Mensagem de Nossa Senhora, transmitida em 28/05/2011
Queridos filhos, Eu sou a vossa Mãe e amo-vos como sois. Não permitais que as trevas do pecado vos impeçam de caminhar ao encontro do Meu Filho Jesus. Sede dóceis e aceitai a vontade de Deus para vossas vidas. Sois importantes para a realização dos Meus planos. Tende coragem, fé e esperança. Agradeço-vos por estardes aqui. Obrigada pelo vosso amor e carinho. Meu Jesus vos recompensará por tudo que fazeis em favor dos Meus planos. Abri vossos corações aos apelos do Senhor e vivei na Sua graça. Não desanimeis. Quando tudo parecer perdido, surgirá para vós uma grande alegria. Confiai em Minha Maternal proteção. Eu quero conduzir-vos ao Meu Jesus. Escuta-Me. Eu levarei vossos apelos ao Meu Jesus. Dobrai vossos joelhos em oração em favor da humanidade. Os homens caminham como cegos a guiar outros cegos. Sofro por aquilo que vem para vós. Um fato doloroso se dará em Crato e se repetirá em Crato. Os que estão em Santander gritarão por socorro. Rezai, rezai, rezai. Somente na oração encurtareis forças para suportardes o peso da vossa cruz. Avante. Esta é a mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Eu vos abençôo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em paz
segunda-feira, 30 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
“New Age”. O velho paganismo com aparência de modernidade, magia e ciência.
Álvaro Farías Díaz, psicólogo pela Universidade do Uruguai “Dámaso A. Larrañaga”, membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES) e diretor do Serviço de Estudo e Assessoria em Seitas do Uruguai (SEAS)
* * *
Poderíamos nos perguntar por que têm tanto êxito filmes como “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis”, ou livros como “O alquimista”… Por que florescem, cada dia mais, as expressões do pensamento imaginário ou mágico? Por que, ainda que a modernidade o considerava moribundo, Deus continua resistindo tão bem? Como evoluíram as religiões históricas, em contato com as novas crenças e as novas formas de espiritualidade marcadas com o selo do individualismo e do pragmatismo? E, no final das contas, como compreender esta exuberância de crenças e práticas que está diante dos nossos olhos, essa religiosidade flutuante, “a la carte”, que se desenvolve dentro da nossa sociedade?
Vemos hoje como os homens e mulheres da nossa cultura, afetados pelos transtornos do humor, são medicados com a mesma gama de medicamentos frente a qualquer coisa. Por um lado, confiam na medicina científica e, por outro, aspiram a uma terapia que, reconhecendo sua identidade, dê lugar à palavra.
Como diz Elisabeth Roudinesco, “assistimos, nas sociedades ocidentais, a um crescimento inacreditável do mundinho dos curandeiros, dos feiticeiros, dos videntes e dos magnetizadores. Frente ao cientificismo erigido em religião e diante das ciências cognitivas, que valorizam o homem-máquina em detrimento do homem desejante, vemos florescer, em contrapartida, toda sorte de práticas, ora surgidas da pré-história do freudismo, ora de uma concepção ocultista do corpo e da mente: magnetismo, sofrologia, naturopatia, iridologia, auriculoterapia, energética transpessoal, sugestologia, mediunidade, etc. Ao contrário do que se poderia supor, essas práticas seduzem mais a classe média – funcionários, profissionais liberais e executivos – do que os meios populares”.
As pseudoterapias Nova Era
O termo “Nova Era” abrange um conglomerado de ideias que torna difícil sua concreção: alguns sustentam que é uma nova forma de enfrentar a vida e de expressá-la, enquanto outros afirmam que é um sincretismo tão grande, que o único que pretende é confundir e recolher o fruto de tal confusão.
Nosso momento atual dista muito de desconhecer o fascínio pelo sagrado, que irrompe por caminhos que pareciam já pouco transitados ou reservados aos marginalizados da religião. Quem se surpreende ainda diante de certos programas de televisão, certos programas de rádio, certos avisos em jornais e revistas nos quais aparecem “ofertas religiosas” misturadas com “ciência”: radiestesia, controle mental, reiki, budismo, meditação transcendental, viagens astrais, Jesus cósmico, igrejas neopentecostais, grupos gnósticos etc.? Mas o que está acontecendo realmente? As tentativas de explicação são variadas.
