavra, entende-se que a posição da Igreja a esse respeito é de conceito e não de preconceito e de que sua posição é baseada em seus valores, doutrina e em suas crenças advindas da revelação, das leis morais e da lei natural.
Para haver um verdadeiro diálogo entre posições diferentes, precisa-se de posições claras e definidas. A Igreja as tem e as afirma para convidar o “mundo” à reflexão e oferecer dados também teológicos, filosóficos  e humanos que permitam um amadurecimento social, político, jurídico, moral, deste assunto inconclusivo para as ciências modernas, especialmente em suas origens, que extrapola a religião e que diz respeito ao ser humano, a família e a sociedade como um todo.
Na verdade, todo mundo pré-concebe, ou seja, concebe de antemão, tem concepções pré-definidas sobre determinados objetos ou assuntos, já que todo mundo tem conceito, isso se refere a idéias políticas, religiosas ou esportivas. A própria ciência tem concepções pré-definidas como ponto de partida para seus experimentos.
O problema é quando esse conceito é usado de forma desrespeitosa e destrutiva.
Mesmo as pessoas com tendência homossexual têm PRE- conceitos acerca do machismo, dos neonazistas que erradamente os perseguem e até mesmo da Igreja e de suas posições.
A Igreja tem o direito de impor suas crenças e conceitos para o mundo?
A igreja não impõe suas crenças e valores ao mundo, porém não pode deixar de afirmar aquilo que crê.
Ela retira principalmente da revelação Divina, das sagradas escrituras e de sua tradição milenar sua percepção, sem deixar de ser decisivamente influenciada pela lei natural que referenda e confirma essa posição, além do reforço das ciências humanas que estudam a questão.
Por causa do assunto hoje muito debatido, talvez até pareça que a posição da Igreja sobre o assunto é nova. Não é! Sua posição tem base histórica e bíblica. Seu magistério, em tempo algum, entendeu a homossexualidade como sendo normal (Ou seja, dentro da norma social, sexual e humana.) é uma posição que foi se firmando em dois mil anos!! Não é uma opinião de algumas pessoas da Igreja, mas é aquilo que lhe foi revelado pelo seu Senhor e continuamente reafirmado em épocas e culturas diferentes onde a igreja se fez e se faz presente. O fato desta posição ser milenar não significa que ela seja velha mas de que é solida, não mutável, consistente.As verdades naturais sobre o Homem não mudam com o tempo.Matar é errado em qualquer época,por exemplo.
Em respeito à sua missão e a defesa da verdade que ela crê a Igreja sempre terá essa posição. Ou seja, esse é seu conceito e sua crença! Ninguém pode lhe retirar esse direito nem lhe cercear a liberdade de falar sobre o assunto de forma clara, mesmo que isso cause certos desconfortos. A Igreja também tem “grandes desconfortos” com muitas posições que o “mundo”defende.Ela respeita o direito de expressão, porém reserva-se no direito também de discordar dentro da lei,das  normas sociais e dos princípios de convivência democráticos que regem as sociedades” livres”.
Quais alguns Conceitos da Igreja a esse respeito?
-A homossexualidade se reveste de formas variadas no tempo e nas culturas humanas;
-A Gênese psíquica da homossexualidade continua amplamente inexplicada;
-Os atos de Homossexualidade são intrinsecamente desordenados; São contrários a lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira;
-Um número não negligenciável de homens e mulheres apresentam tendências homossexuais profundamente enraizadas;
-As pessoas com essa dificuldade devem ser acolhidas com respeito, compaixão e delicadeza, não podem ser discriminadas, já que a questão não são as pessoas em si, mas a tendência assumida e o comportamento imoral que muitas vezes deriva disso;
-O matrimonio não é uma união qualquer entre duas pessoas, mas a união de duas pessoas de sexos diferentes, fundado pelo criador com natureza, propriedades essenciais e finalidades definidas.
-A união de dois homens ou mulheres entre si, não respeita esses princípios antropológicos, religiosos e naturais, mesmo que se queira dar uma legitimação jurídica a esse tipo de união.
-As pessoas que tem tendência homossexual,se cristãs, são chamadas a realizar a vontade de Deus em suas vidas e unir ao sacrificio de Jesus na cruz as dificuldades por causa de sua condição.Como qualquer cristão,são chamadas à castidade e,pelas virtudes de autodominio,deixarem-se educar para a liberdade interior em busca, gradual e firme, da perfeição cristã.
