sábado, 30 de novembro de 2013

Preferir a morte para entrar na vida

Na batalha diária para fazer a vontade de Deus, os cristãos são chamados a imitar o testemunho dos mártires e trilhar o caminho do Céu

Uma sentença do século III, de Orígenes, diz que "diante de uma tentação, um cristão sai mártir ou idólatra".
Todos os dias os homens são confrontados pela tentação demoníaca que oferece um caminho mais fácil, mais prazeroso. E não é diferente com os seguidores de Jesus: é-lhes comumente apresentada a sedutora proposta de abandonar a Deus e o caminho da Cruz, de adorar a criatura no lugar do Criador, de procurar a felicidade onde ela não se encontra: no dinheiro, na bebida, no sexo, na fama e em tantas outras coisas. Por outro lado, rejeitar essas criaturas que se arrogam o direito de tomar o lugar de Deus implica numa espécie de morte, de martírio.
Para fortalecer a coragem cristã, poucas coisas são tão importantes quanto a leitura e a meditação assídua do Evangelho e da vida dos santos. "A santidade na Igreja representa uma hermenêutica da Escritura da qual ninguém pode prescindir", indicava o Papa Bento XVI. "O Espírito Santo que inspirou os autores sagrados é o mesmo que anima os Santos a darem a vida pelo Evangelho. Entrar na sua escola constitui um caminho seguro para efetuar uma hermenêutica viva e eficaz da Palavra de Deus"01.
Pode acontecer que as pessoas, ao se debruçar sobre a riqueza misteriosa das Escrituras, imaginem a santidade como algo muito distante, seja no tempo, seja na própria dimensão das possibilidades de vida humana. Ao ler a vida dos santos, no entanto, o cristão depara-se com o Verbo que novamente se encarna na história. A santidade deixa de ser uma realidade "do século I", grafada em letras arcaicas ou "mortas": é uma verdade palpável, que toca também os homens dos nossos dias. É especialmente no esbarrar-se com aqueles que viveram verdadeiramente a Palavra de Deus que o ser humano se encontra com a "Beleza tão antiga e tão nova" da qual fala Santo Agostinho em suas Confissões.
A mensagem de Cristo nunca é velha, atrasada ou "inadequada" para os tempos modernos, como muitas leituras anticlericais sugerem; ao contrário, ela se rejuvenesce a cada testemunho vigoroso de amor, a cada mártir que se recusa a trair sua fé.
Neste contexto, um relato forte retirado da Bíblia, embora aborde uma perseguição ocorrida aos judeus, ajuda os cristãos a inflamar em si mesmos o espírito de fortaleza e de coragem. O trecho em questão narra o destemor de uma mãe e de seus sete filhos, todos mortos pelo rei Antíoco IV Epifânio, durante uma perseguição violenta ocorrida em Jerusalém, no século II a. C.
O Segundo Livro dos Macabeus afirma que os infantes "foram um dia presos com sua mãe" e instados a comer carne de porco, "por meio de golpes de azorrague e de nervos de boi" (7, 1). Um azorrague era uma espécie de açoite feito com tiras de couro e que possuía, em cada ponta, um instrumento cortante ou pedaços de articulações de carneiro. O espírito daquela família, no entanto, era resoluto. Nenhum dos terríveis golpes de azorrague diminuiu-lhes o fervor em cumprir a vontade de Deus: "Estamos prontos a morrer, antes de violar as leis de nossos pais" (v. 2), disse um deles, sem medo.
As torturas se seguiam, como em um conto de terror. "O rei (...) ordenou que aquecessem até a brasa assadeiras e caldeirões (...) [e] que cortassem a língua do que falara por todos e, depois, que lhe arrancassem a pele da cabeça e lhe cortassem também as extremidades, tudo isso à vista de seus irmãos e de sua mãe" (v. 3-4).
O que fizeram, então, aqueles rapazes, vendo seu irmão ser cruelmente torturado até o suplício? Não renunciavam a seu propósito, nem titubeavam, mas "exortavam-se mutuamente a morrer com coragem" (v. 6). Animados pela esperança na ressurreição dos mortos, eles entregavam bravamente sua vida a Deus, um por um.
Chegando o momento de infligir a morte ao filho mais novo, Antíoco recuou, por um instante. Ele insistia com ele, "prometendo-lhe com juramente torná-lo rico e feliz, se abandonasse as tradições de seus antepassados, tratá-lo como amigo e confiar-lhe cargos" (v. 24). Mas, nem assim o jovem cedia. Então, o rei tentou conversar com sua mãe. Narra o autor sagrado que ele "mandou que a mãe se aproximasse e o exortasse (...) para que o adolescente salvasse sua vida" (v. 25).
E o que fez aquela mulher, que tinha visto os outros seis filhos serem torturados e mortos diante de si? O que fez aquela mãe, cuja alma se encontrava dilacerada, à semelhança de Nossa Senhora, no Calvário? A Escritura diz que "ela consentiu em persuadir o filho" (v. 26), mas que, em seguida, exortou-lhe, falando na língua materna: "Meu filho, (...) não temas (...) este algoz, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que no dia da misericórdia eu te encontre no meio deles" (v. 27.29).
Esta santa mulher, mesmo acabrunhada pela dor de perder todos os seus filhos, estava consciente de que havia algo muito pior que a morte do corpo: a perdição da alma. "Seguindo as pegadas de todos os seus filhos, a mãe pereceu por último" (v. 41). Naquele dia, uma família inteira entregava-se em sacrifício a Deus. Eles preferiram morrer a violar as leis de seus pais, a abandonar as tradições de seus antepassados.
Olhando para a história da Igreja, não é difícil encontrar dramas muito parecidos com este contado pelo Espírito Santo. De São Pedro a São Maximiliano Kolbe, de São Josafá aos mártires deste tempo, inúmeros são os exemplos de homens e mulheres que ofereceram a sua vida em holocausto, preferindo a morte a ofender a Deus. No dia a dia, todos os cristãos são chamados a testemunhar a mesma coragem destes grandes servos da fé, senão pelo sangue, pelo sacrifício quotidiano e pela prática da penitência. Este é o único caminho possível para o Céu. O outro é a idolatria – que, por sua vez, conduz à morte eterna.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Sacrifício, o real significado do Matrimônio