A Nova Era tem suas raízes na tentativa de encontrar pontos de contato entre ciência e religião, entre a razão e a magia, entre o Oriente e o Ocidente. Pretende-se criar um novo paradigma. Trata-se de uma fuga do tradicional rumo ao alternativo.
É preciso esclarecer o que, na Nova Era, se entende por “Deus”. Deus seria a “energia” que, em um determinado momento, desceu sobre Jesus Cristo, Buda, Maomé, e mais perto na história, sobre o conde Saint Germain. Os adeptos da Nova Era interpretam a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo dentro de um contexto esotérico, como um símbolo da libertação da energia crística e sua difusão em forma de gás vivificador do céu novo e da terra nova, manifestação esta que chegará a todo o seu esplendor quando ocorrer o advento da “Nova Era” ou da “Era de Aquário”. O Cristo interior é a “faísca” interior, desprendida da energia ou ou Cristo cósmico. Qualquer um pode chegar a ser “Cristo” e para isso é preciso recorrer às técnicas da Nova Era e, sobretudo, provocar estados alterados de consciência (transes místicos, fenômenos de channeling, etc.), ao mesmo tempo em que é preciso conectar-se com a ecologia, conduto da energia cósmica.
O maior problema com tudo isso é a utilização perversa destas crenças e técnicas. Cada um é livre para pensar e acreditar no que lhe parecer mais oportuno. O ruim é quando, sem aviso prévio, vão lhe introduzindo crenças que não compartilhava em primeira instância, aproveitando circunstâncias pouco éticas através de um processo de manipulação psicológica.
Na maioria destes casos, não há, à frente deste tipo de ofertas terapêuticas, um profissional idôneo, isto é, um psicólogo ou psicoterapeuta formado para o exercício de tal função. Quando há, dão-se fenômenos de intromissão profissional e abuso terapêutico.
A clínica com pacientes que viveram este tipo de experiências e com seus familiares nos mostra que esses “terapeutas” acabam sendo verdadeiros manipuladores, já que, com sua forma de agir, denotam um desconhecimento da ética profissional, transgredindo seus limites; fazem mau uso das técnicas psicoterapêuticas e levam a cabo uma manipulação da relação terapêutica para seu benefício pessoal.
Há muito por fazer. Por tudo o que foi exposto anteriormente, parece-nos suficientemente clara a necessidade e a oportunidade de pesquisar sobre o tema das seitas e grupos manipulativos, assim como sobre os processos sociais e psicológicos da própria manipulação psicológica em todo o mundo.
Álvaro Farías Díaz, psicólogo pela Universidade do Uruguai “Dámaso A. Larrañaga”, membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES) e diretor do Serviço de Estudo e Assessoria em Seitas do Uruguai (SEAS)
* * *
Poderíamos nos perguntar por que têm tanto êxito filmes como “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis”, ou livros como “O alquimista”… Por que florescem, cada dia mais, as expressões do pensamento imaginário ou mágico? Por que, ainda que a modernidade o considerava moribundo, Deus continua resistindo tão bem? Como evoluíram as religiões históricas, em contato com as novas crenças e as novas formas de espiritualidade marcadas com o selo do individualismo e do pragmatismo? E, no final das contas, como compreender esta exuberância de crenças e práticas que está diante dos nossos olhos, essa religiosidade flutuante, “a la carte”, que se desenvolve dentro da nossa sociedade?
Vemos hoje como os homens e mulheres da nossa cultura, afetados pelos transtornos do humor, são medicados com a mesma gama de medicamentos frente a qualquer coisa. Por um lado, confiam na medicina científica e, por outro, aspiram a uma terapia que, reconhecendo sua identidade, dê lugar à palavra.