Também é senso comum dentro da experiência pastoral da Igreja que:
-As pessoas não têm culpa de serem homossexuais, não se trata de doença e o tema não é tão simples como parece. É complexo pela correlação de realidades humanas, psicologias e espirituais envolvidas em cada pessoa que tem a tendência, muitas sofrem com a rejeição social e desejam sinceramente mudar,embora existam aqueles que” se sentem bem” com o assumir-se homossexual, negam a si a possibilidade de mudança e combatem aqueles que acreditam nesta possibilidade- REAL- de mudança.
-Não existe nenhuma evidência cientifica conclusiva que se trata de um problema de origem genética. E mesmo que fosse apenas reforçaria a razão e o senso comum de que o ser humano é livre, capaz de Deus e que pode batalhar pela sua normalidade afetivo-sexual;
-Não se pode crer em uma visão determinista do homem, isso fere sua dignidade e rouba-lhe a responsabilidade de construir com autêntica liberdade seu destino. Embora se saiba que a tendência homossexual não é uma opção ou escolha, existem, todavia, escolhas livres de comportamentos, estilos de convivência social e opções inteligentes e racionais de valores de sustentação capazes de dar sentido à própria vida.
-Os atos cometidos por todas as pessoas, homossexuais ou heterossexuais, não são moralmente neutros,eles tem repercussões em si, nos outros e na sociedade como um todo. Os valores morais também não são valores exclusivos das religiões mas valores das sociedades de todos os tempos.(das ciências como o Direito, por exemplo,que analisa sempre em muito de seus julgamentos “a moralidade dos atos humanos” em uma perspectiva não religiosa)
-A homossexualidade não é imutável. Não se nega que é desafiante conviver com ela, porém se afirma a crença na graça de Deus e do homem sob esta graça, capaz de reordenar o desordenado. Quando se quer sinceramente, quase sempre se consegue. A Igreja tem testemunhos disso em sua história..
-Além da questão religiosa e moral o tema toca em assuntos delicados e sérios para a sociedade como um todo – e não apenas para a Igreja! Como a adoção de crianças por casais homossexuais; a união civil entre gays; a identidade de gênero que atinge o processo educativo das crianças e adolescentes ao afirmar de que o gênero, ou o sexo de cada pessoa, não é natural e que é questão de escolha pessoal;A liberdade de discordar sendo encarada como “homofobia” gerando possibilidades de processos judiciais cerceando o direito constitucional, humano e democrático de expressar opinião. “Não concordo com nenhuma palavra sua, mas darei minha vida pelo direito de dizê-la”, do  iluminista Francês ,Voltaire. Essa frase traduz bem o que se entende por liberdade de expressão nesta situação.
Por outro lado essa liberdade,que deixaria de ser autêntica liberdade,não pode ser usada para encobrir ou justificar a intolerância, preconceito, agressão física, moral, o desprezo e tantas coisas erradas que se fazem contra as pessoas que tem tendência homossexual assumida, agressões inadmissíveis e que não poderão ser aprovadas em nenhuma circunstância.
Essas questões são debatidas hoje no mundo todo.A Igreja participa desta discussão iluminando a consciência dos legisladores e eleitores,católicos e não católicos.É sua missão.
-”Sempre existiu homossexualidade na história humana, em todas as culturas, tempos e instituições”, como também sempre existiu adultério, intolerância, perseguição, injustiça… Ou seja ,isso não pode ser usado como ponto de reforço da inevitabilidade ou suposta normalidade da homossexualidade. Poderia se dizer nesta mesma linha de raciocínio que sempre existiu a união natural do homem com a mulher na história humana, como contra-argumento à busca de normalização da homossexualidade na história. O fato de ser freqüente afirma que é comum mas não que é normal ou normativa na grande maioria das civilizações.
-A palavra de Deus quando trata do assunto é clara e sempre afirma a prática homossexual como desordenada. As sagradas escrituras, embora escritas em tempos históricos diferentes, tem posições morais que não são mutáveis com o tempo,já que se trata da palavra de Deus divinamente inspirada. Respeita-se, claro, o direito das pessoas não católicas crerem nisso ou não, Mas nós católicos cremos de verdade nisso!
Deve se respeitar as pessoas como elas são, é pura verdade, mas isso não significa concordar com a forma como elas agem e vivem. Isso funciona de forma normal na sociedade e é aceita por todos. Não concordar aqui não significa perseguir, mas também não se omitir em afirmar no que se crê e propor uma vida diferente: A pessoa pode aceitar ou não. Não negamos, contudo, que torcemos com todas as nossas forças que ela aceite!
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio

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