Quem se une em matrimônio deve amar o outro “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”.

Sacrifício, o verdadeiro significado do Matrimônio
O motivo de muitos casamentos não "funcionarem", por assim dizer, reside na esperança que os esposos não poucas vezes depositam no lugar errado. Muitas pessoas têm se unido com a finalidade de satisfazer a si mesmas. Assim, quando surgem as primeiras dificuldades, os primeiros desarranjos, o casal entra em crise e quer se separar. Trata-se, sem dúvida, de um problema de fé. A pessoa crê firmemente que se casou para "ser feliz". Assim, se o seu cônjuge não passa de um obstáculo no caminho rumo a esta "felicidade egoísta", nada resta senão descartar de modo definitivo esta pessoa – como se descarta um objeto mesmo.
Neste conflito, sequer os filhos constituem um empecilho para que os pais se divorciem. Afinal, se o que importa é a felicidade deles, o importante são eles, nada mais. Não é que os pais que se divorciam não se preocupem com seus filhos. É que eles estão muito preocupados consigo mesmos para pensar em outra coisa que não seja... eles mesmos.
O verdadeiro amor é totalmente o contrário deste anseio desordenado de autossatisfação. Ensina São Josemaría Escrivá:
"Às vezes, fala-se do amor como se fosse um impulso para a satisfação própria, ou um simples recurso para completarmos em moldes egoístas a nossa personalidade. E não é assim: amor verdadeiro é sair de si mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria com as raízes em forma de cruz. Enquanto estivermos na terra e não tivermos chegado à plenitude da vida futura, não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício, da dor. Uma dor que se saboreia, que é amável, que é fonte de íntima alegria, mas que é dor real, porque supõe vencer o egoísmo e tomar o amor como regra de todas e cada uma de nossas ações."01
Uma das passagens divinamente inspiradas mais belas é aquela em que São Paulo compara o vínculo conjugal ao amor de Cristo pela Igreja. "As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o salvador" (Ef 5, 22-23), diz o Apóstolo. "Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela" (5, 25).
"Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela". E como Cristo amou a Igreja? "Tendo amado os seus que estavam no mundo", diz São João, "amou-os até o fim" (Jo 13, 1): não só até o fim de sua vida, mas "até o cume de toda a possibilidade de amor (...), até à extrema exigência imposta pelo amor"02. No altar do Calvário, consuma-se o sacrifício de uma vida inteira doada por amor: a entrega de Jesus pelos Seus, pela Igreja. É, sem dúvida, um amor alegre, mas revela-se "em forma de cruz".
No altar do leito conjugal e da convivência diária, do mesmo modo, consuma-se outro sacrifício de amor: a entrega matrimonial. Esta também é uma bela oferta, que "traz consigo a alegria", mas, sem dúvida, não é fácil de ser feita. Assim como foi difícil para Jesus encarar o sofrimento da Cruz, nesta vida, os filhos de Deus que se unem em matrimônio também são chamados a entrar no Getsêmani. No horto das Oliveiras, há quase dois mil anos, Jesus "entrou em agonia (...) e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra" (Lc 22, 44). No vale de lágrimas que é o mundo, hoje, os casais são chamados a doar as suas vidas, renunciando a si mesmos em prol do outro e dos seus filhos.
O matrimônio não foi feito para que um indivíduo se faça feliz. Ele foi concebido para que o homem e a mulher, fazendo-se instrumentos do amor divino, daquele amor com que Cristo amou a Sua Igreja, façam-se felizes, um ao outro. O casamento cristão não foi instituído para o egoísmo, mas para a formação da família, pela qual os pais devem se gastar, dia após dia, como Jesus se gastou pelos Seus.
Que os casais não percam de mente estas palavras, que devem moldar a verdadeira paternidade:"Não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício".
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Paquistão: Lei respalda onda de ataques contra cristãos