Como diz Elisabeth Roudinesco, “assistimos, nas sociedades ocidentais, a um crescimento inacreditável do mundinho dos curandeiros, dos feiticeiros, dos videntes e dos magnetizadores. Frente ao cientificismo erigido em religião e diante das ciências cognitivas, que valorizam o homem-máquina em detrimento do homem desejante, vemos florescer, em contrapartida, toda sorte de práticas, ora surgidas da pré-história do freudismo, ora de uma concepção ocultista do corpo e da mente: magnetismo, sofrologia, naturopatia, iridologia, auriculoterapia, energética transpessoal, sugestologia, mediunidade, etc. Ao contrário do que se poderia supor, essas práticas seduzem mais a classe média – funcionários, profissionais liberais e executivos – do que os meios populares”.
As pseudoterapias Nova Era
O termo “Nova Era” abrange um conglomerado de ideias que torna difícil sua concreção: alguns sustentam que é uma nova forma de enfrentar a vida e de expressá-la, enquanto outros afirmam que é um sincretismo tão grande, que o único que pretende é confundir e recolher o fruto de tal confusão.
Nosso momento atual dista muito de desconhecer o fascínio pelo sagrado, que irrompe por caminhos que pareciam já pouco transitados ou reservados aos marginalizados da religião. Quem se surpreende ainda diante de certos programas de televisão, certos programas de rádio, certos avisos em jornais e revistas nos quais aparecem “ofertas religiosas” misturadas com “ciência”: radiestesia, controle mental, reiki, budismo, meditação transcendental, viagens astrais, Jesus cósmico, igrejas neopentecostais, grupos gnósticos etc.? Mas o que está acontecendo realmente? As tentativas de explicação são variadas.
A Nova Era tem suas raízes na tentativa de encontrar pontos de contato entre ciência e religião, entre a razão e a magia, entre o Oriente e o Ocidente. Pretende-se criar um novo paradigma. Trata-se de uma fuga do tradicional rumo ao alternativo.
É preciso esclarecer o que, na Nova Era, se entende por “Deus”. Deus seria a “energia” que, em um determinado momento, desceu sobre Jesus Cristo, Buda, Maomé, e mais perto na história, sobre o conde Saint Germain. Os adeptos da Nova Era interpretam a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo dentro de um contexto esotérico, como um símbolo da libertação da energia crística e sua difusão em forma de gás vivificador do céu novo e da terra nova, manifestação esta que chegará a todo o seu esplendor quando ocorrer o advento da “Nova Era” ou da “Era de Aquário”. O Cristo interior é a “faísca” interior, desprendida da energia ou ou Cristo cósmico. Qualquer um pode chegar a ser “Cristo” e para isso é preciso recorrer às técnicas da Nova Era e, sobretudo, provocar estados alterados de consciência (transes místicos, fenômenos de channeling, etc.), ao mesmo tempo em que é preciso conectar-se com a ecologia, conduto da energia cósmica.
O maior problema com tudo isso é a utilização perversa destas crenças e técnicas. Cada um é livre para pensar e acreditar no que lhe parecer mais oportuno. O ruim é quando, sem aviso prévio, vão lhe introduzindo crenças que não compartilhava em primeira instância, aproveitando circunstâncias pouco éticas através de um processo de manipulação psicológica.
Na maioria destes casos, não há, à frente deste tipo de ofertas terapêuticas, um profissional idôneo, isto é, um psicólogo ou psicoterapeuta formado para o exercício de tal função. Quando há, dão-se fenômenos de intromissão profissional e abuso terapêutico.
A clínica com pacientes que viveram este tipo de experiências e com seus familiares nos mostra que esses “terapeutas” acabam sendo verdadeiros manipuladores, já que, com sua forma de agir, denotam um desconhecimento da ética profissional, transgredindo seus limites; fazem mau uso das técnicas psicoterapêuticas e levam a cabo uma manipulação da relação terapêutica para seu benefício pessoal.
Há muito por fazer. Por tudo o que foi exposto anteriormente, parece-nos suficientemente clara a necessidade e a oportunidade de pesquisar sobre o tema das seitas e grupos manipulativos, assim como sobre os processos sociais e psicológicos da própria manipulação psicológica em todo o mundo.
A ”revolução silenciosa” de Bento XVI, monjas “que dançam” e a Verdade dos fatos.
