quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Há 150 anos, Igreja reconhecia aparições da Virgem em Lourdes.


Terra
No dia 18 de janeiro de 1862, a Igreja Católica admitiu como verdadeiras as 18 aparições da Virgem de Lourdes, relatadas pela camponesa Bernadette Soubirous, abrindo caminho a manifestações de fé acompanhadas, agora anualmente, por cerca de 6 milhões de peregrinos.
“Julgamos que a Maria Imaculada, Mãe de Deus, apareceu, realmente, a Bernadette Soubirous, no dia 11 de fevereiro de 1858 e nos dias seguintes” na gruta de Massabielle, e que “esta aparição se reveste de todos os elementos da verdade”, proclamou, no dia 18 de janeiro de 1862 o bispo de Tarbes, Monsenhor Bertrand-Sévère Laurence.
Esta oficialização, que será celebrada na quarta-feira, com missa solene nos Santuários, “desencadeou dois processos: a participação do clero nas procissões que vinham acontecendo na gruta, e a construção da primeira basílica”, da Imaculada Conceição, lembrou à AFP o bispo de Tarbes e Lourdes, Monsenhor Jacques Perrier.
Isso respondia aos dois pedidos feitos pela Virgem a Bernadette: “Diga aos sacerdotes que venham aqui em procissão e que se construa, no lugar, uma capela”.
A pequena comunidade de Loubajac (400 habitantes), situada perto de Lourdes, foi local da primeira peregrinação, conduzida por um padre. Hoje, além das visitações individuais e de pequenos grupos, cerca de 500 romarias oficiais convergem anualmente em direção à cidade mariana.
Em 2008, 9 milhões de pessoas se reuniram no espaço de 52 hectares dos Santuários.
À primeira capela, construída em 1871, se somaram outras 30, entre elas a da basílica São Pio X (1958) que pode receber mais de 20.000 fiéis.
Mais de 10.000 metros cúbicos da água da fonte, considerada “milagrosa” são consumidos anualmente (nas fontes, torneiras, piscinas), assim como 700 toneladas de círios que aí são queimados.
As aparições, precisou Monsenhor Perrier, são “altamente críveis e recomendadas pela Igreja”.
O reconhecimento demorou mais de três anos. As declarações de Monsenhor Laurence foram estudadas por uma comissão de investigação criada para verificar seu impacto espiritual, a saúde mental de Bernadette e a solidez das curas observadas em Lourdes.
Desde 1884, mais de 7.000 casos de curas inexplicadas foram constatados em Lourdes, mas menos de 1% delas foram beneficiadas com um reconhecimento oficial: apenas 67 milagres foram autenticados.
Ao contrário de outros locais de aparição mariana reconhecidos (Fátima em Portugal, Guadalupe, no México…), os peregrinos de Lourdes foram “internacionais” desde o começo, destacou Monsenhor Perrier.
Hoje, cerca de 70 nacionalidades são representadas nas peregrinações organizadas.
Outra característica, destacou o bispo, Lourdes possui uma ligação muito forte com os doentes e as curas, e o Papa João Paulo decretou o 11 de fevereiro, como festa de Nossa Senhora de Lourdes, “e dia mundial dos doentes”.
Enfim, assinalou, Lourdes é o único lugar de aparição da Virgem onde foi constatada uma ligação entre Suas palavras ditas particularmente a uma pessoa – Bernadette -, e um dogma público: Ela teria declarado, com efeito, em dialeto gascão “Que soy era immaculada councepciou” (”Sou a Imaculada Conceição”), referindo-se ao dogma promulgado quatro anos antes, em 1854, pelo Papa Pio IX.

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