ROMA, 29 Nov. 13 / 09:22 am (ACI/EWTN Noticias).- A agência vaticana Fides informou que no Paquistão quatro cristãos foram acusados de blasfêmia em apenas um mês e já preocupa a tendência de inventar injúrias contra o Alcorão para atacar esta minoria religiosa.
Como se sabe, a aplicação da Lei da Blasfêmia pode supor o julgamento imediato e uma condenação à morte ou prisão para quem ofenda o credo muçulmano.
Conforme informaram sacerdotes e ativistas da zona, a incidência é quatro vezes mais alta que a média mensal registrada nos últimos dois anos e documentado pelo relatório da Comissão "Justiça e Paz" dos BisposCatólicos do país.
A Lei da Blasfêmia agrupa várias normas contidas no Código Penal do Paquistão para sancionar qualquer ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou contra o Alcorão, que seja denunciada por um muçulmano sem necessidade de testemunhas ou provas adicionais.
Além disso, as acusações seriam claramente falsas e isto confirmaria que a blasfêmia é utilizada como um "instrumento de vingança" em controvérsias pessoais, inclusive para atingir as minorias religiosas.
Um dos casos é o registrado no final de outubro em Wazirabad, Punjab, onde Tariq e Arif Masih, donos de uma loja de fogos de artifício, foram denunciados por blasfêmia por um grupo de muçulmanos. Os acusadores queriam vingar-se porque um conjunto de fogos vendidos por eles não havia se acendido.
Uns dias antes, em Faisabad, dois estudantes muçulmanos denunciaram uma mulher cristã de 50 anos por ter queimado páginas do Alcorão, quando na realidade tratava-se de um livro de texto em árabe.
Em 8 de outubro, o pastor cristão protestante Adnan e dois fiéis, Arfan e Mushtaq Masih, residentes de Lahore, foram denunciados formalmente por "blasfêmia". Segundo a acusação, os três teriam escrito e pronunciado comentários negativos sobre o Islã e o livro "Porque nos convertemos em muçulmanos", escrito por um líder extremista muçulmano.
Outro caso se registrou contra o cristão Asif Parvaiz em Lahore no último dia 25 de setembro. Segundo o relatório policial, Asif teria enviado uma mensagem de texto a um conhecido insultando o Islã, o Alcorão, os muçulmanos e o Profeta Maomé.
Poucos dias antes, dia 23 de setembro, na metrópole de Karachi, incitados por uma suposta "blasfêmia", milhares de muçulmanos saquearam o bairro cristão "Michael Town". As casas de mais de 300 famílias cristãs foram devastadas e queimadas.
No Paquistão, os cristãos e católicos constituem a classe social mais baixa em um país onde 98 por cento de população é islâmica.

Pró-vidas advertem consequências da legalização da eutanásia para menores na Bélgica

Imagem referencial. Foto: Sandra Gracioso (DC BY-NC-ND 2.0)
MADRI, 29 Nov. 13 / 03:22 pm (ACI/EWTN Noticias).- Profissionais pela Ética (PPE) enviou um comunicado advertindo o grande perigo que supõe a legalização da eutanásia para menores de idade, aprovada em 27 de novembro na Comissão de Justiça do Senado da Bélgica por treze votos contra quatro.
O projeto de lei pretende estender aos menores de idade a Lei de 2002 que despenaliza a eutanásia. Para entrar em vigor, o projeto deve submeter-se à votação no pleno do Senado, e logo ser revisado e aprovado pelo parlamento belga, para o que ainda não há data definitiva.
Carlos Álvarez, porta-voz de Vida Digna, advertiu que "na Bélgica está pendente tramitar-se a eutanásia também para os doentes de Alzheimer e outros transtornos. Na Bélgica em 2012 se registraram 1.432 declarações de eutanásia, 25 por cento mais em comparação com o ano anterior. O número oficial se duplica a cada quatro anos, mas a eutanásia clandestina continua sendo numerosa".
Álvarez participou em 13 de novembro no 'Grande Debate', um encontro celebrado em Bruxelas com motivo da constituição da Coalizão de Prevenção da Eutanásia Europa (EPC-E).
Neste evento, Alex Schadenberg, diretor executivo do EPC-E, denunciou que, embora a eutanásia tenha sido despenalizada na Bélgica em 2002 em determinadas condições, a realidade é que 32 por cento das mortes assistidas se realizam sem solicitação e 47 por cento não se notificam.
Schadenberg também disse que as enfermeiras aplicam a eutanásia aos pacientes, apesar de que a lei estabelece especificamente que só os médicos podem fazê-lo. Alex Schadenberg assegurou que a maior parte das vítimas da eutanásia tem mais de 80 anos, são pessoas vulneráveis às que, infelizmente, acusa-se de serem "bloqueadoras de camas".
Nesse sentido, o porta-voz de Vida Digna advertiu que "agora esta terrível realidade de legalizar a morte dos mais fracos vai se estender aos menores, acabando com o mito de que a eutanásia é resultado de uma decisão voluntária e livre".
Anunciou que "a Coalizão de Prevenção da Eutanásia Europa se oporá a esta iniciativa, que ainda tem que aprovar-se definitivamente", especialmente porque "entre nossos fins está promover a melhor atenção e apoio às pessoas vulneráveis, especialmente doentes, crianças, idosos e deficientes".
Vida Digna é um grupo interdisciplinar promovido por Profissionais pela Ética, tem como fim trabalhar para proteger a vida dos mais débeis, especialmente no processo final de sua existência. É membro fundador de Coalizão de Prevenção da Eutanásia Europa.