John L. Allen Jr.- National Catholic Reporter
Uma coisa engraçada aconteceu com a história do recente fechamento de um lendário mosteiro de Roma, ordenado pelo Vaticano, na imprensa de língua inglesa. E digo isso literalmente – a história se transformou em uma piada, obscurecendo assim a sua real importância.
Para aqueles que tem olhos para ver, a supressão da abadia cisterciense na Basílica da Santa Cruz em Jerusalém (foto), um dos sete maiores locais tradicionais de peregrinação em Roma, merece muito mais do que a sua colocação em uma coluna de “notícias bizarras”. Ao contrário, é o capítulo mais recente do que se poderia chamar de “Revolução Silenciosa” sob o Papa Bento XVI, referindo-se a uma reforma da cultura clerical começando por Roma e irradiando-se para muito além.
A sua essência é esta: é o fim da lógica “pelos frutos os conhecereis” que uma vez se traduzia em um passe livre, ou pelo menos em um forte benefício da dúvida, para clérigos superestrelas e grupos de alto perfil acusados de má conduta. Uma vez, a hipótese de trabalho no oficialismo eclesial geralmente era que, se alguém está fazendo um grande bem para a Igreja, então as alegações de impropriedade sexual ou financeira contra eles eram provavelmente falsas, e levá-las muito a sério apresentava o risco de incentivar os inimigos da fé.
Sem grande alarde, Bento XVI deixou claro que, hoje, uma nova regra se aplica. Não importa quão talentosa uma pessoa ou instituição possa ser, se também estiver envolvida no que o pontífice memoravelmente chamou uma vez de “sujeira” na Igreja, eles não estão fora de alcance de serem atingidos pela punição.
Esse é o profundo significado da recente ação do Vaticano com relação aos cistercienses da Basílica da Santa Cruz em Jerusalém, embora você certamente não chegaria a essa conclusão a partir da grande maioria da cobertura midiática em inglês. A manchete da BBC da quinta-feira era típica: “Papa fecha mosteiro das danças eróticas”, dizia, fazendo referência ao fato de que uma ex-dançarina de casa noturna que se tornou freira católica, Anna Nobili, uma vez apresentou na basílica algo chamado de “dança sacra”, diante de um público que incluía dignitários vaticanos.
Na realidade, porém, a basílica dificilmente era uma piada recorrente.
Acima de tudo, os cistercienses estavam na basílica há quase cinco séculos, desde 1561, e, em um período, o Abade da Santa Cruz também foi o Abade Geral de toda a ordem. Dado o fino senso de tradição de Bento XVI, assim como sua reverência pela vida monástica, seria necessário mais do que uma freira dançarina para desencadear a supressão de toda a abadia.
Além disso, até muito recentemente, a basílica era vista, na realidade, como uma grande história de sucesso. O consenso era de que um renascimento se desdobrava sob o abade cisterciense Simone Maria Fioraso, uma influente figura eclesiástica. As vocações eram crescentes, e a basílica se tornou um ponto de encontro para a nobreza italiana, VIPs políticos e ícones da cultura pop.
No outono de 2008, Fioraso fez a sua maior ação bem-sucedida de relações públicas. Ele organizou uma leitura de seis dias de toda a Bíblia, chamada “A Bíblia, dia e noite”, transmitido ao vivo pela TV estatal italiana. A maratona foi lançada por Bento XVI e concluída pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Tarcisio Bertone. Uma série de outros potentados vaticanos participaram, junto com celebridades como o ator Roberto Benigni e o ex-presidente da Itália, Carlo Azeglio Ciampi. (Os cardeais norte-americanos William Joseph Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e Daniel DiNardo, de Houston, também participaram. DiNardo estava na cidade para Sínodo sobre a Bíblia, que foi a ocasião para o festival de leitura da Bíblia).
É difícil superestimar a impressão midiática que o evento constituiu na Itália. As manchetes proclamavam: “Santa Cruz em Jerusalém torna-se uma superestrela”.
“Relações inapropriadas”
No entanto, nessa mesma época, começaram a surgir boatos de que algo não estava muito certo. Alguns críticos acusaram Fioraso de parecer mais interessado em adular as elites sociais do que as tradicionais disciplinas da vida monástica, enquanto outros levantavam questões sobre a gestão do dinheiro, especialmente levando em conta que os monges administravam uma loja e um hotel de sucesso, aparentemente sem uma clara contabilidade do fluxos de receita. E, o que é pior, havia rumores de “relações inapropriadas” praticadas por alguns monges, entendendo-se como o código para algum tipo de má conduta sexual.
Tudo isso, antes, podia ser descartado como inveja ou difamação, especialmente dada a reputação de Fioraso como uma estrela em ascensão, mas não desta vez. A Congregação vaticana para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica lançaram uma Visitação Apostólica, que terminou com a dramática decisão de suprimir completamente a abadia e de mandar embora os cerca de 30 monges. O decreto foi assinado pelo arcebispo brasileiro João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e pelo arcebispo norte-americano Joseph Tobin, seu secretário, e foi aprovado por Bento XVI.
Como é sua prática, o Vaticano não forneceu uma explicação pública. No jargão tipicamente eufemístico, as autoridades dizem apenas que há “inúmeras alegações de conduta incompatível com a vida consagrada”. O ponto principal é que houve problemas reais na abadia, tanto em termos de responsabilidade financeira, quanto de personalidade moral.
Um padrão de conduta para “limpar a casa”
A supressão faz parte de um padrão de Bento XVI, que começou com a repressão contra os clérigos de alto perfil como Gino Burresi, fundador das Servas do Coração Imaculado de Maria, e Marcial Maciel Degollado, fundador dos Legionários de Cristo. Mais recentemente, em setembro de 2008, Bento laicizou um padre muito conhecido de Florença, Lelio Cantini, cuja paróquia Rainha da Paz foi considerada uma das mais dinâmicas do país. No início deste ano, Bento removeu Fernando Karadima permanentemente do ministério, um lendário padre do Chile conhecido como guia espiritual para uma grande parte do clero e do episcopado.
Todos esses casos, e outros como esses que poderiam ser mencionados, centravam-se na acusação de má conduta e abuso sexual.
Também fazem parte desse quadro as medidas políticas de Bento XVI para agilizar os procedimentos para remover os abusadores do sacerdócio, incluindo um recente conjunto de revisões do Direito Canônico, assim como a sua decisão no início deste ano de criar uma nova autoridade de fiscalização financeira, com o poder de supervisionar as entidades uma vez intocáveis como o Banco do Vaticano ou a Propaganda Fide. A impressão geral é que este é um papa cansado de escândalos, fazendo o que pode para limpar a casa.
Uma coisa engraçada aconteceu com a história do recente fechamento de um lendário mosteiro de Roma, ordenado pelo Vaticano, na imprensa de língua inglesa. E digo isso literalmente – a história se transformou em uma piada, obscurecendo assim a sua real importância.
Para aqueles que tem olhos para ver, a supressão da abadia cisterciense na Basílica da Santa Cruz em Jerusalém (foto), um dos sete maiores locais tradicionais de peregrinação em Roma, merece muito mais do que a sua colocação em uma coluna de “notícias bizarras”. Ao contrário, é o capítulo mais recente do que se poderia chamar de “Revolução Silenciosa” sob o Papa Bento XVI, referindo-se a uma reforma da cultura clerical começando por Roma e irradiando-se para muito além.
A sua essência é esta: é o fim da lógica “pelos frutos os conhecereis” que uma vez se traduzia em um passe livre, ou pelo menos em um forte benefício da dúvida, para clérigos superestrelas e grupos de alto perfil acusados de má conduta. Uma vez, a hipótese de trabalho no oficialismo eclesial geralmente era que, se alguém está fazendo um grande bem para a Igreja, então as alegações de impropriedade sexual ou financeira contra eles eram provavelmente falsas, e levá-las muito a sério apresentava o risco de incentivar os inimigos da fé.
Sem grande alarde, Bento XVI deixou claro que, hoje, uma nova regra se aplica. Não importa quão talentosa uma pessoa ou instituição possa ser, se também estiver envolvida no que o pontífice memoravelmente chamou uma vez de “sujeira” na Igreja, eles não estão fora de alcance de serem atingidos pela punição.