Fins do tempo: Imagem da Virgem Maria defecando provoca indignação na Espanha.

Uma figura de Nossa Senhora defecando está provocando protestos de católicos na Espanha.
A região da Catalunha tem uma tradição de produzir estatuetas defecando, os chamados "caganers". As figuras de cerâmica são vendidas desde o século XVIII, para serem colocadas nos presépios na época do Natal.
Inicialmente, elas retratavam agricultores, mas nos últimos tempos passaram a representar celebridades, inclusive brasileiras, como Neymar e a presidente Dilma Rousseff. Acredita-se que elas atraem boa sorte para a colheita e em geral.
Mas, neste ano, alguns católicos se sentiram ultrajados quando a Virgem Negra de Monserrat, uma representação de Maria com o Menino Jesus, foi retratada como "caganer".
A estátua original da Madona fica na abadia de Santa Maria de Montserrat, próximo a Barcelona. Um dos ícones religiosos mais famosos da Catalunha, ela é conhecida popularmente como "La Morenita", por conta de sua cor.
"Usar a imagem da Virgem de Montserrat para este boneco grotesco nos parece um sinal de insensibilidade e falta de respeito a muitas pessoas que podem sentir que sua crença está sendo ferida", disse o prior da abadia, Ignassi Fossas.
Uma organização católica, os "e-Cristianos", disse à France Presse que planeja processar os fabricantes por "atacar o respeito e a dignidade de símbolos religiosos".
A empresa disse que não teve intenção de ofender ninguém. "Fizemos com boas intenções e afeição pela personagem, que é tão catalã", disse Marc Alos, da empresa familiar Alos y Pla, que faz os caganers.
G1 

Sexualização nas escolas

ESCRITO POR CAMILA HOCHMÜLLER ABADIE | 26 NOVEMBRO 2013 
A exposição precoce das crianças a tais conteúdos nada mais é do que o outro lado da moeda que defende a descriminalização e legalização da pedofilia.

Na última edição do programa Encontrando Alegria, que teve como a sexualização nas escolas, nossa entrevistada, a psicóloga e psicanalista Rejane Soares, relatou o episódio vivido por suas duas filhas em uma das mais renomadas escolas católicas de Belo Horizonte - MG. As meninas foram submetidas a uma aula de educação sexual perturbadora, para dizer o mínimo.
Abaixo, complementando a entrevista, publico algumas das fotos que Rejane mo enviou antes de gravarmos a entrevista, para que eu visse sobre o que ela se referia. ADVIRTO: AFASTEM AS CRIANÇAS DE PERTO DO COMPUTADOR. As imagens são "fofinhas" porque o estilo é infantil, mas o conteúdo não é.
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Canto inferior esquerdo: os pais como tolos, assustados, inseguros.
A professora na imagem principal como a pessoa certa
para responder as questões e ensinar sobre sexo.

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A identidade sexual como algo a ser construído.
"Não é beeeem assim essa coisa de ser menino e ser menina."

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Pais idiotas e indiferentes.

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Subversão total da autoridade: os pais na cadeira dos réus,
as crianças julgando e a professora dando a sentença.

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Sério: quem, tendo vivido uma infância sem abusos e superexposições,
é capaz de colocar-se tais questões aos 10 anos de idade?!

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Sutil, não?

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Jogando querosene na imaginação das crianças.
Mais explícito que isso só num filme pornô.

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Riscando o fósforo.
Descrição detalhada.

Restam dúvidas sobre as intenções do governo com tais cartilhas?
Repito aqui o que disse no programa (e vou um pouco além): a exposição precoce das crianças a tais conteúdos nada mais é do que o outro lado da moeda que defende a descriminalização e legalização da pedofilia. Ou seja, pretende-se forçar um despertamento sexual cada vez mais cedo para que, quando a pauta pedófila prevalecer, as crianças já não tenham mais a menor chance de proteção e defesa: nem da lei, nem da cultura, nem dos pais, nem mesmo dos seus próprios sentimentos de estranhamento e rejeição, pois já terão sido expostas a um conteúdo com o qual não possuem condições psíquicas de lidar e diante do qual não conseguem resistir.
Meu recado aos pais que têm filhos na escola: fiquem de olho! E demonstrem aos professores e coordenação que estão de olho! Conversem com os outros pais, troquem informações, convivam, tomem iniciativas juntos. Peçam as listas de livros que serão adotados no ano seguinte, pesquisem antes, intervenham, façam outras propostas quando as que a escola oferecer não forem boas. Enfim, não deixem a coisa correr à revelia! Cheguem junto! E se a coisa piorar e não houver chance de mudança da situação, exijam que as crianças sejam dispensadas da aula. E se nada disso resolver, o homeschooling está aí para isso.

Camila Hochmüller Abadie é mãe, esposa e mestre em filosofia. Edita o blog Encontrando Alegria, e apresenta o programa 'Encontrando Alegria' na Rádio Vox.