Esse é o profundo significado da recente ação do Vaticano com relação aos cistercienses da Basílica da Santa Cruz em Jerusalém, embora você certamente não chegaria a essa conclusão a partir da grande maioria da cobertura midiática em inglês. A manchete da BBC da quinta-feira era típica: “Papa fecha mosteiro das danças eróticas”, dizia, fazendo referência ao fato de que uma ex-dançarina de casa noturna que se tornou freira católica, Anna Nobili, uma vez apresentou na basílica algo chamado de “dança sacra”, diante de um público que incluía dignitários vaticanos.
Na realidade, porém, a basílica dificilmente era uma piada recorrente.
Acima de tudo, os cistercienses estavam na basílica há quase cinco séculos, desde 1561, e, em um período, o Abade da Santa Cruz também foi o Abade Geral de toda a ordem. Dado o fino senso de tradição de Bento XVI, assim como sua reverência pela vida monástica, seria necessário mais do que uma freira dançarina para desencadear a supressão de toda a abadia.
Além disso, até muito recentemente, a basílica era vista, na realidade, como uma grande história de sucesso. O consenso era de que um renascimento se desdobrava sob o abade cisterciense Simone Maria Fioraso, uma influente figura eclesiástica. As vocações eram crescentes, e a basílica se tornou um ponto de encontro para a nobreza italiana, VIPs políticos e ícones da cultura pop.
No outono de 2008, Fioraso fez a sua maior ação bem-sucedida de relações públicas. Ele organizou uma leitura de seis dias de toda a Bíblia, chamada “A Bíblia, dia e noite”, transmitido ao vivo pela TV estatal italiana. A maratona foi lançada por Bento XVI e concluída pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Tarcisio Bertone. Uma série de outros potentados vaticanos participaram, junto com celebridades como o ator Roberto Benigni e o ex-presidente da Itália, Carlo Azeglio Ciampi. (Os cardeais norte-americanos William Joseph Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e Daniel DiNardo, de Houston, também participaram. DiNardo estava na cidade para Sínodo sobre a Bíblia, que foi a ocasião para o festival de leitura da Bíblia).
É difícil superestimar a impressão midiática que o evento constituiu na Itália. As manchetes proclamavam: “Santa Cruz em Jerusalém torna-se uma superestrela”.
“Relações inapropriadas”
No entanto, nessa mesma época, começaram a surgir boatos de que algo não estava muito certo. Alguns críticos acusaram Fioraso de parecer mais interessado em adular as elites sociais do que as tradicionais disciplinas da vida monástica, enquanto outros levantavam questões sobre a gestão do dinheiro, especialmente levando em conta que os monges administravam uma loja e um hotel de sucesso, aparentemente sem uma clara contabilidade do fluxos de receita. E, o que é pior, havia rumores de “relações inapropriadas” praticadas por alguns monges, entendendo-se como o código para algum tipo de má conduta sexual.
Tudo isso, antes, podia ser descartado como inveja ou difamação, especialmente dada a reputação de Fioraso como uma estrela em ascensão, mas não desta vez. A Congregação vaticana para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica lançaram uma Visitação Apostólica, que terminou com a dramática decisão de suprimir completamente a abadia e de mandar embora os cerca de 30 monges. O decreto foi assinado pelo arcebispo brasileiro João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e pelo arcebispo norte-americano Joseph Tobin, seu secretário, e foi aprovado por Bento XVI.
Como é sua prática, o Vaticano não forneceu uma explicação pública. No jargão tipicamente eufemístico, as autoridades dizem apenas que há “inúmeras alegações de conduta incompatível com a vida consagrada”. O ponto principal é que houve problemas reais na abadia, tanto em termos de responsabilidade financeira, quanto de personalidade moral.
Um padrão de conduta para “limpar a casa”
A supressão faz parte de um padrão de Bento XVI, que começou com a repressão contra os clérigos de alto perfil como Gino Burresi, fundador das Servas do Coração Imaculado de Maria, e Marcial Maciel Degollado, fundador dos Legionários de Cristo. Mais recentemente, em setembro de 2008, Bento laicizou um padre muito conhecido de Florença, Lelio Cantini, cuja paróquia Rainha da Paz foi considerada uma das mais dinâmicas do país. No início deste ano, Bento removeu Fernando Karadima permanentemente do ministério, um lendário padre do Chile conhecido como guia espiritual para uma grande parte do clero e do episcopado.
Todos esses casos, e outros como esses que poderiam ser mencionados, centravam-se na acusação de má conduta e abuso sexual.
Também fazem parte desse quadro as medidas políticas de Bento XVI para agilizar os procedimentos para remover os abusadores do sacerdócio, incluindo um recente conjunto de revisões do Direito Canônico, assim como a sua decisão no início deste ano de criar uma nova autoridade de fiscalização financeira, com o poder de supervisionar as entidades uma vez intocáveis como o Banco do Vaticano ou a Propaganda Fide. A impressão geral é que este é um papa cansado de escândalos, fazendo o que pode para limpar a casa.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Estivemos em Anguera-Ba no dia 21.05.2011
Na foto Pedro Regis e Markao (Pequeninos Reino). 3.485- Mensagem de Nossa Senhora, transmitida em 21/05/2011 |
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Pe. Gabriele Amorth
Invocar a João Paulo II é efetivo contra o diabo, diz famoso exorcista
Pe. Gabriele Amorth em seu pequeno escritório em Roma
O Pe. Gabriele Amorth, sacerdote exorcista da diocese de Roma (Itália) e um dos mais conhecidos do ramo, assinalou à agência ACI Prensa que o agora Beato Papa João Paulo II se converteu, nos últimos anos, em um poderoso intercessor na luta contra o demônio.
O Pe. Amorth tem 86 anos de idade e 70 000 exorcismos em seu experiência. O primeiro que disse na entrevista é que "o mundo deve saber que Satanás existe".
Em seu pequeno e singelo escritório na zona sudeste de Roma onde realizou milhares de exorcismos, o sacerdote contou que às vezes invoca a ajuda de Santos homens e mulheres, entre os quais destaca João Paulo II, beatificado pelo Papa Bento XVI no último passado 1º de maio em Roma ante um milhão e meio de fiéis.
Durante os exorcismos, contou o sacerdote à agência em espanhol do grupo ACI, a ACI Prensa, "perguntei ao demônio mais de uma vez: ‘por que João Paulo II te dá tanto medo?’ E tive duas respostas distintas, ambas interessantes".
"A primeira foi: ‘porque ele desarmou meus planos’. E acredito que com isso se refere à queda do comunismo na Rússia e na Europa do Leste. O colapso do comunismo".
"Outra resposta que o demônio me deu foi ‘porque arrebatou a muitos jovens de minhas mãos’. Há muitos jovens que, graças a João Paulo II, converteram-se. Talvez alguns já eram cristãos mas não praticantes, e logo com João Paulo II voltaram para a prática".
Ao ser perguntado sobre o intercessor mais efetivo de todos, o Pe. Amorth respondeu à ACI Prensa sem duvidar: "é obvio que a Virgem é a mais efetiva. E quando é invocada como Maria!"
"Uma vez perguntei a Satanás. ‘mas por que te assusta mais quando invoco a Nossa Senhora que quando invoco a Jesus Cristo?’ Respondeu ‘porque me humilha mais ser derrotado por uma criatura humana que ser derrotado por Ele".
O sacerdote disse também que é importante a intercessão dos que ainda vivem através da oração. Os cristãos podem rezar pela liberação de uma alma, um dos três elementos que ajudam neste processo aos que se somam a fé e o jejum.
"O Senhor deu (aos Apóstolos) uma resposta que também é muito importante para nós os exorcistas. Disse que para vencer o demônio se necessita muita fé, muita oração e muito jejum: Fé, oração e jejum".
O Pe. Amorth disse ademais que na luta contra o demônio é necessária "especialmente a fé, necessita-se muita fé. Muitas vezes também nas curas, Jesus não diz no Evangelho sou eu quem te curei. Diz, no entanto, você está curado por sua fé. Quer fé nas pessoas, uma fé forte e absoluta. Sem fé não pode fazer nada".
O sacerdote membro da Sociedade de São Paulo explicou logo à ACI Prensa que "o diabo e os demônios são muitos e têm dois poderes: os ordinários e os extraordinários".