Fins do Tempo:Padre católico abençoa ventre de primeiro transexual grávido da Argentina


O padre católico Raúl Benedetti abençoou o ventre de Alexis Taborda, nascido mulher e atualmente grávido de Karen Bruselario, nascida homem e também transexual, que realizarão nesta sexta-feira o casamento civil na cidade de Victoria, na província de Entre Ríos.
"Todos os dias 15 do mês é dada a benção às grávidas. Uma vez eu os convidei e eles vieram", disse nesta sexta-feira à Agência Efe o pároco da igreja Nuestra Señora de Aranzazu, da cidade do casal.
Karen Bruselario, que nasceu homem, mas modificou seu documento de identidade conforme seu novo gênero, se casará hoje com seu namorado, Alexis Taborda, nascido mulher, mas que se transformou em homem e está grávido de oito meses
O padre explicou que não pode casar a dupla pela Igreja, já que eles "têm o sexo modificado e estão atuando como a natureza os dotou, a que escolheu ser mulher está sendo homem e o que escolheu ser homem está gestando um filho".
"Há uma contradição entre o documento e a pessoa. Se eles se quisessem casar com o nome de batismo e aceitar que o papai é o homem e a mamãe é a mulher, não há nenhum problema", afirmou o sacerdote.
O padre disse que "não há problema com a gravidez" e decidiu benzer o casal porque "é uma coisa normal e comum como tantos outros" casos.
O casal transexual se conheceu em uma viagem de ônibus depois de participar de uma manifestação, em 9 de maio de 2012, em apoio à Lei de Identidade de Gênero, aprovada pelo Congresso.
Apesar de terem mudado de identidade, ambos conservaram os aparelhos reprodutores com os quais nasceram, por isso Alexis gesta em seu útero Génesis, menina que concebeu com Karen. A previsão é de de que o bebê nasça no fim de dezembro.

Fonte: Terra.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Por que namorar? Quando namorar? Como ter um namoro cristão?