"O poder ordinário é a capacidade de tentar o homem para distanciá-lo de Deus e levá-lo ao inferno. Esta ação se realiza contra todos os homens e as mulheres de todo lugar e religião".
Sobre os poderes extraordinários, o Pe. Amorth indicou que estes se concentram em uma pessoa específica e existem quatro tipos:
"A possessão demoníaca para a qual se requer um exorcismo, o vexame demoníaco, como o que sofreu em reiteradas ocasiões o Santo Padre Pio de Pietrelcina que era golpeado fisicamente pelo demônio; as obsessões que levam a pessoa ao desespero; e a infestação, que é quando o demônio ocupa um espaço, um animal ou inclusive um objeto".
O sacerdote alertou que estes fatos são pouco freqüentes mas estão em aumento. Também manifestou à nossa agência ACI Imprensa sua preocupação pela cada vez maior quantidade de jovens que são afetados por Satanás através das seitas, as sessões de espiritismo e as drogas. Apesar disso não se desalenta.
"Com Jesus Cristo e Maria, Deus nos prometeu que nunca permitirá tentações maiores que nossas forças", assinalou.
Finalmente na entrevista o Pe. Amorth propôs uma breve guia a ser tomada em conta na luta contra Satanás:
"As tentações do demônio são vencidas sobretudo evitando as ocasiões, porque o demônio sempre procura nossos pontos mais fracos. E logo, com a oração. Nós os cristãos temos uma vantagem porque temos a Palavra de Deus, temos a oração e podemos rezar ao Senhor", concluiu.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Jim Caviezel: Ser Jesus no filme A Paixão "arruinou minha carreira", mas não me arrependo
Jim Caviezel e João Paulo II
Em declarações ao Daily Mail, Caviezel de 42 anos explica como logo depois de ter interpretado o papel de Cristo no filme –em cuja filmagem foi atingido por um raio e deslocou um ombro em uma cena da crucificação– as portas de Hollywood foram fechando-se uma atrás da outra para ele. "Fui rechaçado por muitos em minha própria indústria", indicou.
Ante um grupo de fiéis em uma igreja em Orlando, Flórida, onde chegou para promover um livro em áudio da Bíblia, Caviezel -que se declara católico- comentou que era consciente de que isto podia acontecer e não se arrepende de ter atuado como Cristo. Mel Gibson, o diretor da obra, também o advertiu das conseqüências negativas para sua carreira se aceitava o papel.
"Disse-me: ´Você nunca voltará a trabalhar nesta cidade (Hollywood) e eu respondi: ‘Todos temos que abraçar nossas cruzes’. Jesus é tão polêmico hoje como sempre foi. As coisas não mudaram muito em dois mil anos", disse.
Caviezel, quem atuou em filmes como O Conde de Montecristo, Olhar de Anjo, e Além da Linha Vermelha era considerado antes da Paixão de Cristo como uma estrela ascendente em Hollywood, mas tudo mudou a partir da produção de 2004 que foi atacada ferozmente pelos meios seculares e pela poderosa Liga Antidifamatória Judia nos Estados Unidos que a considerou anti-semita.
Sobre Mel Gibson, Jim Caviezel comenta que "é um pecador horrível, não?, entretanto ele não necessita nosso juízo mas as nossas orações".
O ator afirmou também que sua fé o guia no âmbito pessoal e profissional. Por isso, não acredita que tenha sido uma coincidência que "aos 33 anos pedissem interpretar o papel de Jesus" e brincou sobre o fato de que seus iniciais (JC) fossem as mesmas que as de Jesus Cristo.
Em março de 2004, Jim Caviezel foi recebido pelo Papa João Paulo II com quem conversou durante uns dez minutos acompanhado por sua esposa e seus sogros. Esse mesmo mês, o ator concedeu uma interessante entrevista à agência ACI Prensa na que detalhou como o fato de ter interpretado Jesus transformou sua vida e fortaleceu muito sua fé.
Naquela ocasião disse: "esta experiência me jogou nos braços de Deus".
Fonte:ACI
Assinar:
Postagens (Atom)