namoro-cristao
Se existe algo que mexe como coração de um jovem que começa a descobrir a sua afetividade e a sua sexualidade, é o desejo de namorar. Cantada em verso e prosa, esta fase da vida faz parte do desenvolvimento humano e do plano de Deus para nos fazer crescer e amadurecer no relacionamento, sendo também um caminho (embora não o único, nem o maior) de exercitar a capacidade de amar.
Entretanto, para um jovem cristão, muitas interrogações se levantam: Por que namorar? Quando namorar? Como ter um namoro cristão?
Porque namorar?
Em primeiro lugar, é importante saber que o desejo de relacionar-se com o sexo oposto é algo natural e implica na forma como Deus nos criou.
A partir de um certo momento do desenvolvimento humano,sente-se a necessidade e a sadia curiosidade de relacionar-se com o sexo oposto, de descobrir parte da riqueza, da diversidade da obra criativa de Deus,uma outra pessoa que não é igual a mim, mas que em muitos pontos chega a me complementar. Neste ponto, o relacionamento com pessoas do outro sexo é enriquecedor e fonte de formação e edificação do meu crescimento como pessoa.
Entretanto, o que é belo e edificante pode-se transformar em situações que nem sempre nos edificarão ou contribuirão para o nosso crescimento. Devemos levar em conta que estamos vivendo em meio a uma sociedade hedonista, marcada pela sensualidade. A partir dos meios de comunicação, as próprias crianças, adolescentes e jovens vão sendo manipulados nos seus afetos e instintos para que, de maneira precoce e deformada, vejam na pessoa do outro sexo um objeto de prazer genitalista ou um meio de satisfação de suas carências afetivas.
Isto é fruto do pecado que marcou as faculdades do nosso ser e também das feridas de família, onde a fé e o desenvolvimento dos valores cristãos foram abandonados e a unidade e indissolubilidade do matrimônio e da família, na vivência do amor, são negligenciadas ou até atingidas de maneira irremediável,produzindo no meio de nós gerações marcadas pela dor, insegurança, desvios afetivos, psicológicos e sociais.
Por estes e muitos outros fatores, quando o (a) adolescente vai atingindo sua puberdade (e muitas vezes ainda como criança), a sociedade e,em muitos casos, a própria família, começam a exigir que este (a) jovem”arranje” seu namorado (a) para provar sua masculinidade ou feminilidade.
É preciso que entendamos que o processo natural e salutar de conhecimento do sexo oposto como pessoa não implica necessariamente em um relacionamento de namoro, quando, pelo contrário, a amizade é o passo fundamental e sadio aonde, pelo diálogo e a convivência, vamos podendo construir mutuamente a nossa personalidade de maneira sadia e equilibrada.Muitos jovens cristãos, como muitos que encontramos, se perguntam: Qual é a hora de iniciarmos o namoro?
Em primeiro lugar, é necessário que alguns tabus possam ser quebrados. Isto não significa que todas as pessoas tenham que namorar.Precisamos nos lembrar neste momento das Palavras de Jesus que dizem: “Há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem tiver capacidade para compreender que compreenda.” (Mt 19,2)
Devemos nos lembrar que há muitos são chamados para a virgindade como uma oblação espiritual e um serviço à Igreja e aos homens, e nisto encontram sua plena realização. Alguns, muito cedo podem descobrir este chamado no seu interior e, apesar de como pessoa experimentarem a complementariedade do sexo oposto na convivência comum e fraterna, não viverão esta complementariedade no plano da afetividade-genitalidade, próprio dos que são chama¬dos ao Sacramento do Matrimônio.
Alguns passam por relacionamentos de namoro antes de descobrir este sublime chamado, outros não precisam passar por esta etapa, pois a vocação já se faz manifesta no seu interior de maneira definida.
Para isso é necessário que o jovem cristão tenha sempre no seu interior este questionamento: – Qual é a vocação que Deus me chama a viver?– e uma reta e séria motivação de respondê-la. Sabemos que isso, para muitos,se constitui em um longo processo, onde graças a Deus vai iluminado, tirando a cegueira e apontando onde encontrar e aderir à sua vontade, pois aí está a felicidade.
Entrando no processo de namoro propriamente dito, falando para os jovens que acompanhamos, procuramos orientá-lo em algumas etapas para este discernimento:
A amizade
A amizade entre sexos opostos é benéfica e edificante. A amizade se constitui em uma identificação que, se baseada em Cristo Jesus e nos valores do Evangelho, caracterizando-se pela doação de si e respeito mútuo,muito contribuirá para o nosso amadurecimento e crescimento. Atenção, nem toda amizade precisa desembocar em um namoro. Pelo contrário, é perigoso confundiras coisas.
Às vezes a pessoa atrai fisicamente e afetivamente, mas isto não significa que seja da vontade de Deus e edificante para os dois um relacionamento mais profundo pelo namoro. Podemos acabar uma bela amizade se precipitarmos as coisas. É compreensível também que em um relacionamento entre um rapaz e uma moça que são atraentes, possam aparecer desejos e aspirações mais superficiais que, de uma maneira geral, pode jogar esses jovens em um relacionamento sem maiores bases. Ora, o aparecimento destes sentimentos só atestam a normalidade da afetividade e sexualidade de ambos e não deve ser ele,principalmente nos primeiros momentos, o ponto de discernimento de um compromisso de namoro.
Para evitar namoros precipitados (baseados só na atração física, carências ou sentimentos efêmeros), que fazem alguns mudarem de namoro como se troca de roupa e que, em vez de gerar crescimento, pode gerar tantas feridas, dores e marcas na pessoa e nos futuros relacionamentos, é preciso que se tenhamos um relacionamento de amizade. O momento é de aprofundar o conhecimento do outro e procurar ir à luz da oração e da convivência buscando alguns pontos de discernimentos.
Pontos de discernimento no plano psicológico:
Enquadramos aqui alguns pontos na maturidade humana e na identificação dos projetos e planos de vida, inclinações, aspirações, gostos,formação e educação que cada um teve e que não podem ser ignoradas, sob o risco de serem fonte de profundos desgastes e verdadeiros furos que farão naufragar o relacionamento. Não se trata de que o outro seja igual a mim, mas que se nestes pontos podemos nos completar, aceitar e nos construir mutuamente, e se há maturidade em ambos para isto.
Pontos de discernimento no plano espiritual:
Se queremos nos relacionar em Deus e com Deus, este plano não pode ser esquecido. É necessário, na convivência, perceber as aspirações espirituais e se o outro está disposto a colocar Deus como o centro de um relacionamento, para que o relacionamento não seja nada de egoísta, para a”minha”, ou “nossa” satisfação, mas para que ele, apoiado na Graça de Deus, seja voltado para Jesus, seguindo os Seus ensinamentos de renúncia, pureza e abertura. Conhecer a espiritualidade do outro, suas aspirações de conduta moral e de compromisso com a Igreja é fundamental para evitar conflitos futuros, ou namoros onde Deus e sua Palavra estejam ausentes.
Pontos para discernimento no plano afetivo:
A afeição em um relacionamento afetivo é o primeiro passo,mas com certeza não se constitui em sinal de presença real de uma semente de amor. Se o que me faz afeiçoar-me ao outro é só sua aparência física, isto tem sua importância, mas não é tudo.
As aparências passam e o coração, mentalidade e forma de ser permanecem. É preciso descobrir se o sentimento que me move tem a maturidade de ENXERGAR e ACEITAR os limites, defeitos e fragilidades do outro. Pondo na balança o que pesa mais, é o que nos une ou o que nos divide? Neste momento, um certo realismo é salutar, para que a paixão não cegue, e evitemos dar um passo que depois vai nos ferir e ferir ao outro.
Também convém ter a sensibilidade para perceber se eu ou o outro estamos buscando um relacionamento para “minha” satisfação,fechado sobre nós mesmos e a nossa “fantasia romântica” ou se o relacionamento, mesmo com o tempero de romance, é voltado para Deus, para o outro e para as outras pessoas, numa perspectiva de abertura.
Permeando todas estas considerações e orientações, devemos encontrar a oração. É através dela, que a graça de Deus vai purificar as nossas motivações, iluminar a nossa cegueira, fazer-nos entender o que só humanamente não nos é possível, e perceber os reais sinais do Espírito que nos move ou nos detém para um relacionamento que, se quer ser cristão, deve buscar, em todos os sentidos, a maior glória de Deus.
A ajuda de uma pessoa mais amadurecida e vivida no campo espiritual e humano se constitui em ajuda indispensável para chegarmos a um discernimento claro e uma decisão conjunta e madura em nos comprometer em um relacionamento de namoro.
O namoro
Uma vez sedimentado no nosso interior o processo de discernimento (que exige tempo, pois não se resume a dias ou poucas semanas,mas a alguns meses de convivência e oração) e chegando a um discernimento positivo em relação ao namoro, alguns pontos não podem ser esquecidos:
A amizade
O namoro é, antes de tudo, uma amizade que se aprofunda e sedimenta uma caminhada a dois. É essencial que o tempo que os namorados passam juntos seja animado pelo diálogo e a abertura do seu ser que se deixa conhecer e revelar. Muitos namorados não sabem conversar e fogem em carícias,desagradáveis a Deus e destruidoras do relacionamento. O esforço do diálogo,conversar assuntos que unem e saber também conversar as divergências;revelar-se para o outro através da arte do diálogo é fonte de relacionamentos saudáveis e maduros.
A oração
A presença de Jesus dentro de um namoro cristão não pode ser decorativa ou em plano inferior. Ele tem que ser o primeiro para dar fertilidade ao relacionamento. Por isto, é necessário dar tempo e espaço para a oração, partilhar de experiências da vida espiritual, de leitura espiritual. É importante que se saiba que se tem a responsabilidade de levar o outro para Deus e para a Igreja, e não ser um obstáculo para a comunhão com Deus e o serviço na Igreja. A oração e os sacramentos serão também a fonte da graça para permanecer sob as orientações da Palavra e da Igreja, e nos capacitará acrescer na escola do verdadeiro amor, que é aquele que ama apesar dos defeitos e limites do outro.
A abertura
Os namorados cristãos não podem estar somente voltados para si mesmos, como se só o outro existisse, ou que este relacionamento, se não foro único, torne os outros opacos e insignificantes.
Os namorados cristãos sabem fugir do risco da dependência,que sempre é sinal de carência e não de verdadeiro amor, e se aplicam na abertura, amizade e dedicação aos outros (amigos, família), que também são fontes de complemento para a nossa vida, e esta abertura toma-se fonte de enriquecimento do próprio namoro.
Os carinhos
Especial cuidado devemos ter neste campo, pois, muitas vezes, mesmo em namoros cristãos, constatamos cenas de carícias que levam a estados de profunda excitação emocional e orgânica que, seguindo o modelo do mundo considera-se normal, quando na verdade estes atos são apropriados para a preparação do ato conjugal dentro do matrimônio.
O não se deter no físico, e o traçar limites bem definidos e claros para os dois, buscando a pureza e evitando o puritanismo, é ponto básico e que muito necessita da graça para não se deixar levar pelas”facilidades” mútuas, que o sensualismo deste mundo e a concupiscência da carne plantaram em nós.
Nós precisamos construir um Mundo Novo, baseado na Boa Nova de Jesus e da Sua Igreja. Entretanto, não haverá Mundo Novo se não houver Famílias Novas. Não haverá Famílias Novas se não houver Namoros Novos, baseados na graça e no poder do Espírito.
Se meditarmos nestas orientações, sentiremos que são superiores à nossa capacidade. Lembre-se de que “o Verbo se fez carne”, por isto a graça penetrou em todas as realidades da vida humana, e Pentecostes é a certeza de que o Espírito nos capacita a dar nosso sim integral a Deus.

A difícil formação dos bons hábitos em nossos filhos. É trabalhoso, mas vale a pena!

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Educar é chato, você sabe. A gente fala, repete, volta a falar a mesmíssima coisa vinte vezes num dia só. Haja. E ainda saímos da história com fama de chatos. Chatos! Nós? Pais são uns incompreendidos. Mas o que nos redime é o lado nobre dessa missão de interesse público: criar pessoas ajustadas, cidadãos de bem, seres felizes. Além do quê, volta e meia dá um orgulho danado. A visita te olha com aquela cara de espanto porque a pequena de 2 anos pediu licença para sair da mesa e obrigada depois. Licença!? Ora, ora…E você bota uma cara de simplicidade para esconder o show pirotécnico no seu coração. Eita baixinha…resolveu mostrar rudimentos de etiqueta social.
Por isso tento ser incansável. Tenho fé que, num futuro não muito distante, nós quatro permaneceremos à mesa comendo, civilizadamente, sem que eu e meu marido tenhamos que nos revezar para limpar cocô nem arrastar ninguém de volta para a cadeira. Estaremos realmente interessados em trocar impressões sobre a vida e gastando tempo para se conhecer melhor. Porque se tem um hábito que anda me dando arrepios é o olhar das pessoas grudado num celular, num ipad, num Ipod, ou num gadget qualquer, diante de outro ser humano hipnotizado pela tela brilhante. A cena está se tornando um déjà-vu da vida moderna. Famílias sentadas à mesa em restaurantes, silenciosamente entretidas com seus objetos de uso pessoal eletrônicos. Não falam. Não se comunicam entre si. Às vezes, sequer se olham. Não piscam! Desperdiçam tempo de se conhecer. Sabe como isso começa? Lá atrás, nas tentativas de manter crianças pequenas comportadas num restaurante.
É um desafio, eu sei. Dependendo da energia contida, elas querem andar, falar, brincar, desenhar ou simplesmente sair do lugar. Aff. E não adianta nem falar que criança muito pequena não combina com restaurante, melhor não comer fora, ué, esqueça. Essa ideia de jerico fecharia vários estabelecimentos, geraria desemprego e uma onda de desdobramentos econômicos e psicológicos, porque todo mundo gosta de passear. Pais saem com crianças pequenas, desde que o mundo é uma cidade grande com ofertas de entretenimento, inclusive para restaurantes. Aí tem que encarar.
Mas voltemos ao início da minha tese. O que está por trás do vício em joguinhos eletrônicos? Em Ipad? Em Ipod? Em celular? O que fazer para meu filho não chegar lá dessa forma cega? Qual o limite do saudável? Quando elas poderão ser apresentadas a esses joguinhos? São mesmo inevitáveis? Eu me pergunto isso. É da natureza da criança certa inquietude. E nós queremos paz. Inevitável recorrer a brincadeiras, brinquedos. Nós costumamos inventar histórias em pedaços. Um começa e o seguinte completa. Damos várias voltas na mesa até a história ficar sem pé nem cabeça, porque, toda vez que volta para a pequena de dois anos, ela recomeça tudo dizendo “ela uma vez, há muito, muiiiiito tempo…”, sob protesto da outra. “Ah nãooooo….”. Eu também lanço mão de papéis e giz de cera (que bela invenção). Desenhos podem ser muito relaxantes para toda a família, além de abrir uma brecha para eu e meu marido conversarmos. Porque tem hora que precisamos pedir chance para falar. Dá a vez?
Mas há algo de inofensivo num desenho, porque desenho a criança mostra. Ela pede opinião enquanto cria. Há um mínimo de interação. Não há a ansiedade de “passar para a próxima etapa”. Ela pode olhar ao redor e se inspirar em algo presente para criar. A gente sempre dá pitacos, pede para ver, diz “huuummmm”. Há algo a partilhar. Jogos eletrônicos, para mim, aprofundam o isolamento do adolescente que já tende a achar pai e mãe chatos. Posso estar implicando demais, gente, mas peguei horror. Prontofalei.
As pessoas se acostumam a silenciar os filhos, desde cedo, porque barulho incomoda, bagunça incomoda, e incomoda também os outros num lugar público. Minha utopia é canalizar essa energia para uma troca saudável, chamá-las para a brincadeira e não prendê-las numa camisa-de-força eletrônica. Quando a gente deixa a criança falar, revelações surpreendentes surgem. Você fica sabendo de coisas que aconteceram na escola e das quais talvez nunca soubesse. Nem tudo os filhos estão prontos para nos contar se não dermos várias chances seguidas porque às vezes eles têm vergonha até de repetir o que o outro fez. Me chamou de feio, disse que sou burro ou gordo. Não é fácil para uma criança se apropriar do discurso que lhe ofendeu, mesmo que seja apenas para passar adiante a história. Repetir é um sofrimento e é preciso estar muito relaxado e confiante da atenção dos pais para deixar a alma vazar. Mas o joguinho eletrônico faz a gente esquecer essas coisas…pra quê falar?
Lá em casa, a batalha é diária. A gente chama para perto, por mais trabalho que isso dê. Senta aqui, está na hora do café da manhã. Já me irritei muito com o desassossego delas e até me arrependi de ter saído para restaurantes. Mas a coisa evolui aos poucos porque, vocês sabem, educar dá trabalho, é repetitivo e chato. Hoje, apesar de a menorzinha tomar sua vitamina no copo antes de todo mundo (mas não tão antes assim), conseguimos arrastá-las para a mesa. A pequena reclama. “Quelo café e pão!”, com a xícara na mão. Não come nada, mas a intenção lhe basta. A filha mais velha já entendeu que é o momento família e que há um propósito em estarmos juntos e disponíveis uns para os outros. Percebo que, aos poucos, nossa insistência surte efeito. Nem sempre a contento, nem sempre como queremos, mas sinto uma evolução.
Eu não quero dispensá-las do convívio enquanto são barulhentas e desorganizadas porque poderá ser tarde demais tentar recuperá-las de volta depois. Eu quero que elas gostem de uma boa conversa. Faz parte do processo de educação ensiná-las também a participar, a ouvir e a falar. Como a natureza humana é capaz de tudo, inclusive de milagres, e nós, pais, não somos os únicos elementos determinando o caráter dessas pessoas que geramos, pode ser também que não haja lógica nenhuma no que estou falando, e que, de uma hora para outra, a criança falante e feliz se torne um adolescente fechado, que sequer dá bom dia aos pais. E que a criança criada na base do Ipad esteja genuinamente interessada nas reuniões com primos, por exemplo. Tudo é possível… Mas, parodiando a música dos mal encarados frequentadores de um pub do filme Enrolados, eu tenho siiim…um sonho siiimmm…que minhas filhas digam sempre algo pra mim!!!
Autor: Isabel Clemente